A Comissão Vitivinícola de Trás-os-Montes anunciou que certifica anualmente cerca de três milhões de garrafas de vinho, o que corresponde a um volume de negócios que ronda os cinco milhões de euros.
«Dos três milhões de garrafas de vinhos certificas anualmente pela Comissão Vitivinícola de Trás-os-Montes (CVRTM), 17% são destinadas à exportação», disse à Lusa, Ana Alves, técnica da CVRTM, à margem de uma sessão de esclarecimento que decorreu em Mogadouro.
Segundo dados da CRVRTM, no território há já 94 produtores e engarrafadores de vinho, dos quais 65 são certificados todos os anos, tendo em vista negócios os mercados nacionais e internacionais, sobretudo na Europa, América do Sul e China.
A Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes, CVRTM, é um organismo interprofissional que tem por objetivo a representação dos interesses das profissões envolvidas na produção e comércio da Denominação de Origem (DO) “Trás-os-Montes” e da Indicação Geográfica (IG) “Transmontano”.
Esta entidade está a percorrer os concelhos de abrangência da Denominação de Origem Trás-os-Montes no sentido de promover os vinhos aí produzidos no seio dos potências consumidores e agentes económicos, tais como a restauração, hotelaria ou similares.
A CVRTM tem em curso um trabalho sensibilização junto dos profissionais da restauração, da hotelaria ou similares, no sentido de promover o vinho com Denominação de Origem, que para além do potencial económico para a região, tem igualmente qualidade.
«Os vinhos produzidos na área da CRVTM, apesar de certificados, não são consumidos no nosso território e por isso deveríamos aproveitar as nossas mais-valias», afirmou a responsável, acrescentando que é necessários «fazer uma aproximação entre produtores e a restauração, já que os empresários deste sector são os grandes embaixadores».
Em fase de preparação, está um novo projeto, que passa por implementar uma carta de vinhos originários de Trás-os-Montes. «Temos já uma carta de compromisso que será apresentada aos restaurantes onde cada uma das unidades vai selecionar os vinhos específicos para os seus menus», adiantou Ana Alves.
O nome Trás-os-Montes refere-se à localização da região: situa-se para lá das serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro. É uma zona montanhosa e de solos essencialmente graníticos. Na sub-região de Chaves, a vinha é plantada nas encostas de pequenos vales, onde correm os afluentes do rio Tâmega.
A subregião de Valpaços é rica em recursos hídricos e situa-se numa zona de planalto. No Planalto Mirandês é o rio Douro que influencia a viticultura. «As castas plantadas são praticamente comuns nas três subregiões», afiança a técnica.
As castas tintas mais plantadas são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. As castas brancas de maior expressão na região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.
Agência Lusa
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