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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Arquivo Distrital de Bragança

História
O regime republicano legislou no sentido de criar Arquivos Distritais para custodiar sobretudo a documentação eclesiástica, confiscada após a Revolução de 1910. Foi na sequência dessa legislação que, em 29 de Novembro de 1916, Bernardino Machado decretou a criação da Biblioteca Pública de Bragança, com um Arquivo Distrital anexo (Decreto n.º 258 – a Biblioteca seria considerada para todos os efeitos legais, incluída na alínea I do artº 3º do Dec. Lei de 18 de março de 1911). Destinavam-se ambos a incorporar os importantes núcleos de espécies manuscritas e impressas existentes na região, na sequência da vasta legislação cultural dos primeiros anos da República, cujo ideário engrandecia a missão das bibliotecas de que dependia o futuro e dava um papel de importância decisiva aos Arquivos dos quais dependia o passado. Bibliotecas e Arquivos, na letra do decreto de 18 de Março de 1911 (publicado no “Diário do Governo” nº 65 de 21 de Março de 1916), assinado por Teófilo Braga, deveriam operar a remodelação mental do país.                           
Já em Janeiro de 1915 o Diário de Notícias publicava a seguinte notícia: – “A Inspecção das Bibliotecas Eruditas e Arquivos propôs ao governo a criação e instalação duma biblioteca pública no antigo paço episcopal de Bragança, destinando-se para seu fundo inicial as livrarias da mitra brigantina, do seminário diocesano e o da antiga junta geral do distrito”. O Decreto atrás referido responsabilizava a Câmara Municipal pela instalação da Biblioteca e Arquivo Distrital no antigo Paço Episcopal.
Mário Salgueiro é incumbido por Júlio Dantas, Inspector das Bibliotecas Eruditas e Arquivos, de examinar in loco as livrarias da Mitra, da antiga Junta Geral e do Seminário, as quais deveriam constituir o fundo da Biblioteca Pública a criar.
A viagem é feita em 26 de Março de 1915. O relatório enviado a Júlio Dantas, em 15 de Abril de 1915, tem as seguintes informações: a livraria da Mitra estava instalada numa vasta sala do antigo paço Episcopal e continha “para cima de 4.000 volumes, quási todos magnificamente encadernados e bem conservados…”
Na mesma sala localizava-se o Arquivo do Cabido, trazido de um velho armário da Sé. Os pergaminhos também pertencentes ao cabido localizavam-se num dos altares da capela do Paço. A documentação encontrava-se em estado de grande deterioração, sendo referido nos seguintes termos: “Cuja salvaguarda se impõe imediatamente, não só pela sua importância, que é muita, mas porque está na iminência de se perder por completo”. Agravava a situação o facto de a cavalariça da Guarda Republicana estar instalada no rés-do-chão.
A Biblioteca da Junta Geral, depois da sua extinção pelo Decreto de 24 de Dezembro de 1892 ficou à guarda do Liceu. O mesmo aconteceu com a Biblioteca do Seminário que, por Decreto de 20 de Agosto de 1911, foi também cedida provisoriamente ao Liceu.
Toda a cidade apoiava a criação da Biblioteca e a Câmara Municipal responsabilizou-se assim: “conseguiria a verba necessária…, sendo indispensável a criação duma Biblioteca e Arquivo Distrital na cidade de Bragança, tão arredada dos grandes centros, onde possam ser instalados e guardados com segurança todos os papeis e documentos relativos à região cuja história vem sendo feita, com extraordinária dedicação e muita inteligência pelo já citado arqueólogo S. Francisco Manuel Alves, Reitor de Baçal.”
O Decreto n.º 46350, de 22 de Maio de 1965, unificou as duas instituições, mas não lhe deu vida. Continuaram enclausurados os livros e documentos no Museu Abade de Baçal desde a jubilação do seu director, Francisco Manuel Alves (1935). Entretanto, algo foi mudando. A Direcção Geral do Património do Estado cedeu ao Instituto Português do Património Cultural o antigo Convento de S. Francisco para novas instalações. Aqui começou a funcionar a Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Bragança com a posse dada ao novo Director, Dr. Belarmino Augusto Afonso, a 26 de Agosto de 1985.
Porque obras de consolidação e adaptação urgiam, foi necessário encontrar instalações provisórias num bairro da antiga Quinta da Trajinha, onde permanece durante 12 anos. Os investigadores e a própria cidade de Bragança reencontram o Arquivo como instituição cultural insubstituível para a história da região. Pelo Decreto – Lei nº 60/97, Art.º 32, de 20 de Março, são extintos os serviços de biblioteca do Arquivo de Bragança, passando a designar-se Arquivo Distrital de Bragança.

in:adbgc.dglab.gov.pt

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