Por: António Pires
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
“A ocasião faz o ladrão”
Não sendo minha intenção ousar pôr em causa o “princípio universal” desta expressão popular, no entanto, tenho outra explicação para justificar a motivação de quem se deixa seduzir pelo alheio, vulgo, se presta ao gamanço.
Na minha modesta opinião, o traço de personalidade “ladrão”, tal como a Maldade do Ser Humano, a Ganância, a Arrogância, a Vaidade, a Sacanice, a Soberba, a Traição, a Antipatia …, à semelhança dos respectivos opostos, situam-se, numa espécie de repositório, nos vários e complexos compartimentos do cérebro humano. A informação está lá, qual centralina nos veículos automóveis.
O que leva à pergunta: então, a nossa personalidade não resulta do berço, do ambiente familiar e escolar, da sociedade, das vivências, do ADN? Claro que sim. Somos o somatório de todos esses pressupostos. Mas o que mais determina os nossos comportamentos é a nossa essência, que, não raras vezes, a máscara ajuda a esconder esse Ser que não somos.
Antes de mais, é conveniente distinguir dois tipos de ladrões - separação que, na prática, a nossa Justiça não faz: aqueles que, por instinto de sobrevivência, roubam um pacote de leite no hipermercado, para dar aos filhos famintos; e os que, vivendo bem com 10, querem 20, cedendo, assim, ao segundo dos pecados capitais. Em relação aos segundos, é frequente usar-se não o termo “roubar”, mas o simpático e complacente eufemismo “desviar”.
Quem nunca ouviu, com perplexidade, a seguinte pergunta, quando alguém, respeitado na comunidade, que nós conhecemos, e por quem “púnhamos a mão no lume”, pela sua conduta moral intocável, foi tentado pelos milhões que estavam ali à mão: “como é que este homem é corrupto?! Não acredito! É impossível! Só pode ser uma cabala!”
É a essência que estava lá, adormecida, mas que um dia se revelou, num momento em que a pessoa não pôde controlar. O mesmo acontece com a traição, independentemente do género: está-lhes no sangue, é indomável.
Uns e outros, ladrões e infiéis, têm personalidades reprimidas. Pois, por muito que a sociedade os condicione e limite na sua verdadeira natureza (durante 10/20/30 anos), um dia estala-lhes o verniz, saem do armário, para incredulidade e desilusão dos paroquianos.
Como não posso nem tenho a veleidade de contrariar o que o povo tem por sagrado, e porque sou confesso admirador da tradição oral, fico-me pela ideia de que o ladrão (ganancioso) faz a ocasião.
Não sendo minha intenção ousar pôr em causa o “princípio universal” desta expressão popular, no entanto, tenho outra explicação para justificar a motivação de quem se deixa seduzir pelo alheio, vulgo, se presta ao gamanço.
Na minha modesta opinião, o traço de personalidade “ladrão”, tal como a Maldade do Ser Humano, a Ganância, a Arrogância, a Vaidade, a Sacanice, a Soberba, a Traição, a Antipatia …, à semelhança dos respectivos opostos, situam-se, numa espécie de repositório, nos vários e complexos compartimentos do cérebro humano. A informação está lá, qual centralina nos veículos automóveis.
O que leva à pergunta: então, a nossa personalidade não resulta do berço, do ambiente familiar e escolar, da sociedade, das vivências, do ADN? Claro que sim. Somos o somatório de todos esses pressupostos. Mas o que mais determina os nossos comportamentos é a nossa essência, que, não raras vezes, a máscara ajuda a esconder esse Ser que não somos.
Antes de mais, é conveniente distinguir dois tipos de ladrões - separação que, na prática, a nossa Justiça não faz: aqueles que, por instinto de sobrevivência, roubam um pacote de leite no hipermercado, para dar aos filhos famintos; e os que, vivendo bem com 10, querem 20, cedendo, assim, ao segundo dos pecados capitais. Em relação aos segundos, é frequente usar-se não o termo “roubar”, mas o simpático e complacente eufemismo “desviar”.
Quem nunca ouviu, com perplexidade, a seguinte pergunta, quando alguém, respeitado na comunidade, que nós conhecemos, e por quem “púnhamos a mão no lume”, pela sua conduta moral intocável, foi tentado pelos milhões que estavam ali à mão: “como é que este homem é corrupto?! Não acredito! É impossível! Só pode ser uma cabala!”
É a essência que estava lá, adormecida, mas que um dia se revelou, num momento em que a pessoa não pôde controlar. O mesmo acontece com a traição, independentemente do género: está-lhes no sangue, é indomável.
Uns e outros, ladrões e infiéis, têm personalidades reprimidas. Pois, por muito que a sociedade os condicione e limite na sua verdadeira natureza (durante 10/20/30 anos), um dia estala-lhes o verniz, saem do armário, para incredulidade e desilusão dos paroquianos.
Como não posso nem tenho a veleidade de contrariar o que o povo tem por sagrado, e porque sou confesso admirador da tradição oral, fico-me pela ideia de que o ladrão (ganancioso) faz a ocasião.
António Pires
Residente em Bragança.
Liceu Nacional de Bragança, FLUP, DRAPN.
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