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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Circuito Turístico de São Bartolomeu

 
As grandes obras implicam sonho e sacrifício. O sonho em conjunto com os outros torna-se realidade [John Lennon], e o sacrifício acaba por se encontrar a mais bela e valiosa das recompensas [Agostinho da Silva], a obra nascente. Em Bragança, na década de 1940, surgiu o circuito turístico de São Bartolomeu, de um sonho tornado realidade, graças ao esforço coletivo, encabeçado por Dias Parente, que envolveu o Município, o Governo Civil, a Diocese, os mordomos e a população em geral.

Já em 1872 se dizia, de um troço da atual Estrada de Turismo [N 217-1]: “Bragança não tem em seus arredores local mais aprazível, nem recreativo e, seria muito útil até para louvar que a Câmara Municipal, um dia, se lembrasse de mandar limpar-lhe as pedras, desviar-lhe as águas, que o arruínam, fazendo assim transitável um dos principais caminhos das avenidas da cidade” [“A Confraria”, 1872, 8 a 10].
A 9 de agosto de 1942, Manuel António Pires, presidente do município descrevia planeando: “o lindíssimo panorama da cidade de Bragança, vista de um plano superior [Estrada de Turismo], está destinada a tornar-se, dentro em pouco, um dos passeios mais preferidos, dos seus habitantes, local apropriado, para certames automobilísticos [AHCMBGC, Lv.40, 246, 247]. E, assim aconteceu! Neste circuito decorrem provas automobilísticas, motorizadas e velocipédicas, embora se presuma que o troço nunca tenha sido homologado para tal [INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL, 01/08/2017].
O ponto central é o monte São Bartolomeu, polo de atratividade turística que se qualificou nas suas estruturas, dotou-se de outras, para possibilitar a distensão, o lazer e o acolhimento. Continuava o autarca: “não seria descabido que se promovesse o embelezamento natural daquele sítio, já considerado de turismo, por meio de arborização, compostura da capela, […] um barracão que pudesse portar-se para abrigo dos visitantes, proporcionando-lhes também caminhos acessíveis para carros e peões, podendo até para estes construir-se um «escadório», que ficaria interessante, de ligação da mesma estrada e, do referido local. Proponho, portanto, que este aspeto seja submetido à apreciação da Comissão de Turismo, encarregando-a simultaneamente da elaboração de um plano de obras que, embora modestos, satisfaçam os justos fins que se têm em vista” [Ibidem].
O circuito turístico foi pensado de forma global, como hoje raramente se faz, para ser um polo de atração turística. Conclui-se com o arranjo da capela de São Bartolomeu, a arborização, os caminhos para carros e peões, o mirante, a casa da mordomia no ano de 1947 (Mensageiro de Bragança [MB], 111,1944), o coreto do concurso pecuário em 1948, a estrada em 1948/49 [MB, 204, 1947, 2], o «escadório» em 1949 [MB, 261, 1949, 4], a Pousada em 1960? [MB, 791, 1959, 4]. Apesar do modesto plano de obras, por causa da II Guerra Mundial, a edilidade e os brigantinos não deixaram por concluir o emblemático circuito turístico, apenas “pelos justos fins que se tinham em vista” [MB, 936, 1962, 6]. E hoje, como evoluiu esta estância?

Pe. Estevinho Pires

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