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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 13 de abril de 2025

"SER ENTRE VENTOS E SOMBRAS"

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


Este viver o breve pouso sobre o ventre silencioso da terra onde tudo é alado na eternidade que o dia desenha…
E ficava ali sem saber se era caule ou flor. A terra a derramar tempos maduros como quem espera que o futuro aconteça, numa estranha suspensão do ar misturado à leveza de tudo o que, inevitavelmente, se desprende no declínio das coisas.
Talvez o crescer seja apenas essa metáfora da ousadia que desafia o destino, um drama mudo entre o visível e o invisível no que está para além dos gestos e do olhar. 
Um sentir oculto e inteiro num grito primeiro enquanto a boca do vento passa frágil e sem raiz, agarrada aos pés de tantas humanas loucuras transformadas em alucinados desvarios.
Sim, talvez o crescer seja o poético despir da ilusão onde resta o essencial, o que é verdadeiramente nosso, o que nos pertence num ténue rasto de ser. Sombra de raízes que transformam a luz nascente dos dias. 
E ama-se o que vale a pena ser amado. O ciclo da terra e o desenlace no corpo de uma nova canção de quem respira o céu e a essência pura de um outro amanhã. 
Porque tudo é queda para um novo ressurgir.


Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021, “Cultura Sem Fronteiras” (coletânea de literatura e artes) e “Nunca é Tarde” (poesia), e da obra solidária “Anima Verbi” (coletânea de prosa e poesia) editada pela Comendadoria Templária D. João IV de Vila Viçosa, em 2023. Prefaciadora dos romances “Amor Pecador”, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021), “As Lágrimas da Poesia”, de Tchiza (Katongonoxi HQ, Angola, 2023), “Amar Perdidamente”, de Mary Foles (Punto Rojo Libros, 2023) e das obras poéticas “Pedaços de Mim”, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021) e “Grito de Mulher”, de Maria Fernanda Moreira (Editora Imagem e Publicações, 2023). Autora dos livros de poesia: Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022) e As Dúvidas da Existência - na heteronímia de nós (Farol Lusitano Editora, 2024, em coautoria com Rui Fonseca).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."- Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza.

2 comentários:

  1. Que crônica maravilhosa, cara colega do MOC, POETISA PAULA FREIRE!!!!!
    Texto denso, maduro, sério, impactante, e lindo; como quase tudo que escreve. As musas convivem contigo, qual gêmeas, que nas suas palavras sábias, nos conduzem ao éden.

    Ave, Paula Freire!
    Seja feita a sua vontade: - Me rendo ao seu talento!

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    Respostas
    1. Caro companheiro de letras, o meu sincero e profundo obrigada pelo abraço das suas palavras.
      Se existem musas que me visitam, acredito que se encontrem igualmente ao seu lado, pois só quem comunga com a inspiração a reconhece nos outros com compreensão e ternura. Que a escrita possa sempre ser feita desse encanto e partilha.

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