Eu, no papel do Fidalgo, no final dos anos 70. A representação teve lugar no Cine-Teatro Torralta e... estava apinhado de público, como sempre, nesses tempos. |
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente
Anjos e diabos fazem parte da cultura popular, seja ela portuguesa ou de outra geografia qualquer. Depois deste Auto da Barca do Inferno, também uma Alcoviteira, um Judeu, um Magistrado, um Fidalgo e um inesquecível Parvo passaram a estar presentes nas bocas de todos.
Numa época em que a arte literária se começava a apurar (século XV e o arranque da aventura dos Descobrimentos serviam de inspiração), Gil Vicente era uma voz única e sonora quanto baste na corte portuguesa. As suas peças de teatro são um quadro apurado de um outro Portugal, em que as personagens-tipo conseguiam concentrar em si todos os defeitos e todas as ( poucas, segundo Gil Vicente) qualidades das várias classes sociais. Neste Auto atingiu o zénite e a história é tão simples, quanto os diálogos são influentes... e contundentes. Na travessia de barca que sucede o último fôlego, um Anjo e um Diabo preparam o julgamento e é nestas argumentações, por vezes ridículas, por vezes sérias demais, que descobrimos os destinos dos personagens. No fim, porque a moral é implacável e os pecados têm que ser redimidos, o destino de quase todos é o mesmo: as portas do Inferno abrem-se para a maioria. Cinco séculos depois da sua primeira apresentação pública, o Auto da Barca do Inferno continua a cumprir o seu objectivo de moralizar, de ensinar e de, porque afinal de contas Portugal continua o mesmo, satirizar a realidade.
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