Uma genuína adopção dos princípios subjacentes ao protocolo de Quioto exige que a diminuição da emissão de CO2 em Portugal seja conseguida através da adopção de um conjunto de medidas custo-eficazes já estudadas ao nível da indústria, transportes e habitação, do incentivo às energias renováveis (nomeadamente solar e eólica), à economia de energia e à expansão da rede eléctrica, evitando-se recorrer à construção de novas grandes barragens.
A importância natural do vale do rio Sabor justifica amplamente a sua classificação como área protegida de interesse nacional. Além disso, numa conjuntura internacional cada vez mais favorável a um desenvolvimento local e regional integrado, respeitando e valorizando todas as valências do território, as paisagens únicas deste vale, a sua rica fauna e flora, as excelentes condições do rio para a prática de desportos de águas bravas e o património histórico e cultural associado, constituem recursos valiosos para um turismo de contacto com a natureza e para uma aposta inovadora e inteligente no desenvolvimento sustentável.
Pelo contrário, a construção da barragem do Baixo Sabor significa a destruição irreversível de culturas prioritárias, como o vale de Felgar – uma das zonas mais férteis de toda a província de Trás-os-Montes – onde se produz anualmente cerca de 60.000 litros de azeite de elevada qualidade, e importantes valores naturais e culturais da região, promovendo o abandono progressivo dos territórios rurais, bem exemplificado na vizinha barragem do Pocinho, cuja povoação se encontra em estado de quase abandono e bastante deteriorada.
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