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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Dia Nacional da Conservação da Natureza – 28 de Julho

Portugal deve intervir mais ativamente no sentido de minorar as ameaças à conservação dos peixes de água-doce nacionais
Hoje, dia 28 de Julho, comemora-se o Dia Nacional da Conservação da Natureza. Neste dia, apesar de várias serem as problemáticas, no âmbito da Conservação da Natureza, para as quais se poderia alertar, a Quercus decidiu destacar no entanto, a questão da conservação dos peixes de água-doce como o tema central deste ano. Nesta área em concreto, a Quercus tem vindo a divulgar e a envidar esforços no sentido de promover diversas ações minimizadoras de impactes negativos sobre os cursos de água nacionais, assim como recuperar algumas das espécies de peixes de água-doce criticamente ameaçadas. Agora, é altura de também o Estado Português investir mais e melhor nesta área.
O crescimento demográfico exponencial, as infraestruturas turísticas e as atividades de produção tem levado à drenagem e à poluição de zonas húmidas, responsáveis pela destruição de numerosos habitats, colocando em risco a riqueza faunística e florística que estes ecossistemas albergam. No fundo, todas as ações e atividades passíveis de provocar alterações significativas nos sistemas aquáticos e ribeirinhos e a sua desnaturalização constituem ameaças às espécies autóctones e endémicas.
Os cursos de água nacionais enfrentam fortes pressões, encontrando-se sujeitos a séria degradação. Situações como as descargas de efluentes industriais ou pecuários, contaminantes dos cursos de água, o aumento inevitável de verões prolongados e com pouca ou nenhuma chuva, colocam enormes ameaças à sobrevivência dos organismos fluviais, nomeadamente do grupo dos peixes. A estas ameaças acresce a presença e proliferação de animais ou plantas de espécies exóticas, invasoras, com efeitos devastadores para as populações nativas.
Considera-se a construção de barragens como a maior ameaça e com elevadíssimos impactes negativos nas espécies de peixes dulçaquícolas, em particular se se considerar todos os impactes provocados desde a sua construção, o que por si só implica a perda de grandes áreas de habitats a montante e a jusante. Acresce a estes impactes o efeito de barreira, provocando a fragmentação e o isolamento de populações das diferentes espécies com consequente descontinuidade das populações.

Peixes de água-doce ameaçados
Dentro das espécies de peixes de água-doce presentes nos ecossistemas fluviais portugueses, destacam-se algumas espécies endémicas cuja situação é de elevado risco de ameaça e que tem sido objeto de medidas especiais de conservação: a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis), a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai) e o saramugo (Anaeceprys hispanica).
A Quercus está ativamente a intervir através de medidas minimizadoras que constituem ações no sentido de contrariar as ameaças para estas e outras espécies e intervindo em duas frentes, sendo que numa delas reproduz exemplares destas espécies em cativeiro e efetua ações de repovoamento. Noutras situações em que existem habitats destas espécies muito degradados, realiza ações de recuperação de linhas de água para posterior reintrodução dos espécimes reproduzidos.

O papel do Estado Português
Contudo, é igualmente necessário que o Estado Português invista mais e melhor nesta área, de modo a que seja ainda possível recuperar algumas destas espécies seriamente ameaças de extinção. Algumas dessas medidas de conservação passam pela melhoria da qualidade da água dos nossos cursos de água, através da construção de mais infraestruturas de tratamento de efluentes domésticos e industriais, e pela consolidação e renaturalização das suas margens. Também o restabelecimento da conectividade fluvial, um controlo mais eficaz sobre a pesca ilegal e medidas de erradicação das espécies invasoras seriam fundamentais ao sucesso de um sério plano de recuperação dos peixes de água-doce que deveria ser implementado a nível nacional.
Salienta-se que a Quercus continuará a colaborar ativamente, contribuindo com projetos e iniciativas em parceria com outras entidades públicas e privadas, para que a área da conservação da natureza e da biodiversidade seja uma prioridade numa vertente de atribuição de financiamentos na política pública de ambiente. Para além disso, a Quercus manterá a sua natural e histórica estratégia de educação dos mais jovens e de sensibilização para as questões ambientais e de conservação da natureza junto de toda a sociedade portuguesa.

Lisboa, 28 de Julho de 2016
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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