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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Um Natal dos simples...

O Natal, era igualzinho ao que é descrito nos livros e no cinema. Calor humano, expectativa pelos presentes, filhós e rabanadas e a família reunida. A família e os vizinhos. A partilha era intensa e permanente e éramos todos família.
Num Natal, o “Pai Natal” foi generoso comigo. Para variar era um Natal muito branco e frio. Mas isso não me impediu de ir acordar o Nuno logo de manhãzinha para irmos brincar aos Cowboys e aos Índios.
O “Pai Natal” tinha-me metido no sapatinho duas pistolas plásticas (daquele plástico duro) com os respectivos coldres, mais uma estrela de xerife e ainda uma nota de vinte escudos. Loucura completa!
E lá andávamos, eu e o Nuno, aos tiros à volta da casa. A neve ajudava a escapar aos tiros, escondíamos-nos, fazíamos simulações qual Texas Jack ou David Crocket. Com o novo equipamento, estava bom de ver que eu era o Cowboy e ele o Índio. 
Eis quando... fora do guião, o Nuno improvisou e atacou-me traiçoeiramente. Com uma rasteira fez-me cair e partir uma das pistolas. Injustiçado, procurei vingança através de uma pedrada mal direccionada. 
Parti o vidro da janela do meu quarto. Ao olhar melhor para o efeito da minha tentativa, frustrada, de "vingança", vi o rosto do meu Pai. Não vi só o rosto, vi também o dedo indicador dele a sinalizar que o meu próximo passo era ir a casa…
E, eu fui que remédio.
A coisa não correu muito mal, podia ter sido bem pior:
- Passa para cá os vinte paus para pagar o vidro. Como era Natal livrei-me de uma lambada.
Moral da história:
Um Natal tão profícuo em prendas desvaneceu-se em minutos. 
Nem pistola nem os vinte paus. 
Paciência, era a vida.





HM

1 comentário:

  1. Bem com este post chorei ...
    A época do ano que eu mais gostava.
    Até que um dia a minha mãe partiu...
    E nunca mais tive esse natal, puro e lindo...
    Sabes amigo, já tentei reproduzir o meu natal de infância e fui um fracasso, ou melhor não consegui.... faltava tanta coisa , tantos cheiros, tantos sabores .....
    que frustração
    bem hajas Henrique
    beijinhos

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