Não deve haver nenhum Bragançano, que não se recorde, ou se não tenha cruzado com o Carlinhos da Sé excluindo, obviamennte, as gerações mais novas.
Da Sé, porque era ali, junto à Igreja e Praça da Sé que o Carlinhos, passava quase todo o seu tempo.
Não tinha família, na verdadeira acepção da palavra, já que esta o ignorava completamente. Sobrevivia da caridade dos Bragançanos e do abrigo acolhedor e possível, dado pelo Albergue da cidade. Faleceu há já alguns anos, mas muitos o recordam ainda! Meio tonto mas sempre alegre. Era um perigo, quando lhe puxavam pela língua. Tinha resposta sempre pronta e uma piada fina e cortante.
Um ano qualquer, era eu um jovem, no dia do Arraial das festas da cidade, lá estava ele, como sempre, encostado à parede na Praça da Sé, neste dia do lado da farmácia Mariano. Quando eu e a minha malta iamos passar, ele chama-me, tira um saco plástico com dinheiro do bolso do velho e rasgado casaco e diz-me: - Menino...conte-me este dinheiro...eram umas poucas de notas de 20 escudos...certamente bem mais dinheiro do que eu e o meu grupo tinhamos no bolso...
Aqui fica uma pequena homenagem...ao nosso Carlinhos da Sé.
HM
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
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Carlinhos da Sé, era assim conhecido o Carlos do Carmo Quintana, irmão de meu avô paterno.
ResponderEliminarTinha família sim, e ninguém o ignorava ele apenas passava a maior parte do tempo refugiado pelas ruas da cidade e Bragança, porque assim entendia.
Era uma figura emblemática desta nossa terra que mereceu um lugar no museu abade baçal.
Merecia também ter uma Rua com o seu nome.
Absolutamente de acordo.
ResponderEliminarNão só ele, mas muitas outras figuras da nossa cidade. Mereciam serem relembradas, homenageadas e ficarem para sempre com uma marca indelével...um nome de rua no mínimo. Preferem (os poderosos) homenagear e dar nomes de ruas aos AMARICANOS, como chama esta malta, onde estou agora, aos que passam e eles não conhecem. Olha um Amaricano...
Opções!
sujestoes para nomes:
ResponderEliminarlaribau, salazar, stallone, troula, rita peixeira, a careca e obviamente o carlinhos da sé.
Carlinhos da Sé morava a 100 metros de mim, do lado de cima da linha do comboio com a familia do Quintana (que morreu no ultramar quando integrava o pelotao de um irmão meu. Uma familia muito modesta mas de cuja casa eu era visita. Infelizmente so me lembro do Zé (que encontrei na tropa e veio ter comigo) mas havia alem da senhora Amélia, uma avó e 3 ou 4 raparigas, aliás, lindas. Que estimavam, como todos nós o Carlinhos. Que esteja em Paz.
ResponderEliminarAo sá pinto disse...
ResponderEliminarSobre nomes que mereceram o nosso apreço e nos tocaram de alguma forma...
Falta um nome,não menos sonante que desempenhou um papel relevante na nossa sociedade
Então a GUALDINA !!! a quem os brigantinos têm muito a agradecer
DOMAFONSO
Alguém sabe, se o Carlinhos da Sé, era mesmo natural da cidade do Porto, ou se nasceu fora da cidade? Em que ano nasceu e em que ano faleceu?
ResponderEliminarHá dois Carlinhos da Sé. Este é de Bragança mas há outro Carlinhos da Sé no Porto que era transgénero e era vendedor de rua de lingerie feminina. Uma figura muito interessante. A história dele saiu hoje no jornal Público Porto.
ResponderEliminarSe não me engano estava na praça dos leões
EliminarConheci bem o Carlinhos da Sé nos anos 60, era uma boa pessoa e vendedor ambulante de artigos femininos
ResponderEliminarNão sei donde ele era nem em que ano nasceu. Que descanse em paz!