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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 22 de abril de 2014

À descoberta do Geoparque «Terras de Cavaleiros»

Em Macedo de Cavaleiros há um território que evoca cores e odores que se renovam a cada estação. No Geoparque «Terras de Cavaleiros» as tradições locais são acarinhadas e valoriza-se os produtos da região. Isto também em prol do turismo. Para tal, foi criada a marca «Terras de Cavaleiros», associada a um território que une a Terra Quente e a Terra Fria do nordeste transmontano.
No coração de Trás-os-Montes, num território que acolhe o rio Sabor, estende-se o Geoparque «Terras de Cavaleiros». Um território de natureza impoluta e onde se «valoriza a qualidade de vida das populações e dos que a visitam», refere Sílvia Marcos, Coordenadora Executiva do Geoparque.
No lugar contabilizam-se 42 geossítios dispersos pelo concelho de Macedo de Cavaleiros. Isto num território onde se cruza a Terra Fria com a Terra Quente do nordeste transmontano e onde habita, por exemplo, um terço das espécies de libélulas e borboletas conhecidas no país. Espécies que o visitante pode contemplar na estação de biodiversidade criada no trilho Ricardo Magalhães, situada na Albufeira do Azibo.
Para potenciar o território, foi criada a marca «Terras de Cavaleiros». «Terras» numa alusão medieval e à vastidão do território e «Cavaleiros», pela força da história associada ao acto heróico do cavaleiro Martim Gonçalves de Macedo que, em 1385, na Batalha de Aljubarrota, salvou da morte o Mestre de Avis, futuro D. João I, rei de Portugal.
Uma marca que serve, explica Sílvia Marcos, para potenciar o território e gerida pela associação com o mesmo nome (Geoparque Terras de Cavaleiros), sem fins lucrativos. 
Uma associação criada em Outubro de 2012 e que integra actualmente diversas entidades, instituições de ensino e solidariedade, assim como a Câmara de Macedo de Cavaleiros.
Do trabalho do Geoparque destacam-se algumas iniciativas que, dizem os responsáveis, pretendem «promover o território». 
Entre elas, uma Rota Geológica, onde é possível observar o maciço geológico do Sítio de Morais (freguesia de Morais), num percurso de 110 quilómetros. Uma rota em dez etapas estipuladas num guia que inclui abordagens ligadas à geologia, flora, fauna, paisagens, património e gastronomia.
O guia «contém ainda informação prática sobre os locais a visitar, como chegar, como deslocar-se, locais de alojamento, restauração, locais de artesanato e/ou produtos regionais», esclarece Sílvia Marcos.
O Sítio de Morais será visitado em Maio de 2014 por uma equipa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito da candidatura do Geoparque Terras de Cavaleiros à Rede Mundial de Geoparques criada, em 2004, pela UNESCO.
O Maciço de Morais apresenta-se à UNESCO, explica a responsável Sílvia Marcos, como «sendo portador de vestígios de dois continentes e de um oceano desaparecidos e envolvidos na formação montanhosa há mais de 280 milhões de anos, muito antes da presença dos dinossauros. Uma história que inclui o choque entre dois continentes, empurrando a placa oceânica do fundo do mar que os separava».
A Rede Mundial de Geoparques criada, em 2004, pela UNESCO em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicas visa distinguir áreas naturais com elevado valor geológico, nas quais esteja em prática uma estratégia de desenvolvimento sustentado baseado na geologia e em outros valores naturais ou humanos.
Natureza e saberes locais:
Ao todo, no Geoparque, existem 24 percursos pedestres, devidamente sinalizados ao longo de 180 quilómetros dispersos pelo concelho de Macedo de Cavaleiros. Trilhos que podem também ser percorridos em BTT. 
Aqui, o visitante pode ocupar-se com várias actividades, desde observação de aves, caça, pesca, parapente ou canoagem (no rio Sabor).
O património edificado e cultural também não é esquecido podendo o turista visitar os seis museus existentes no território: o Museu de Arte Sacra, o Museu Rural de Salselas, o Museu do Mel e da Apicultura, o Núcleo Museológico do Azeite, o Museu Religioso de Balsamão e a Casa do Careto.
Visitas guiadas, programas de «ciência viva» e educativos e recriação de momentos como a ceifa e malha em Morais ou o Entrudo (com os conhecidos Caretos de Podence) são outras actividades organizadas ao longo do ano pelo Geoparque.
O artesanato, saberes e sabores locais também não são esquecidos pelo Geoparque Terras de Cavaleiros. 
As mãos das gentes que habitam o território vão mantendo vivas algumas artes com séculos, como a cestaria de vime, rendas e bordados em linho, o fabrico de trajes tradicionais ou os foles para acender o lume, mas também as famosas máscaras e fatos dos Caretos.

Ana Clara; Fotos - Geoparque Terras de Cavaleiros
in:cafeportugal.pt

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