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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lenda de Val do Torno

Local: Vila Flor, BRAGANÇA

A freguezia é atravessada por trez ribeiros, cujas aguas servem para regar e fertilizar as terras, e de motor a varios moinhos de pão. Depois de reunidos, desaguam na ribeira do Sabôr. Alem d’isso ha na freguezia muitas fontes de optima agua potavel. Entre estas, ha uma de bôa cantaria lavrada, dentro de um arco, com assentos dos lados, que é legendaria. Cré o povo que alli habita uma Naiade, que não é mais nem menos do que uma moura encantada, que se ouve tecêr, em um tear de marfim, uma têa d’ouro, em todas as manhans do dia de S. João, antes de nascer o sol. Ha muitos que teem passado a noite em claro, para terem a ventura de ouvir tecêr a moura, mas não o teem conseguido.
É ponto averiguado (e geralmente acreditado na freguezia...) que, hindo certa mulher a esta fonte em uma das taes manhans de S. João, em vez de agua trouxe o cantaro cheio de novellos d’ouro. A mulher, enthusiasmada com tanta riqueza, exclamou «Santo nome de Jesuz» – Foi a sua desgraça; porque apenas pronunciou o nome de Deus, os novellos d’ouro desappareceram! (Parece que a tal tecedeira tinha mais de diabo do que de moira encantada!) O que é certo, é estar o terreno em volta da fonte todo esfoçado pelos buscadores de thesouros encantados.

Fonte: PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo X, p. 91

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