"Dantes mandavam-se os distraídos apanhar gambuzinos, agora mandam-se também, mas em “cenas tipo” modernas, em jogos eletrónicos com gráficos altamente e movimentações impossíveis, muito ao gosto dos Pokémons busters."
Meus amigos, ando preocupado com esta modernice dos Pokémons.
- Não deves ter mais nada com que te preocupar - direis vós, amigos leitores.
Por acaso até tenho mas mal seria que usasse estas poucas linhas que partilho convosco à sexta-feira para vos maçar com as minhas intermitências emocionais.
É definitivo! Anda tudo louco. Na última semana, os jornais televisivos não falam de outra coisa: a febre instalada pelo jogo eletrónico para diapositivos móveis - Pokémon Go. Temos visto um pouco de tudo. Tudo bem, diziam-me há dias, é só um jogo eletrónico, mas pensem lá comigo:
- é normal abandonar um carro em plena via pública e correr atrás de uma figurinha imaginária?
- é aceitável percorrer espaços públicos, de smartphone em punho, atrás de coisinhas às cores?
- é seguro abstrairmo-nos de tudo à nossa volta e desenvolver uma perseguição obsessiva por monstrinhos irrequietos?
- será preocupante ver centenas de maduro(a)s de barba rija e peito feito, correrem atrás destes gambuzinos da era moderna?
Não é normal, aceita-se mas estranha-se, não é seguro e é mesmo preocupante. Dos Estados Unidos, Terra de oportunidades mas também terreno fértil da futilidade, chegam estas modas à Europa que dá sinais de se desagregar mas que se recreia com joguinhos estupidificantes.
Já sabemos que estas modas são efémeras, partem com a mesma velocidade que nos invadem as vidas. Entretanto, enquanto o antipirético da razão não faz efeito, lendo os jornais, vamos alargando a nossa “informação inútil”. O Jornal de Notícias, na sua edição de 18 de Julho, refere 7 curiosidades sobre o Pokémon Go em Portugal:
- Pokémon Go é a aplicação gratuita mais descarregada na loja online da Apple em Portugal;
- O grupo público não oficial de Pokémon Go no Facebook tem quase 20 mil membros;
- A página de fãs não oficial do Pokémon Go no Facebook regista quase 10 mil fãs;
- No (erudito) Twitter é um dos tópicos em destaque desde a semana passada, mesmo antes do lançamento oficial em Portugal;
- A Primeira Caminhada Pokémon Go em Lisboa, agendada para 29 de Julho, tem quase 4500 inscritos;
- Desde o dia 7 de Julho, o Pokémon Go conta com mais pesquisas no Google em Portugal do que Cristiano Ronaldo;
- No OLX, há pessoas a “oferecer” serviços aos clientes interessados em procurar Pokémons.
O fenómeno também já chegou a Bragança
Em artigo de 21 de Julho, o Diário de Notícias informa os interessados que “ O jogo Pokémon Go pôs em poucos dias Bragança na rua, com concentrações, sobretudo de jovens, até ltas horas da madrugada nos locais sinalizados com a presença dos bonecos vituais.” E especifica, continuando:
“No Castelo de Bragança há cinco pontos. É uma coisa louca.”
No mesmo artigo há quem defenda a procura da bicheza com o argumento de que se perde peso porque obriga a andar, descobre-se a cidade, prestando atenção a pormenores e elementos que dantes passavam despercebidos, encontra-se e conversa-se com gente conhecida e fazem-se novas amizades. Para os interessados, diga-se que além do Castelo, parece que a Praça da Sé, o Instituto Politécnico e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, estão carregadinhos destes gambuzinos da era moderna.
Dantes mandavam-se os distraídos apanhar gambuzinos, agora mandam-se também, mas em “cenas tipo” modernas, em jogos eletrónicos com gráficos altamente e movimentações impossíveis, muito ao gosto dos Pokémons busters.
E era isto. Nem tudo é mau. Se de facto servir para tirar as pessoas de casa e levá-las a conhecer a cidade, já valerá a pena. Aproximam-se grandes eventos de rua. Não se esqueçam do smartphone, preparem-se para a caça! Vai haver Pokémons para toda a gente.
Rui Machado
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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Uma noite o pai levou os miúdos do bairro apanhar gambozinos.
ResponderEliminarLembras-te irmão?
Que risada...isso sim é que era vida.