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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Aldeia de Palácios reviveu segada manual com grande adesão de participantes

 A aldeia de Palácios, no concelho de Bragança, reviveu este fim-de-semana o ciclo do pão, desde a segada ao cozer do pão, sempre com animação musical


O Festival de Música e Tradição da Lombada decorreu entre sexta-feira e domingo e a segada foi o momento mais alto do evento.

Depois da reza, pega-se nas foices e começa-se a trabalhar. Olímpia Faiões foi uma das várias pessoas que reviveu a segada manual. Vestida a rigor, com saia e lenço na cabeça foi cortando o cereal. Com 76 anos lembra-se bem dos tempos que o fazia. “Era pequenina e já andava a segar, com 7 ou oito anos. Tínhamos de nos levantar muito cedo, porque aquecia muito. Matávamos o bicho em casa, depois íamos para as terras, levávamos o farnel. Ao meio dia a minha mãe ia com o burrito levar-nos o almoço e o lanche e dormíamos um bocado à sombra. É um trabalho muito difícil. É bom reviver, mas voltar não, não desejo isto para ninguém, eram tempos muito difíceis”, contou.

Já o pequeno Carlos Rodrigues nunca viveu estas andanças. Com 11 anos, faz questão de ver como se faz. “Vivo em Nogueira, mas vim às festas de Palácios. Nunca fiz a segada, nem sei como se faz”, disse.

Tradição que a Associação Cultural e Ambiental de Palácios quer preservar. O Festival de Música e Tradição da Lombada vai já na vigésima quarta edição. O presidente, Bruno Aliste, explicou que para os mais velhos é um momento importante. “Os mais idosos levam isto muito a sério. Para nós é um reviver, uma brincadeira, mas para eles não. Há pessoas que pegam na foice e tentam segar e eles vão logo explicar. Para eles pesou-lhe tanto ao longo de tantos anos, estarem em sol, com muito sacrifício, e hoje revivem isto com muito afinco”, referiu.

Depois da segada foi feita a malha, também manual. O transporte foi feito por burros. Numa aldeia com pouco mais de 20 habitantes, o festival vem trazer dinâmica, salienta o presidente da União das Freguesias de São Julião de Palácios e Deilão, Altino Pires. “Estamos a falar de uma aldeia onde vivem diariamente 26 pessoas. Ou seja, com um fim-de-semana destes estamos a quintuplicar a população que aqui vem. As casas de turismo rural estão todas cheias”.

A aldeia voltou assim a viver a tradição do ciclo do pão e a promover a cultura musical.

O Festival de Música e Tradição da Lombada contou ainda com workshops, jogos tradicionais, exposições e venda de artesanato e produtos da terra. Os grupos Charango, Fonte da Pipa e Brama animaram a aldeia. Para o ano comemora-se 25 anos do evento, que promete uma celebração em grande.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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