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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Falar precoce e falar tardio nas tradições do povo

 Acreditava-se antigamente no prodígio de haver crianças que falavam antes do tempo.
É verdadeiramente milagroso o facto narrado por Fernão Lopes e aproveitado por Luís de Camões nos «Lusíadas»:


Uma menina ter-se-ia levantando no berço, erguendo a voz a favor do Mestre de Avis (1).

Garcia de Resende, na Miscelânea e Variedade de Histórias, cita também um menino aparecido em Évora, que, não tendo atingido a idade de dois anos, entendia, falava e «era já bom latino».
Por seu lado as tradições populares, como o romance de Dona Silvana, vieram demonstrar-nos a existência da mesma tradição no meio do povo anónimo.
Perante as dificuldades observadas na fala das crianças era natural também que se imaginassem remédios para as debelar, arvorando-se santos patronos para defender a infância, entre eles S. Luís, que tem na freguesia de Sequeirô (Santo Tirso) a sua capelinha, aonde acudiam crianças dos arredores em busca da cura.
Quanto a Santa Clara a invocação é natural pois no seu culto o povo associou, como muitas vezes sucede, o nomen ao numen.
Entre os remédios citados o povo usa a água de chocalho e a água em que esteve de molho um bilro de fazer rendas, recurso explicável pela sonoridade do primeiro recurso e do movimento incessante do segundo instrumento.

(1) Crónica de D. João I por Fernão Lopes e Lusíadas, c. IV, est.ª Pelo Dr. Augusto César Pires de Lima

Fonte: “Guia oficial do I Congresso de Etnografia e Folclore” – Braga e Viana do Castelo – 22 a 25 de Junho de 1956 (texto editado e adaptado) | Imagem (meramente ilustrativa): “Ao serão” – António Christo Fragoso (“Boletim Fotográfico”, nº041 – 1903

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