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SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
terça-feira, 12 de março de 2013
" O TEAR "
Com seis anos apenas...
Deixei a vizinha sair e pra lá fui a correr...
Tinha a atenção virada, para o que de fora escutava...
Os batimentos do tear, sonhava experimentar...
Atravessei as hortas, que separavam as casas,
Meus pés ganharam asas,
Já andava a maquinar, o tear ir visitar,
Se bem o pensei, melhor o fiz,
Até ao portal foi um triz,
Desviei o carabelho, a grande porta rangeu,
Olhei, alguém podia ver,
Os olhos fixei, nos fios bem alinhados...
Estava à minha frente, o projecto da minha mente,
Estiquei o pequeno braço, com grande desembaraço,
Imaginem no que deu...
A tecedeira apareceu, ficou aterrada com o que acabava de ver,
O trabalho da semana acabava de perder...
Ah! disse...
Eu nem sei o que te faço...agarrou-me por um braço,
E dali me arrancou...só aí percebi
Que ia apanhar uma sova...
Da minha mãe, eram de caixão à cova,
Para me castigar, o chinelo tirou, ainda o levantou...mas
A avó Ana chegou, foi ela que me salvou,
Deitou água na fervura, para os ânimos acalmar...
PARECE QUE ME VOU SAFAR,
Foi então que a avó disse: vós tendes que entender,
Ela só queria aprender,
Advogada eu já tinha, só faltava o juíz,
Nisto, o meu pai chegava, e com o tribunal deparava
De juiz quis fazer, sem dar a perceber,
Sorriu e fez-me sinal...o olho me piscou...
Depressa dei meia volta e à sua mão me agarrei
e não mais a larguei, até a sentença ser lida,
Foi logo de seguida, disse:
Tenho que te comprar, um tear pra trabalhar,
A sentença acatei, melhor não podia ser...
E com tão boa advogada, não podia perder a causa...
Fez-se uma pausa...
A avó Ana, era idosa e ningúem a contrariava...
Era sempre respeitada,
Meu pai continuou...
Minha filha vai ter, a profissão que escolher,
Tinha nele um aliado para meus tramas tecer...
Cozinheira, costureira, médica ou enfermeira...
Excepto freira...
E foi assim...lembrei,
COMO DA SURRA ME SAFEI...
Por: Lídia Silva
Uma amiga Bragançana
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