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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Castanha - Fileira defende aumento da área de produção e incentivo ao consumo interno

Este não está a ser um ano de excelência para o sector da castanha. Em Trás-os-Montes e Alto Alentejo as condições climatéricas não ajudaram à produção. Uma quebra numa fileira que rende anualmente cerca de 50 a 60 milhões de euros. Castanha que, na sua maioria, segue a via da exportação. Incentivar o consumo interno e aumentar a área de produção são objectivos expressos por alguns dos responsáveis do sector.
Nuno Neves, presidente da Cooperativa Agrícola dos Cerealicultores de Porto Espada, em Marvão, explica que este ano a produção no norte alentejano registou uma «pequena quebra em quantidade mas a qualidade melhorou». Tal deveu-se «a condições climatéricas anormais. «Neste momento a produção está estabilizada nos 80 toneladas só em Marvão», afiança.

Mais a Norte, José Gomes Laranjo, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e coordenador-geral da rede nacional da fileira da castanha (RefCast), corrobora a tese da quebra na produção na região.
«A produção este ano está em quebra, sobretudo, devido às condições climatéricas que temos tido. Quando tudo levava a crer que ia ser um ano extraordinário da castanha, porque tivemos um Verão relativamente ameno, vieram os meses de Setembro e Outubro quentes e sem chuva. Não ajudou nada», realça.
O mesmo responsável vinca que a produção pode até descer para metade dos valores anuais. «Normalmente há uma grande divergência entre os valores das estatísticas e os reais. E valores que entendemos como reais para a produção são na ordem das 50 mil toneladas, por ano em Trás-os-Montes, o que corresponde a 85% da produção nacional», recorda José Gomes Laranjo.
E tudo isto, sublinha, «vai reflectir-se no valor nacional, no rendimento dos agricultores e na nossa capacidade exportadora».
Por seu turno, Gilberto Baptista, Grão-Mestre da Confraria Ibérica da Castanha, fala numa quebra na produção da castanha nesta época de 2011 em Trás-os-Montes, apontando, neste caso, uma queda de 30% da produção em relação a 2010, «o que representa uma queda de 8 mil toneladas».
Gilberto Baptista recorda que, de acordo com os dados disponibilizados recentemente pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, a fileira da castanha «vale cerca de 56 milhões de euros anualmente».
A importância do sector :
A exportação no sector tem crescido nos últimos anos, sendo que os mercados externos de excelência estão concentrados na Europa - França, Alemanha e Itália - e cada vez mais nos Estados Unidos, Brasil e Canadá, como explicam os responsáveis da fileira.
Nuno Neves refere a falta de apoios ao sector, «fundamentais para potenciar a fileira. Neste momento não há apoios do Ministério da Agricultura, nem de outras entidades, talvez porque o escoamento do produto esteja assegurado e concentrado em dois ou três pontos do país», critica.
E refere que as principais dificuldades «passam por tentar preservar os soutos antigos centenários que estão a ser atacados por algumas doenças, como o cancro do castanheiro».
Nuno Neves apela por isso à criação de «circuitos nacionais de comercialização mais eficazes» de forma a permitir criar valor à castanha e transformá-la também para outros produtos alimentares.
Por sua vez, José Gomes Laranjo que por diversas vezes já chamou à castanha o «o petróleo de Trás-os-Montes», salienta que o fruto «é cada vez mais um produto de exportação. As nossas variedades são de excelente qualidade. Além disso, têm uma forte procura, quer para a transformação ou consumo em fresco nos países europeus, como França e Itália, quer para o mercado dos nossos emigrantes - o “mercado da saudade”, como lhe chamamos», realça.
Para o docente da UTAD «há uma dinâmica muito forte em Portugal em torno da fileira da castanha». Porém, considera que «temos feito pouco face àquilo que poderíamos fazer tendo em conta o potencial desta riqueza».
Para José Gomes Laranjo, «falta imagem à fileira» tal como existe, por exemplo, em relação ao sobreiro e à vinha. Os decisores políticos não olham para o castanheiro da mesma maneira que olham para estes dois sectores», critica. De acordo com José Laranjo há que aumentar a área de produção (perto de 35 mil hectares estão ocupados com souto, com as propriedades a terem em média 1 hectare e meio), incentivar o consumo em Portugal, fora da época da apanha, e apostar na transformação.
Por fim, também Gilberto Baptista, Grão-Mestre da Confraria Ibérica da Castanha, considera que é fundamental «não abandonar do cultivo», sobretudo pelo valor económico que a fileira gera, como também «a recuperação e humanização da paisagem e o desenvolvimento da gastronomia».
Recorde-se que neste momento está em fase de criação a Federação Europeia da Castanha. A nível nacional é representada por José Gomes Laranjo. Os seus órgãos sociais deverão tomar posse em Setembro de 2012.
Ana Clara

in:cafeportugal.net

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