segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Compostagem do bagaço de azeitona pode tornar lagares menos dependentes das extractoras

 Fazer a compostagem do bagaço de azeitona, em vez de ser todo transformado nas extractoras, pode ser uma das soluções para um recente problema que atravessa o sector olivícola da região
No final de Dezembro, os lagares foram obrigados a fechar por falta de capacidade para armazenar bagaço, visto que as extractoras da região também não conseguiram transformar tanta quantidade de bagaço em simultâneo. Isto porque os agricultores decidiram fazer a apanha da azeitona praticamente todos na mesma altura. Segundo a directora de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, o objectivo é encontrar outra alternativa às extractoras. “A pressão não pode ser apenas para as extractoras e temos que encontrar soluções integradas, que passem também por questões como a compostagem e outros tipos de transformação deste sub-produto bagaço, quer seja na alimentação animal, quer seja como fonte calorífica. Temos aqui outras possibilidades de utilização do bagaço, que criam uma forma muito interessante de diminuir a pressão nas empresas extractoras”.

Até ao final do mês, o Ministério da Agricultura apresentará um manual de normas de compostagem do bagaço de azeite. “O Ministério da Agricultura já está a preparar e durante este mês deveremos ter pronto um manual das normas da compostagem, como é que se pode licenciá-la. Efectivamente temos essa oportunidade. Temos lagares aqui no Norte que têm inclusivamente terrenos que podem utilizar para o efeito”, disse a directora regional.

A produção de azeitona tem sido uma aposta na região, registando-se um aumento considerável este ano. “Temos apoiado muito a plantação de novos olivais e com isso temos mais azeitona. Iremos produzir, este ano, na região, cerca de 90 mil toneladas de azeitona e, por isso mesmo, temos cada vez mais bagaço para transformar”, esclareceu Carla Alves.

Os lagares estiveram parados ainda durante alguns dias, por não conseguirem armazenar o bagaço, que não era recolhido pelas extractoras, também por falta de capacidade de laborar grandes quantidades.

Na região há apenas três extractoras de bagaço, uma no concelho de Mirandela, outra em Valpaços e uma terceira no Pocinho. As três servem a região Norte, mas também parte da região centro.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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