Na iniciativa promovida pela associação Rionor, em Bragança, o especialista em conservação da vida no mundo rural sustentou que a gestão da natureza não pode fixar-se apenas nas espécies animais e esquecer a humana. "A partir dos anos 70, toda a teoria de conservação da natureza se fixa sobretudo nas espécies, mas não se fixa na espécie fundamental que é o homem. No futuro vai ser fundamental que devolvamos à aldeia a função que tinha".
Jaime Izquierdo Vallina frisa ainda que a cidade tem desprezado a aldeia, mas considera que a promoção dos produtos das aldeias e o teletrabalho são possibilidades para dinamizar o mundo rural. "Se houver condições, as aldeias podem comunicar com o resto do mundo. Não há nenhum limite para produzir, se não a própria criatividade".
Francisco Alves, presidente da associação Rionor, diz que é preciso avançar com um novo paradigma para a conservação da natureza e do ambiente, que deve nascer de uma aproximação entre a aldeia e a cidade. "A cidade não pode abandonar o campo, que tem que ter pessoas lá, mas com dignidade. Não queremos que as aldeias e a agricultura de subsistência seja como era antigamente, trabalho de escravo. Tem que haver e há alternativas. As aldeias têm que ter as actividades ligadas à agricultura, à floresta e à pecuária, a par de outras, como as energias renováveis e turismo de natureza".
A Associação Rionor assinou também a adesão à rede de entidades para uma nova economia para as povoações pequenas, promovida pelo Governo das Astúrias e pela Sociedade de Estudos Bascos e destinada a fomentar modelos de desenvolvimento que recuperem as aldeias como unidades gestoras do território.
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