Doenças e políticas do setor cinegético são as principais causas, diz Arlindo Cunha, vice-presidente da Federação Nacional de Caça.
“Talvez estejamos a atravessar o momento mais difícil da caça em Portugal das últimas três décadas. Isto deve-se, sobretudo, às doenças dos coelhos, recentemente também dos javalis, e, por outro lado, à própria política do setor que não está adaptada às novas situações. Não se justifica que os caçadores paguem para o Estado certos custos, como por exemplo as taxas, no caso das reservas associativas, que representa 4 milhões de euros por ano, o que é muito. Os caçadores são cada vez menos, há menos caça e estão desanimados.
O próprio legislador que gere a caça, o Estado, tem que ter isto em conta e rever os custos que caem sobre os caçadores.”
Sobre haver partidos e associações a quererem acabar com a caça, o vice-presidente da Federação Nacional de Caça, considera que são ‘”pessoas intolerantes”:
“É evidente que há pessoas que sempre viveram do alcatrão e não conseguem perceber que há vida para além disso. São, sobretudo, pessoas intolerantes que têm a sua visão do mundo, que nós aceitamos mas não partilhamos. São visões que pretendem acabar com tradições milenares, entre as quais a caça, que está muito associadas à vida económica e cultura do meio rural. É por isso que temos de as defender e, a título algum, podemos aceitar que nos queiram impor, de forma intolerante, certas restrições à nossa cultura.”
Declarações à margem do seminário “A caça em Trás-os-Montes: Ameaças e Oportunidades”, que aconteceu em Macedo de Cavaleiros inserido na XXIII Feira da Caça e Turismo e XXV Festa dos Caçadores do Norte.
Escrito por ONDA LIVRE
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