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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Porque começa o ano a 1 de janeiro?

A decisão de começar o ano a 1 de janeiro teve origem na Roma antiga, no século II a.C.. Contudo, durante a Idade Média o início do ano celebrava-se no Natal, na Encarnação ou na Páscoa. A história do nosso calendário, o mais usado do mundo, é o resultado de aproximações sucessivas entre o ano civil e o ano astronómico que marca as estações.
O dia e o ano correspondem aos movimentos da Terra sobre si mesma e à volta do sol. O mês é uma unidade baseada no movimento da Lua e é a base do calendário lunar. A semana é uma unidade intermédia que corresponde aproximadamente a uma fase lunar.
O nosso calendário atual tem origem no calendário romano. Na antiga Roma, o ano era constituído por dez meses: Martius (dedicado a Marte), Aprilis (do latim aperire, abrir), Maius (pela deusa Maia), Junius (por Juno), Quintilis (o mês quinto), Sextilis (sexto), September (sétimo), October (oitavo), November (nono) e December (décimo).
O ano começava no primeiro dia de março sob os presságios do deus guerreiro. Esta data marcava o início das campanhas militares. Como o ano civil tinha menos dias que o ano solar, os primeiros dias do ano coincidiam com estações diferentes o que causava grandes inconvenientes às campanhas. Para evitar este problema eram intercalados meses adicionais periodicamente. Contudo, esta situação provocou o caos nas organizações uma vez que os responsáveis do calendário alargavam e encurtavam os anos arbitrariamente para prolongar a magistratura dos seus amigos e reduzir a dos outros.
Numa Pompilius adicionou dois meses no fim do ano, Ianarius (dedicado a Jano, mês 11) e Februarius (de februare, purificação, mês 12) e, desta forma, conseguiu colocar o calendário ao mesmo ritmo que as estações do ano. Em meados do século II a.C. o início do ano foi instaurado a 1 de janeiro em vez de 1 de março para ser realizada a nomeação dos cônsules dois meses antes do início das campanhas militares.
Com estes meses adicionais o ano passou a ter 355 dias. Mesmo assim, ainda era muito curto relativamente ao ano solar. Ocasionalmente introduzia-se um décimo terceiro mês que também continuava sujeito a manipulações por interesses económicos ou políticos.
Foi Júlio César que em 45 a.C. decidiu realizar uma reforma definitiva do calendário. Sosígenes, um prestigiado astrónomo grego que vivia em Alexandria ficou encarregue deste trabalho.
Sosígenes fixou a duração total do ano em 365.25 dias em média, valor que apresenta uma margem de erro de 11 minutos. Como era conveniente que o calendário tivesse um número interior de dias estipulou que o ano tinha 365 dias e para que não se acumulasse um desvio com as estações do ano decidiu intercalar um dia extra de quatro em quatro anos.
Posteriormente o mês Quintilus foi batizado por Julius (julho), em honra de Júlio César e o Sextius passou a chamar-se Augustus ( por Augusto). Setembro, outubro, novembro e dezembro mantiveram os seus nomes apesar de atualmente parecerem inadequados.
Este calendário, denominado juliano em memória de Júlio César permaneceu válido durante mais de desasseis séculos. No entanto, durante muitos destes séculos os católicos resistiram a celebrar o princípio do ano em janeiro. Dependendo do estado europeu, o ano começava no Natal, Encarnação ou Páscoa. Em poucos estados o ano começava a 1 de janeiro. O início do ano neste dia só passou a ser obrigatório em vários estados europeus a partir do século XVI.
Ao longo dos séculos, os 11 minutos não contabilizados por Sosígenes geraram um desvio muito significativo entre o ano civil e as estações do ano. No final do século XVI, apesar de uma correção introduzida a 325 d.C. no Concílio de Niceia, o equinócio da primavera (muito importante para a igreja porque define a data da Páscoa) caiu a 11 de Março, dez dias antes da data que a Igreja tinha imposto em Niceia. Esta situação levou a que o papa Gregorio XIII realizasse uma importante reforma em 1582, encurtando o ano em 10 dias, de 5 a 14 de Outubro de 1582. A medição do ano solar foi corrigida (365.2425 anos) e ficou estipulado que para um ano secular ser bissexto tem de ser múltiplo de 400. Deste modo, evita-se o atraso de três dias em cada quatrocentos anos que existia no calendário juliano. O calendário gregoriano está em vigor até hoje.

Isabel Palma
in:naturlink.sapo.pt

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