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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

FAMÍLIA DE HOMEM MORTO A TIRO QUANDO PESCAVA NO RIO TUA REVOLTADA COM FALTA DE RESPOSTAS PARA O QUE ACONTECEU HÁ TRÊS ANOS

 Os pais de Cláudio Nascimento, o homem de 32 anos que, no dia 29 de novembro de 2020, foi resgatado, sem vida, do rio Tua, próximo da aldeia de Valverde da Gestosa (Mirandela), depois de ter sido atingido na zona da cabeça com um tiro disparado por uma arma caçadeira, quando estava à pesca, estão revoltados com o silêncio das autoridades sobre o caso. “A PJ esteve aqui, em outubro, do ano passado, a dizer-nos que já deram a volta a muitos caçadores, mas não há nada de concreto”, lamenta Maria José, a mãe da vítima. “Estão mais apontados para que tenha sido um caçador que matou o Cláudio, por engano”, adianta sem conter as lágrimas e não conseguindo disfarçar a dor que carrega desde aquele fatídico dia. “É uma dor muito grande não saber quem matou o meu filho. Ele era um muito bom rapaz, não fazia mal a ninguém, todos gostavam dele, aqui na aldeia”, conta.


Maria José não acredita na possibilidade de ter sido um ajuste de contas. “O meu filho conversava muito comigo e se houvesse alguma ameaça, acho que ele contava-me o que se passava”, refere.

Cláudio era filho único de Maria José e Sérgio Nascimento. “Sempre viveu connosco. Lá ia de vez em quando com o pai às campanhas e ganhava algumas jeiras por aqui”, revela a mãe com olhar fixo numa das várias fotografias de Cláudio espalhadas pela casa. “O quarto dele continua tal como ele o deixou, com todas as coisas que ele tinha. As bandeiras, os aviões de coleção, as bolas de futebol, porque ele gostava muito de futebol ciclismo e também de pesca”, recorda.

Este silêncio também está a ter reflexos nos habitantes da pequena aldeia. “Noto que as pessoas estão em sobressalto, por vezes, quando o assunto vem entre amigos, a saudade, a revolta de não sabermos nada nestes três anos, sobre o que aconteceu ao Cláudio, é um bocado angustiante”, afirma o presidente da União de Freguesias de Barcel, Marmelos e Valverde da Gestosa. “A família está destruída psicologicamente. Isto causa um sofrimento enorme e ainda por cima não sabem que tirou a vida ao filho e o mistério de uma morte deixa-nos incomodados”, acrescenta Luís Esteves.

MORTE MISTERIOSA

Não são ainda conhecidas as circunstâncias em que ocorreu a morte de Cláudio Nascimento. Sabe-se apenas que nessa tarde, do dia 29 de novembro de 2020 (domingo), a vítima foi à pesca, como era habitual, no local, conhecido como a zona da “fraga velha”, a mais de dois quilómetros da aldeia. “Nunca mais dava notícias nem aparecia, fui saber dele àquele sítio, estava lá a mochila, a cana de pesca e o chapéu e muito sangue espalhado”, contou, na altura, o pai, Sérgio Nascimento.

Foram acionados os bombeiros e os militares da GNR e o corpo foi resgatado da água do rio Tua, já na madrugada do dia seguinte. Ao que apurámos, Cláudio terá sido atingido na zona da cabeça com um tiro disparado por uma arma de grande porte, provavelmente uma caçadeira.

Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

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