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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Algumas Lendas do Concelho de Macedo de Cavaleiros

O tesouro da serra de Bornes

Versão A:
Segundo os antigos, quando os mouros abandonaram a serra de Bornes, no concelho de Macedo de Cavaleiros, deixaram lá enterrado um grande tesouro. E dizem também que no sítio onde ele está enterrado passa um braço de mar.
Já muitos lá têm ido procurar o tesouro. Esgaravatam aqui, escavam ali, mas todos desistem sempre com medo de encontrarem primeiro o braço de mar. É que se isso acontecesse ficaria tudo alagado.

Versão B (A fraga dos Corvos):
Há também uma grande fraga em Vilar do Monte, a que chamam a Fraga dos Corvos. Diziam os antigos que aquela fraga segura um braço de mar que está debaixo da serra de Bornes, e que prestes ao fim do mundo o mar vai rebentar por ali e inundar tudo sete léguas em redor.
Nesta fraga antigamente viviam os mouros, que fizeram uma passagem subterrânea até à aldeia de Chacim, a uns quatro quilómetros de distância, a qual permitia que os mouros de Chacim e de Vilar do Monte se encontrassem. Nessa passagem nunca ninguém conseguiu entrar, pois se alguém o tentasse a luz que levava imediatamente se apagava.

Fonte – versão A: Inf. Maria Virgínia Pires Torres, 38 anos; rec.: Castelãos, Macedo de Cavaleiros, 2000. Fonte – versão B: Inf.: Maria do Rosário Pinto, 34 anos; rec.: Macedo de Cavaleiros, 1999.

Os mouros do Monte de Morais

Antigamente a aldeia de Morais ficava situada no lugar da Senhora do Monte, onde ainda existem as ruínas da igreja. Diziam os antigos que os habitantes tiveram de sair de lá, pois os mouros, que viviam no cimo do monte, atiravam-lhes com enormes pedras e bolas de ferro, destruindo as casas da povoação e a igreja.
Os habitantes resolveram então ir construir as suas casas no sopé do monte, em lugar abrigado, dando origem à aldeia de Morais. Tiveram de abandonar a igreja, mas, ao menos, não voltaram a ser incomodados pelos mouros.
Dizem também que aos mouros do Monte de Morais nunca ninguém os via, pois tinham lá uma entrada que dava para debaixo da terra, onde desapareciam com os seus cavalos.

Fonte: Inf.: Ana Lázaro, 75 anos, 2001; rec.: Morais, Macedo de Cavaleiros, 2000.

O Zé-da-moura

Conta-se que os mouros que viviam no Monte de Morais, quando foram expulsos destas terras, uns iam doentes, outros feridos, e muitos não aguentaram a fuga. Entre eles estava uma jovem moura, que, de tão cansada, acabou por esconder-se numas fragas e lá ficou.
Mais tarde, andava por ali um caçador, que a encontrou. Ao vê-la cheia de medo, apiedou-se dela e levou-a para sua aldeia, recolhendo-a em sua casa. E como era rapaz solteiro, resolveu casar com ela, mesmo enfrentando o falatório dos seus vizinhos, que andavam sempre a dizer:
– O Zé casou com uma moura! O Zé casou com uma moura!
Ficou por isso conhecido por “Zé-da-moura”. Depois tiveram muitos filhos e dizem que foi assim que nasceu a família dos Mouras, um apelido muito conhecido na região e que perdura há muitas gerações.

Fonte: Inf.: Alzira Correia Alves da Veiga, 67 anos; rec.: Bagueixe, Macedo de Cavaleiros, 2001.

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