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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 30 de novembro de 2024

“No Silêncio das Flores”

 A residência artística “No Silêncio das Flores” pretende fazer uma ponte artística entre o Município de Macedo de Cavaleiros e o Município do Fundão, que culminará com um concerto em ambos os municípios.


O Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros recebe “No Silêncio das Flores” no dia 07 de dezembro pelas 21h00.

“No Silêncio das Flores” pretende ser um espaço onde a exploração musical tem como ponto de partida as raízes musicais dos quatro músicos que irão integrar a residência. Dois músicos de Trás-os-Montes (os Batucada) e dois músicos da Beira Interior (Profound Whatever), que partindo dos seus conhecimentos individuais irão coletivamente procurar expressar-se artisticamente, de forma a que a música reflita as geografias internas e externas das suas origens.

O bilhete tem um custo de 3€ e pode ser adquirido presencialmente no Centro Cultural ou através do telefone 278 428 100. 

Horário da bilheteira:

 Dia útil
10h00 - 12h30 | 13h30 - 17h00 
 Dia de espetáculo
16h00 - 18h00 | 20h30 - 21h00

🎹2.º Concurso Internacional de Piano de Bragança

 Depois da excelente edição de 2024, vem aí o 2º Concurso Internacional de Piano de Bragança com organização do Conservatório de Música e Dança de Bragança. O evento terá lugar nos dias 1 e 2 de março de 2025 e está aberto à participação de jovens alunos portugueses ou de qualquer outra nacionalidade, até aos 18 anos.

✏️As inscrições decorrem de 1 de dezembro de 2024 a 1 de fevereiro 2025.

Regulamento AQUI.

Formulário de Inscrição AQUI.

Esclarecimentos adicionais - conservatoriobraganca@hotmail.com +351967934309

2º vídeo Promocional de Bragança de 2006 - Estúdios de Vídeo Cave

Abutre-preto: Este ano contaram-se mais de 108 casais nidificantes e 48 crias bem-sucedidas

 Os números agora divulgados pelo LIFE Aegypius Return, sobre a última época de reprodução do maior abutre da Europa, indicam que a espécie se está a expandir em território nacional.

Abutre-preto. Foto: Bruno Berthemy/VCF

A época de reprodução do abutre-preto, que em Portugal está hoje classificado como Em Perigo de extinção, terminou este ano com um total de 108 a 116 casais nidificantes contados de norte a sul do país pela equipa do projeto LIFE Aegypius Return (2023-2027), com o apoio do Instituto Nacional de Conservação das Florestas, da Rewilding Portugal e da Quercus.

Este aumento registado de casais de abutre-preto nidificantes, afirma numa nota de imprensa a equipa coordenada pela Fundação Para a Conservação dos Abutres (Vulture Conservatiob Foundation), “deve-se exclusivamente à natural expansão da espécie, resultado das medidas de conservação que têm vindo a ser aplicadas em projetos anteriores – como o LIFE Habitat Lince Abutre e o LIFE Rupis –, nas atuais ações do LIFE Aegypius Return e também graças a uma tímida, mas generalizada, melhoria nas condições do habitat e tranquilidade requeridas pela espécie”.

Infografia: VCF

Ainda assim, o facto de fazerem ninho não significa que todos estes casais cheguem a produzir ovos ou a conseguir cuidar das crias com sucesso até ao momento de saída dos ninhos. Contas feitas, este ano calcula-se que tenham sobrevivido 48 ou 49 crias que se juntaram à população deste abutre em Portugal, o que significa que “o sucesso reprodutor melhorou ligeiramente, de 0,47 em 2023 para 0,51 em 2024”, nota a equipa, que sublinha que desta forma

“foi atingido outro objetivo estratégico” do projeto LIFE Aegypius Return: que pelo menos metade das posturas resultem numa cria voadora”.

Mas apesar do otimismo, é necessária cautela, sublinham. “Qualquer ameaça significativa numa das colónias – que se mantêm relativamente pequenas e sujeitas a perturbação – pode comprometer esta tendência positiva e a sustentabilidade das populações.”

Abutres-pretos no ninho. Foto: Paulo Monteiro/SPEA

Dos cerca de 109 casais nifidicantes que em Agosto passado já tinham sido contados pela equipa – que tem vindo também a marcar muitas das crias com emissores GPS/GSM – o maior número encontra-se na colónia do Tejo Internacional, onde a espécie se voltou a reproduzir com dois casais em Portugal em 2010, após 40 anos de ausência.

Nesta área protegida colada à fronteira está o maior número de casais, com um total de 61 a 64 observados este ano – incluindo 15 a 16 que optaram pela margem espanhola do Tejo – que tiveram 24 a 25 crias que conseguiram sobreviver até começar a voar. Ou seja, o sucesso reprodutor mantém-se “relativamente baixo”, indica a equipa.

“A monitorização desta colónia transfronteiriça é particularmente difícil, pois, entre ninhos ocupados e ninhos antigos, são já mais de 160”, comentam. Destes, entretanto 12 ninhos foram oportunisticamente ocupados por casais de grifos (Gyps fulvus).

Os trabalhos estão a cargo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e contam com o apoio dos vigilantes do ICNF – Direção Regional do Centro e da Quercus. “Este ano, o apoio dos ‘Agentes del Medio Natural’ da Junta de Extremadura e da equipa do Parque Natural del Tajo Internacional, em Espanha, foi determinante para o resgate de crias de abutres-pretos em situações delicadas e ainda para a confirmação de alguns dados de monitorização”, explicam os responsáveis do projeto.

Na Herdade da Contenda, no concelho alentejano de Moura, que abriga a segunda maior colónia de Portugal, foram contados este ano 20 a 21 casais e um total de sete crias que resistiram às dificuldades dos primeiros meses. Nesta colónia transfronteiriça, cinco dos casais fizeram ninho no outro lado da fronteira, com uma das crias bem-sucedida na Contienda espanhola pela primeira vez.

Esta colónia é monitorizada pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em cooperação com a Herdade da Contenda (empresa municipal) e o ICNF – DR Alentejo. “A articulação entre as equipas e autoridades portuguesas e espanholas tem sido fundamental para garantir a proteção e a tranquilidade das aves em todas as áreas ocupadas pelos abutres-pretos durante a época de reprodução”, indica a equipa.

Marcação de uma cria de abutre-preto na serra da Malcata. Foto: Dora Oliveira/ICNF

Já na Serra da Malcata, onde foi encontrada uma colónia de abutres-pretos em 2021, o número de casais aumentou este ano de 14 para 18, mas apesar de todos terem feito posturas, apenas sobreviveram 12 pequenos abutres até chegarem à independência. Esta colónia tem vindo a ser monitorizada num esforço conjunto entre os técnicos e vigilantes do ICNF – Direção Regional Centro e a Rewilding Portugal. “O parceiro local Associação Transumância e Natureza (ATN) tem feito a prospeção de ninhos noutras regiões relativamente próximas e potencialmente adequadas à espécie.”

Mais a norte, no Douro Internacional, fica a colónia mais isolada de todas, que este ano surpreendeu os técnicos do projeto com o aumento registado, de três para oito casais, incluindo três ninhos no lado espanhol da fronteira. “No entanto, todos estes novos casais poderão eventualmente ser muito jovens e inexperientes, pois dos oito casais, apenas cinco fizeram postura e só quatro crias (duas em cada país) sobreviveram até se tornarem independentes”, notam os responsáveis do LIFE Aegypius Monachus.

Cria de abutre-preto marcada com um amissor GPS/GSM, no Douro Internacional. Foto: Palombar

Para lidar com a fragilidade desta colónia, que é a mais distante de outras da espécie – fica a cerca de 100 quilómetros da mais próxima, situada em Espanha – o projeto começou a libertar abutres-pretos aclimatados. Os primeiros quatro foram devolvidos à natureza no início de novembro. A monitorização desta colónia – agora transfronteiriça – conta também com o apoio inter-regional entre a Palombar, a Direção Regional do Norte do ICNF e as equipas do Parque Natural Arribes del Duero.

Quanto à colónia da Vidigueira, descoberta há poucos meses, é a mais ocidental da espécie em todo o mundo. Apesar de não ser possível fazer-se uma monitorização muito próxima por se estar em plena época reprodutora,

o ICNF confirmou a presença de cinco ninhos e a reprodução bem-sucedida num deles. “A cria, um jovem macho, foi marcado com emissor GPS/GSM e batizado de Pousio”, indicam os responsáveis do projeto. 

Em Espanha, onde a equipa prevê a monitorização da espécie em duas zonas de proteão especial – Sierra de Gata y Valle de las Pilas e Canchos de Ramiro y Ladronera – foram contados este ano 153 casais nidificantes e 90 crias bem-sucedidas.

O projeto LIFE Aegypius Return é cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia. É coordenado pela VCF e tem como parceiros a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural (com cofinanciamento da Viridia – Conservação em Ação), Herdade da Contenda, SPEA, LPN, ATN, Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana e Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade.

Inês Sequeira

Portugal atento à chegada de vespa asiática gigante às Astúrias

 Chama-se vespa-gigante-do-sul (Vespa soror) e é uma espécie invasora asiática, maior do que a vespa-asiática (Vespa velutina). Cientistas espanhóis alertaram este mês para a entrada desta espécie na Europa, mais concretamente nas Astúrias, a cerca de 300 quilómetros de Portugal. O ICNF diz já ter alertado a rede STOPVespa.

Vespa soror. Foto: Rushen/WikiCommons

Nas últimas décadas, a globalização tem facilitado a introdução e distribuição de algumas espécies sociais de vespas em novas regiões e países. Segundo os autores de um artigo publicado a 9 de Novembro na revista científica Ecology and Evolution, isto deve-se, por exemplo, ao facto de as vespas rainhas fertilizadas passarem a parte do ano que lhes é meteorologicamente desfavorável escondidas em materiais ou contentores que os seres humanos depois transportam para outras regiões longe do lugar original destes insectos.

Outro ponto relevante para a introdução com sucesso destas vespas é o número reduzido de indivíduos necessários para que se possam estabelecer em novas áreas.

Todas as espécies do género Vespa são endémicas da Ásia, à excepção da vespa-europeia (Vespa crabro) e da Vespa orientalis, que existem na Europa e Norte de África. Na verdade, apenas a Vespa crabro era autóctone da Península Ibérica, mas na última década têm chegado outras espécies do mesmo género, como a Vespa velutina, a Vespa orientalis e a Vespa bicolor.

Agora chegou a vez de uma outra espécie, a vespa-gigante-do-sul (Vespa soror). Esta espécie, descrita em 1905, vive nas regiões quentes da Ásia, incluindo o Nordeste da Índia, Myanmar, Tailândia, Laos, Vietname e Sul da China.

Naquele artigo científico, os investigadores apresentam o primeiro registo europeu da vespa-gigante-do-sul, das Astúrias, no Norte de Espanha. Foram recolhidos quatro espécimes em Março de 2022 e em Outubro de 2023 em El Campo, Granda, Siero, nas Astúrias. Os espécimes foram apanhados numa armadilha para vespa-asiática.

Os primeiros registos de Vespa soror na Europa são confirmados por análises genéticas e morfológicas neste artigo científico.

A vespa-gigante-do-sul tem um padrão de cor que é comum a poucas espécies asiáticas do seu género e é totalmente único no contexto europeu. Ambos os sexos têm três cores: preto ou castanho escuro, castanho claro e amarelo. A cabeça, que é excepcionalmente grande, é quase toda amarela. Tanto as antenas como as patas são quase todos castanhos e as asas são amareladas.

Os padrões de cor mais comuns das seguintes espécies: Vespa velutina(A), Vespa orientalis (B), Vespa crabro (C), Vespa bicolor (D), Vespa soror (E), e rainha da espécie Dolichovespula media(F). Ilustrações adaptadas de Perrard et al. (2014).

Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a vespa-gigante-do-sul “é particularmente agressiva na defesa do ninho e na caça a outros insetos”. As obreiras podem pode atingir 35 mm. “Preda sobretudo insetos, desde abelhas a louva-deus, mas também lagartixas.”

“O ICNF já alertou a rede de interlocutores municipais da plataforma STOPVespa para a necessidade de deteção e reporte da ocorrência desta e de outras potenciais vespas invasoras: Vespa orientalis: de tamanho médio, um pouco maior do que a Vespa velutina mas mais pequena do que a nativa vespa-europeia Vespa crabro; Vespa bicolor: presente no sul de Espanha”, acrescentou numa nota.

“O INIAV, IP no caso de indivíduos suspeitos de pertencerem a estas novas espécies, irá disponibilizar o serviço de envio de possíveis exemplares para identificação, livre de custos no âmbito do Plano Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal”.

Segundo os autores do artigo, “a Vespa soror é um predador agressivo que preda invertebrados de vários tamanhos, incluindo borboletas, libélulas, louva-a-deus e gafanhotos, bem como outras vespas e até preda pequenos vertebrados como lagartixas”.

Além disso, salientam, “há registos de Vespa soror a atacar, em grupos, as colmeias da abelha do mel Apis cerana, resultando em colmeias destruídas e perdas consideráveis para os apicultores”. “Um risco semelhante pode existir nas Astúrias para colmeias de Apis mellifera, com impactos potencialmente maiores, se nos lembrarmos que a presença da Vespa velutina já está a causar graves perdas nas colónias locais de abelhas do mel”.

Os investigadores alertam que a vespa-gigante-do-sul pode ter complicações para a saúde humana, especialmente durante os meses de Setembro a Dezembro, quando as novas rainhas e as colónias se tornam grandes e muito defensivas. As picadas são muito dolorosas.

Os ninhos são feitos debaixo do solo, mistas vezes com a entrada escavada entre as raízes de grandes árvores. “Alguns ninhos estão muito perto da superfície, apenas a alguns centímetros, mas outros estão mais profundos com um ou mais túneis que podem ter 60 centímetros ou mais de comprimento entre o ninho e a entrada”.

Este registo eleva para quatro o número de espécies de Vespa introduzidas na Península Ibérica.

Helena Geraldes

Mais de 16 mil litros de óleo alimentar que iriam ser comercializados como azeite foram apreendidos pela ASAE

 Mais de 16 mil litros de óleo alimentar foram apreendidos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica porque seriam comercializados como azeite


A ASAE adiantou que foram instaurados dois processos-crime pelo ilícito de fraude sobre mercadorias.

Numa operação de combate ao crime de fraude sobre mercadorias na área alimentar, nos distritos de Aveiro e de Bragança, a ASAE fiscalizou um armazém de géneros alimentícios e uma unidade industrial de embalamento, onde encontraram garrafões de óleo alimentar com rótulos de azeite, induzindo “em erro” o consumidor.

Além dos 16 mil litros de óleo, foram também apreendidos quase 83 mil rótulos. O valor ascendida os 82 500 euros.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

𝗔𝗣𝗥𝗘𝗦𝗘𝗡𝗧𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 𝗗𝗢 𝗟𝗜𝗩𝗥𝗢 "𝗦𝗼𝗳𝗶𝗮 𝗲 𝗼 𝗗𝗶𝗮 𝗱𝗮 𝗙𝗼𝘁𝗼𝗴𝗿𝗮𝗳𝗶𝗮", da autoria de Sofia Vieira.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

 Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Havia no século XX, para os lados de Felgueiras, jornal, que no cabeçalho, mostrava a famosa frase de Voltaire (que parece não ser dele,): " Discordo do que diz, mas defenderei até à morte, seu direito de o dizer."
Desconheço se o diretor do periódico, seguia rigorosamente o pensamento volltaireano, e se teria disposto a morrer; mas é o que menos importa.
Quem se aventura a escrever ou a pensar alto, defendendo ideias ou. Moral que acredita, em geral, é rotulado de retrógrado, nacionalista ou cabotino; por quem se intitula senhor da única verdade.
Bem disse Joseph Retzinger, na missa de abertura do Conclave que o elegeu Papa: " Ter fé, segundo o credo da Igreja, é logo com frequência etiquetado como fundamentalista."
Outrora, em Portugal e Brasil, havia censores oficiais, que ceifavam ideologias divergentes da oficial, e apelidavam os discordantes, de: comunistas; agora chamam de puritano ou fascista, quem defende ideias diferente da oficial ou da moda.
Não conheço melhor definição de ditadura e democracia, da que foi pensado pelo grande Millôr Fernandes:" Democracia, é quando eu mando em você. Ditadura, é quando você manda em mim."
Vem a lengalenga a propósito do perigo de opinar nas redes sociais ou na mass- media.
Topo, a cada passo, verrinas ofensivas a quem se aventura a discordar da maioria. (Será maioria?)
Ora – a meu ver, – cada qual deve ter o direito sagrado de se exprimir livremente, sem receio de ser " espancado" na praça pública.
Discordar, é direito, que não se deve cercear com palavras afrontosas, como: chalupa, ou termos afins, proferidos por democratas, defensores da livre expressão.
Penso que quem assim faz ou diz, não tem intenção de censor; mas, parece, e muitas vezes consegue calar os que pensam diferentes de quem tem poder.
Augusto Cury (O Mestre de sensibilidade) referindo-se à geração do século XXI, escreve, verdade, que cada vez mais se verifica: " Há no ar um clima de denúncia, que os seres futuros serão repetidores de informações, e não pensadores."

O futuro chegou...


Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

Sabotagem no Paraíso - Sétima parte - A Criação

 Este texto é uma obra de ficção. Embora possa incluir referências a eventos históricos e figuras reais, a história, os diálogos e as interpretações são fruto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência.

Quando o Criador proclamou o advento de um novo ser — o Homem — e designou Seu Filho como o mediador divino, Lúcifer viu nisso um insulto à sua própria magnificência. “Por que devemos curvar-nos diante de outro?”, ele pensou, “se somos livres e dotados de poder?” Sua voz, persuasiva e doce como o mel, espalhou-se entre os corações angélicos que começavam a questionar: seria a submissão nosso único destino?

In “O Paraíso Perdido” de John Milton

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


De longe, Samael e Lilian apreciaram os dois portentosos Querubins que guardavam a entrada do jardim do Éden. As espadas flamejantes faziam com que tudo em volta parecesse escuro.

A mulher estremeceu com a espantosa visão, mas o anjo acalmou-a: — Sossega. Apesar do seu aspeto, não te fariam mal. Apesar de guerreiros temíveis, são um pouco limitados nas suas ações e seguem as ordens do Senhor cegamente. Se lhes ordenaram que não deixassem ninguém entrar ou sair, assim farão. Desviarão ou impedirão a entrada, ou saída, de quem quer que seja, se não tentarem pela violência, não terão problemas.
— Mas… — Lilian achava estar a ver mal —… não são mulheres?
— Masculinos ou femininos, que interessa? — Samael sorriu-lhe divertido. — São anjos e são Querubins. São os guardiões do conhecimento divino e nada os detém para o proteger. — Murmurou algumas palavras e transformou-se num melro que pousou numa pedra fitando insistentemente a mulher.
Lilian, após alguma hesitação, murmurou o encantamento e o seu corpo principiou a torcer-se e a mirrar, até restar a espantosa serpente castanha e vermelha de olhos verdes.
Guiada pelo melro, a serpente rastejou através da clareira que precedia a entrada no jardim. Dirigiram-se ambos para um ponto afastado do local onde estavam os guardas. Se lhes despertassem a atenção, eles perceberiam a atividade da energia angelical e conseguiriam ver para além dos disfarces; seriam logo desmascarados.
Durante dias, na sua forma humana, vaguearam no incomensurável jardim. Não viam Adam nem Rrava na gruta onde Lilian vivera. Os inúmeros animais que povoavam o jardim olhavam-nos estranhamente: “Sabem que não pertencemos aqui.” Avisou Samael.
Durante praticamente todo o dia andavam juntos e comiam os abundantes e deliciosos frutos que pendiam das árvores e arbustos. Não havia ali nada que lhes fizesse mal, tal como os animais que, mesmo os perigosos, como os tigres, ou os lobos, limitavam-se a olhá-los e a seguir a sua vida. Lilian já tinha esquecido como o jardim era belo e colorido, em contraste com o poeirento e árido mundo lá fora.
— Por que é tão diferente o exterior? — Ela questionou subitamente, quando estavam sentados numa pedra a comer laranjas. — Aqui é tudo tão verde, luxuriante e lá fora seco e tudo é terra castanha, quase sem árvores nem água.
— O mundo não é todo assim. — O anjo deixou cair os olhos para o chão, melancólica e pensativamente, após o que respondeu. — Antes da Guerra no Céu, o Criador e todos os anjos trabalhavam afincadamente a transformar uma bola de pedra e terra seca, que era este planeta, num imenso jardim povoado de árvores e vida animal. Olhou-a como se a não visse, mas sim algo que acontecera há milénios:
O Criador fez várias experiências com múltiplas espécies. Não se conseguia decidir e rapidamente, num frenesi descontrolado, toda a Terra estava habitada por répteis. Os mais variados tipos de gigantescos répteis, desde o fundo dos oceanos até aos próprios ares! Ele sentia, no entanto, uma enorme frustração porque não era aquilo que pretendia, embora não soubesse ainda o que era.
Um dia, furioso, enviou uma enorme pedra sobre a Terra que provocou uma devastação enorme e destruiu praticamente tudo o que fora construído. Todos os anjos ficaram revoltados com tão grande destruição e alguns mostraram essa revolta abertamente ao Criador.
O planeta ficou coberto de poeiras do impacto. Ondas gigantescas lamberam as zonas costeiras, enquanto grandes fogos irrompiam pelas florestas. Perturbados, os vulcões cuspiam furiosamente o seu conteúdo flamejante. Nuvens de fumo e poeira estenderam-se à escala planetária. Toda a vida extinguiu-se e o trabalho efetuado desaparecera. Restou um mal-estar no Céu, enquanto a Terra, privada do calor do sol, arrefecia e ficava gradualmente coberta de gelo.
Então alguns de nós percebemos que nem tudo desaparecera; havia uma pequena faixa do planeta de onde as nuvens se dissiparam. Havia árvores, rio e… muitas espécies de novos animais a povoavam.
Felizes, os anjos voltaram ao trabalho, à medida que o calor do sol, agora liberto das nuvens, fazia derreter lentamente as grandes camadas de gelo. A área povoada de fauna e flora crescia.
As Potestades e as Virtudes[1] são as classes que mais trabalham nessas criações. Alguns deles, apaixonam-se de tal forma pelo fruto do seu trabalho que se fundem com ele, tornando-se como que a alma dessas entidades. Há Potestades nas águas dos rios e dos mares, no vento que envolve a Terra, nas montanhas e nos próprios vulcões, enquanto outros vagueiam livremente ao sabor do vento velando pela fauna, acarinhando tanto rebanhos de cabras, como manadas de elefantes. Era um mundo novo para um novo reino onde os mamíferos se sobrepunham ao reduzido número dos répteis que sobreviveram à grande extinção.
Só quase no final o Criador mostrou-nos quem estava na base do Seu novo plano; eram umas criaturas desengraçadas, curvadas e peludas que viviam em grupos miseráveis. Pesados demais para serem macacos, pois não conseguiam subir às árvores com a graciosidade deles, eram também demasiado fracos e pequenos para serem ursos. Estavam condenados ao extermínio.     
Alguns de nós apaixonaram-se imediatamente por eles, ou não fosse essa a vontade do Criador, mas, outros, discordaram completamente da escolha e fizeram questão de o dizer.
O Senhor, porém, não estava com paciência para escutar vozes dissonantes. Afirmou ser essa a Sua decisão irrevogável, acrescentando ainda; toda a classe angelical serviria estes seres mirrados e auxiliaria a guiá-los na sua sobrevivência, corrigindo os seus erros e apoiando-os nos seus planos.
Alguns dos mais poderosos do Céu fizeram ouvir a sua revolta abertamente. Lúcifer, mais do que qualquer um, o Querubim a quem chamavam “o Portador da Luz”, desafiou o próprio Criador, afirmando que Ele enlouquecera e não podiam mais obedecer-Lhe.
Ao arcanjo rebelde, juntaram-se-lhe outras poderosas entidades, como Belial, Moloque, Abaddon, Beelzebub, Mammon, …  representavam uma força temível, envolvendo várias classes angelicais, que pretendia aprisionar o Criador, tomar o poder e as rédeas da Criação.
Muitos de nós temiam-nos e não se atreveram a contestá-los. Moloque, era como que a fúria de Deus, revoltado e adepto da violência extrema, chamam-lhe agora “Deus dos Sacrifícios”, por incentivar os sacrifícios humanos pelo fogo, para sua honra. Beelzebub, “O Senhor das Moscas”, era divinamente perigoso. Na hierarquia celeste, estava ao nível de Lúcifer e nunca olhou a meios, por mais tortuosos que fossem, para atingir os fins e desafiá-lo era correr graves riscos. Mammon era engenhoso, além de ganancioso e revoltado. Algumas das armas mais cruéis e terríveis usadas na guerra foram desenvolvidas por ele.
Apenas Miguel lhes fez frente; “Aquele que é como Deus” chefiou as hostes fiéis ao Criador, encabeçou os melhores guerreiros e expulsou os rebeldes para a Terra, fechando-lhe os portões do Céu.
Desde então, Lúcifer e os seus sequazes espalham a miséria e a desolação por todo o lado, escondendo-se onde os nossos trabalhos não chegaram, ou onde eles os destruíram.
Se já o faziam antes, após a derrota no Céu, dedicaram-se com mais afinco a corromper a Criação e a iludir os povos dispersos. Na verdade, o facto de nascerem tantos “deuses” nestas terras áridas é apenas a prova da ausência da “Shekinah”.[2] Quase todas as povoações adoram o seu próprio deus que, na maior parte dos casos, é apenas um dos companheiros de Lúcifer, mais ou menos disfarçado. No fundo, são pequenos focos de poder, que não se entendem entre si.
Fala-se nos Céus que os expulsos estão a construir um grande palácio a que chamam Pandemónio[3], nas profundezas da Terra e onde pretendem organizar uma contraofensiva para tomar o poder.
— E tu colaboras com eles… — interveio finalmente Lilian.
— Não quero realmente Lúcifer como governante… — confessou Samael olhando para o chão —… mas muitas vezes questiono-me acerca da lucidez do Criador… e como eu, há outros. Samyaza, Azazel e Armaros são apenas os mais proeminentes deles.
— Achas que haverá outra guerra no Céu? — Ela sorriu com a ideia.
— Não sei, não consigo prevê-lo. — Ele encolheu os ombros. — Este novo grupo não parece interessado no poder. Perturba-os o livre arbítrio concedido aos humanos e a submissão imposta aos anjos. Samyaza e o seu grupo fazem parte daqueles escolhidos pelo Criador como Vigilantes[4] dos humanos e estão fortemente envolvidos com o objeto da sua vigilância. Grande parte tomou mulheres entre os humanos e muitos têm até filhos com elas… — aqui olhou conspicuamente para Lilian — por isso invoquei a ajuda deles.
— Então há mais como o meu filho?  — Alegrou-se a mulher. — Não estaria mais seguro entre eles?
— Antes pelo contrário. — O rosto do arcanjo contraiu-se numa expressão de dor. — Alguns têm uma altura incomum, para um humano, outros, detêm poderes especiais, mas aquilo que todos sem exceção revelam é uma crueldade e uma revolta sem limites. O lado demoníaco dos anjos sobressai na hibridação com os humanos… chamam-lhe os Nefilim 

[1] Classes de anjos da segunda tríade, vocacionada para a execução da vontade divina
[2] Palavra hebraica que significa “habitação” ou “presença de Deus”. Para os teólogos a tradução que mais se aproxima dessa palavra é “a glória de Deus se manifesta”
[3] O nome Pandemónio deriva do grego, combinando pan (todos) e daimónion (demónios ou espíritos), significando literalmente "o lugar de todos os demónios" e é referido na obra de John Milton, “O Paraíso Perdido”
[4] Os Vigilantes, Grigori, em grego, fazem parte do livro de Enoch onde se conta em pormenor a história deste grupo angelical, que ficará conhecido como os Anjos Caídos.


Manuel Amaro Mendonça
é licenciado em Engenharia de Sistemas Multimédia pelo ISLA de Gaia. Nasceu em janeiro de 1965, em Portugal, na cidade de São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos; a Terra de Horizonte e Mar.
Foi premiado em quatro concursos de escrita e os seus textos foram selecionados para mais de duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras e é membro fundador do grupo Pentautores (como o seu nome indica, trata-se de um grupo de cinco autores) que conta já com cinco volumes de contos publicados.
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (2015), "Lágrimas no Rio" (2016), "Daqueles Além Marão" (2017), “Entre o Preto e o Branco” (2020), “A Caixa do Mal” (2022), “Na Sombra da Mentira” (2022) e “Depois das Velas se Apagarem” (2024), todos editados e distribuídos pela Amazon.
Colabora nos blogues “Memórias e Outras Coisas… Bragança” https://5l-henrique.blogspot.com/, “Revista SAMIZDAT” http://www.revistasamizdat.com/, “Correio do Porto” https://www.correiodoporto.pt/ e “Pentautores” https://pentautores.blogspot.com/
Outros trabalhos estão em projeto, mantenha-se atento às novidades em http://myblog.debaixodosceus.pt/, onde poderá ler alguns dos seus trabalhos, ou visite a página de autor em https://www.debaixodosceus.pt/ 

GUERRAS QUE (QUASE) NINGUÉM QUER

 Artigo de opinião escrito por Lídia Praça | Presidente da MEL – Mulheres Empreendedoras da Lusofonia


A guerra é, sem dúvida, um dos maiores horrores que a humanidade pode experimentar, mas quando falamos de conflitos que têm o poder de se expandir e atingir diversas nações, como é o caso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as consequências tornam-se ainda mais devastadoras. Porém, um aspeto que muitas vezes é subestimado nas discussões sobre a guerra é a voz das mães.

A nossa voz, uma voz, por vezes, silenciosa e, muitas vezes, silenciada diante da perspetiva de um conflito que ninguém deseja, mas que as circunstâncias podem forçar a alargar-se.
Com efeito, no conflito que opõe a Rússia à Ucrânia, ou em qualquer outro conflito, são as mães quem mais sofre, as mães, essas mulheres que têm a responsabilidade primeira de cuidar e de proteger as novas gerações são, exatamente, elas que enfrentam a dor indescritível de verem os filhos serem recrutados e enviados para a frente. São elas, as pietàs, que enfrentam o medo constante de os perderem por uma causa que, independentemente da razão, não compreendem nem aceitam.
Ao observarmos a possibilidade de um alargamento do conflito, com o envolvimento mais direto de outros países, constatamos que o que pode começar como uma guerra regional, em concreto com a disputa pelo controle da Ucrânia pela Rússia e as tensões envolvendo as potências ocidentais, pode expandir-se rapidamente para um cenário global, com recurso ao uso de tecnologias militares avançadas, como armamentos nucleares. Aqui chegados, direi o que já todos sabem, que numa guerra dessa magnitude, os custos humanos serão incalculáveis e as mães, que estão no epicentro do sofrimento, terão de lidar com a morte, o desaparecimento e o sofrimento dos seus filhos.
Dos filhos que criaram e educaram para serem felizes e viverem. Além de que, o alargamento do conflito trará consigo muitas outras implicações: mudanças geopolíticas que afetarão não apenas os países diretamente envolvidos, mas também todas as outras nações do planeta; a diplomacia e as alianças entre potências, que hoje são frágeis, poderão desfazer-se completamente; e, até no campo económico, uma guerra dessa escala causará colapsos da economia, com aumentos nos preços dos alimentos, escassez de recursos e uma recessão global que prejudicará ainda mais a vida das famílias.
Mas a consequência mais devastadora de um conflito alargado será a destruição do próprio tecido social e humano. As mães, que representam a continuidade das gerações, serão as maiores vítimas deste processo. O alastramento do conflito resultará em milhões de mortes, com um impacto direto na educação, saúde, bem-estar e segurança das crianças e jovens. Serão eles quem mais perderá, designadamente, com a destruição de infraestruturas, a escassez de alimentos e os ataques indiscriminados a cidades. O sofrimento das mães nas zonas de conflito demonstra bem que, embora a guerra seja travada entre nações e exércitos, são os civis, em especial as mulheres, as crianças e os jovens, quem paga o preço mais elevado. E, por isso, hoje são as nossas vozes que se levantam em protesto contra a escalada da violência e que clamam por uma solução diplomática e pacífica. Na história, sempre foi possível ver a resistência das mulheres contra a guerra. Também, neste contexto atual de guerras, muitas mulheres, sejam elas mães ucranianas, ou russas, ou israelitas
ou palestinianas, têm-se levantado contra a violência, exigindo um cessar-fogo e a negociação de um acordo de paz. Para elas, para nós, a guerra não é uma solução, mas, antes, uma tragédia irreversível.
Ouçam! Ouçam o grito silencioso das mães da Europa e de outras partes do mundo, reclamando pela paz e exigindo um futuro sem mais mortes ditadas por guerras.
Ponha-se termo ao sofrimento de ver mães a enterrar os seus filhos. É pedir muito? … Porque o grito das mães, o nosso grito, é, em última instância, o protesto da humanidade contra a barbárie da guerra. Um grito contra a selvajaria e a incivilidade!

Lídia Praça

Biblioteca de Torre de Moncorvo acolhe lançamento do livro “ADEGANHA” e Exposição “TONS DE LUZ”

 No passado dia 23 de novembro, a Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo foi palco de um duplo evento cultural: a apresentação do livro “Adeganha”, de António Júlio Andrade e António Joaquim Fernandes, e a inauguração da exposição fotográfica “Tons de Luz”, de António Joaquim Fernandes.


O livro “Adeganha” reúne textos de António Júlio Andrade que exploram a aldeia homónima, o seu património e as suas lendas, complementados por fotografias de António Joaquim Fernandes, que ilustram a beleza e a singularidade do território.

Após a apresentação, foi inaugurada a exposição “Tons de Luz”, composta por cerca de 60 fotografias que capturam a essência da natureza transmontana. A exposição estará patente no átrio da biblioteca até ao dia 31 de dezembro, convidando os visitantes a explorar a riqueza visual da região.

No encerramento, o município ofereceu exemplares do livro aos presentes, que foram autografados pelos autores.

SOBRE OS AUTORES

António Júlio Andrade, natural de Felgueiras (Torre de Moncorvo), é escritor e ex-professor de História e Filosofia, tendo sido diretor do jornal Terra Quente e participado na criação do Museu do Ferro. Publicou diversas obras sobre a região.

António Joaquim Fernandes, nascido em Maçores, é professor aposentado e fotógrafo amador, dedicando-se à captura da natureza transmontana, tema central da sua exposição “Tons de Luz”.

Jornalista: Lara Torrado
Foto: CM Torre de Moncorvo

Distribuição de jornais à espera do concurso público

 O município de Vimioso ainda não aderiu ao Plano de Ação para os Media, que prevê a distribuição de jornais diários e seminários, por entender que terá de aguardar pelo fim do concurso público lançado para o efeito.


O presidente da Câmara, António Santos indicou que “o município de Vimioso aguarda o término do Concurso Público iniciado, pela Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, em novembro do corrente ano para dar andamento ao processo”.

O ministro dos Assuntos Parlamentares anunciou a 10 de outubro, os quatro concelhos que não tinham pontos de venda de jornais e revistas – Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Marvão e Alcoutim, passariam a usufruir deste serviço.

Pedro Duarte falava na altura na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo.

Por seu lado, António Santos indicou ainda que que a proposta apresentada, pelo Governo, previa o pagamento a agentes económicos (pontos de venda) que iriam obter lucro com a venda dos jornais adquiridos pelo Município de Vimioso.

“Nesta proposta, estava ainda prevista a arrecadação de receita pelo município, para a qual não existe regulamentação”, vincou.

O governante alertava, igualmente, na mesma data para “uma perigosíssima tendência” de poder haver “muitos portugueses” que não podem aceder a publicações periódicas porque elas não chegam lá”, recordando na mesma altura a existência de quatro concelhos sem um único ponto de venda.

Os quatro concelhos em questão eram Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Marvão e Alcoutim, tinha avançado o governante, durante o encontro com jornalistas sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social, em 8 de outubro.

Já em Freixo de Espada à Cinta, também no distrito de Bragança, o presidente da câmara, o socialista Nuno Ferreira, disse que os jornais já se vendem nesta vila desde o início de novembro e que podem ser adquiridos, diariamente, no posto de turismo, onde estão disponíveis jornais diários, desportivos e um seminário.

Área ardida foi 3 mil e 900 hectares na zona de intervenção da CIM Terras de Trás-os-Montes

 A zona de intervenção da CIM Terras de Trás-os-Montes (CIM TTM) registou 3 mil e 900 hectares de área ardida, nesta última época de incêndios.


Uma contabilização que diz respeito a quase dois grandes incêndios que avassalaram a região. Um que começou no Parque Natural do Montesinho, em Carragosa e Soutelo, no concelho de Bragança, a 10 de agosto e ainda outro em Vimioso em Angueira, também no mesmo dia.

Os números foram apresentados numa reunião do DECIR 2024 (Análise do dispositivo de Combate de Incêndios Rurais) que decorreu esta terça-feira, em Macedo de Cavaleiros. O objetivo desta reunião promovida pela GNR, em parceira com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o ICNF, e a CIM TTM foi realizar uma análise desta época passada e encetar já o planeamento estratégico para o próximo ano.

Pedro Lima, presidente da CIM TTM, explicou que estes dois fogos depressa se propagaram, devido principalmente à baixa humidade que se registou este verão.

No entanto, houve uma rápida e musculada intervenção das forças de segurança:

As intervenções das forças de segurança, nos dias de hoje, são muito rápidas por causa da baixa humidade do material combustível, mas graças à intervenção musculada das forças, numa coordenação de esforços supra-municipal, têm se conseguido superar estes incêndios, de forma rápida. O que nos coloca numa posição de segurança e de conforto.

Pedro Lima destaca que falta um planeamento mais próximo das populações, em que o objetivo é melhorar resultados, no futuro:

Faltará no futuro, um planeamento mais próximo das pessoas, ou seja, dizer a todos, que Proteção Civil e combate a incêndios, somos todos, num esforço conjunto, das populações, das forças de segurança, da Autoridade de Proteção Civil, do ICNF. E que vamos conseguir melhorar resultados e aumentar o nível de segurança, perto principalmente dos aglomerados onde se pode verificar, e se verificou situações desagradáveis, de desorientação e de sentimento de insegurança.

Benjamim Rodrigues, presidente da câmara municipal de Macedo de Cavaleiros destaca que o concelho este ano teve alguma sorte, apenas registando um fogo que mereceu mais atenção, que foi o incêndio de Vale de Asnes, que começou em Mirandela, a 17 de setembro, que por causa dos ventos colocou em risco o concelho macedense:

O nosso concelho podemos dizer que não foi quase afetado. Houve grandes áreas ardidas. Tivemos uma situação de risco em Vale de Asnes, porque o vento era muito forte e projetava o incêndio à nossa freguesia de Bornes e Burga. Portanto, Burga já anteriormente afetada e fustigada, agora estava em risco. Felizmente, conseguiu-se conter o incêndio.

Neste verão, de acordo com o mapa interativo do ICNF, foram 11 fogos que ocorreram no concelho. No entanto, realizado o balanço o autarca macedense refere que houve uma diminuição de ocorrências, mas o valor de área ardida aumentou:

Houve uma diminuição de 42% de ocorrências, mas em termos de área florestal ardida quase que triplicou. São valores pouco razoáveis. Estamos a falar de 3 mil e 900 hectares de área ardida. A Proteção Civil passa por toda a população. E começa na consciencialização. E é importante que as pessoas, em época de fogos, que não usem esses artefactos de possam despoletar esses incêndios.

O concelho da CIM Terras de Trás-os-Montes mais fustigado foi o de Miranda do Douro que registou mais de 2 mil hectares de área ardida.

De acordo, com os números do ICNF, a nível nacional arderam 137 658 hectares, quando se registaram 6 144 ocorrências, em que 60% de área ardida foi de povoamento florestal, 33 % em mato e 5% em zonas agrícolas.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

Igreja de São Pedro, Babe. “Sancti Petri de Babi – Varanda da cidade”!

 Após o matrimónio do rei D. João I de Portugal com D. Filipa de Lencastre, filha do duque inglês John de Gaunt (Porto, 2 de fevereiro de 1387), os dois estadistas e respetivas comitivas reencontram-se em Bragança, instalando-se no Castelo e no Mosteiro de Castro de Avelãs. Dali partiram para a Lombada, assinando em Babe um tratado de amizade perpétua e de cooperação militar contra o reino de Castela. Um facto notável gravado na memória das gentes da terra e na História de Portugal.


A escolha da então vila de Babe para celebração do Tratado de 26 de março de 1387 resulta da proximidade a Bragança, ter rede estradal e constituir, a Nordeste, um ponto central na guerra contra Castela, cuja implantação num planalto garantia observação e segurança. Estava-se no rescaldo da feliz vitória de Aljubarrota. Ponto de estação da romanização na região, regista-se a existência de dois castros: no alto da Sapeira, 2,5km a Sudoeste do povoado; e o castro do Cercado, 2km a Sudeste, implantando-se no vale a primitiva Igreja de São Pedro Velho. Pelas Inquirições de 1258, metade do povoado de «Sancti Petri de Babi» pertencia ao Mosteiro do Castro de Avelãs, em copropriedade com os Hospitalários. Decorrente dos levantamentos paroquiais feitos por D. Dinis em 1320-21, Babe foi taxada durante três anos em 100 libras anuais para custear a guerra contra os mouros. Em 1517, a Igreja paroquial, pertença da Casa de Bragança, passa a constituir uma das 15 comendas da Ordem de Cristo, subdividida em 1551 com a de Gimonde, face ao aumento dos rendimentos.
A edificação da atual Igreja data do século XVII, com intervenções de restauro e requalificação no seguinte. As «Memórias Paroquiais de 1758» informam que tinha como anexas as igrejas de Nossa Senhora da Assunção de Gimonde e de Laviados. No seu interior constava o altar-mor, dedicado ao Apóstolo São Pedro, e os laterais de Nossa Senhora do Rosário e Das Almas do Purgatório, este com irmandade. Aponte-se a existência na aldeia de uma tulha das Almas que servia de armazém para as oferendas de cereal. Atualmente sede de freguesia, que agrega a aldeia de Laviados, Babe tem por templos católicos a Igreja matriz de São Pedro, a Capela de São Sebastião e a Capela particular de São José. A Igreja situa-se no extremo Oriental do povoado, em lugar elevado, frontalmente precedida por escadas e delimitada por adro murado. O frontispício é de dois corpos: o inferior tem placa evocativa do Tratado e portal de verga reta moldurada, encimado por frontão interrompido no vértice por cruz e pináculos nas extremidades; o superior, com óculo circular, é de empena truncada por campanário de dupla sineira, coroado por cruz. O interior, de nave espaçosa, é sobrelevado na área do presbitério, delimitado por arco triunfal abatido e apainelado. Tem coro-alto, batistério, púlpito, sacristia e variadas evocações hagiográficas. Os anteriores altares laterais em arcossólio, entretanto vazados, deram lugar a altares colaterais adossados às paredes do arco triunfal, dedicados a Nossa Senhora do Rosário e a Cristo Crucificado. São gémeos, em talha policromada do barroco joanino, com colunas salomónicas de capitel coríntio prolongadas em arquivoltas na direção do ático, decoradas por pâmpanos, fénices e putti. A alusão às Almas do Purgatório consta de pintura no teto em dossel aparente, sobranceira ao altar crístico; sobre o altar da Virgem expõe simbologia mariana. O altar-mor, do barroco tardio e três eixos, tem mesa em forma de urna, bonito sacrário e embasamento com anjos atlantes nas extremidades. O retábulo é definido por três colunas salomónicas azuis de cada lado, com vegetalismos nas espiras e capitéis compósitos, com duas arquivoltas a dar continuidade para o ático. Em tribuna profunda e assente em trono escalonado expõe-se o Sagrado Coração de Jesus. Nos eixos laterais estão imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Orago São Pedro, do lado do evangelho e da epístola, respetivamente. O ático apresenta Escudo das Armas Nacionais, ‘amparado’ por anjos alados.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

Pais deixam de trabalhar para ficar com filhos por falta de vagas na creche de Mogadouro

 Há pais que deixaram de trabalhar, em Mogadouro, porque os filhos não têm vaga nas respostas sociais que há no concelho, a creche e as amas familiares, ambas da Santa Casa da Misericórdia


De forma a colmatar esta falha, a instituição está a recrutar amas. Contudo, segundo o presidente da câmara de Mogadouro, António Pimentel, o que é pago pela Segurança Social não é atractivo e, para que haja candidatas, o município vai apoiar financeiramente as amas. “Apesar de termos apoiado a aplicação da creche, não resolve o problema do concelho. Não há vagas em amas e isso resulta do facto da Segurança Social não pagar convenientemente às amas. Por 12 horas, mais comida, mais ter as crianças em casa paga-lhe mil euros, é evidente que terá dificuldade em arranjar amas. Nesse sentido, concluímos que a melhor maneira seria a câmara financiar as amas na proporção de 100 euros por cada criança”, disse.

A câmara de Mogadouro vai apoiar financeiramente as amas até um total de 400 euros, sendo que cada uma delas pode acolher o máximo de quatro bebés. Neste momento, além da creche, onde não há mais vagas, há três amas familiares. A ideia é conseguir angariar mais algumas e António Pimentel está confiante que se vai conseguir.

Sendo que, neste momento, há cerca de 15 crianças sem resposta, João Henriques, provedor da misericórdia de Mogadouro, esclarece que não será necessário ir até ao limite estabelecido com a Segurança Social, que são nove amas. “Primeiro é preciso saber se há necessidade de chegarmos às nove amas, mas seguramente mais três ou quatro amas faziam sentido neste momento. Desde que haja uma criança que não tenha resposta, já estamos todos incomodados”, apontou.

A creche da misericórdia existe há 15 anos e só no ano passado aumentou a capacidade para acolher mais crianças. João Henriques diz que a resposta é recente porque há 20 anos não se precisava dela como hoje em dia.

No ano passado, a creche da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro foi aumentada. A obra custou 50 mil euros, criando 12 novos lugares, pelo que, agora, a estrutura tem capacidade para acolher cerca de 50 crianças até aos três anos. Além desta resposta, no concelho há três amas familiares, também elas da santa casa, e a câmara considera que se fossem mais não haveria pais a ter de deixar de trabalhar para ficar com os filhos.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Município de Moncorvo aumenta apoio para transporte gratuito de doentes oncológicos e não urgentes

 A câmara de Torre de Moncorvo apoiou com mais 40 mil euros o transporte de doentes oncológicos e doentes não urgentes


O município assinou, com os Bombeiros Voluntários da vila, uma adenda ao contrato existente.

José Meneses, presidente da câmara, disse que o apoio aumentou porque há cada vez mais pessoas a recorrer ao serviço. “O protocolo tem já dois anos, tinha uma verba de 160 mil euros e nós vimos a necessidade de aumentar mais 40 mil, uma vez que a procura tem sido bastante. É um transporte gratuito por parte do município, que suporta as despesas na totalidade, e também é uma mais-valia para pessoas sem retaguarda familiar e com algumas dificuldades”, salientou.

O transporte é gratuito apenas para alguns doentes não urgentes. Já para os doentes oncológicos todos eles podem usufruir do transporte, independente da sua condição financeira. “Quanto aos doentes não urgentes, é feita uma avaliação pela acção social para verificarem se têm algumas dificuldades financeiras para que possam ser abrangidas”, explicou.

A adenda ao contrato foi assinada, no final da semana passada, com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torre de Moncorvo.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Restaurantes de Bragança promovem cordeiro entre 1 e 8 de Dezembro

 O cordeiro vai estar em destaque nos restaurantes de Bragança, entre 1 e 8 de Dezembro


Cada estabelecimento irá confeccionar a carne à sua maneira e tê-la na carta, explicou Maria João Rodrigues, presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança, entidade promotora.

O cordeiro é uma raça autóctone da região. O objectivo é promovê-la, para que seja cada vez mais pedido nos restaurantes. “O cordeiro não é sempre o primeiro pedido das pessoas que nos visitam, mas, ao fazermos esta promoção, os restaurantes terão de ter na carta principal, durante esta semana, o cordeiro como um dos pratos. Como é uma carne tão saborosa, temos restaurantes que a cozinham de forma extraordinária, e esta é uma forma de promover esta raça”, referiu.

Esta é também uma forma de dinamizar a economia local, quer os produtores de cordeiro, quer a restauração. “Nesta altura em que a Terra Natal e de Sonhos está em grande, Bragança está em festa, temos muitos visitantes, e, nos feriados dos dias 1 e 8, somos muito procurados pelos vizinhos espanhóis, que apreciam muito a carne de cordeiro”, sublinhou.

A Semana Gastronómica do Cordeiro decorre entre 1 e 8 de Dezembro em 16 restaurantes de Bragança: Cavaleiro, Dom Roberto, Emiclau, Lombada, Marisqueira Fraga Selvagem, Poças, O Abel, O Acácio, O Pote, Quinta das Queimadas, Quinta Dona Florinda, Restaurador, Rosina, Sport, Solar Bragançano e Tribuna.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Dia Mundial da Oliveira

 No próximo domingo, dia 1 de dezembro, Lagoa será o palco de um evento dedicado à oliveira, ao azeite e às tradições locais. Convidamos todos a participar neste dia único de conhecimento, sabor e partilha!
Inscrições obrigatórias:

✉️ E-mail: edru@cm-macedodecavaleiros.pt

📞 Telefone: 918 263 745

Este evento é organizado pela Junta de Freguesia da Lagoa e pelo Município de Macedo de Cavaleiros, em parceria com várias instituições locais.

Não perca esta oportunidade de celebrar a nossa cultura e tradições!

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Mulher atropelada por tractor fica gravemente ferida em Bragança

 Conforme os bombeiros de Bragança, há suspeita de a mulher ter sofrido uma fractura na cintura pélvica, tendo sido transportada para o hospital de Bragança.


Uma mulher, de 65 anos, ficou ferida com gravidade, esta tarde, em Alimonde, no concelho de Bragança, depois de ter sido atropelada por um tractor agrícola. Segundo apurámos, o homem que conduzia o tractor terá parado o veículo para falar com a mulher. No entanto, o tractor descaiu e a mulher terá sido apanhada por uma das rodas traseiras.

Conforme os bombeiros de Bragança, há suspeita de a mulher ter sofrido uma fractura na cintura pélvica, tendo sido transportada para o hospital de Bragança.

O alerta foi dado cerca das 16h. No local estiveram seis operacionais, apoiados por três viaturas.

Escrito por Brigantia