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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Ameaçado: Lobo-ibérico vai ter novo programa nacional de conservação para os próximos 10 anos

 Um despacho do Ministério do Ambiente de 30 de Janeiro deu ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) três meses para apresentar um novo programa de medidas para conservar o lobo-ibérico, uma vez que o Plano de Ação para a Conservação do Lobo em Portugal “não teve o sucesso esperado”. Hoje restam quatro grandes núcleos populacionais desta espécie no nosso país.

Lobo-ibérico. Foto: Arturo de Frias Marques/Wiki Commons

“A situação populacional do lobo-ibérico em Portugal tem vindo a evoluir de forma desfavorável, pelo que importa rever e atualizar as estratégias que visam a sua conservação”, segundo o Despacho n.º 1392/2025, publicado a 30 de Janeiro e assinado pela ministra do Ambiente e da Energia Maria da Graça Carvalho.

Na verdade, os resultados do Censo do Lobo-Ibérico 2019/2021, divulgados em dezembro de 2024, mostram uma tendência de contração das áreas geográficas de distribuição da espécie que, no início do século xx, estava disseminada de norte a sul do país.

Hoje existem apenas quatro grandes núcleos populacionais de lobo: Peneda/Gerês, Alvão/Padrela, Bragança e Sul do Douro. Foram detetadas 58 alcateias (56 confirmadas, 2 prováveis). No censo anterior, realizado em 2002/2003, tinham sido detetadas 63 alcateias (51 confirmadas, 12 prováveis).

O número de alcateias detetadas sofreu uma ligeira redução, mas há tendências diferentes nos quatro núcleos populacionais. O núcleo da Peneda/Gerês registou um aumento significativo do número de alcateias, o que, em termos globais, compensou a diminuição verificada nos restantes núcleos. A diminuição do número de alcateias foi sobretudo evidente na área do núcleo de Alvão/Padrela, sendo também preocupante a redução registada na zona do Planalto Mirandês e a sul do rio Douro (onde apenas existirão 5 a 6 alcateias).

Actualmente, a população portuguesa representa 15% da população ibérica de lobo. No censo nacional, 17 das alcateias detetadas (29 %) têm territórios transfronteiriços, partilhados entre Portugal e Espanha.

Estima-se que a população de lobos em Portugal ronde os 300 animais, o que corresponde ao valor médio da estimativa de 190 a 390 lobos.

“A diminuição verificada da área de presença e do número de alcateias detetadas, bem como a instabilidade apresentada por estas ao longo dos últimos anos, poderá estar relacionada com a degradação e fragmentação do habitat decorrentes de alterações da paisagem, mas também de outros fatores. Há ainda um nível relevante de mortalidade por causas humanas face a conflitos com atividades socioeconómicas”, acrescenta o texto do despacho.

“Apesar de Portugal desenvolver esforços muito relevantes como o mecanismo de indemnização de prejuízos do lobo, não está a conseguir os resultados necessários para alcançar o estado de conservação favorável do lobo, compromisso assumido no âmbito da Convenção de Berna e da Diretiva Habitats”, sublinha o despacho.

O Plano de Ação para a Conservação do Lobo em Portugal, aprovado a 8 de Novembro de 2017, “não teve o sucesso esperado, pois visava alcançar o estado de conservação favorável”.

“Passados 7 anos sobre a sua aprovação, e tendo em conta os resultados agora disponibilizados pelo Censo do Lobo, importa proceder à avaliação e revisão deste plano com vista à obtenção de melhores resultados. É preciso inverter a dinâmica populacional desfavorável e assegurar que há maior eficácia na operacionalização de medidas e projetos, o que também implica uma maior afetação de recursos, designadamente financeiros.”

O Ministério do Ambiente e Energia defende “um novo ciclo de medidas dirigidas à proteção e restauro ecológico da população de lobo-ibérico em Portugal, no horizonte temporal de 10 anos, devendo ser previsto financiamento para iniciativas e projetos neste período, no âmbito de um programa a desenvolver”.

Para isso, o ICNF deve apresentar, no prazo de três meses, uma proposta de Programa Alcateia 2025-2035 para a Conservação da população de Lobo-Ibérico em Portugal. “Este deve prever medidas adicionais e prioridades de investimento com vista a alcançar um estado de conservação favorável” desta espécie.

A proposta deste programa será sujeita a consulta pública, por um período de 30 dias. Depois será aprovado por Resolução de Conselho de Ministro e incluirá uma previsão de financiamento plurianual para a sua implementação efetiva.

Helena Geraldes

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