A população de Paçó, aldeia anexa a Rio Frio, no concelho de Bragança, ameaça cortar a Estrada Nacional 218, se nada for feito para garantir a travessia da via em condições de segurança. A aldeia, com 60 habitantes, é atravessada pela Estrada Nacional, que faz a ligação entre a A4, nas proximidades de Bragança, e Vimioso e Miranda do Douro.
Diariamente, os habitantes de Paçó têm de atravessar esta via para se deslocarem para as suas propriedades agrícolas e até para algumas moradias que se localizam na zona.
Ainda esta semana, por volta das 22h30 da passada segunda-feira, houve o atropelamento dum rebanho, que provocou a morte a 10 ovelhas e um cão. Outos animais do rebanho com 700 cabeças ficaram gravemente feridos e o proprietário teme que não resistam aos ferimentos.
Cansados de reivindicar a construção de uma ponte, à semelhança daquelas que existem em Rio Frio e Outeiro, localidades atravessadas pela mesma estrada nacional, ameaçam tomar medidas, se nada for feito para garantir a travessia de pessoas, veículos e animais em segurança.
“Queríamos um pontão para passar as pessoas, o gado e tudo. A gente corta a estrada”, garante Ilda Rodrigues.
“Temos de fazer alguma coisa, até mando vir tractotores de fora e vamos tapar a passagem”, diz outra habitante de Paçó Georgina Rego.
“Temos uma travessia onde passam tractores, seres humanos e não temos uma passadeira nem uma ponte. Só quando matarem uma pessoa é que tratam disso”, acusa Alexandre Fernandes.
O proprietário do rebanho atropelado, António Fernandes, garante que a travessia estava devidamente sinalizada e lamenta a perda dos animais, sendo que este já é o sexto acidente que tem com ovelhas e teve também já cinco cães atropelados no mesmo local.
“Estava a sinalizar o rebanho com o foco e com um colete, com a 20 metros de distância do rebanho, mas não viu nada só parou em cima do rebanho. Ajuda? Não tenho nenhuma, não me pagam o valor, valem 100 euros, pagam-me 50, algumas iam ter as crias agora, pelo menos cinco”, explica.
Abílio Lopes, tesoureiro da União de Freguesias de Rio Frio e Milhão, luta há 15 anos pela construção de uma ponte naquela zona, tendo enviado já vários ofícios à Junta Autónoma de Estradas e à Estradas de Portugal, actual Infraestruturas de Portugal, acompanhados por fotografias dos acidentes, recortes de notícias que dão conta dos mesmos e até um pequeno estudo que aponta para a melhor localização da passagem superior, que a população considera que seria a melhor solução para o problema.
A Estradas de Portugal até respondeu, em Julho de 2013, indicando que “o facto de, em média, passarem no local 1300 veículos por dia e os indicadores de sinistralidade registados, apenas justificavam a introdução de medidas de baixo custo, a salientar a colocação de sinalização”.
Uma justificação que não convence Abílio Lopes.
“Eu pergunto se se justifica uma passagem superior em Outeiro e Rio Frio onde não houve acidentes nos últimos 15 anos com animais ou veículos, enquanto que em Paçó já aconteceram vários. Aqui os veículos passam a alta velocidade, está lá o sinal de redução de velocidade, mas ninguém respeita”, e teme que um dia venha a acontecer com as pessoas.
Depois do acidente desta semana, o representante da União de Freguesias vai reforçar o pedido de uma passagem superior junto da Infraestruturas de Portugal. A Brigantia contactou também esta empresa pública, solicitando esclarecimentos sobre o assunto mas, até ao momento, não obtivemos resposta.
Sara Geraldes
Escrito por Brigantia
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