Escolas, transportes e alguns serviços públicos foram os mais afectados pela greve geral de hoje, apesar de a adesão dos trabalhadores ter sido inferior à do ano passado. No serviço de transportes urbanos de Bragança, por exemplo, quatro das 12 linhas ficaram em terra.
Mesmo assim, alguns utentes sentiram constrangimentos, como foi o caso de José António Costa, que pretendia ir ao hospital de Bragança, mas não teve autocarro.
“Queria ir ver uma irmã minha e tive de ir a pé. A greve é boa, para ver se dão mais dinheiro, porque há poucos. Mas os que precisam de trabalhar, trabalham, os outros estão na cama a olhar para as estrelas.”
A escola primária de Quintanilha foi a única a encerrar completamente devido à greve.
Na cidade, a Secundária Abade de Baçal, com 39 por cento, foi a mais afectada.
Já no Agrupamento Augusto Moreno, onde se registou uma adesão de quase sete por cento, foram as turmas do primeiro ciclo as mais afectadas, o que causou algum transtorno aos pais, como foi o caso de Luís Diegues.
“Causa um certo embaraço, porque a minha mulher já estava a trabalhar. Um de nós vai ter de faltar ao trabalho para ficar coma criança. Concordo com a greve mas não vou aderir.”
Já no Agrupamento Paulo Quintela a adesão foi residual, com 1,7 por cento de funcionários em greve.
Na câmara de Bragança, a adesão ronda os 15 por cento.
Pelo contrário, houve outros serviços públicos bastante afectados, com oé o caso do IMTT, que está encerrado, tal como o Registo Predial.
O tribunal de Bragança está com os serviços mínimos, com 90 por cento de adesão na secretaria.No serviço de finanças, a Tesouraria está também paralisada, deixando alguns utentes descontentes.
“Disseram que hoje não estava ao serviço o pagamento, só amanhã. Resido no estrangeiro, queria ir embora hoje e não posso”, sublinha um dos utentes.
Nos CTT, quatro dos sete funcionários da estação de correios fizeram greve, tal como sete dos 17 funcionários do quadro da empresa que trabalham em Bragança.
Na saúde, os sindicatos referem uma paralisação completa dos enfermeiros do hospital de Mirandela durante a noite, 76 por cento em Bragança. Já esta manhã, a adesão rondou os 55 por cento em Mirandela e Bragança. Nos centros de saúde, em Bragança cerca de 30 por cento dos enfermeiros pararam, enquanto o de Vinhais registou cinco dos 16 enfermeiros em greve. Em Mirandela, não ultrapassou os 23 por cento.
Para Antónia Alves, do Sindicato dos Enfermeiros portugueses foi o medo a fazer baixar os números.
“Não houve uma adesão muito grande mas também, o medo, com os despedimentos que tem havido, entendo perfeitamente porque é que os contratados não aderem à greve. Nos centros de saúde esperava-se uma adesão melhor”, admite.
Já Nuno Barreira, da União de Sindicatos de Bragança, diz que os cortes salariais fizeram com que muitos trabalhadores não aderissem pelo transtorno de perderem mais um dia de salário.
“Houve trabalhadores que resolveram fazer face a isto tudo aderindo à greve. Outros, fruto dos fracos vencimentos, monetariamente não tinham condições de fazer greve.”
Já a ligação aérea entre Bragança e Lisboa ficou hoje em terra, mas devido à greve dos controladores no aeroporto de Lisboa.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt
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