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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Francisco Manuel de Morais

Nasceu em Soutelo da Gamoeda, freguesia da Carragosa, concelho de Bragança, a 16 de Janeiro de 1856 e faleceu nesta cidade a 13 de Junho de 1898; filho de Domingos António de Morais, natural de Quintela, concelho de Vinhais, e de D. Regina Gonçalves, natural de Soutelo da Gamoeda; sobrinho do padre Francisco Gonçalves, nascido nesta última povoação a 27 de Julho de 1819 e falecido a 25 de Março de 1906, e irmão do capelão militar João Evangelista de Morais, nascido em Soutelo da Gamoeda a 20 de Dezembro de 1851, ainda felizmente vivo (Setembro de 1929), e de D.Maria Eugénia de Morais, esposa de António Paulo Gil de Figueiredo Carmona, falecido na quinta da Rica Fé, freguesia de Santa Maria de Bragança, a 7 de Abril de 1881.
Ordenou-se de presbítero em 1879, indo depois seguir na Universidade de Coimbra o curso de direito, que concluiu em 1885. Veio a seguir exercer a advocacia em Bragança, onde em breve se tornou notável pela sua muita argúcia, penetração e vastos conhecimentos.
Em 7 de Janeiro de 1889 foi nomeado professor de ciências eclesiásticas e filosofia aquinatense no Seminário Diocesano, cadeiras que regia ainda quando faleceu com inexcedível competência, proveito e estima dos seus discípulos, que o adoravam pela sua extrema bondade e integridade de carácter.
Correm dele impressos uma longa série de artigos publicados em O Nordeste de 11 de Fevereiro de 1896 e seguintes, debaixo da epígrafe «Uma lamentável crítica», que, conquanto não venham assinados, é bem sabido que Francisco de Morais foi o seu autor. São cheios de fina crítica filosófica e muita erudição, motivados por umas observações que o distinto escritor Fernando de Sousa, tenente-coronel de engenharia, fez no Correio Nacional a propósito do discurso do doutor António Cândido em homenagem ao grande poeta João de Deus.
No folheto intitulado Liceu Nacional de Bragança – Relatório do ano lectivo de 1896 a 1897, precedido do discurso de abertura solene das aulas (Bragança, tip. Brigantina, Praça da Sé, 1897. 8.º de 16 págs. com dois mapas), é de Francisco de Morais esse discurso, que alcança até pág. 11. Era então reitor do liceu.
Também no Norte Transmontano de 4 de Abril e seguintes (1895) foi publicada a sua «Oração de Sapiência», discurso pronunciado na abertura solene das aulas do Seminário de Bragança no princípio desse ano lectivo.
A propósito da sua morte lemos no Boletim Diocesano de Bragança, 1898, nº6: «É com profunda magua que o Boletim Diocesano regista o fallecimento do M. Rev. Dr. Francisco Manuel de Morais. A sua morte representa uma perda sob muitos pontos de vista, que não só para os seus amigos.
Foi sacerdote digno e virtuoso, e no Seminário, onde ensinou sciencias ecclesiasticas e philosophia aquinatense, revelou grande engenho e talento, que viriam a fazer d’elle um professor eximio se a sua vida se prolongasse.
Foi tambem advogado distincto muito argucioso, de cujos trabalhos teve de retirar-se por causa da sua doença; e ultimamente era reitor do Liceu Nacional d’esta cidade. Caracter bondoso, caritativo e sobretudo um amigo dedicado e sempre prestadio. Deixou por tudo isto saudosa memória ».

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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