“Gosto muito deste evento. Todos os anos, venho assistir. Ver um dia com tanta gente em Bemposta é uma alegria”,destacou Abílio Pires.
“Vim eu e os meus pais. É muito bonito”, disse Carmen Sanchez de Lumbrales.
“Isto é uma grande festa e um grande convívio”, contou Manuel Flores, habitante de Bemposta.
“Gostei muito do desfile. Teve muita energia. Acaba por ser algo que se devia conhecer de forma mundial, com muita cultura”, declarou César Augusto Micone, chileno, que vive em Salamanca.
Para quem participa com a sua máscara ou com o traje, é um momento importante de partilha de costumes, como é o caso do grupo de Salsas, de Bragança, de Castro Laboeiro de Melgaço, e do grupo da Roménia, que vêm de uma cidade próxima de Bucareste:
“Noto algumas diferenças nas máscaras. Considero que é muito bom este partilhar. Vão-nos visitar e por isso, é bem também virmos aqui partilhar. A nossa tradição é no Dia de Reis, que é no dia 6 de janeiro”, contou uma mascarada de Salsas, Sandra Morais.
“É um prazer estar aqui em Portugal, pela primeira vez. Nós estamos muito surpreendidos por encontrar neste país, aqui um carnaval tão grande, como aqui numa aldeia tão pequena como Bemposta. Não é diferente da nossa terra. Nós temos muito em comum: os costumes, as máscaras, a tradição e os sinos. Temos muitas coisas em comum”, contou Adrian Sebe da Roménia.
“É a nossa tradição e a nossa cultura, o nosso Carnaval e as nossas máscaras. Para nos divertirmos e o nosso fim é transmitir aquilo que herdamos dos nossos avós. É a segunda vez que participamos neste evento, já estivemos no ano passado. Levamos muita alegria, a partilha das culturas, as culturas diferentes das nossas. É sempre com muito prazer que a gente vem aqui. As mulheres é que são as farrangalheiras. Os homens também participam, mas as mulheres é que são as farrangalheiras”, contou Leonor Gonçalves.
O presidente da Junta de freguesia de Bemposta, António Martins, atesta que este será um dos eventos com aporte internacional:
“É um evento que está a crescer. Desde a primeira edição que começou em jeito de brincadeira, e depois foi tendo sustentabilidade. Fomos aumentando os apoios e tem vindo a crescer de ano para ano. E hoje é claramente um evento a nível europeu, com maior adesão por parte dos grupos. É um verdadeiro encontro internacional”.
Já o presidente da câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel vê este crescimento do evento com muito agrado, juntando os outros núcleos de Mogadouro de mascarados a este evento:
“E nessa medida procuramos juntar os outros cinco núcleos que existem no concelho, com associações próprias e rituais próprios e fundi-los nesta atividade, preservando a sua entidade, mas chamá-los para este evento. E é com sucesso e com agrado que eu vejo, que está resultar. A câmara para além do que tem investido, e continuará a investir a disponibilizar meios para que este evento se torne uma referencia a nível nacional, como creio que neste campo já o é”.
Os núcleos mogadourenses são Bruço, Vale de Porco, Valverde, Brunhosinho e Tó.
Agora realiza-se um desfile, mas a grande tradição é o Chocalheiro Manso e o Bravo, como nos conta um habitante da aldeia que sempre aqui viveu, Manuel Flores, de 84 anos:
“No dia a seguir ao Natal, sai o Chocalheiro Manso e no primeiro de janeiro sai o Bravo, a dar a volta à freguesia a apanhar a esmola para o Menino Jesus”.
A máscara do Chocalheiro é carregada de simbologia.
É composta por duas maçãs, que simbolizam o fruto proibido e duas laranjas nos ‘cornos’, que significam abundância. Tem uma serpente, mostrando a fertilidade e que está enroscada no sentido dos ponteiros do relógio, simbolizando a contagem do tempo. Na parte de trás do fato, leva uma bexiga de porco que significa riqueza, com um diabo ou, por vezes, uma caveira, sempre acompanhado.
O Encontro Internacional é organizado pela Maschocalheiro – Associação de Bemposta em colaboração com o Município de Mogadouro, o Agrupamento Europeu de Cooperação Internacional Duero-Douro (AECT) e a Junta de Freguesia de Bemposta.
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