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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

A antiga quinta da Trajinha

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

É do meu tempo de criança a plenitude de actividade na Quinta da Trajinha. O meu tempo de criança sinaliza-se com o início de 53 e dura até aos anos de 1960/61 data em que fui forrar formas dos Bolos de Arroz para o antigo forno do Napoleão, pai do Milo.
Eu ia com alguma frequência à dita quinta porque o caseiro era meu conhecido e eu era colega de escola do seu filho Alexandre, e grande amigo do seu sobrinho-neto Carlos Gonçalves. Acontecia eu passar por ali sempre que íamos aos agriões e merujes que os havia com fartura no regato que corria pelo monte abaixo, com água límpida e cristalina que dava uma frescura ímpar aos agriões. Também pela altura da Páscoa íamos ao Novo Rico cortar o Ramo para o benzermos pois tradicionalmente se benze por esta altura.
A minha disponibilidade para ir à quinta do Novo Rico, que era como o povo a designava, pois aquilo era uma propriedade que eu presumo ter sido adquirida por alguém de Capital que a refez do seu ar de velha e relha demolindo as antigas dependências e construindo uma Casa Grande e moderna, onde se alojavam os proprietários sempre que vinham a Bragança muito particularmente no Verão. Havia sido reconstruída para servir de casa de férias a gente da classe alta que vivia em Lisboa e tinha ascendência nestas paragens, que teve um drama pessoal e que morreu ou ficou doente não tendo regressado à sua propriedade Avant Gard.
Ao descrever o que fica para trás vão-me aparecendo lembranças que são como luz que me abre a memória.
Recordo que o Proprietário era Director do Jornal “o Século”, sendo portanto homem de grossos cabedais mas que devia ter alguns herdeiros que deviam ser titulares e durante anos não ligaram patavina e deixaram degradar o edificado e as hortas de fruta e legumes, campos com forragem sendo que ali se situava uma quinta-modelo, produtiva, bem cuidada e enfeitada com bom gosto e sabedoria. Era uma cópia das quintas que proliferavam nos subúrbios de Lisboa.
Sabe-se que após o falecimento do caseiro a quinta foi deixada ao abandono e esteve assim até que alguém com direito de representação concluiu a passagem da posse à Câmara Municipal de Bragança. E aqui começa todo um alargado período de "pousio" e degradação da Quinta do Novo Rico.
Recordo que no andar superior se encontrava uma bela sala com um bilhar ao centro de grande dimensão e uma boa Biblioteca que foi destruída pela rufiagem e sus muchachos.
Esta é hoje um Parque de dimensões razoáveis e que foi aguardado pela cidade com esperança, mas ao qual é preciso que quem comanda, junte as tropas e ponham o Parque mais apelativo e com ideias mais esclarecidas, para que a cidade usufrua dele  e algumas valências sirvam mais eficientemente.

P.S. ... Hoje paro por aqui, amanhã continuarei com uma apreciação ao Novo Parque pois há algumas coisas que se a Câmara pensa que estão bem há quem pense que não estão!



24 de Julho de 2024
A.O. dos Santos
(Bombadas)

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