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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 2 de agosto de 2025

Florestas da Europa perdem capacidade de absorver carbono, alerta estudo

 A quantidade de carbono absorvido pelas florestas da União Europeia caiu cerca de um terço numa década, alerta um novo estudo publicado a 30 de Julho na revista Nature.


As florestas são aliadas cruciais no combate às alterações climáticas. Ao absorver dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e armazená-lo sob a forma de carbono nos troncos, folhas, raízes e no solo, funcionam como verdadeiros sumidouros de carbono.

Atualmente, cobrem cerca de 40% do território da União Europeia (UE) e, entre 1990 e 2022, foram responsáveis por absorver aproximadamente 10% das emissões provenientes de atividades humanas.

Mas essa capacidade vital está em declínio. Um estudo liderado por Mirco Migliavacca, investigador do Joint Research Centre, com participação do CREAF e do CSIC, revelou que entre 2020 e 2022, as florestas europeias absorveram 332 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano, abaixo da média de 457 milhões de toneladas que absorveram entre 2010 e 2014. Estes dados baseiam-se no inventário europeu LULUCF (sigla para o uso do solo, mudanças na utilização do solo e florestas).

Esta redução põe em causa os compromissos climáticos da UE. De acordo com a sua meta de neutralidade carbónica até 2050, a UE deve garantir que, em 2030, o setor LULUCF absorva pelo menos 310 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano. Se a tendência atual se mantiver, esse objetivo poderá ser inalcançável, alertam os investigadores.

Estes apontam algumas razões para explicar o facto de as florestas estarem a captar menos carbono. Entre elas estão o aumento da exploração madeireira – devido à crescente procura de madeira na Europa e no mundo; os incêndios, tempestades e pragas – que, muitas vezes, levam a cortes prematuros para aproveitar a madeira morta ou queimada; a redução das campanhas de reflorestação; e as ondas de calor e secas que afetam a fotossíntese e diminuem a produtividade das árvores.

Além disso, estes fatores fragilizam as florestas a longo prazo, tornando-as mais vulneráveis a novas perturbações e aumentando a mortalidade florestal.

Os investigadores defendem uma gestão mais científica e diversificada das florestas europeias. O que implica promover florestas com idades e níveis de protecção diferentes, alternar zonas de produção sustentável com áreas de conservação estrita e proteger o carbono armazenado no ecossistema, isto é, em árvores vivas, madeira morta e no solo.

O estudo também deixa um alerta: a reflorestação não pode ser feita indiscriminadamente. A escassez de água limitará seriamente as novas plantações, sendo necessário escolher com rigor os locais com condições climáticas favoráveis para garantir o sucesso das futuras florestas.

Desde os anos 1950, a biomassa florestal da Europa triplicou, o que reforçou significativamente a capacidade de absorção de carbono. Esta recuperação foi possível graças à regeneração natural após a desflorestação da Segunda Guerra Mundial, à expansão das áreas florestais, à melhoria da gestão e à fertilização provocada pelo aumento de CO₂ atmosférico e da deposição de azoto.

Mas, alertam os investigadores, esses ganhos podem perder-se se não forem tomadas medidas urgentes para inverter a tendência atual.

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