No concelho de Miranda do Douro, António Meirinhos e Glória Fidalgo arregaçaram as mangas e recuperaram a antiga abadia de Vila Chã de Braciosa, para a converter na Casa d’Augusta, um projeto inovador de agroturismo, onde os hóspedes podem participar nas atividades agrícolas e no trato dos animais.
A origem desta casa remonta à idade Média, sendo referenciada nas inquirições afonsinas de 1258, como pertencendo à abadia de Vila Chã de Braciosa.
Em 1838, veio para o concelho de Miranda do Douro, o médico, Dr. António Antas de Barros, que naquele tempo deslocava-se a cavalo, de aldeia em aldeia, para atender às solicitações das pessoas. Amiúde, o serviço médico era pago com víveres e animais, como galinhas, cordeiros, vitelos, etc.. Para ter espaço para estes animais, a filha do médico, de nome Antónia Augusta, comprou a casa e a propriedade da abadia de Vila Chã de Braciosa, onde também se produzia cereal, azeite e vinho.
Segundo os atuais proprietários, António Meirinhos e Glória Fidalgo, até à década de 1980, esta quinta foi o pilar económico e social da aldeia, pelo trabalho e sustento que proporcionava à população local.
“Na quinta realizavam-se vários trabalhos agrícolas ao longo do ano, como as vindimas, a apanha da azeitona, o cultivo e a ceifa de cereais, assim como a criação de gado”, informaram.
Com o propósito de recuperar a abadia, em 2018, António Meirinhos e Glória Fidalgo iniciaram-se as obras de recuperação e em 2020, no começo da pandemia, a “Casa da Augusta” estava finalmente pronta para receber hóspedes.
“Atualmente, a agricultura de pequena escala não é sustentável, pelo que decidimos investir no agroturismo. A nossa ideia é que esta quinta volte a ser um motor de desenvolvimento económico e social da aldeia, ao atrair a vinda de turistas, que durante a sua estadia, possam interagir com a população, conhecer a nossa cultura e tradições e comprar produtos locais, como os hortícolas, o azeite, o mel, o fumeiro, o pão, etc.”, explicaram.
Para quem pretenda visitar Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, a “Casa da Augusta” dispõe de 8 suítes duplas, em três edifícios independentes: a Casa Loja dos Vitelos, Casa Palheiro e Casa da Abadia.
“Os turistas que nos visitam procuram o slow travel, isto é, procuram viajar devagar de modo a terem tempo para conhecer os locais, as tradições, a gastronomia, a história e as paisagens. Para proporcionar uma estadia inesquecível, cada uma das três casas da quinta está equipada com cozinha, sala, quartos e wc’s, de modo a que os hóspedes se sentiram verdadeiramente em casa”, disseram.
Questionados sobre o que há para ver e fazer em Vila Chã de Braciosa, os administradores da Casa d’Augusta – Agroturismo indicaram que na quinta, os hóspedes têm a oportunidade de participar nas tarefas agrícolas, como o plantar a horta, o semear e colher as batatas, nas vindimas e na apanha da azeitona, assim como no trato dos animais.
“Faz parte da nossa estratégia, mostrar as raças autóctones da região, como são os três Burros de Miranda e o cão de gado transmontano que vivem na quinta, onde também há galinhas, patos e um gato”, indicaram.
Durante a estadia na Terra de Miranda, os hóspedes da Casa d’Augusta têm ainda oportunidade de degustar a gastronomia mirandesa, contemplar a beleza natural dos miradouros sobre o rio Douro, conhecer as tradições locais e visitar a cidade histórica de Miranda do Douro.
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