Não deve haver nenhum Bragançano, que não se recorde, ou se não tenha cruzado com o Carlinhos da Sé excluindo, obviamennte, as gerações mais novas.
Da Sé, porque era ali, junto à Igreja e Praça da Sé que o Carlinhos, passava quase todo o seu tempo.
Não tinha família, na verdadeira acepção da palavra, já que esta o ignorava completamente. Sobrevivia da caridade dos Bragançanos e do abrigo acolhedor e possível, dado pelo Albergue da cidade. Faleceu há já alguns anos, mas muitos o recordam ainda! Meio tonto mas sempre alegre. Era um perigo, quando lhe puxavam pela língua. Tinha resposta sempre pronta e uma piada fina e cortante.
Um ano qualquer, era eu um jovem, no dia do Arraial das festas da cidade, lá estava ele, como sempre, encostado à parede na Praça da Sé, neste dia do lado da farmácia Mariano. Quando eu e a minha malta iamos passar, ele chama-me, tira um saco plástico com dinheiro do bolso do velho e rasgado casaco e diz-me: - Menino...conte-me este dinheiro...eram umas poucas de notas de 20 escudos...certamente bem mais dinheiro do que eu e o meu grupo tinhamos no bolso...
Aqui fica uma pequena homenagem...ao nosso Carlinhos da Sé.
HM
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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Carlinhos da Sé, era assim conhecido o Carlos do Carmo Quintana, irmão de meu avô paterno.
ResponderEliminarTinha família sim, e ninguém o ignorava ele apenas passava a maior parte do tempo refugiado pelas ruas da cidade e Bragança, porque assim entendia.
Era uma figura emblemática desta nossa terra que mereceu um lugar no museu abade baçal.
Merecia também ter uma Rua com o seu nome.
Absolutamente de acordo.
ResponderEliminarNão só ele, mas muitas outras figuras da nossa cidade. Mereciam serem relembradas, homenageadas e ficarem para sempre com uma marca indelével...um nome de rua no mínimo. Preferem (os poderosos) homenagear e dar nomes de ruas aos AMARICANOS, como chama esta malta, onde estou agora, aos que passam e eles não conhecem. Olha um Amaricano...
Opções!
sujestoes para nomes:
ResponderEliminarlaribau, salazar, stallone, troula, rita peixeira, a careca e obviamente o carlinhos da sé.
Carlinhos da Sé morava a 100 metros de mim, do lado de cima da linha do comboio com a familia do Quintana (que morreu no ultramar quando integrava o pelotao de um irmão meu. Uma familia muito modesta mas de cuja casa eu era visita. Infelizmente so me lembro do Zé (que encontrei na tropa e veio ter comigo) mas havia alem da senhora Amélia, uma avó e 3 ou 4 raparigas, aliás, lindas. Que estimavam, como todos nós o Carlinhos. Que esteja em Paz.
ResponderEliminarAo sá pinto disse...
ResponderEliminarSobre nomes que mereceram o nosso apreço e nos tocaram de alguma forma...
Falta um nome,não menos sonante que desempenhou um papel relevante na nossa sociedade
Então a GUALDINA !!! a quem os brigantinos têm muito a agradecer
DOMAFONSO
Alguém sabe, se o Carlinhos da Sé, era mesmo natural da cidade do Porto, ou se nasceu fora da cidade? Em que ano nasceu e em que ano faleceu?
ResponderEliminarHá dois Carlinhos da Sé. Este é de Bragança mas há outro Carlinhos da Sé no Porto que era transgénero e era vendedor de rua de lingerie feminina. Uma figura muito interessante. A história dele saiu hoje no jornal Público Porto.
ResponderEliminarSe não me engano estava na praça dos leões
EliminarConheci bem o Carlinhos da Sé nos anos 60, era uma boa pessoa e vendedor ambulante de artigos femininos
ResponderEliminarNão sei donde ele era nem em que ano nasceu. Que descanse em paz!