Foram descobertas novas pinturas rupestres na Serra dos Passos, no concelho de Mirandela. Têm aproximadamente 5 mil anos, e a sua descoberta aconteceu em trabalhos de prospecção efectuados pela arqueóloga Henriqueta Cepeda que integra a equipa multidisciplinar do projecto Sistmir da Câmara de Mirandela.
Os trabalhos de prospecção têm sido efectuados no âmbito do projecto Sistmir da Câmara de Mirandela.
A Serra dos Passos foi um dos lugares escolhidos para habitat dos primeiros povos que viveram nesta região. Testemunho disso, são os povoados e abrigos naturais como o Buraco da Pala, a Mãe de Água, o Castelo dos Passos e o Rei de Orelhão. Neste locais já foram encontrados utensílios e manifestações artísticas, que se encontram disseminados nas escarpas que ladeiam o Regato das Bouças. Foi precisamente neste último local que foi identificado um novo abrigo, ao qual foi dado o nome de “Abrigo 10”. Estas pinturas têm aproximadamente 5 mil anos, e a sua descoberta deve-se à arqueóloga Maria de Jesus Sanches. Isidro Gomes, também arqueólogo, do município de Mirandela, revela que a Serra dos Passos tem ainda muito mais para descobrir.
“Estamos a alargar a área do Regato das Bouças e descobrimos novas pinturas. Os motivos são diferentes dos que existiam. São árvores, que simboliza reacções naquele tempo”, explica.
Já durante o ano de 2010, em prospecções efectuadas ao abrigo do Projecto SISTMIR, foram identificados quatro novos abrigos “só no espaço de dez metros”. “Significa que se alargarmos para 50 metros poderão aparecer mais abrigos. O que tem os motivos que nos surpreenderam está virado para Norte, o que não é muito normal”, sublinha.
Actualmente ainda não existe um percurso turístico que permita dar a conhecer estes achados, mas segundo Isidro Gomes, poderá ser criado brevemente. “Já existe um conhecimento do que há. A partir daqui tudo se vai encaminhar para outros passos. Enquanto não houver uma estrutura museológica, as pessoas não se encaminham para lá”, frisa.
O arqueólogo adianta ainda que estas descobertas de arte rupestre na Serra dos Passos poderão ser englobadas num corredor de interesse arqueológico que ligará às gravuras do Côa e a estações arqueológicas em Espanha.
Escrito por CIR
in:brigantia.pt
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Com interesse e alguma emoção recebi esta notícia. mas também com alguma nostalgia, recordando uns tempos que passei na aldeia de Passos e subi à serra na companhia do senhor Agripino, um aldeão,ferroviário reformado e autodidata nestas coisas de história arqueológica. Ele, "exibia" com muito saber e principalmente carinho, os seus achados arqueológicos, levando-nos por trilhos e veredas onde quase só as cabras eram capazes de passar. Vimos, quase incrédulos, pinturas rupestres em duas grutas,"abrigos naturais", dos nossos antepassados que por aqui andaram. Mas havia mais, segundo ele dizia.
ResponderEliminarO sr. Agripino dizia na altura que não queria grande divulgação daqueles achados porque poderia "vir alguém e aproveitar-se ou até destruir esse património", já tinha escrito várias vezes para o IPPAR e outras entidades, mas ninguém lhe dava resposta. sentia-se este senhor angustiado por tal abandono.
Não sei se ainda é vivo, Deus queira que sim, mas esteja onde estiver, de certeza que se sentirá feliz por finalmente alguém ter descoberto: "O bacalhau demolhado".
Já lá vão quase 20 anos desde que eu conheci este senhor, já era ele entradote na idade, mas com uma força e vontade de viver enormes. Por isso ele ainda deve andar por lá.
Um abraço e castanhas assadas com a devida geropiga.
J. Higino