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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

O que quer dizer? Explicação de provérbios acerca do vinho

 Os provérbios são expressões populares que refletem a sabedoria coletiva de um povo, transmitida de geração em geração.


Eles utilizam metáforas e comparações para ensinar lições de vida, dar conselhos práticos e refletir sobre a natureza humana e as circunstâncias do quotidiano.

Em Portugal, os provérbios relacionados ao vinho são especialmente numerosos e ricos, evidenciando a importância cultural e social desta bebida.

Apresentamos aqui o eventual significado de diversos provérbios sobre o vinho:

– “Ao teu amigo e ao teu vizinho o teu melhor pão e o melhor vinho.”

Significa que devemos oferecer o melhor de nós mesmos às pessoas próximas, como amigos e vizinhos, mostrando generosidade e cuidado com quem está ao nosso redor.

– “Quem tem bom vinho tem bons amigos.”

Sugere que a hospitalidade e a generosidade, exemplificadas pela oferta de bom vinho, ajudam a manter e fortalecer amizades. Também pode significar que aqueles que possuem bom vinho, serão ricos, e que, por isso, terão bons amigos.

– “Vinho e amigo, o mais antigo.”

Indica que tanto o vinho como os amigos antigos são valiosos. E que quanto mais antigos, melhor. Assim como o vinho envelhecido é apreciado, as amizades de longa data são especiais e merecem ser valorizadas.

– “Se queres o velho menino, dá-lhe doce e vinho.”

Quer dizer que, para conquistar a simpatia e o carinho das pessoas mais velhas, devemos ser generosos e oferecer-lhes pequenos prazeres, como doces e vinho.

– “Vinho e medo descobrem o segredo.”

Significa que tanto o vinho (que pode diminuir as inibições) quanto o medo (que pode levar a confissões) têm o poder de fazer com que as pessoas revelem segredos ou verdades ocultas.

“Vinho doce bebe-se como se nada fosse.”

Indica que o vinho doce, por ser agradável ao paladar, pode ser consumido em grande quantidade sem que a pessoa se aperceba, devido ao seu sabor suave.

“Quem na sopa deita vinho de velho se faz menino.”

Sugere que adicionar vinho à sopa pode rejuvenescer ou dar energia, fazendo com que a pessoa se sinta mais jovem e vigorosa.

“Antes da sopa, molha-se a boca.”

Este provérbio aconselha a beber um pouco de vinho antes da refeição (sopa), o que pode estimular o apetite e preparar o paladar.

“Ao meio da sopa, lava-se a boca.”

Significa que, no meio da refeição (sopa), é bom tomar um gole de vinho para refrescar a boca e continuar a apreciar o sabor da comida.

“Sopa acabada, boca molhada.”

Indica que, após terminar a sopa, é habitual beber algo para finalizar a refeição e lavar o paladar.

“Se queres andar bem disposto, bebe vinho, mas não mosto.”

Aconselha beber vinho para manter o bom humor e disposição, mas que se deve evitar o mosto (sumo de uva antes de fermentar) que é mais pesado e pode causar mal-estar.

“Por cima de melão, vinho de tostão.”

Sugerindo que, depois de comer melão, se deve beber um vinho bom. Antigamente “vinho de tostão” significava um vinho bom e caro.

“Por cima de pêras, vinho bebas e tanto bebas que nadem as pêras.”

Recomenda beber bastante vinho após comer peras, até ao ponto em que as peras “nadem” no vinho.

“Ao figo água, à pêra vinho.”

Sugere que se deve beber água com figos e vinho com peras, provavelmente porque estas combinações são consideradas mais agradáveis ou benéficas.

“Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que salte aos olhos.”

Significa que o pão deve ter buracos (boa fermentação), o queijo deve ser liso (sem buracos) e o vinho deve ser de uma qualidade que impressione.

“Nem vinho sem Cristo nascer nem laranja sem Cristo morrer.”

Refere-se ao calendário agrícola: o novo vinho deve ser bebido após o nascimento de Cristo (Natal) e as laranjas colhidas depois da morte de Cristo (Páscoa).

“Quem não gosta de vinho não gosta de Deus.”

Reflete a importância do vinho na cultura portuguesa, associando a apreciação do vinho à apreciação das boas coisas da vida, que são vistas como dádivas divinas. Também porque na Missa o vinho é transubstanciado no Sangue de Cristo.

“Quem vai à adega e não bebe é ronda que perde.”

Significa que visitar a adega sem beber vinho é uma oportunidade perdida.

“Alho e vinho puro levam a porto seguro.”

Indica que o alho e o vinho (sem nada misturado) são remédios tradicionais que podem ajudar a manter a saúde.

“Alegrai-vos, tripas, que ai vem o vinho.”

Expressa a alegria de saber que o vinho está a caminho (vai ser consumido, bebido), o que vai trazer prazer e satisfação.

“Nem Inverno sem capa nem Verão sem cabaça.”

Aconselha proteção adequada para cada estação: uma capa para proteger do frio no inverno, e uma cabaça (recipiente para líquidos) no verão.

“Vinho e linho só são frios um bocadinho.”

Indica que tanto o vinho como o linho (roupa de linho) podem parecer frios no início, mas depois proporcionam conforto e prazer.

“Maio frio e Junho quente: bom pão e vinho valente.”

Sugere que condições meteorológicas específicas (Maio frio e Junho quente) são ideais para a produção de bom pão e vinho.

“Chuva pelo S. João (24 de junho) bebe o vinho e come o pão.”

Indica que chuva nesta data é benéfica para a colheita, especialmente para o vinho e o pão.

“Pelo S. Tiago (25 de julho), pinta o bago.”

Indica que nesta data as uvas começam a amadurecer e a ganhar cor.

Esses provérbios não apenas refletem a relação dos portugueses com o vinho, mas também transmitem conhecimentos sobre práticas agrícolas, comportamentos sociais e tradições culturais que são parte integrante da identidade nacional.

Ao mesmo tempo, refletem a importância do vinho na cultura portuguesa, não só como bebida, mas também como símbolo de hospitalidade, amizade e prazer na vida quotidiana.

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