Antecedentes medievais
"No planalto de Argozelo-Outeiro, os povoados desenvolveram-se sobretudo nas margens dos rios Sabor e Maçãs. Nas imediações de Outeiro e nas margens do Sabor, estão cartografados quatro povoados da Idade do Ferro. Dois na margem direita do rio: Castro Mau e Castrilhão de Coelhoso, este último situado num esporão junto a uma ribeira afluente do Sabor; e outros dois na margem esquerda do mesmo rio: Castro Mouro de Outeiro e S. Bartolomeu de Argozelo. Na margem direita do rio Maçãs e a montante de Outeiro, fica o povoado do Barrocal de Quintanilha e a jusante da vila encontra-se o povoado do Castelo do Serro Grande."
"a norte de Outeiro, na margem direita do rio Maçãs, o povoado do Barrocal de Quintanilha também teve ocupação romana."
1258
Inquirições de El Rei D.Afonso III e D. Dinis referentes ao distrito de Bragança
Incipit parrochia Sancti Thome de Quinteela; de Rivulo de Masanis et non habetur modo ibi abbas. Martinus Roderici de Quinteela; juratus et interrogatus dixit quod ipsa villa fuit tota foraria donni Regis et modo non habet ibi donnus Rex ergo iiii casalia et aliam totam comparavit monasterium de Moreirola in tempore Regis donni Sancii fratris istius et comparavit de ea predictum monasterium in tenpore istius Regis et non facit inde forum donno Regi et ipsa ecclesia stat in hereditate de ipsa villa que fuit foraria et ipsum monasterium abbadat ipsam ecclesiam per fortiam. Fernandus Petri de Quinteela; juratus et interrogatus dixit sicut Martinus Didaci. Michael Stephani de Quinteela; juratus et interrogatus dixit sicut Martinus Didaci. Dominicus Petri de Quinteela; juratus et interrogatus dixit sicut Martinus Didaci.
(Abade de Baçal, tomoIII)1320
1340
Sentença de El Rei D.Afonso IV sobre a jurisdição que o convento de Moreirola tinha nas aldeias de Montezinho e Quintanilha
4 de Janeiro de 1340
«Dom Affonso pela graça de Deus Rey de Portugal e do Algarve. A quantos esta carta virem faço saber que eu pelas villas e comarcas do meu Senhorio mandey fazer chamamento jeeral per razom de todos aquelles que avyam villas ou castelos, coutos ou honrras ou jursdições algumas em elas no meu Senhorio que a dya certo conteudo no dito chamamento viesem perante os ouvydores dos meus feitos na minha corte mostrar em como as avyam e tragyam do qual dia que lhes asy pelo dito chamamento era asignaado a que parecessem perante os ditos meus ouvydores sobre la dita rozom como dito he Gyraldo Stevez meu procurador por my da huma parte e o abade e convento do monte de Santa Maria de Moreyrola do reyno de Leom por frey Ejycolos monge do dito monte seu procurador da outra parecerom perante Joham Anes Melom ouvydor dos meus feitos; e da parte dos ditos abbade e convento pelo dito seu procurador satisfazendo ao que lhes por my era mandado foy dito que o dito seu monte avya em termho de Bragança uma aldeya a que chamavam ha aldeya de Montezinhos e outra aldeya que chamavam Quintanelha nas quaes aldeyas dizyam que o dito monte tragya em cada huma delas estas jursdisções comvem a saber: que os moradores de cada huma das ditas aldeyas por huum dia certo do ano elegiam ante sy em cada huma das ditas aldeyas huum home boom por juiz e que o frade que estava em cada huma das ditas aldeyas por o dito monte pilhava outro homem boom dos moradores de cada huma das ditas aldeyas e que o dava por companheiro a cada huum daqueles que os ditos moradores asy elegyam e confirmava-os por juizes que ouvysem todolos feitos civys nas ditas aldeyas; e estes juizes que asy dizyam que pelo dito frade eram confirmados ouvyam todollos feitos civys dos moradores das ditas aldeyas e davam sentenças ante as partes e das sentenças que davam se algumas das partes queryam appellar que appellavam para o dito frade que hy estava por o dito monte ou para o mempastor do dito monte que estava em terra de Bragança e que do dito frade ou do mempastor apelavam para my; e dizyam que se alguum dos sobre ditos moradores de cada huma das aldeyas era preso por querela de home que del desem que o mempastor do dito monte ho ouvya com os juizes de Bragança e dava a sentença com eles de condapnar ou de asolver; e se desvayravam na sentença que asy avyam de dar que appellavam para my. Outrosy dizyam que o frade que estava em as ditas aldeyas por o dito monte fazya as penhoras e entregas nas ditas aldeyas e levava as vozes e as coimhas e rousos e homezyos para o dito monte e as traveas pela guysa que as levavam nas aldeyas que avyam em essa de morada; e que destas aldeyas e jursdições sobre ditas estava o dito monte em pose por tanto tempo que a memorya dos homees nom era em contrayro; e o dito meu procurador por mym posse su petiçom contra os ditos abbade e monte dizendo que as sobre ditas jursdições que os ditos abbade e comvento por o dito seu monte tragyam nas ditas aldeyas de Montezinhos e de Quintanelha pertenciam a my por direito comum; e pedya ao dito meu ouvydor que por sentença defendesse aos ditos abbade e comvento que des hy em deante nom usasem das ditas jurdições nas ditas aldeyas e que as leixasem a my; e da parte dos ditos abbade e comvento por o dito seu procurador foy dito que eles nom eram teudos a leixar d’usar das ditas jursdições nas ditas aldeyas nem de as leixar a my por o que era dito e alegado avya nas sobre ditas sas razões as quaesdizyam que davam por defensam contra a dita petiçom as quaes diziam que tragyam dereyto e que devyam seer contestadas por o dito meu procurador epedyam que as contestasse; e o dito meu procurador contestando as ditas razões disse que o non sabya nem crya; e o procurador dos ditos abbade e comvento disse que o queria provar e veo com seus artigos os quaes lhe forom julgados ser proveentes per o sobre dito meu ouvydor; e o dito meu procurador esteve pela dita sentença e veo com artiguos a provar por mym a interruçom os quaes lhe forom recebudos a se provar a interruçom e julgados por proveentes pelos quaes artigos asy da huma parte como da outra o sobre dito Joham Anes Melom e Domyngos Paes seu companheiro ouvydores dos meus feitos mandarom hy fazer emquirições e asignarom dia aas partes a que parecesem perante a minha corte com as ditas emquirições; e ao dia que ao procurador dos ditos abbade e comvento pelos ditos meus ouvydores foy assignado a que parecesem perante eles com as ditas emquirições os ditos abbade e convento non curarom de emvyar as ditas emquerições nem depois envyarom carta per o (?) forom acodudos; e presente Pero da Costa procurador em minha corte e procurador dos ditos abbade e convento Gyraldo Stevez meu procurador sobre dito pedyo aos ditos meus ouvydores que pois o termho era pasado e muyto mays a que os dytos abbade e comvento aviam de vyr com asditas emquirições e non veerom nem vynham com elas que os deytasem delas per sentença e desem a definytiva; e os ditos meus ouvydores veendo o que o dito meu procurador per my pedya e veendo em como o termho era passado em que aviam de vyr com as ditas emquirições e non veerom deytarom per sentença os ditos abbade e comvento das ditas emquirições que non podesem ja vyr com elas; e per sentença deffinytiva julgarom que des hy em deante non usassem os ditos abbade e comvento nem o dito seu monte de nenhuma jursdiçom nas ditas aldeyas (…) justiças de Bragança que façam comprir e guardar o juizo dos ditos meus ouvydores e que usem daqui em deante de toda jursdiçom por mym nas ditas aldeyas e em cada huma delas e nom sofram aos ditos abbade e comvento nem a outro nenhum que polo dito monte usem de nenhuma jursdiçom nas ditas aldeyas nem em nenhuma delas (…). Em testemonho desta mandey eu seer feita esta minha carta; dante em Lixboa quatro dias de Janeyro El Rey o mandou per Joham Anes Melom e per Domingos Paaez ouvydores dos seus ffeitos e da portaria (?) Stevam Martinz a fez era de mil e trezentos e settenta e oyto anos».
(Abade de Baçal, tomo III)
1514
Foral de Outeiro de Miranda, Quintanilha e Veigas
11 de Novembro de 1514
«Dom Manuel etc.
Foi primeiramente pruposto nome d’Outeiro d’Asnas ao dicto lugar que se ora chama Outeiro de Miranda despois que do termo de Miranda foi tirada certa parte pera o darem por termo ao dito castello os quaes paga a Miranda o foro que ante pagavam o qual foi dado de foro pera sempre aos povoadores da dicta aldea e aos sobcessores o dicto lugar do Outeiro d’Asnas com condiçam que fezessem nelle cem casaaes por cada hum dos quaes pagariam em cada hum anno trinta e seis reaaes pollos vinte soldos que se no dicto foral por elles mandava pagar a metade por Pascoa e a outra por Sam Martinho e ora os povoadores sejam muitos ou poucos todavya ham de pagar a dicta conthia dos dictos cem casaaes; e posto que mais sejam nam pagaram mais que pollos dictos cem casaes.
[Oitava de centeeo]
E pagar-se-a mais por cada hum dos dictos cem casaaes h~uua oitava de centeo paga no novo pella qual pagaram soomente tres alqueires do dicto centeio per esta medida ora corrente posto que agora de pouco tempo pera caa se levasse por ella quatro alqueires o que nam avemos por bem que se maisleve porquanto nam se achou por ora rezam pera doutra maneira se levar ficando resguardado ao senhorio seu direito se entender que o tem acerqua destes cem alqueires que novamente levava e lhe sam tirados; e os dictos erdamentos nam venderam nem trocaram a pessoas deffesas em direito segundo forma do dicto foral.
[Declaraçam do foro ]
O qual direito acima conteudo se paga soomente pollos moradores do lemite da dicta vila os quaaes repartem antre sy o dicto foro segundo as pessoas e terras que trazem e sam obrigados de darem porteiro ou foreiro que receba os dictos foros e os entregue ao alcaide; e os herdamentos dos dictos casaaes nam seram vendidos a pessoa defesa em direito; por seer cousa reallenga.
[Veigas]
Alem do qual foro tem mais de renda o dicto castello huua aldea que chamam Veigas que estaa agora aforada a certas pessoas [declaradas] em sua escriptura per que paguam trezentos alqueires de centeeo e dozentos reaaes em dinheiro e dous carneiros e dez galinhas.
[Quintanilha ]
E assi se paga mais ao senhorio polla aldea de Quintanilha cinquoenta alqueires de trigo segundo que antre sy se reparte como atee qui fezeram.
[Tabaliães ]
A pensam dos taballiaães he do senhorio e sam dous e paga cada hum quinhentos e quatro reaaes.
[Vento ]
O gado do vento se arrecadara por direito real segundo nossa ordenaçam com a mais declaraçam que vay escripta no foral de Bragança.
[Arma ]
A penna d’arma se arrecada pollo alcaide e levam-se aquy pollo foral de Bragança na maneira em que mandamos laa que se mais nam leve se fara aquy soomente dozentos reaaes contheudos em nossas ordenações [e] as armas perdidas; os quaaes o senhorio reparta como quiser per sy e seu allcaide pois tudo he de h~uua pessoa porquanto nam achamos foral nem escritura por onde se deva de levar doutra maneira; e as outras cousas do foral ouvemos aquy por escusadas por se nam custumarem nem usarem por tanto tempo que nam ha dellas memoria.
[Portagem ]
A portagem he tal como Bragança salvo que não tem os capitolos d’alfandega nem tem privillegio de portagem.
[Pasagem ]
E a passagem se entendera naquellas mercadorias soomente que partindo da dicta villa ou de seu termo ajam d’entrar logo em terra de Castella ou vindo de Castella entrem primeiramente na dicta villa ou em seu termo ante que em outro luguar; e a penna do foral he tal segundo vay escripto no foral de Bragança.
Dada em a nossa muy nobre e sempre leal cidade de Lixboa aos onze dias do mez de Novembro do anno do nacimento de Nosso Senhor Jhesu Christo de mil e quynhentos e quatorze; Fernam de Pyna o sobescreveo e concertou em desaseis folhas com esta».
(Abade de Baçal, tomo III)
1530
Recenseamento das povoações de Trás-os-Montes em 1530. Vila de Outeiro
ATitulo da villa dOuteiro
A villa dOuteiro tem huu bõo castello, omde nam vive mais que o alcayde, e he do Duque de Bragança, com toda juridicam, direitos e remdas suas; vyvem na dita villa 62 moradores.
E nas aldeas do termo os seguintes: It. Em Samtulham, 112. – Carçam, 76. – Algosello. 84. – Pynello, 44. – val de Pena, 10 – Paradinha, 34 – Quintanilha, 16. – Veygas, 15. – Milham, 41. – Rio fryo, 59. – Paço, 43.
Soma por todos os moradores da dita vila e termo, 596. E da dita soma sã vyuvas 65; e da dita soma sam moças solteiras, que vyvem sobre sy, 17; e da dita soma sam clerygos, 11.
E este concelho e vila e seu termo he ? comprido, de hu cabo do termo ao outro, coatro legoas boas e ? largo hua; e parte e confina com os concelhos seguintes: Parte e confina com avilla do Vymioso, que he de hua villa á outra duas legoas. Parte e confina com a villa dAlgoso, que he de hua villa á outra coatro legoas. Parte mais e confina com a cidade de Bragança, que he da dita vila á dita cidade três legoas. Parte e confina mais com a villa de Bemnav?te, que he de hua villa á outra catorze legoas, a saber: ao estremo, duas, e doze a Bemnav?te; he senhor de Benav?te o Conde de Benav?te. Parte e confina mais com a villa dAlcaniças, que jaz nos ditos regnos de Castella e he de dom Francisco Amriqez, e he de hua villa á outra coatro legoas, a saber: ao estremo, hua; e do estremo Alcaniças, três, e quy se torna a juntar o termo desta villa com o do Vymioso.
A qual emformaçam eu esprivam tomey por fee de Francisco Pimintell e Affomso Pire, juízes, e Pero Rodriguez e Jorge Diaz, vereadores, e Pero Luis, procurador do concelho, e Antonio de Morais, tabeliam, e com dous hom?s de cada aldeã do termo, que todos jurarã ? os santos Avãgelhos ser verdade o aqui esprito. – Nicolau de Seixas o esprevy.
(Freire, 1909)
1548
Em 1548 concedeu D. Toríbio Lopes, bispo de Miranda, licença para se celebrar missa na capela de S. Sebastião, de Quintanilha, concelho de Bragança.
Era pública ou vínculo de morgadio?
1583
«se escreva a Pêro Preto e Jerónimo de Crasto sobre o retavolo de Nossa Senhora da Ribeira e que despidão o hermitão».
(De Bragança a Miranda)
1584
«O retavolo de Paço de Outeiro se leve a Veigas e o velho de Nossa Senhora da Ribeira a Quintanilha».
(De Bragança a Miranda)
1592
«que o cónego (*) da Fonseca reforme o retavolo de Quintanilha».
(De Bragança a Miranda)
1691
Bens que possuía o Cabido de Miranda segundo o Tombo feito em 1691
Quintanilha. — O padroado era do cabido e aqui apresentava o cura.
Ao cabido pertenciam todos os dízimos, primícias, hortos e fumádigo pelo teor de Milhão.
(Abade de Baçal, tomo I)
1693
«em dourar se o retablo da igreja de Quintanilha e pintar o guarda po - 21.800 entreguei ao padre Gabriel Loução para cal para se rebocar a capella de Quintanilha - 1.000».
(De Bragança a Miranda)
1738
«Do concerto da igreja de Quintanilha - 41.600».
(De Bragança a Miranda)
1742
«De hum sacario que se comprou para Quintanilha -12.000 de compor o telhado da igreja de Quintanilha e telha que levou - 960».
(De Bragança a Miranda)
1758
Um aviso de 18 de Janeiro de 1758 do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, fazia remeter, através dos principais prelados, e para todos os párocos do reino, os interrogatórios sobre as paróquias e povoações pedindo as suas descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas, e administrativas, para além da questão dos estragos provocados pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. As respostas deveriam ser remetidas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.
Quintanilha
Respondo a primeyro numero
1. Este Lugar de Quintanilha he do muito Serenissimo Senhor Dom ?ozephe, por mer cce de Deos, Rey de Portugal, e Bispado de / Miranda, termo da villa de outeiro, e Fre / guezia de Sam Thome,
2. O que apresenta este lugar Sam os Se nhores Conegos da Sé de Miranda3. os vizinhos que tem Sam vinte Seis, e o numeru de pessoas, Sam oitenta e nove,
3. Este lugar está Situado em hum baixo / Cercado de montes vizinho do Reino de Castella, dista delle hum tiro de bála
4. Este lugar tem termo Seu marcado Com olfas, naõ tem mais nada
5.
6. A Parochia esta na borda do lugar ou Saida,
7. Orago della he Sam Thome, tem tres alta / res o altar maior o de Nosa Senhora do Roza rio, o do Sancto Christo e tem Samchristia, / e Patisterio, [sic] e tem hua ¡rmandade da Senhora da Ribeira
8. O Parocho he Cura anual apresentado / pellos Senhores Conegos da Sé de Miranda Tem de renda Seis mil reis quinze alqueyres de pam / dous almudes de vinho Cada anno, que pagam os Senho / res Conegos,
9. Neste numero nada
10. neste tambem nada
11.
12. neste[s] dous tambem nada
13. Tem duas Ermidas, hua da Senhora da ribe¡ra fora / do lugar, outra de Sam Sebastiam tambem fora, e per / tençem aos Senhores Conegos de Miranda
14. A da Senhora da ribe¡ra acodem a ella Coatro vezes / no anno, a romagem, a oito de Setembro, a vinte cin / de Março e dia dos prazens, e dia da Santissima Trinda / de,
15. Sam os frutos da terra, pam, e vinho e linho, / abundantemente -16- Tem ?uis do povo Sogeito / ao ?uis de fora da vila de outeiro -17- 18. nada - / 19. tem feiras Coatro na Senhora da ribe¡ra nos dias / acima nomeados Cada hua dura hum dia - he franca / 20. Dista da Cidade de lixboa oitenta pouco mais ou / menos, legoas Seruemsse do Core¡o de Bragança que / dista tres legoas - 21 dista da Cidade Capital Sete / legoas -
22. tem funs foros que se pagaõ a huns ho / meis de Bragança - 23. nada - 24 nada - 25. / nada - 26. naõ padeceo ruina algua no terramoto, / 27. anda.
Respondo no que pertence / a Serra Numero 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. /
Somente tem este termo muito Cabeço e fra / gas e montes de urzes, e estevas //
Respondo ao que pertençe ao Rio des- / ta terra
1. ha hua ribe¡ra chamada maçans nas / çe em o Reino de Castela
2. Nam he muita Caudeloza, e Corre todo o a- / nno
3. Nam correm mais rios para ela
4. Naõ hé navegavel, e Se pasa bem
5. he de Curso quieto em partes, e em outros muito arebatado
6. Core de Norte, ao Sul,
7. Cria peixes barbos, bogas, escalos, anguias, / em abundancia
8. Caça nela quem quer todo o anno,
9. Hé a caça livre
10. Nam tem frutos em roda se nam Amieiros
11. vertude as agoas nada
12. O Nome o perde metendosse no Sabor / e naõ sei que tivesse outro nome
13. Va¡ morer ao Sabor e emtra nelle em hum / termo do lugar de A¡unqueira
14. As levadas Sam os açudes dos moinhos / que ha nella //
15. As pontes que tem Sam hua no termo de / Argozelo, terra da vila de oute¡ro outra no termo da vila de vimioso, outra no temo da vi- / lla de Algozo,
16. Tem muitos moinhos e toda ela donde Nas / ce inte donde morre ha murada pelas bor das de muitas fragas
17. Nunca Se tirou Suas areias ouro algum
18. os Povos uzam de Suas agoas livremente / Sem penssam algua
19. Tem Sete para legoas de Seu nascimento / inte donde acaba naõ passa por lugar algum
20. e Nam Sei mais Couza algua que / possa narár deste luguar, [sic] ou terra e por / Ser verdade tudo, me firmey hoie, quin / tanilha e Mayo 2 de 1758 annos
O Padre Antonio de Moraes Osorio
Cura deste lugar
1768
pella factura da cappella mor de Quintanilha cento, e cincoenta mil reis aos pedreiros em que se ajustou -150.000 pello madeiramento da cappella mor do lugar de Quintanilha - 20.000
de forrar a sancristia da mesma igreja - 7.200
de telhar a sachristia de Quintanilha - 900
de assentar o retábulo na mesma igreja de alguas taboas geiras, e cal -1.400».
«De reformar o arco da cappella mor de Quintanilha depois de feita a dita cappella por ter aberto algua couza -10.500».
(De Bragança a Miranda)
1793
«pello acrescento que se fes ao retablo de Quintanilha - 9.000».
(De Bragança a Miranda)
1795
«Levou o Manuel Joaquim o pintor a conta do primeiro pagamento para dourar o retablo de Quintanilha que justei por 90.000 reis de que há de dar o Cabbido 60 000 e mais dezasseis alqueires de pam - trinta mil reis e hum tostão - 30.100». «De doze alqueires de pam que levou o pintor por ajuste a sber dos respectivos a igreja de Paço e dou já a conta da de Quintanilha - 4.320.
(De Bragança a Miranda)
1796
«Levou mais o pintor para a igreja de Quintanilha quatro moedas -19.200»
(De Bragança a Miranda)
1797
«Para o pintor de Parada Manuel Joaquim para a obra da igreja de Quintanilha -9.600».
«Dei ao mestre pintor de Parada de completar quatorze alqueires de pao de ajuste de pintar, e dourar o retábulo da igreja de Quintanilha cada alqueire a 480 reis, e 62 do resto do pagamento, com o que fica tudo pago e satisfeito, 7.340»
(De Bragança a Miranda)
1798
«Ao vidraceiro de Baçal pela vidraça da capella mor de Quintanilha 3.000».
(De Bragança a Miranda)
1800
«Ao entalhador de Veigas [João Duarte Pinto ]em principio da paga das cinco urnas juntas com elle quando assentou o retábulo de Sarzeda para as igrejas de Villa Nova, Milhão, Argozello, Quintanilha, e Carção».
«Ao mestre canteiro Joze Gomes de Quintanilha por abrir o portal, e fazello de novo de cantaria sendo que ate agora estava estreito, baixo, de fitos de pau que já o Senhor Miranda tinha justo esta obra, e não a conchuio por morrer antes de se lhe dar principio [...] e que os moradores se obrigarão a hir buscar a cantaria - 6.000».
Pagamento ao entalhador de Veigas pelas urnas - 20.000
(De Bragança a Miranda)
1802
O mestre canteiro José Gomes executa o arco cruzeiro da matriz.
«Ao mestre Manoel Thome de Parada pelo resto do ajuste dos caixões, e immadeiramento da sachristia de Quintanilha - 5.200, ao mesmo mestre pelo acrescentamento dos caixões velhos cuja obra foi justa em 7.000 reis e deve pagar o povo a metade - 3.500».
(De Bragança a Miranda)
1843
Indústrias
Quintanilha
Por sentença de 8 de Setembro de 1868 perderam Francisco José da Cruz e Paulo José Soares Duarte o direito à mina de chumbo da freguesia de Quintanilha, concelho de Bragança, que lhes havia sido concedido por portaria de 13 de Maio de 1843. O local da mina era conhecido pelo nome de «Vinhas dos Barreiros».
«No mineral de chumbo de Quintanilha encontra-se alguma prata; e bem assim no de Chacim e Ventuzello descobriu o doutor José Bonifacio de Andrade naquelle 3 1/2 onças e neste 4 oitavos e 42 grãos de prata por quintal de minerio»
(Abade de Baçal, tomo II)
1796
«22 de Fevereiro de 1796. Levou Manuel Joaquim o pintor a conta do primeiro pagamento para dourar o retabulo de Quintanilha que justei por 90:000 reis de que ha-de dar o cabbido 60:000 reis e mais 16 alqueires de pam, trinta mil reis e um tostão».
(Abade de Baçal, tomo IV)
1798
«Em 12 de Outubro de 1798. Dei ao vidraceiro de Baçal pela vidraça da capella-mor de Quintanilha tres mil reis».
Os caixilhos destas vidraças eram de ferro forjado, obras de arte mesmo algumas e por isso vinham de tão longe a buscá-las. Graças a Deus! É a primeira vez que no meu povo me aparece um homem de arte com nome fora da sua área. Para virem de Quintanilha já era. Que pena não lhe saber o nome!
(Abade de Baçal, tomo IV)
1800
«22 de Junho de 1800. Dei ao entalhador de Veigas em principio da paga de 5 urnas justas com elle quando assentou o retabulo da Sarzeda para as igrejas de Villa Nova, Milhão, Argosello, Quintanilha e Carção, 20:000 reis».
(Abade de Baçal, tomo IV)
1801
Censos
34 fogos, 76 homens e 59 mulheres total: 135 habitantes
1809
Guerra Peninsular
«Ill.mo Snr. Diz José Antonio Saldanha, desta cidade [de Bragança] e rendeiro de duas Provendas pertencentes á Meza Capitular, no lugar de Rio Frio e suas aneixas, Veigas e Quintanilha, que na entrada que nesta fizerão as tropas francezas lhe roubarão e bazarão vinte cargas de vinho que fazem oitenta almudes de vinho; e as dismarias de gados e mais pertencentes que lhe derão notavel porjuizo, rezão porque Pe. a V. S.as Sejão Servidos atender ao suplicante na quantia principal do seu arendamento.
(Abade de Baçal, tomo VII)
1849
Censos
Quintanilha e Veigas
66 fogos, 129 homens e 135 mulheres total: 264 habitantes
13 nascimentos e 3 óbitos
1 casamento
1852
Os conflitos da povoação portuguesa de Quintanilha com a povoação espanhola de Nuez foram permanentes, devido a apreensões de animais e corte das águas para regadio, e furto ou apreensão de madeiras, de tal modo que os moradores de um ou outro lado atravessavam a raia armados, disparando sobre quem julgavam ser responsáveis de tais factos, obrigando a uma intervenção permanente das autoridades portuguesas e espanholas, nomeadamente o Governo Civil de Bragança e o chefe político de Zamora.
Em 1852, registam-se “excessos” praticados por alguns moradores de Quintanilha contra os carabineiros espanhóis, uma vez que os povos deste lugar levavam “os seus gados e crias para os pastos de que eles dizem estar de posse imemorial, na margem esquerda do Rio Maçãs, ou para o serviço das terras que são senhores na mesma margem” – entendendo os carabineiros espanhóis que se tratava de contrabando, enquanto os moradores de Quintanilha consideravam “o gozo de um direito, segundo eles antiquíssimo” de cultivarem e utilizarem as suas terras.
1878
QUINTANILHA—freguezia. Traz os Montes, comarca, concelho, districto administrativo e bispado de Bragança (foi do extiocto concelho do Outeiro) 35 kilometros ao N. de Miranda do Douro, 47S ao N. de Lisboa, 43 fogos.
Em 1757 tinha 26 fogos.
Orago, S. Thomé, apostolo.
O augmento appareme da população^ não é porque ella tenha crescido, mas sim porque se lhe annexou a pequena freguezi a das Veigas, que tinha em 1757, 18 fogos.
O cabido da Sé de Bragança apresentava o cura, que tinha 6|í000 réis de côngrua e o pé d'altar.
A freguezia das Veigas^ tinha por orago, S. Vicente, marlyr.
Era da mesma apresentação, e curato, com o mesmo rendimento do de Quintanilha.
Tanto uma como outra d'estas duas pequenas frguezias, são muito antigas.
Em um doiiumento que existe no cartório da mitra de Bragança, do tempo de D. Affonsq IV (1340) se diz que o mampastor (vide Mempastor) que o mosteiro de Moreirolla punha nas aldeias de Montezinhos, e Quintanilha, conhecia também das causas crimes, juntamente com os juizes de Bragança. Para o seu foral, e outras curiosidades, é preciso ver Outeiro, villa, Traz-os-Montes, no 6.» vol, pag. 358, col. 1.» e seguintes.
E' na freguezia de Quintanilha, o sanctuario de Nossa Senhora da Ribeira, que já fica descripto na referida villa do Outeiro.
1884
Os Fidalgos
1º D. MARIA DE BARROS PEREIRA DO LAGO, filha do morgado da Junqueira, concelho de Moncorvo, casou com Manuel Maria Pinto de Magalhães e residiu na Adeganha, concelho de Moncorvo.
2º D. ELISA CLARA PINTO DE MAGALHÃES, irmã da precedente, casou em Freixo de Espada à Cinta, onde reside, com um membro da família do grande poeta Guerra Junqueiro.
3º D. JOSEFA ERNESTINA PINTO DE MAGALHÃES, irmã da antecedente.
Nasceu no Porto, freguesia de Massarelos, pelos anos de 1863, mas seus pais são oriundos da Junqueira.
Casou em 1884 com Francisco António Fernandes Quintanilha, natural de Quintanilha, concelho de Bragança, onde foi funcionário do Governo Civil.
Descendência:
4º D. REGINA DA GLÓRIA PINTO DE MAGALHÃES, doutora em Direito pela Universidade de Coimbra. Exerce a advocacia em Lisboa, onde reside, casada com o doutor Vicente Ribeiro de Sousa Leite e Vasconcelos.
5º D. JÚLIA GENTIL PINTO DE MAGALHÃES, diplomada com o curso de farmácia, viúva do segundo Visconde de Nossa Senhora da Ribeira, doutor...,que faleceu na Figueira da Foz pelos anos de 1918.
6º D. MARIA ADELAIDE PINTO DE MAGALHÃES, solteira, diplomada com o curso de agronomia.
Estas três senhoras, oriundas de Quintanilha por parte de seu pai, nasceram acidentalmente em Bragança, onde ele era funcionário do Governo Civil.
Descendem, pelo lado materno, do primeiro circum-navegador Fernão de Magalhães.
(Abade de Baçal, tomo VI)
1898
Os Notáveis
BEÇA (Abílio Augusto de Madureira)
Em 26 de Novembro de 1899 foi, pela terceira vez, eleito deputado pela oposição. O decreto de 7 de Setembro de 1899, no intuito de reorganizar o exército, havia tirado a Bragança o batalhão de caçadores n.° 3, o regimento de cavalaria n.°7 e o distrito de recrutamento de reservas, que nesta cidade existia desde a sua criação, e por este decreto foi transferido para Mirandela. Reivindicando estas espoliações, pronunciou Abílio Beça um veemente e notável discurso, que mereceu o aplauso da câmara e grandes louvores da imprensa. Igualmente nessa legislatura, pugnando pelos interesses de Bragança, verberou o procedimento do governo que, pela portaria de 24 de Dezembro de 1898, transferira a delegação aduaneira de Bragança para Quintanilha
(Abade de Baçal, tomo VII)
1903
Os Notáveis
BEÇA (Abílio Augusto de Madureira)
cooperou para que se publicasse o decreto de 24 de Dezembro de 1903 e a portaria de 31 de Janeiro de 1904, pelos quais se mandavaconstruir, juntamente com o governo espanhol, uma ponte internacional sobre o rio Maçãs, próxima da capela da Senhora da Ribeira, termo de Quintanilha. Esta ponte estabelece comunicações entre o nosso país e o vizinho, naquele ponto, onde entronca à estrada de Alcanices, em Espanha, e a ele deve ir dar um ramal que, partindo da estrada real n.° 37 de Bragança a Miranda, pouco adiante de Milhão, vá ligar com a de Alcanices sobre aquela ponte.
A ponte seria construída pelo governo espanhol, pagando o governo português metade das despesas, orçadas em 186.497,11 pesetas, para cuja soma Portugal devia concorrer com 93.248,55 pesetas
(Abade de Baçal, tomo VII)
1903
COSTA, Eduardo Augusto da Quintanilha (Bragança), 1903. 07. 07 — ?
Formado em Medicina (UL), dirigiu a Consulta de Dermatologia do Hospital Escolar de Santa Marta, foi director--adjunto da Estação Hidrológica do Melgaço e director da Consulta de Dermatologia da Liga dos Amigos dos Hospitais e do Laboratório de análises clínicas do Instituto Pasteur de Lisboa.
(Bibliografia do Distrito de Bragança)
1914
Relação dos militares pertencentes ao distrito de Bragança que morreram e foram prisioneiros na Grande Guerra (1914-1918)
QUINTANILHA (Bragança)
-Manuel dos Prazeres Rodrigues, morto, filho de Carmelinda Rodrigues, em França
-Francisco António Clérigo e João Manuel Gonçalves, prisioneiros.
(Abade de Baçal, tomo VII)
1935
AFONSO, Teófilo
Quintanilha, 1935. 02. 15
Percebeu cedo que tinha jeito para fazer trabalhos decorativos e objectos para a casa, disse assim. E disse verdade: uma raíz, um tronco de árvore, um ramo, tudo lhe serviu, desde sempre, para criar um arado, uma velha carreta, uma prensa para a pinga — que os velhos objectos da lavoura sempre foram a sua grande fonte de inspiração.
(Bibliografia do Distrito de Bragança)
1937
Em 1937, criaram-se os postos de ensino de Eivados, Vila Nova (Sambade), Labiados, Alvaredos, Póvoa (Adeganha), Brito (Penhas Juntas) e ensinos nocturnos nas escolas de Vilarelhos, Failde, Quintanilha, Bornes, Avidagos, Freixeda (Mirandela), S. Pedro de Vale de Conde, Vilarinho dos Galegos, Urrós, Lousa, Argozelo, Agrochão, Ervedosa, Moimenta, Ousilhão, Rebordelo, Nuzedo de Cima, Vinhais, Fontes, Barrosas e Quintela (Vinhais).
(Abade de Baçal, tomo XI)
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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