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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 5 de março de 2025

A Morte, o Diabo e a Censura invadem as ruas de Bragança e marcam início da quaresma

 Depois do enterro do Entrudo, hoje, Quarta-feira de Cinzas, os diabos a Morte e a Censura saem à rua em Bragança


Hoje, Quarta-feira de Cinzas, as ruas de Bragança tornam-se palco de uma tradição única. A Morte, o Diabo e a Censura ganham vida e saem à rua para “perseguir” as pessoas. Embora a origem desta prática não seja clara, acredita-se que remonta à época medieval, segundo contou o investigador António Tiza.

“A atuação da morte na missa de quarta-feira de cinzas e depois, numa procissão, que acontecia logo a seguir à missa, a morte tomava parte nessa procissão, ameaçando as pessoas com a gadanha. Já nessa altura havia a personagem do diabo, que acompanhava a morte. Depois surgiu a outra figura, que é a censura, penso que é mais recente. Mas a morte e o diabo têm, provavelmente, origem medieval. Na parte da tarde, a morte e o diabo saíam à rua e faziam toda a espécie de tropelias ao ponto de a polícia ser chamada para manter a ordem”, explicou.

Atualmente, esta tradição já não é violenta e não passa de uma encenação. Ainda assim, a morte, o diabo e a censura vão andar por Bragança a castigar as raparigas com cintos.

A quarta-feira de cinzas marca o arranque da quaresma e o término de um intenso e colorido Carnaval que atraiu milhares de pessoas ao nordeste transmontano.

Multidões de vários pontos do país e até do mundo foram até Podence conhecer os caretos, Património Imaterial desde 2019. As cores da aldeia, graças à arte urbana pintada nas paredes das casas, e a gastronomia também não passaram ao lado. Para muitos, foi a primeira vez que viram os famosos mascarados, com fatos de lã às cores, a correr pelas ruas e a chocalhar as mulheres. Mas prometem que não será a última:

“Sou de Marco de Canaveses, vim de fim de semana e aproveitei para ver os caretos. É a primeira vez, sim”, contou uma visitante.

Esta tradição milenar esteve em risco de se perder, mas foi reavivada. O Entrudo Chocalheiro começou no sábado e terminou, ontem, com a queima do careto gigante. Segundo António Carneiro, presidente da Associação de Caretos de Podence, mais de 50 mil pessoas passaram por esta pequena aldeia transmonta nestes quatro dias:

“Quatro dias de muita folia, muitos visitantes, milhares. O Entrudo Chocalheiro é o maior evento de Trás-os-Montes. Consegue atrair visitantes de norte e sul do país, de Espanha, de todo o mundo e acho que nos dá mais força para continuar. Nem a chuva, nem o vento, nem a neve fez com que as pessoas se afastassem, principalmente domingo. Acho que é para continuar e precisamos de mais apoios a nível de infraestruturas”, disse.

Ontem o Carnaval também se comemorou em Vila Boa, Vinhais, com a visita às oficinas dos artesãos e às adegas e com o desfile de caretos, que terminou com a queima do entrudo. À noite não faltaram os casamentos.

Jornalista: Ângela Pais

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