No segundo dia da iniciativa “Portugal Próximo”, entre dezenas de órgãos de comunicação social, nacionais e regionais, e entre centenas de pessoas que queriam tirar uma selfie com o Presidente da República, o Diário de Trás-os-Montes conseguiu uma entrevista em exclusivo com a figura do momento, Marcelo Rebelo de Sousa.
ENTREVISTA
Diário de Trás-os-Montes (DTM): Como é que definiria numa palavra a sua passagem de dois dias e meio pela região transmontana?
Presidente da República (PR): Maravilhosa!
DTM: Nesta sua visita a Trás-os-Montes, o que é que acha que mudou em relação há última vez que por cá passou?
PR: Tudo! Menos a alma das gentes… O interior mudou, está a mudar e vai mudar a um ritmo perfeitamente inesperado.
DTM: Visitou duas grandes instituições de ensino em Trás-os-Montes.
PR: Quer a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), quer o IPB (Instituto Politécnico de Bragança), estão a ter um peso nacional enorme e, sobretudo, um peso mundial.
DTM: Houve algo que o surpreendeu?
PR: Sim, de facto! Em Trás-os-Montes encontramos alunos de todo o mundo, mas não são alunos no começo de uma carreira, não. São de mestrados, de preparação de doutoramento, em pós-doutoramento, quer dizer, ao nível top. Isso é muito importante em termos de conhecimento.
DTM: E ao nível das empresas?
PR: Ao nível das empresas, destaco, inclusive, esta ligação com as instituições de ensino e que está todos os dias a mudar. Uma coisa é certa, eu falei com alguns empresários que já investiram, que estão a investir ou vão investir.
DTM: Em Bragança, o peso da comunidade estudantil é enorme em relação ao número de habitantes. Sem o IPB, perde-se um dos motores fulcrais da economia?
PR: Repare que em Bragança, se pensarmos no peso que têm sete mil alunos numa comunidade que é tão somente quatro vezes esse número em termos de habitantes, percebe-se como faz a diferença e se pensarmos nas empresas que estão a arrancar, faz duplamente a diferença. Ou seja, de repente desaparece aquela imagem de Trás-os-Montes, aquela região perdida lá no recanto de Portugal continental, isolada e longe de tudo.
DTM: O Túnel do Marão veio ajudar a desencravar a região?
PR: A localização hoje não é geográfica, é uma localização de inteligência, de conhecimento, de internet, de novos tipos de comunicação, de circulação de pessoas no mundo e por isso encontrar em Trás-os-Montes gente da India, do Paquistão, da China, mas também da América Latina, de toda a Europa de Leste, já nem me refiro a África, obviamente, sobretudo, vindos dos países que falam português, é outro tipo de vida na região e Trás-os-Montes está hoje diferente, e foi essa diferença que eu vim reencontrar.
DTM: Como é que definiria numa palavra a sua passagem de dois dias e meio pela região transmontana?
PR: Maravilhosa!
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.pt
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