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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

FEIRA DOS MORANGOS DE SÃO PEDRO VELHO PELA PRIMEIRA VEZ EM ESPAÇO COBERTO

 CERTAME ESTÁ AGENDADO PARA O PRÓXIMO FIM-DE-SEMANA


Está tudo pronto para a 15^edição da feira do morango de São Pedro Velho, agendada para o fim-de-semana, naquela aldeia do concelho de Mirandela, já rotulada como a capital do fruto por produzir, provavelmente, os morangos mais doces do país.

Quatro agricultores da freguesia produzem anualmente cerca de 100 toneladas de morangos, e estima-se que durante os próximos dois dias sejam vendidos perto de dez toneladas, distribuídos por caixas de dois quilos que custam 9 euros.

E nem a chuva que está prevista, vai ser um problema. “Estamos a fazer alterações para precaver essa situação de forma a que as pessoas possam vir, mesmo chovendo, estando em segurança e estando num local abrigado das intempéries. Vamos fazer alteração do lugar da feira este ano, pela primeira vez, o local é desviado do centro da aldeia, num espaço coberto, no polidesportivo”, conta a presidente da junta de freguesia. “Vamos ver como corre, mas as expetativas são boas. O morango é ótimo, com a mesma qualidade de sempre, o mesmo sabor e esperamos por toda a gente”, acrescenta Fernanda Guerra.

A autarca acredita que a aldeia com cerca de 160 habitantes vai receber “milhares de visitantes” de vários cantos do país, num fim-de-semana em que cada casa recebe dezenas de familiares. “As pessoas da própria localidade de São Pedro Velho e das freguesias aqui vizinhas já tiram férias para esta altura. E então é sempre um fim-de-semana de muita afluência, mesmo de emigrantes que vêm sempre nesta altura passar cá a semana da feira para poderem estar e há famílias com 30 pessoas em casa neste fim-de-semana”, garante.

A fama que os morangos de São Pedro Velho já têm no mercado também já estão a ter consequências menos positivas. Fernanda Guerra revela que já existe quem se aproveite e venda gato por lebre. A autarca diz que a solução “terá de passar pela certificação” do fruto. “Há mesmo quem utilize as próprias caixas dos produtores com outro produto que não o deles. E isso é mau tanto para o Morango como para os produtores, como para a região”, lamenta. 

Uma coisa é garantida: Na feira, só vão estar à venda morangos de São Pedro Velho, os originais. No certame vão estar cerca de 60 expositores, com outros produtos endógenos da região. Amanhã, há um percurso pedestre com a particularidade de os caminheiros poderem parar numa exploração para apanhar o morango e levar para casa. A abertura oficial acontece ao início da tarde, segue-se a animação de rua com bombos e um concurso de vinhos da região. À noite, acontece a animação musical com o grupo “Sol e Dó” e vários dj’s. No domingo, a manhã está dedicada ao Passeio TT e durante a tarde a atuação do grupo “Encharca o fole”.

QUATRO AGRCULTORES PRODUZEM ANUALMENTE CERCA DE 100 TONELADAS DO FRUTO

“Não precisam de açucar”, garante Manuel Pinto, um dos produtores que começou, há 26 anos, com 5 mil pés e agora já vai em 40 mil nos cerca de três hectares de morangal, que dão fruto entre abril e novembro. 

O segredo está no “microclima que existe na aldeia e o solo rico em potássio”, fatores que Manuel Pinto considera essenciais para conferir um aroma especial ao fruto, mais doce que o habitual. “Digo sempre às pessoas que nunca ponham açúcar nos nossos morangos, porque estão a dar cabo da saúde e a adulterar o paladar”, adianta.

Outro produtor, Armindo Alves, lembra que começou há 23 anos com uma pequena plantação de 10 mil pés e agora tem quase quatro vezes mais. Garante que é tudo escoado. “E mais que houvesse”, diz. “Desde que é feita a feira, não temos mãos a medir, porque levamos o nosso produto às lojas, se estiver está lá o espanhol, não lhe tocam. E o nosso vai logo”, afirma.

Só estes dois agricultores têm a trabalhar nos morangais mais de 20 pessoas da freguesia. “Têm de se apanhar com cuidado, porque é uma fruta sensível e não podemos partir o morango verde que há, nem a flor”, revela Ester Pinheiro, confessando que é um trabalho com muito desgaste físico. “Ao fim do dia dá cabo de nós, são dores nas pernas e nas costas porque andamos todo o dia amarrados, por isso é que os mais novos não querem nada com isto”, diz. Ainda assim, há exceções. Susana Ferreira, tem 38 anos e desde os 18 que trabalha na apanha. “Também trabalho nas limpezas, mas a grande parte do tempo é no morango”, conta. “Custa um bocadinho, porque andar aqui 5 horas amarrada, é dose, mas pronto, faz-se com gosto, com amor e as coisas correm bem”, acrescenta.

Nos dois dias que antecedem a feira, os quatro produtores da freguesia fazem uma interrupção na apanha para acautelar uma quantidade exclusiva para o certame. 

Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

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