A aldeia de Bemposta, no concelho de Mogadouro, recebeu, no sábado, o V Encontro de Rituais Ancestrais. A localidade raiana acolheu mais de 70 grupos de mascarados, num total de cerca de 800 participantes. A ideia de quem ruma a Bemposta é dar a conhecer as suas tradições e não as deixar perder. “É importante participar porque nos dá outro ser. A ideia é não deixar perder a tradição”, disse José Alberto Esteves, de São Pedro da Silva, Miranda do Douro. “É um grande prazer estar, pela primeira vez, em Portugal”, referiu Adrian Sebe, da Roménia. “O nosso fim é transmitir aquilo que guardamos dos nossos avós, dos mais velhos, as nossas tradições”, assinalou Leonor Gonçalves, de Castro Laboreiro.
O presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, António Martins, destaca que a posição geográfica da localidade permite uma grande relação de proximidade com os povos do outro lado da fronteira, sendo muito comuns os momentos culturais partilhados entre Espanha e Portugal. “É um evento que tem vindo em crescendo, desde a primeira edição, e hoje é, claramente, um dos eventos, se calhar, a nível europeu, com maior adesão por parte dos grupos. E isto faz sentido aqui em Bemposta, porque é uma zona transfronteiriça e há muitos grupos de mascarados, quer de um lado, quer do outro, da fronteira. E, depois, porque Bemposta é terreno propício para os rituais ancestrais. Este tipo de eventos, penso eu, têm muito melhor acolhimento em sítios onde eles têm uma certa implantação. As árvores dão-se em terra boa e os rituais ancestrais também tiveram sucesso aqui porque Bemposta têm essa tradição secular do chocalheiro, que nunca deixou, felizmente, de se realizar”.
O V Encontro de Rituais Ancestrais em Bemposta contou com 71 grupos de mascarados, num total de cerca de 800 participantes.
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