Conduta de água em lugar de Moncorvo paga pela câmara de Carrazeda gera polémica na Assembleia

A sessão de sexta-feira da Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães ficou marcada pela discussão em torno do que a bancada dos Unidos por Carrazeda considera ser uma ilegalidade praticada pelo executivo do PSD na Câmara.

No lugar de Lagares, próximo de Vilarinho da Castanheira, mas já na freguesia da Lousa, no concelho de Torre de Moncorvo, está a ser construída uma conduta de abastecimento de água que é paga pelo Município de Carrazeda.

Graça Martins, dos Unidos por Carrazeda, manifestou na Assembleia Municipal a estranheza da sua bancada perante esta opção.

 “Não se entende nada. A não ser que haja aqui algumas razões obscuras e não as consigamos entender. Quando se investe, investe-se no município. Não se vai investir para o vizinho”, afirmou, dizendo que “contrato foi assinado já em data posterior às eleições” autárquicas de 1 de Outubro de 2017.

Fernanda Natália Pereira, deputada municipal do PSD, sai em defesa do executivo. Salienta que foi procurar informação sobre a origem do lugar de Lagares e da construção de um caminho por parte da Câmara de Carrazeda, o que, na sua opinião, legitima a construção agora da conduta de água.

“Encontrei quem outrora tratou, em termos administrativos, da construção do caminho municipal 1143 para servir aquela povoação e por onde agora passa também a conduta. E disse que como a Câmara não tinha dinheiro suficiente para as indemnizações, as pessoas, já que tinham tanta necessidade da obra, deram o espaço necessário a custo zero”, contou.

O presidente da Câmara de Carrazeda, João Gonçalves, diz que a construção de uma conduta de água em Lagares, mesmo que no concelho de Torre de Moncorvo, é legítima porque as infra-estruturas de que dispõe, como é o caso de um caminho, já foram construídas por Carrazeda.

O autarca justifica que culturalmente Lagares se identifica com Vilarinho da Castanheira e não com a Lousa. “Tenho pedidos de pessoas que têm terrenos e edifícios mais para baixo em direcção ao rio e que quererão de futuro ter acesso a água potável. São questiúnculas que não levam a lado nenhum e que facilmente são rebatidas”, referiu.

O autarca de Carrazeda adianta também que está em conversações com o homólogo de Torre de Moncorvo para que o erro administrativo seja corrigido, de modo a que Lagares passe a pertencer ao concelho carrazedense. 

Escrito por rádio Ansiães (CIR)