Através da terceira edição do concurso lançado pelo BPI e Fundação “La Caixa”, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, foram atribuídos 2,5 milhões de euros a 19 candidaturas na área de Investigação e Desenvolvimento, projectos-piloto e ideias inovadoras.
Um dos projectos de I&D mobilizadores apoiado com 630 mil euros é o Aquae Vitae. Promovido pelo Centro de Investigação de Montanha do IPB, com mais 5 parceiros, pretende “avaliar os efeitos terapêuticos da água termal, aplicá-la no desenvolvimento de bebidas, alimentos e produtos cosméticos e estudar ainda os recursos hidrominerais e geotérmicos em Trás-os-Montes”, explica Maria José Alves co-responsável do projecto.
“A maioria dos balneários estão muito focados nos tratamentos termais e muito pouco no desenvolvimento de produto, existem alguns que têm linha de cosmética colocados no mercado, mas sem grande sucesso. Acho que faz todo o sentido o desenvolvimento deste produto, permitindo assim inovar o sector”, sublinhou.
Entre os projectos-piloto inovadores apoiados estão também o Acorn4med, igualmente do CIMO e que visa valorizar a bolota como matéria prima em medicina, bem como em novas soluções de sustentabilidade florestal. Nesta categoria foi também contemplado o projecto EscarpArte que prevê estudar e divulgar ao público a maior pintura esquemática da pré-história recente em Portugal, localizada na Serra de Passos/ Serra de Comba em Mirandela, adiantou Patrícia Cordeiro do Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação – More.
“Fazer um estudo arqueológico das pinturas rupestres, especificamente dois abrigos identificados, um deles muito conhecido por buraca da Pala. O estudo já vai recorrer à tecnologia mais avançada, a fotogrametria, a prospeção 3D, que vai depois resultar numa solução móvel de interpretação digital”, referiu.
Este projecto tem um investimento global de 200 mil euros recebendo cerca de metade desse valor através do programa Promove.
Entre as ideias inovadoras apoiadas está a NatSauce que foi contemplada com 5000 euros e propõe-se desenvolver molhos naturais saudáveis e vegan com base em processos sustentáveis, sem presença de alergénicos, como ovo ou glúten. Aran Santamaria, investigadora do CIMO explica que apesar de ser um valor simbólico, a aprovação da candidatura vai ajudar a divulgar o projecto.
“Também para dar a conhecer a ideia e o produto. O concurso é só para o desenvolvimento da ideia e do conceito, mas é uma ajuda para procurar parceiros para poder levar o produto ao mercado”, destacou.
Outra das ideias apoiadas passa pela construção de um portal web para promover percursos virtuais. O Trás-os-Montes Interactivo, também desenvolvido pelo IPB pretende promover o valor turístico das terras de Trás-os-Montes, como forma de internacionalizar o território e a cultura do Interior.
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