Um homem ficou gravemente ferido esta manhã, após ter sido atingido por um touro, durante a preparação de uma chega desse género de animal em Macedo de Cavaleiros.
Segundo fonte dos bombeiros, o animal terá feito com que a vítima, que fazia parte da organização da atividade, se elevasse no ar, caindo depois com força no chão, o que levou à fratura da costela esquerda.
Num primeiro momento, desconfiava-se que a queda pudesse ter provocado uma hemorragia interna, o que, após a realização de exames, não se veio a confirmar.
Ainda assim, o ferido foi transportado para o hospital de Bragança pelo helicóptero do INEM, onde se mantém internado.
No local estiveram os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros, apoiados pela Viatura Médica de Emergência Rápida do INEM (VMER).
A atividade da qual resultou este ferido estava inserida nas festividades da Feira de São Pedro que decorre até amanhã.
Escrito por ONDA LIVRE
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
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(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
sábado, 30 de junho de 2018
O CAFÉ DE JACU
Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..")
PRÓLOGO:
Eu, ACAS, nasci e me criei numa fazenda de café, em Cravinhos (SP), região de Ribeirão Preto, à época alcunhada de “A Capital do Café”. Pois é, leitores, a região de Ribeirão Preto já foi a maior produtora de cafés do mundo! No final da década de 50 e início da década de 60, houve a infestação de uma praga nos cafeeiros, chamada de “ferrugem”, que se dizia de origem africana. O vírus, por assim dizer, se instalava nas raízes dos cafeeiros e ia comendo a planta por dentro: primeiro as raízes, depois o tronco e por último os galhos e ramos novos. Tentou-se de tudo para combatê-lo, porém a ciência foi vencida naquela oportunidade.
A meu ver, faltou experiência dos governantes e vontade política de gastar algum dinheiro com a contratação de cientistas, para a execução de pesquisas dentro e fora do país, para conhecer melhor e combater a praga que nos assolava.
A única solução encontrada foi a mais drástica possível: a erradicação dos cafeeiros, todos. Arrancados os cafeeiros, ainda tinham que queimá-los, pois os “vírus” sobreviveriam de outra maneira, ocultando-se no solo de massapé roxo e nobre da região, oriundo de aluvião vulcânico. Dessa maneira, muitos fazendeiros perderam as rédeas de comando, pois não sabiam dirigir outro tipo de cultura. Hoje, a região é considerada a mais promissora do Brasil, tendo ali surgido burgos agrícolas muito ricos, que são os maiores produtores do mundo de etanol originário da cana-de-açúcar, além de produzir muito açúcar e suco de laranja, que abastecem a maioria dos países do hemisfério norte, incluindo-se aí os Estados Unidos da América, que é o maior rival nessa competição, porém os EUA vivem às voltas com as nevascas, que frequentemente dilaceram com a sua produção, ao passo que no Brasil este fenômeno não existe; aqui é sempre primavera e verão o ano inteiro (na maior parte do país), sendo que na região entre São Paulo e Paraná, temos com certa frequência a precipitação de geadas, especialmente entre os meses de junho e agosto que, se não é época da floração dos cafeeiros, é quando as gemas das flores se formam nos ramos; com isso a quantidade de frutos é menor, pois muitas dessas “gemas” não vingam. As geadas “queimam” as copas dos cafeeiros, o que faz com que os novos ramos, os “brotos”, não vinguem e com isso a quantidade de frutos diminui, além de afetar os tamanhos dos grãos e etc.
Com a “desistência forçada, devida à erradicação pelos motivos alavancados acima,” o estado de São Paulo perdeu a hegemonia; assim como o estado do Paraná (região de Londrina), pois além da “ferrugem”, havia o problema das geadas, fenômeno natural e impossível de demovê-la dos efeitos nefastos à cafeicultura, estes dois estados foram perdendo espaço na produção de café para os estados que estavam pouco mais ao norte, fora da “zona temperada”, onde a praga da ferrugem não havia chegado e onde, por ser montanhoso, havia muito menor ocorrência de geadas; os estados de Minas Gerais e Espírito Santo passaram então, a serem os maiores produtores de café do Brasil. Para quem não sabe, numa região onde ocorre geadas (espécie de neve, finíssima), a maior concentração acumula-se nas baixadas e grotas e é tido como verdade entre os cafeicultores que, à cada cem metros de desnível, a temperatura cai dez por cento, ou seja, para cada desnível de 100 metros, a temperatura cai 10º C. Mesmo o Brasil tendo perdido a hegemonia da produção (e principalmente comercialização) de café para a Colômbia, aqui ainda se produz muito. Com a globalização, surgiram possibilidades de mercado para novos e sofisticados produtos, para uma clientela cada vez mais exigente: os cafés orgânicos e os do tipo “gourmet”. Eu sei como se planta um cafeeiro em viveiro, como se espera o tamanho ideal para transplantá-lo para a cova definitiva, como fazer o transplante, como adubá-lo, cultivá-lo e protegê-lo, como colhê-lo, os métodos de secagem até atingirem o ponto certo para o beneficiamento, a estocagem, como torrá-lo e sem dúvida gosto de saboreá-lo; principalmente! E gostando de tomar um café delicioso, acabei por tomar conhecimento da existência de um tipo de café que julgava que não existia e que jamais iria existir: o “café de Jacu”; tema central deste artigo.
Embalagem para exportação do Café de Jacu (atual) – mote deste artigo
- Em 2007 foi anunciada a existência de um café para lá de especial em um filme produzido em Hollywood, pleno de sofisticação e riqueza, onde um dos protagonistas, Jack Nicholson, dentre outras excentricidades, adorava tomar um café provindo da Sumatra, na Indonésia. Tal café, antes da torrefação, teria sido comido por um pequeno animal mamífero e natural daquelas terras, o “civeta” e que depois de defecado pelo animal, era então recolhido e processado. Tal café tinha qualidades únicas e valia todo o dinheiro possível para comprá-lo e saboreá-lo. Era o “Kopi Luwac Coffee”, o café mais raro e caro do mundo. Este personagem tinha até uma cafeteira especial, na qual só era feito esse café especialíssimo. O outro personagem e protagonista, vivido pelo Morgam Freeman, era ao contrário, um homem de hábitos simples e vida modesta. O mote do filme é sobre a avaliação de toda uma vida e o comportamento humano, sob a ótica de duas pessoas diametralmente diferentes. O filme, que foi intitulado no Brasil de “Antes de Partir”, cujo título em Inglês é “The Bucket List”, mostrava este comportamento aparentemente antagônico entre os dois astros de cinema. Neste filme foi mencionado pela primeira vez este tipo de café e o processo, no mínimo curioso, de parte de seu processo de preparo ter incorporado a “maturação no estômago de um animal”. Há de se observar que tal “café especial” já era produzido pelo menos há uns quatro anos, antes do filme (desde 2003).
No Brasil, em agosto de 2008, começou-se a comercializar o “café de jacu”, que é a versão brasileira do café mais caro do mundo - o Kopi Luwak (como já dito acima, o Kopi Luwak é o café mais caro do mundo e o animal envolvido é um tipo de gato - ou gambá; o civeta). O café que ele come acaba saindo no estrume.
Portanto na Indonésia, há um gambá (civeta), "preparando o café"; no Brasil, há uma ave (jacu), fazendo a mesma coisa!
Espécie nativa da mata atlântica, o jacu (nome popular da espécie "Penelope Purpurascens", da família "Gracideae", uma espécie de peru selvagem, que se alimenta de insetos, folhas e frutos, incluindo aí o café). Sua espécie não gosta muito de se mostrar em campo aberto - vive mais metido dentro da mata, a ponto de haver um verbete que o identifica com o caipira que nunca vai à cidade: este também é chamado de jacu, por não gostar muito de mostrar-se.
Na cafeicultura brasileira, hoje em dia, a maior novidade - ou a mais extravagante - vem do Espírito Santo, esse estado campeão atual de café, com a referência básica do conilon e, cada vez mais, também dos cafés especiais, ou "cafés gourmê"; desses que se vende mais por quilo do que por saca e que, no começo era assunto só de São Paulo e Minas; produtores tradicionais.
O "café de jacu", como partícipe do processo de café "gourmet", foi descoberto por Henrique Sloper, proprietário da Fazenda Camocin, situada no distrito de Domingos Martins, no Espírito Santo.
A Fazenda Camocim, com cerca de 300 hectares de café e eucalipto, com boa parte da área ainda de mata nativa, foi pioneira na produção do "café de Jacu". A Fazenda Camocim fica no alto da montanha. A circunstância de ser região do Espírito Santo e produtora de café de montanha; a altitude é um dos pressupostos da qualidade do café. Toda a produção desta fazenda é de café arábico orgânico. O jeito de colher café da fazenda é diferente do convencional por duas coisas:
-Primeiro; o café não vai ao chão. Ele é colhido em cima de um pano (por Deus, eu ACAS fiz isso muitas e muitas vezes), daí vai direto para a peneira e só se colhe o grão cereja (maduro), ou o seco; o café verde fica no pé, aguardando o ponto certo de maturação.
- A outra diferença, é que em determinada hora o colhedor deposita a peneira debaixo do pé de café (pára de trabalhar), abandona os panos e sacaria e sai pela rua (fileira) de cafeeiros caçando, campeando; procurando outro tipo de grão: o grão de café que o jacu comeu ainda ontem... .
Em 21 de setembro de 2008, a reportagem da TV Globo encarregou o jornalista laureado, José Hamilton Ribeiro, paulista de Santa Rosa de Viterbo e o câmera-man Jorge de Souza para filmar o jacu para o programa “Globo Rural”. A tarefa deles era mostrar que os jacus comem café e ainda fazem todo o resto do serviço. O Globo Rural mostrou: os jacus estavam por toda a parte, em volta das árvores, fazendo até aquela zoada lá dentro da mata. Um deles se coça, outro jacu, pousado na palmeira fica espiando... .
Para demonstrar mais facilmente ao jornalismo da TV Globo, o próprio administrador da fazenda colocou em campo aberto (para serem filmados), galhos e mais galhos do cafeeiro com os frutos maduros. E os jacus comeram mesmo, com gosto e apetite, segundo o José Hamilton, que afirmou então:
-Em cerca de quinze minutos, cada jacu foi aos galhos, pelo menos quinze vezes! O jacu engole o grão de café maduro, para aproveitar a polpa e o mel; o grão de café em coco tem mesmo que sair e só pode ser mesmo na forma de “’pé de moleque”: cada coco de café grudado a outro, através da resina das próprias fezes da ave. Então, o ciclo se fechou!
O Henrique Sloper de Araújo, que é formado em “comércio exterior” numa universidade dos Estados Unidos e dono da fazenda Camocim, é quem afirma:
- Em 2006, parte da plantação foi invadida por jacus — aves de porte grande, que se alimentam de frutos e habitam florestas tropicais. Embora bem-vindas, pois a fazenda desenvolve a agricultura orgânica, a partir de princípios biodinâmicos de manejo da terra e cultivo do café, a quantidade de aves impediu a colheita num pequeno vale da fazenda. Ocorre que ainda e para piorar, o jacu começou a migrar das matas para comer o café; então começou a dar prejuízo. Então, os fazendeiros pediram autorização para o IBAMA para matar esses jacus. Enquanto aguardavam a autorização, tiveram a informação do café da Sumatra! Então, eles começaram a processar o “café de jacu” para fazer um teste.
A resposta ao teste veio depressa e foi muito animadora, portanto o teste deu certo!
Segundo o que o Sr Sloper relatou ao jornalista José Hamilton, “...não dava para colher o café com cerca de quarenta, cinquenta jacus em cada pé...”.
Diante do impasse, Sloper buscou a ajuda de vários especialistas, mas acabou encontrando, sozinho, uma curiosa solução. Observando a festança dos jacus, ele se lembrou do filme em que se falava do Kopi Luwak — o café mais caro do mundo, produzido com grãos comidos pelo civeta, um mamífero indonésio parecido com o gambá brasileiro(vide relato acima).
Observou que o jacu vem de manhã cedo, durante a madrugada e como o cafezal é todo rodeado de mata, ele vem e come o café. O jacu come o grão maduro no pé; o organismo da ave aproveita a polpa e o mel e descarta o fruto descascado, que sai no estruminho dela, como se fosse um pé-de-moleque (doce brasileiro feito de rapadura derretida com amendoins torrados).
Segundo o repórter José Hamilton, se pegarmos as fezes do jacu na mão, podemos afirmar uma coisa: ela não tem cheiro! Para colher o café de jacu, os empregados da fazenda Camocim vão vagueando entre os pés de café da fazenda, recolhendo as fezes do jacu com uma tipoia, uma espécie de embornal. Eles vão catando os cocôs, separando os mais “bonitos” (grãos maiores) e colocando dentro do embornal. No chão do cafezal, grãos inteiros de café apareciam no estrume deixado pelas aves. O organismo da ave aproveita a polpa e o mel, descartando os grãos de café, que, sem o pergaminho, se apresentam com as suas metades verdinhas, inteirinhas. Então, depois de lavados, basta completarem o processo: secar, beneficiar, torrar e moer os grãos para servir um dos cafés mais apreciados e caros do mundo, no caso brasileiro, o Café Jacu!
(Lembro que, tal como ocorre no Brasil, no povoado de Sumatra - na Indonésia, onde os grãos são cultivados, os aldeões coletam e processam as fezes).
Este é o CIVETA, originário da Ásia, uma espécie de gato do mato (gato de algalha), ou gambá, ou doninha: ou então o pequeno mamífero que faz a riqueza de muitos indonésios.
Segundo especialistas, é a combinação de grãos e sucos gástricos destes civetas que dá ao Kopi Luwak o sabor e aroma que são únicos. Não existem registros precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas acredita-se que sua origem data de cerca de 200 anos atrás, quando os colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia. No caso do "café de jacu", brasileiro; praticamente toda a produção (~95%) vai para o mercado externo (especialmente Tóquio, Berlin, Londres, Paris e Costa Oeste dos Estados Unidos) e uma pequena parte é vendida no Brasil (~5%), principalmente nas capitais. E este café agora tem a ver com uma realidade do Espírito Santo, onde começou toda a história, tornando o Estado do Espírito Santo ainda mais conhecido internacionalmente, o quê revoluciona a produção de cafés especiais. O Café de Jacu, sucesso comercial no exterior, tem ajudado a impulsionar as vendas do café orgânico Camocim, com certificações de instituições nacionais e internacionais. Iniciada de forma experimental, a produção do novo café passou a ser planejada no ano seguinte, tendo em vista o mercado internacional, no qual Sloper encontra comprador certo, disposto a pagar “ouro” por lotes pequenos (pacotes de 0,250 kg) e não por sacas de sessenta quilogramas, como o café comum. Assim é exportado o café de jacu, ou, ou melhor, do já famoso "Jacu Bird Coffee".
OPINIÃO DE QUEM ENTENDE MUITO DE CAFÉ
Na opinião do sommelier Ariel Pérez, da Casa do Porto, o Café Jacu é uma recompensa da natureza às pessoas que vivem em harmonia com o meio ambiente, respeitando a biodiversidade do planeta. Para ele, Henrique Sloper é um assistente da natureza e os jacus, uma dádiva.
O tal café que vem nas fezes do jacu é muito bom. Harmonioso, equilibrado e tem uma acidez desejada. Deixa um sabor residual muito agradável na boca. Lembra fruto maduro, adocicado. Fica um creme na xícara depois que acaba. Enfim, é um café maravilhoso, para degustar como se estivesse tomando uma raridade, descreve Marcos Aurélio Bacceti, produtor, corretor e degustador de café para fins comerciais e de pesquisa. Ele já havia experimentado a bebida em São Paulo.
A bioquímica Maria Brígida Scholz, pesquisadora de café do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), tomou o café-jacu pela primeira vez e também aprovou. ''Esperava que fosse um bom café. E realmente é. É muito doce, com acidez aceitável, bem agradável. O ponto de torra é suave, muito aromático'', afirma ela, que também é degustadora oficial de café. Segundo Brígida, trata-se de um café super selecionado, já que o jacu escolheu no cafeeiro os melhores frutos e bem maduros.
Em tal entrevista, o repórter José Hamilton perguntou à Brígida, se depois de beneficiado o café de jacu fica diferente; respondeu ela que o aspecto é o mesmo de um café comum. E assim entendemos que do mesmo pé de café, podemos obter dois tipos de café gourmê: aquele em que se colhe somente os grãos maduros de café e o café de jacu, que o processa no estômago. O primeiro é colhido no galho do cafeeiro, o outro no chão, onde o jacu defeca.
A procura pelo café de jacu é imensa; não há o suficiente para todos interessados. E não existe preço fixo. Os preços são ditados através de um leilão que Sloper faz pela internet, uma vez ao ano: o preço é aquele que chegue onde o Sloper quiser.
PARECER DE UM PESQUISADOR
-Você tomaria uma bebida feita com fezes de animal? Antes de responder, saiba que é esse o ingrediente especial do café mais raro, saboroso e caro do mundo, o Kopi Luwak, originário da Indonésia. Essa, digamos excentricidade do café sempre foi considerada uma lenda urbana, até que um estudo realizado pelo pesquisador italiano Massimo Marcone, em 2004, confirmou o que deve ter feito o estômago de muitos apreciadores da iguaria revirar. Os preciosos grãos são mesmo processados pelo sistema gastrointestinal e depois retirados dos excrementos da civeta, um mamífero parecido com um gato, que não existe no Brasil (na Indonésia, as palavras Kopi e Luwak significam, respectivamente, café e civeta). O animal come somente os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café, cujas polpas são digeridas pelo seu organismo, com exceção dos grãos, que são excretados junto com suas fezes. E é justamente essa produção limitada dos grãos (menos de 230 quilos por ano) o motivo de sua raridade, preço alto (cerca de mil dólares o quilo) e sabor inigualável, garantem os apreciadores. Quanto ao sabor, o pesquisador completa: “...Uma mistura de chocolate e suco de uva. Menos ácido e amargo do que os cafés comuns”!
Pesquisa valiosa: ENZIMAS, BACTÉRIAS E FEZES
O pesquisador explica que à medida que o grão passa pelo sistema digestivo do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak seu sabor característico inigualável. Mas esse processo um tanto quanto esquisito de produzir café não representa riscos à saúde? “Os resultados dos testes que fiz em meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura”, garante Marcone.
É nessas ilhas que vivem as civetas, que começaram a se alimentar da planta. Para evitar o desperdício, os plantadores de café começaram a coletar os grãos que saíam intactos das fezes dos animais. Em algum momento alguém resolveu experimentar essa variedade aparentemente pouco apetitosa e descobriu o que hoje é considerado o café mais saboroso do mundo.
DADOS ECONÔMICOS
Segundo o senhor Henrique Sloper, dono da fazenda Camocim em entrevista ao repórter José Hamilton, a diferença básica da produção do café do jacu e do café do civeta é o processo digestivo do animal, O café do civeta, como é digerido por animal parecido com um de gato ou gambá, portanto um mamífero tem a digestão mais lenta, portanto sua capacidade de produção é menor. Já “o café de jacu, por ser uma ave e por ter a digestão muito mais rápida, produz mais quantidade de café em menor tempo”, explica o dono. Unindo essa resposta com um pouco mais de lógica eu, ACAS, deduzo que o tempo maior sujeito às enzimas pode dar maior qualidade e sabor ao café, de um em relação ao outro. Daí, a diferença nos preços, mesmo sabendo que os brasileiros empenhados nesse mistér ainda estão no começo do processo e ainda podem incorporar pesquisas neste campo, que considero promissor, sob todos os aspectos. O Sr. Henrique Sloper produz, em média, 100 kg por ano, vendidos em embalagens de 250 g por R$100,00 cada (USD 25.00).
Em algumas cafeterias de São Paulo (SP), podemos encontrar esses cafés especiais, o Kopi Luwac custava, em 2009, R$ 25,00 (USD 10.00) por xícara, enquanto o café de Jacu custa R$ 10,00 (USD 4.00); exatamente o mesmo preço que é cobrado em Londrina (PR). Os preços pesquisados por mim mostrados abaixo, levam em consideração pesquisas locais que fiz e informações de artigos já publicados a respeito. Pode haver variações conforme a região, seja por locais de venda mais sofisticados, seja pela distância dos produtores ao cliente final. Enquanto os cafés Kopi Luwak (da Sumatra- Indonésia) custa cerca de US$ 1000 (ou R$ 2500,00) o kilogramo, nosso café do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, (torrado e moído) do tipo “Blend” (formado por “conilon e robusta”, principalmente, mais palha de café, chicória ou milho torrado) custam em média cerca de R$ 9,00 (ou ~US$ 4.00) o kg e os cafés tipo Gourmet, formado por arábico ou bourbon, catado no chão – “derriça”) atingem R$ 18,00 (ou US$ 7.50) por kg, ou bourbon catado no pano, o “café orgânico” (Cerrado Mineiro; Sul de Minas; Aralto ou Mogiana), todos eles de Minas Gerais, com exceção do Mogiana, de São Paulo, provavelmente de Cravinhos, minha terra natal), atingem o valor de R$ 51,00 (ou US$ 25.50) o kg. O café de Jacu, já foi negociado a R$ 400,00 o kg (ou US$ 200), o que já nos parece como algo promissor, enquanto não se consegue uma produção maior, pois como afirmou o principal produtor deste tipo de café, “...não existe um preço definido para o café de jacu”!
(Todos os preços acima se referem ao ano de 2009). Em 2016, 250 g do café, custava R$ 250,00!
CONSTATAÇÃO E CONCLUSÃO
O café de jacu, ou “jacu bird coffee”, está chegando a todos os lugares do Brasil, onde quer que se tenha mercado comprador. Nas cidades, o café só é servido na forma de espresso por máquinas. Eu não tive nenhuma notícia de que alguém o tenha provado, coando-o pelo processo usual em todo o Brasil: passados por coador!
Admito, no entanto, que deva ser tão bom quanto na forma de espresso. Aliás, para mim, ACAS, este fato é importante, pois a lenda do café, conta que o árabe que bebeu café pela primeira vez afirmara que quis tomar o café, porque havia notado que suas cabras ficavam mais ativas e saltitantes cada vez que comiam grãos de café maduros. No entanto, os jacus mantinham-se calmos após saborear os grãos maduros de café.
Brincadeiras à parte, a mesma Fazenda Camocim começou a produzir a partir de 2011, o café de cuíca (um roedor de pequeno porte e rabo comprido); mas isso é assunto para outro artigo.
Referências
- Algumas das informações aqui passadas, foram extraídas de textos dos seguintes jornalistas: José Hamilton Ribeiro, (São Paulo-SP), Patrícia Lapertosa (Belo Horizonte- MG). Muitos outros artigos de outros jornalistas foram lidos, porém pouco ou nada de novo adicionaram a este texto. Demais informações foram emitidas pelo próprio autor deste texto.
Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. Nascido em julho de 1946, é natural da zona rural de Cravinhos-SP (Brasil). Nascido e criado numa fazenda de café; vive na cidade de São Paulo (Brasil), desde os 13. Formou-se em Física, trabalhou até recentemente no ramo de engenharia, especialista em equipamentos petroquímicos. É escritor amador diletante, cronista, poeta, contista e pesquisador do dialeto “Caipirês”. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos” e quatro em antologias, junto com outros escritores amadores brasileiros. São seus livros: “Pequeno Dicionário de Caipirês (recém reciclado e aguardando interesse de editoras), o livro infantil “A Sementinha”, um livro de contos, poesias e crônicas “Fragmentos” e o romance infanto-juvenil “Y2K: samba lelê”.
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..")
O Jacu, ou Penelope Purpurascens; protagonista deste artigo |
Eu, ACAS, nasci e me criei numa fazenda de café, em Cravinhos (SP), região de Ribeirão Preto, à época alcunhada de “A Capital do Café”. Pois é, leitores, a região de Ribeirão Preto já foi a maior produtora de cafés do mundo! No final da década de 50 e início da década de 60, houve a infestação de uma praga nos cafeeiros, chamada de “ferrugem”, que se dizia de origem africana. O vírus, por assim dizer, se instalava nas raízes dos cafeeiros e ia comendo a planta por dentro: primeiro as raízes, depois o tronco e por último os galhos e ramos novos. Tentou-se de tudo para combatê-lo, porém a ciência foi vencida naquela oportunidade.
A meu ver, faltou experiência dos governantes e vontade política de gastar algum dinheiro com a contratação de cientistas, para a execução de pesquisas dentro e fora do país, para conhecer melhor e combater a praga que nos assolava.
A única solução encontrada foi a mais drástica possível: a erradicação dos cafeeiros, todos. Arrancados os cafeeiros, ainda tinham que queimá-los, pois os “vírus” sobreviveriam de outra maneira, ocultando-se no solo de massapé roxo e nobre da região, oriundo de aluvião vulcânico. Dessa maneira, muitos fazendeiros perderam as rédeas de comando, pois não sabiam dirigir outro tipo de cultura. Hoje, a região é considerada a mais promissora do Brasil, tendo ali surgido burgos agrícolas muito ricos, que são os maiores produtores do mundo de etanol originário da cana-de-açúcar, além de produzir muito açúcar e suco de laranja, que abastecem a maioria dos países do hemisfério norte, incluindo-se aí os Estados Unidos da América, que é o maior rival nessa competição, porém os EUA vivem às voltas com as nevascas, que frequentemente dilaceram com a sua produção, ao passo que no Brasil este fenômeno não existe; aqui é sempre primavera e verão o ano inteiro (na maior parte do país), sendo que na região entre São Paulo e Paraná, temos com certa frequência a precipitação de geadas, especialmente entre os meses de junho e agosto que, se não é época da floração dos cafeeiros, é quando as gemas das flores se formam nos ramos; com isso a quantidade de frutos é menor, pois muitas dessas “gemas” não vingam. As geadas “queimam” as copas dos cafeeiros, o que faz com que os novos ramos, os “brotos”, não vinguem e com isso a quantidade de frutos diminui, além de afetar os tamanhos dos grãos e etc.
Com a “desistência forçada, devida à erradicação pelos motivos alavancados acima,” o estado de São Paulo perdeu a hegemonia; assim como o estado do Paraná (região de Londrina), pois além da “ferrugem”, havia o problema das geadas, fenômeno natural e impossível de demovê-la dos efeitos nefastos à cafeicultura, estes dois estados foram perdendo espaço na produção de café para os estados que estavam pouco mais ao norte, fora da “zona temperada”, onde a praga da ferrugem não havia chegado e onde, por ser montanhoso, havia muito menor ocorrência de geadas; os estados de Minas Gerais e Espírito Santo passaram então, a serem os maiores produtores de café do Brasil. Para quem não sabe, numa região onde ocorre geadas (espécie de neve, finíssima), a maior concentração acumula-se nas baixadas e grotas e é tido como verdade entre os cafeicultores que, à cada cem metros de desnível, a temperatura cai dez por cento, ou seja, para cada desnível de 100 metros, a temperatura cai 10º C. Mesmo o Brasil tendo perdido a hegemonia da produção (e principalmente comercialização) de café para a Colômbia, aqui ainda se produz muito. Com a globalização, surgiram possibilidades de mercado para novos e sofisticados produtos, para uma clientela cada vez mais exigente: os cafés orgânicos e os do tipo “gourmet”. Eu sei como se planta um cafeeiro em viveiro, como se espera o tamanho ideal para transplantá-lo para a cova definitiva, como fazer o transplante, como adubá-lo, cultivá-lo e protegê-lo, como colhê-lo, os métodos de secagem até atingirem o ponto certo para o beneficiamento, a estocagem, como torrá-lo e sem dúvida gosto de saboreá-lo; principalmente! E gostando de tomar um café delicioso, acabei por tomar conhecimento da existência de um tipo de café que julgava que não existia e que jamais iria existir: o “café de Jacu”; tema central deste artigo.
Embalagem para exportação do Café de Jacu (atual) – mote deste artigo
- Em 2007 foi anunciada a existência de um café para lá de especial em um filme produzido em Hollywood, pleno de sofisticação e riqueza, onde um dos protagonistas, Jack Nicholson, dentre outras excentricidades, adorava tomar um café provindo da Sumatra, na Indonésia. Tal café, antes da torrefação, teria sido comido por um pequeno animal mamífero e natural daquelas terras, o “civeta” e que depois de defecado pelo animal, era então recolhido e processado. Tal café tinha qualidades únicas e valia todo o dinheiro possível para comprá-lo e saboreá-lo. Era o “Kopi Luwac Coffee”, o café mais raro e caro do mundo. Este personagem tinha até uma cafeteira especial, na qual só era feito esse café especialíssimo. O outro personagem e protagonista, vivido pelo Morgam Freeman, era ao contrário, um homem de hábitos simples e vida modesta. O mote do filme é sobre a avaliação de toda uma vida e o comportamento humano, sob a ótica de duas pessoas diametralmente diferentes. O filme, que foi intitulado no Brasil de “Antes de Partir”, cujo título em Inglês é “The Bucket List”, mostrava este comportamento aparentemente antagônico entre os dois astros de cinema. Neste filme foi mencionado pela primeira vez este tipo de café e o processo, no mínimo curioso, de parte de seu processo de preparo ter incorporado a “maturação no estômago de um animal”. Há de se observar que tal “café especial” já era produzido pelo menos há uns quatro anos, antes do filme (desde 2003).
No Brasil, em agosto de 2008, começou-se a comercializar o “café de jacu”, que é a versão brasileira do café mais caro do mundo - o Kopi Luwak (como já dito acima, o Kopi Luwak é o café mais caro do mundo e o animal envolvido é um tipo de gato - ou gambá; o civeta). O café que ele come acaba saindo no estrume.
Portanto na Indonésia, há um gambá (civeta), "preparando o café"; no Brasil, há uma ave (jacu), fazendo a mesma coisa!
Espécie nativa da mata atlântica, o jacu (nome popular da espécie "Penelope Purpurascens", da família "Gracideae", uma espécie de peru selvagem, que se alimenta de insetos, folhas e frutos, incluindo aí o café). Sua espécie não gosta muito de se mostrar em campo aberto - vive mais metido dentro da mata, a ponto de haver um verbete que o identifica com o caipira que nunca vai à cidade: este também é chamado de jacu, por não gostar muito de mostrar-se.
Na cafeicultura brasileira, hoje em dia, a maior novidade - ou a mais extravagante - vem do Espírito Santo, esse estado campeão atual de café, com a referência básica do conilon e, cada vez mais, também dos cafés especiais, ou "cafés gourmê"; desses que se vende mais por quilo do que por saca e que, no começo era assunto só de São Paulo e Minas; produtores tradicionais.
O "café de jacu", como partícipe do processo de café "gourmet", foi descoberto por Henrique Sloper, proprietário da Fazenda Camocin, situada no distrito de Domingos Martins, no Espírito Santo.
A Fazenda Camocim, com cerca de 300 hectares de café e eucalipto, com boa parte da área ainda de mata nativa, foi pioneira na produção do "café de Jacu". A Fazenda Camocim fica no alto da montanha. A circunstância de ser região do Espírito Santo e produtora de café de montanha; a altitude é um dos pressupostos da qualidade do café. Toda a produção desta fazenda é de café arábico orgânico. O jeito de colher café da fazenda é diferente do convencional por duas coisas:
-Primeiro; o café não vai ao chão. Ele é colhido em cima de um pano (por Deus, eu ACAS fiz isso muitas e muitas vezes), daí vai direto para a peneira e só se colhe o grão cereja (maduro), ou o seco; o café verde fica no pé, aguardando o ponto certo de maturação.
- A outra diferença, é que em determinada hora o colhedor deposita a peneira debaixo do pé de café (pára de trabalhar), abandona os panos e sacaria e sai pela rua (fileira) de cafeeiros caçando, campeando; procurando outro tipo de grão: o grão de café que o jacu comeu ainda ontem... .
Em 21 de setembro de 2008, a reportagem da TV Globo encarregou o jornalista laureado, José Hamilton Ribeiro, paulista de Santa Rosa de Viterbo e o câmera-man Jorge de Souza para filmar o jacu para o programa “Globo Rural”. A tarefa deles era mostrar que os jacus comem café e ainda fazem todo o resto do serviço. O Globo Rural mostrou: os jacus estavam por toda a parte, em volta das árvores, fazendo até aquela zoada lá dentro da mata. Um deles se coça, outro jacu, pousado na palmeira fica espiando... .
Para demonstrar mais facilmente ao jornalismo da TV Globo, o próprio administrador da fazenda colocou em campo aberto (para serem filmados), galhos e mais galhos do cafeeiro com os frutos maduros. E os jacus comeram mesmo, com gosto e apetite, segundo o José Hamilton, que afirmou então:
-Em cerca de quinze minutos, cada jacu foi aos galhos, pelo menos quinze vezes! O jacu engole o grão de café maduro, para aproveitar a polpa e o mel; o grão de café em coco tem mesmo que sair e só pode ser mesmo na forma de “’pé de moleque”: cada coco de café grudado a outro, através da resina das próprias fezes da ave. Então, o ciclo se fechou!
O Henrique Sloper de Araújo, que é formado em “comércio exterior” numa universidade dos Estados Unidos e dono da fazenda Camocim, é quem afirma:
- Em 2006, parte da plantação foi invadida por jacus — aves de porte grande, que se alimentam de frutos e habitam florestas tropicais. Embora bem-vindas, pois a fazenda desenvolve a agricultura orgânica, a partir de princípios biodinâmicos de manejo da terra e cultivo do café, a quantidade de aves impediu a colheita num pequeno vale da fazenda. Ocorre que ainda e para piorar, o jacu começou a migrar das matas para comer o café; então começou a dar prejuízo. Então, os fazendeiros pediram autorização para o IBAMA para matar esses jacus. Enquanto aguardavam a autorização, tiveram a informação do café da Sumatra! Então, eles começaram a processar o “café de jacu” para fazer um teste.
A resposta ao teste veio depressa e foi muito animadora, portanto o teste deu certo!
Segundo o que o Sr Sloper relatou ao jornalista José Hamilton, “...não dava para colher o café com cerca de quarenta, cinquenta jacus em cada pé...”.
Diante do impasse, Sloper buscou a ajuda de vários especialistas, mas acabou encontrando, sozinho, uma curiosa solução. Observando a festança dos jacus, ele se lembrou do filme em que se falava do Kopi Luwak — o café mais caro do mundo, produzido com grãos comidos pelo civeta, um mamífero indonésio parecido com o gambá brasileiro(vide relato acima).
Observou que o jacu vem de manhã cedo, durante a madrugada e como o cafezal é todo rodeado de mata, ele vem e come o café. O jacu come o grão maduro no pé; o organismo da ave aproveita a polpa e o mel e descarta o fruto descascado, que sai no estruminho dela, como se fosse um pé-de-moleque (doce brasileiro feito de rapadura derretida com amendoins torrados).
Segundo o repórter José Hamilton, se pegarmos as fezes do jacu na mão, podemos afirmar uma coisa: ela não tem cheiro! Para colher o café de jacu, os empregados da fazenda Camocim vão vagueando entre os pés de café da fazenda, recolhendo as fezes do jacu com uma tipoia, uma espécie de embornal. Eles vão catando os cocôs, separando os mais “bonitos” (grãos maiores) e colocando dentro do embornal. No chão do cafezal, grãos inteiros de café apareciam no estrume deixado pelas aves. O organismo da ave aproveita a polpa e o mel, descartando os grãos de café, que, sem o pergaminho, se apresentam com as suas metades verdinhas, inteirinhas. Então, depois de lavados, basta completarem o processo: secar, beneficiar, torrar e moer os grãos para servir um dos cafés mais apreciados e caros do mundo, no caso brasileiro, o Café Jacu!
(Lembro que, tal como ocorre no Brasil, no povoado de Sumatra - na Indonésia, onde os grãos são cultivados, os aldeões coletam e processam as fezes).
Este é o CIVETA, originário da Ásia, uma espécie de gato do mato (gato de algalha), ou gambá, ou doninha: ou então o pequeno mamífero que faz a riqueza de muitos indonésios.
Segundo especialistas, é a combinação de grãos e sucos gástricos destes civetas que dá ao Kopi Luwak o sabor e aroma que são únicos. Não existem registros precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas acredita-se que sua origem data de cerca de 200 anos atrás, quando os colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia. No caso do "café de jacu", brasileiro; praticamente toda a produção (~95%) vai para o mercado externo (especialmente Tóquio, Berlin, Londres, Paris e Costa Oeste dos Estados Unidos) e uma pequena parte é vendida no Brasil (~5%), principalmente nas capitais. E este café agora tem a ver com uma realidade do Espírito Santo, onde começou toda a história, tornando o Estado do Espírito Santo ainda mais conhecido internacionalmente, o quê revoluciona a produção de cafés especiais. O Café de Jacu, sucesso comercial no exterior, tem ajudado a impulsionar as vendas do café orgânico Camocim, com certificações de instituições nacionais e internacionais. Iniciada de forma experimental, a produção do novo café passou a ser planejada no ano seguinte, tendo em vista o mercado internacional, no qual Sloper encontra comprador certo, disposto a pagar “ouro” por lotes pequenos (pacotes de 0,250 kg) e não por sacas de sessenta quilogramas, como o café comum. Assim é exportado o café de jacu, ou, ou melhor, do já famoso "Jacu Bird Coffee".
OPINIÃO DE QUEM ENTENDE MUITO DE CAFÉ
Na opinião do sommelier Ariel Pérez, da Casa do Porto, o Café Jacu é uma recompensa da natureza às pessoas que vivem em harmonia com o meio ambiente, respeitando a biodiversidade do planeta. Para ele, Henrique Sloper é um assistente da natureza e os jacus, uma dádiva.
O tal café que vem nas fezes do jacu é muito bom. Harmonioso, equilibrado e tem uma acidez desejada. Deixa um sabor residual muito agradável na boca. Lembra fruto maduro, adocicado. Fica um creme na xícara depois que acaba. Enfim, é um café maravilhoso, para degustar como se estivesse tomando uma raridade, descreve Marcos Aurélio Bacceti, produtor, corretor e degustador de café para fins comerciais e de pesquisa. Ele já havia experimentado a bebida em São Paulo.
A bioquímica Maria Brígida Scholz, pesquisadora de café do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), tomou o café-jacu pela primeira vez e também aprovou. ''Esperava que fosse um bom café. E realmente é. É muito doce, com acidez aceitável, bem agradável. O ponto de torra é suave, muito aromático'', afirma ela, que também é degustadora oficial de café. Segundo Brígida, trata-se de um café super selecionado, já que o jacu escolheu no cafeeiro os melhores frutos e bem maduros.
Em tal entrevista, o repórter José Hamilton perguntou à Brígida, se depois de beneficiado o café de jacu fica diferente; respondeu ela que o aspecto é o mesmo de um café comum. E assim entendemos que do mesmo pé de café, podemos obter dois tipos de café gourmê: aquele em que se colhe somente os grãos maduros de café e o café de jacu, que o processa no estômago. O primeiro é colhido no galho do cafeeiro, o outro no chão, onde o jacu defeca.
A procura pelo café de jacu é imensa; não há o suficiente para todos interessados. E não existe preço fixo. Os preços são ditados através de um leilão que Sloper faz pela internet, uma vez ao ano: o preço é aquele que chegue onde o Sloper quiser.
PARECER DE UM PESQUISADOR
-Você tomaria uma bebida feita com fezes de animal? Antes de responder, saiba que é esse o ingrediente especial do café mais raro, saboroso e caro do mundo, o Kopi Luwak, originário da Indonésia. Essa, digamos excentricidade do café sempre foi considerada uma lenda urbana, até que um estudo realizado pelo pesquisador italiano Massimo Marcone, em 2004, confirmou o que deve ter feito o estômago de muitos apreciadores da iguaria revirar. Os preciosos grãos são mesmo processados pelo sistema gastrointestinal e depois retirados dos excrementos da civeta, um mamífero parecido com um gato, que não existe no Brasil (na Indonésia, as palavras Kopi e Luwak significam, respectivamente, café e civeta). O animal come somente os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café, cujas polpas são digeridas pelo seu organismo, com exceção dos grãos, que são excretados junto com suas fezes. E é justamente essa produção limitada dos grãos (menos de 230 quilos por ano) o motivo de sua raridade, preço alto (cerca de mil dólares o quilo) e sabor inigualável, garantem os apreciadores. Quanto ao sabor, o pesquisador completa: “...Uma mistura de chocolate e suco de uva. Menos ácido e amargo do que os cafés comuns”!
Pesquisa valiosa: ENZIMAS, BACTÉRIAS E FEZES
O pesquisador explica que à medida que o grão passa pelo sistema digestivo do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak seu sabor característico inigualável. Mas esse processo um tanto quanto esquisito de produzir café não representa riscos à saúde? “Os resultados dos testes que fiz em meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura”, garante Marcone.
É nessas ilhas que vivem as civetas, que começaram a se alimentar da planta. Para evitar o desperdício, os plantadores de café começaram a coletar os grãos que saíam intactos das fezes dos animais. Em algum momento alguém resolveu experimentar essa variedade aparentemente pouco apetitosa e descobriu o que hoje é considerado o café mais saboroso do mundo.
DADOS ECONÔMICOS
Segundo o senhor Henrique Sloper, dono da fazenda Camocim em entrevista ao repórter José Hamilton, a diferença básica da produção do café do jacu e do café do civeta é o processo digestivo do animal, O café do civeta, como é digerido por animal parecido com um de gato ou gambá, portanto um mamífero tem a digestão mais lenta, portanto sua capacidade de produção é menor. Já “o café de jacu, por ser uma ave e por ter a digestão muito mais rápida, produz mais quantidade de café em menor tempo”, explica o dono. Unindo essa resposta com um pouco mais de lógica eu, ACAS, deduzo que o tempo maior sujeito às enzimas pode dar maior qualidade e sabor ao café, de um em relação ao outro. Daí, a diferença nos preços, mesmo sabendo que os brasileiros empenhados nesse mistér ainda estão no começo do processo e ainda podem incorporar pesquisas neste campo, que considero promissor, sob todos os aspectos. O Sr. Henrique Sloper produz, em média, 100 kg por ano, vendidos em embalagens de 250 g por R$100,00 cada (USD 25.00).
Em algumas cafeterias de São Paulo (SP), podemos encontrar esses cafés especiais, o Kopi Luwac custava, em 2009, R$ 25,00 (USD 10.00) por xícara, enquanto o café de Jacu custa R$ 10,00 (USD 4.00); exatamente o mesmo preço que é cobrado em Londrina (PR). Os preços pesquisados por mim mostrados abaixo, levam em consideração pesquisas locais que fiz e informações de artigos já publicados a respeito. Pode haver variações conforme a região, seja por locais de venda mais sofisticados, seja pela distância dos produtores ao cliente final. Enquanto os cafés Kopi Luwak (da Sumatra- Indonésia) custa cerca de US$ 1000 (ou R$ 2500,00) o kilogramo, nosso café do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, (torrado e moído) do tipo “Blend” (formado por “conilon e robusta”, principalmente, mais palha de café, chicória ou milho torrado) custam em média cerca de R$ 9,00 (ou ~US$ 4.00) o kg e os cafés tipo Gourmet, formado por arábico ou bourbon, catado no chão – “derriça”) atingem R$ 18,00 (ou US$ 7.50) por kg, ou bourbon catado no pano, o “café orgânico” (Cerrado Mineiro; Sul de Minas; Aralto ou Mogiana), todos eles de Minas Gerais, com exceção do Mogiana, de São Paulo, provavelmente de Cravinhos, minha terra natal), atingem o valor de R$ 51,00 (ou US$ 25.50) o kg. O café de Jacu, já foi negociado a R$ 400,00 o kg (ou US$ 200), o que já nos parece como algo promissor, enquanto não se consegue uma produção maior, pois como afirmou o principal produtor deste tipo de café, “...não existe um preço definido para o café de jacu”!
(Todos os preços acima se referem ao ano de 2009). Em 2016, 250 g do café, custava R$ 250,00!
CONSTATAÇÃO E CONCLUSÃO
O café de jacu, ou “jacu bird coffee”, está chegando a todos os lugares do Brasil, onde quer que se tenha mercado comprador. Nas cidades, o café só é servido na forma de espresso por máquinas. Eu não tive nenhuma notícia de que alguém o tenha provado, coando-o pelo processo usual em todo o Brasil: passados por coador!
Admito, no entanto, que deva ser tão bom quanto na forma de espresso. Aliás, para mim, ACAS, este fato é importante, pois a lenda do café, conta que o árabe que bebeu café pela primeira vez afirmara que quis tomar o café, porque havia notado que suas cabras ficavam mais ativas e saltitantes cada vez que comiam grãos de café maduros. No entanto, os jacus mantinham-se calmos após saborear os grãos maduros de café.
Brincadeiras à parte, a mesma Fazenda Camocim começou a produzir a partir de 2011, o café de cuíca (um roedor de pequeno porte e rabo comprido); mas isso é assunto para outro artigo.
Referências
- Algumas das informações aqui passadas, foram extraídas de textos dos seguintes jornalistas: José Hamilton Ribeiro, (São Paulo-SP), Patrícia Lapertosa (Belo Horizonte- MG). Muitos outros artigos de outros jornalistas foram lidos, porém pouco ou nada de novo adicionaram a este texto. Demais informações foram emitidas pelo próprio autor deste texto.
Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. Nascido em julho de 1946, é natural da zona rural de Cravinhos-SP (Brasil). Nascido e criado numa fazenda de café; vive na cidade de São Paulo (Brasil), desde os 13. Formou-se em Física, trabalhou até recentemente no ramo de engenharia, especialista em equipamentos petroquímicos. É escritor amador diletante, cronista, poeta, contista e pesquisador do dialeto “Caipirês”. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos” e quatro em antologias, junto com outros escritores amadores brasileiros. São seus livros: “Pequeno Dicionário de Caipirês (recém reciclado e aguardando interesse de editoras), o livro infantil “A Sementinha”, um livro de contos, poesias e crônicas “Fragmentos” e o romance infanto-juvenil “Y2K: samba lelê”.
UMA “SANTA” PORTUGUESA, VENERADA EM SÃO PAULO
Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
A cada passo deparamos com notícias sensacionais, declarando: que algures, jovem, geralmente humilde, viu ou recebeu revelações, de anjos ou da Mãe de Jesus.
Em regra são embustes e ilusões, ou autossugestão patológica; ms há, as que levantam sérias dúvidas, mesmo não confirmadas positivamente. Encontram-se, nesse caso, entre outras, a aparição de Barral – Ponte da Barca.
Todavia, mais numerosos, são os cadáveres incorruptos. Corpos encontrados intactos, após anos de serem sepultados.
O povo – que em tudo vê mistério, – logo considera o fenómeno, prova de santidade. Por esse Portugal fora, não faltam “ santinhas”, “ canonizadas”, apenas por não haver vestígios de corrupção.
Entre eles, temos o caso de Carmina Lara (cemitério de Arzila - Coimbra) e de Maria Adelaide – Arcozelo.
Muitas vezes, as “ santinhas”, foram, e são, exploradas por astuciosos, que aproveitam a boa-fé e a ignorância religiosa do nosso povo, para usufruírem vantagens.
Relata, agora, o jornal: “ Maria da Fonte” de 02/02/2018, o interessante caso da “santa” Izildinha, venerada em Monte Alto (SP) – Brasil; mas natural da Povoa do Lanhoso (17-06-1897).
O pai, funcionário público, fora transferido para Guimarães, e, naturalmente, a filha – ainda criança, – acompanhou-o.
Tempo depois de estarem instalados nessa cidade portuguesa, a menina, ficou gravemente enferma, e, segundo o atestado de óbito, faleceu de leucemia.
Nada, até aqui, é digno de registo.
A mocinha ficaria, certamente, tranquila na sua sepultura, se não fosse o caso do irmão, ao emigrar, em 1950, para o Brasil, fazer questão de a levar.
Devo esclarecer o leitor, que a justificação, apresentada, foi a do corpo se encontrar incorrupto. Não só o corpo, mas as vestes e as próprias flores, que a acompanharam no funeral, permaneceram intactas.
Chegado a Santos, logo tratou de levantar capela, onde colocou o corpo da irmã (31-08-1950).
Rapidamente se espalhou a notícia. Populares, curiosos, e futuros devotos, foram visitar a capela, solicitando favores e graças, para os males que os atormentavam.
Entretanto, decorreram oito anos (1958). O irmão da “santa” transformou-se em abastado negociante, obtendo o honroso título de Comendador.
Por esse tempo, o irmão de Izildinha, assentou montar fábrica de produtos alimentícios, em Monte Alto (SP). Com ele, levou o corpo da irmã. Ergueu, então, em Monte Alto, sumptuoso túmulo, onde a colocou (a transladação ocorreu em 1958).
A “santidade” de Izildinha espalhou-se pela cidade, e muitos devotos asseveravam terem recebido graças, por sua intervenção.
Mas, nos anos sessenta, o Comendador, teve que vender a fábrica, e como pretendia residir em São Paulo, e não querendo separar-se da irmã, tratou de a transladar para essa cidade.
Mas o povo estava acostumado a ter a “santa” na sua cidade, e tanto protestou, tanto barulho levantou, que foi preciso resolver o assunto, na justiça.
Terminou a contenda, o tribunal, determinou (06-05-1964): que o corpo venerado em Monte Alto, deveria pertencer à cidade e não á família.
Não teve, o Comendador, outro remédio, senão obedecer à justiça. Quando faleceu, o irmão de Izildinha, foi sepultado no jazigo, em São Paulo, que mandara construir para a irmã.
A rocambolesca história, terminaria aqui, se não fosse o deputado Valdemar Corauci Sobrinho, ter conseguido que a festa, em honra de Izildinha (17 -Junho) fosse mencionada no Calendário Turístico do Estado de São Paulo.
As biografias da menina Izildinha, que consultei, têm ligeiras divergências. Por a considerar mais crível, utilizei a do conhecido jornalista José Abílio Coelho, publicada in: “ Maria da Fonte” – jornal centenário de Póvoa do Lanhoso.
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Menina Izildinha |
Em regra são embustes e ilusões, ou autossugestão patológica; ms há, as que levantam sérias dúvidas, mesmo não confirmadas positivamente. Encontram-se, nesse caso, entre outras, a aparição de Barral – Ponte da Barca.
Todavia, mais numerosos, são os cadáveres incorruptos. Corpos encontrados intactos, após anos de serem sepultados.
O povo – que em tudo vê mistério, – logo considera o fenómeno, prova de santidade. Por esse Portugal fora, não faltam “ santinhas”, “ canonizadas”, apenas por não haver vestígios de corrupção.
Entre eles, temos o caso de Carmina Lara (cemitério de Arzila - Coimbra) e de Maria Adelaide – Arcozelo.
Muitas vezes, as “ santinhas”, foram, e são, exploradas por astuciosos, que aproveitam a boa-fé e a ignorância religiosa do nosso povo, para usufruírem vantagens.
Relata, agora, o jornal: “ Maria da Fonte” de 02/02/2018, o interessante caso da “santa” Izildinha, venerada em Monte Alto (SP) – Brasil; mas natural da Povoa do Lanhoso (17-06-1897).
O pai, funcionário público, fora transferido para Guimarães, e, naturalmente, a filha – ainda criança, – acompanhou-o.
Tempo depois de estarem instalados nessa cidade portuguesa, a menina, ficou gravemente enferma, e, segundo o atestado de óbito, faleceu de leucemia.
Nada, até aqui, é digno de registo.
A mocinha ficaria, certamente, tranquila na sua sepultura, se não fosse o caso do irmão, ao emigrar, em 1950, para o Brasil, fazer questão de a levar.
Devo esclarecer o leitor, que a justificação, apresentada, foi a do corpo se encontrar incorrupto. Não só o corpo, mas as vestes e as próprias flores, que a acompanharam no funeral, permaneceram intactas.
Chegado a Santos, logo tratou de levantar capela, onde colocou o corpo da irmã (31-08-1950).
Rapidamente se espalhou a notícia. Populares, curiosos, e futuros devotos, foram visitar a capela, solicitando favores e graças, para os males que os atormentavam.
Entretanto, decorreram oito anos (1958). O irmão da “santa” transformou-se em abastado negociante, obtendo o honroso título de Comendador.
Por esse tempo, o irmão de Izildinha, assentou montar fábrica de produtos alimentícios, em Monte Alto (SP). Com ele, levou o corpo da irmã. Ergueu, então, em Monte Alto, sumptuoso túmulo, onde a colocou (a transladação ocorreu em 1958).
A “santidade” de Izildinha espalhou-se pela cidade, e muitos devotos asseveravam terem recebido graças, por sua intervenção.
Mas, nos anos sessenta, o Comendador, teve que vender a fábrica, e como pretendia residir em São Paulo, e não querendo separar-se da irmã, tratou de a transladar para essa cidade.
Mas o povo estava acostumado a ter a “santa” na sua cidade, e tanto protestou, tanto barulho levantou, que foi preciso resolver o assunto, na justiça.
Terminou a contenda, o tribunal, determinou (06-05-1964): que o corpo venerado em Monte Alto, deveria pertencer à cidade e não á família.
Não teve, o Comendador, outro remédio, senão obedecer à justiça. Quando faleceu, o irmão de Izildinha, foi sepultado no jazigo, em São Paulo, que mandara construir para a irmã.
A rocambolesca história, terminaria aqui, se não fosse o deputado Valdemar Corauci Sobrinho, ter conseguido que a festa, em honra de Izildinha (17 -Junho) fosse mencionada no Calendário Turístico do Estado de São Paulo.
As biografias da menina Izildinha, que consultei, têm ligeiras divergências. Por a considerar mais crível, utilizei a do conhecido jornalista José Abílio Coelho, publicada in: “ Maria da Fonte” – jornal centenário de Póvoa do Lanhoso.
Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".
sexta-feira, 29 de junho de 2018
PROIBIDO FALAR PORTUGUÊS!
A cada dia que passa a nossa, velhinha, língua fica mais "apagada", insultada, vilipendiada e ignorada.
A partir de hoje, o Memórias...e outras coisas... BRAGANÇA, vai fazer tradução para Português dos estrangeirismos que são escritos em espaços virtuais com principal incidência em espaços de Instituições e Organismos Estatais aos quais compete cumprir e fazer cumprir a obrigação de falarmos e escrevermos a língua de Camões...
Apesar da vida estar difícil para todos, as traduções serão feitas gratuitamente.
Não vou dar tréguas!
A partir de hoje, o Memórias...e outras coisas... BRAGANÇA, vai fazer tradução para Português dos estrangeirismos que são escritos em espaços virtuais com principal incidência em espaços de Instituições e Organismos Estatais aos quais compete cumprir e fazer cumprir a obrigação de falarmos e escrevermos a língua de Camões...
Apesar da vida estar difícil para todos, as traduções serão feitas gratuitamente.
Não vou dar tréguas!
Podas severas de árvores em espaços urbanos pelas autarquias
Cada árvore é uma fábrica de oxigénio, criando um ambiente mais saudável ao homem nos aspectos físico e psíquico. Mirandela ensaiou uma política de boas podas no tempo do Presidente José Silvano e que nos enchia de orgulho. Depois de eu ter criticado as podas camarárias de então, alguns podadores camarários tiveram formação. Logo a seguir, as podas das árvores dos parques e ruas da cidade melhoraram muito. Pena é que com a sua saída da Presidência, os podadores municipais tivessem voltado às podas que me envergonham e não são um exemplo para ninguém. Muito me alegraria se a actual equipa camarária desse, ao responsável pelos espaços arbóreos, formação para melhor se cuidar das árvores em espaços urbanos e por sua vez essa competência fosse «passada» para os podadores municipais. Mirandela, como diz o dito, «ou escalda ou péla» e corta o coração, no tempo quente, vermos as árvores com podas severas, em vez de serem fonte de frescura e de um ar mais saudável.
O saudável tratamento das copas das nossas árvores dão uma melhor imagem de urbanidade da cidade. Se uma árvore, ao longo da sua vida, for bem tratada ela sabe como deve estender as suas raízes para estar em segurança, mesmo em dias de intempéries. São os cortes severos (para não dizer bárbaros) que tornam as árvores vulneráveis aos fungos que lhe vão corroendo o lenho e ao sofrerem cortes brutais elas deitam tufos de ramos que se tornam barreiras intransponíveis aos ventos e contribuindo para alguns estroncamentos e quedas.
Se quiserem ver árvores exemplarmente bem tratadas, mesmo as que estão junto às casas, vão a Guimarães e peçam apoio aos seus técnicos. Disse-me um dia o ex-Presidente do Município de Guimarães, Alfredo Magalhães, quando lhe dei os parabéns por as árvores dos espaços urbanos da sua cidade serem tão bem tratadas: - as árvores querem crescer em todo o seu esplendor. E são generosas para com os seres vivos, de um modo particular para com o homem.
Se querem ver como árvores de pequeno porte mal tratadas pelos podadores camarários vão, por exemplo, à rua Manuel Pires, junto à estação rodoviária! Digam-me se há algum motivo para aqueles cortes brutais? Ou vão ao largo da Igreja de Lamas de Orelhão, junto ao bom restaurante, Rei de Orelhão, e vejam o estado em que deixaram uma amoreira, que aqui reproduzo a foto! Dava tanto jeito a sua sombra nos dias de canícula que se avizinham!... Depois, se carregasse de amoras, evitaria que alguma fruta fosse comida pelas avezinhas, já que comeriam as suas amoras.
Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net
O saudável tratamento das copas das nossas árvores dão uma melhor imagem de urbanidade da cidade. Se uma árvore, ao longo da sua vida, for bem tratada ela sabe como deve estender as suas raízes para estar em segurança, mesmo em dias de intempéries. São os cortes severos (para não dizer bárbaros) que tornam as árvores vulneráveis aos fungos que lhe vão corroendo o lenho e ao sofrerem cortes brutais elas deitam tufos de ramos que se tornam barreiras intransponíveis aos ventos e contribuindo para alguns estroncamentos e quedas.
Se quiserem ver árvores exemplarmente bem tratadas, mesmo as que estão junto às casas, vão a Guimarães e peçam apoio aos seus técnicos. Disse-me um dia o ex-Presidente do Município de Guimarães, Alfredo Magalhães, quando lhe dei os parabéns por as árvores dos espaços urbanos da sua cidade serem tão bem tratadas: - as árvores querem crescer em todo o seu esplendor. E são generosas para com os seres vivos, de um modo particular para com o homem.
Se querem ver como árvores de pequeno porte mal tratadas pelos podadores camarários vão, por exemplo, à rua Manuel Pires, junto à estação rodoviária! Digam-me se há algum motivo para aqueles cortes brutais? Ou vão ao largo da Igreja de Lamas de Orelhão, junto ao bom restaurante, Rei de Orelhão, e vejam o estado em que deixaram uma amoreira, que aqui reproduzo a foto! Dava tanto jeito a sua sombra nos dias de canícula que se avizinham!... Depois, se carregasse de amoras, evitaria que alguma fruta fosse comida pelas avezinhas, já que comeriam as suas amoras.
Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net
Assembleia Municipal de Bragança envia propostas de investimento ao PNPOT
As propostas de ligação Bragança-Puebla de Sanabria, da passagem do aeródromo a aeroporto regional e a reivindicação da ferrovia vão ser enviadas às entidades que estão a acompanhar o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território.
As propostas que tinham sido apresentadas pelo presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, na última reunião executiva do Eixo Atlântico, foram ratificadas ontem em assembleia municipal.
“Tive oportunidade relativamente a este assunto na última reunião do Eixo Atlântico apresentar esta proposta de discussão e foi aprovada e acolhida. Hoje a Assembleia Municipal deliberou no sentido de enviar estas propostas para quem está a acompanhar o Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território para que estes investimentos possam ser incluídos aí”, disse Hernâni Dias.
Sobre o IP2, o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, terá afirmado na assembleia municipal daquela cidade que o autarca brigantino estaria apenas a defender os interesses de Bragança, alegando que para o distrito seria mais proveitoso a ligação por Vinhais. Hernâni Dias afirma que as prioridades sobre esta ligação já estão definidas.
“Não teço comentários sobre o que o meu colega poderá ter dito sobre esta matéria. O Plano Nacional Rodoviário é claríssimo. O IP 2 passa em Bragança e vai directo a Puebla de Sanabria e é este o plano que existe e não existe outro. Qualquer alteração feita é proposta agora, nesta altura”, acrescentou o presidente da Câmara Municipal de Bragança.
O projecto da ligação do IP 2 entre Bragança e Puebla de Sanabria, já tem mais de duas décadas e chegou a fazer parte do Plano Rodoviário Nacional, mas foi deixado devido aos alegados obstáculos ambientais. Estas são as propostas de alteração ao PNPOT, o documento orientador das estratégias de desenvolvimento territorial até 2030, elaborado pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
As propostas que tinham sido apresentadas pelo presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, na última reunião executiva do Eixo Atlântico, foram ratificadas ontem em assembleia municipal.
“Tive oportunidade relativamente a este assunto na última reunião do Eixo Atlântico apresentar esta proposta de discussão e foi aprovada e acolhida. Hoje a Assembleia Municipal deliberou no sentido de enviar estas propostas para quem está a acompanhar o Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território para que estes investimentos possam ser incluídos aí”, disse Hernâni Dias.
Sobre o IP2, o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, terá afirmado na assembleia municipal daquela cidade que o autarca brigantino estaria apenas a defender os interesses de Bragança, alegando que para o distrito seria mais proveitoso a ligação por Vinhais. Hernâni Dias afirma que as prioridades sobre esta ligação já estão definidas.
“Não teço comentários sobre o que o meu colega poderá ter dito sobre esta matéria. O Plano Nacional Rodoviário é claríssimo. O IP 2 passa em Bragança e vai directo a Puebla de Sanabria e é este o plano que existe e não existe outro. Qualquer alteração feita é proposta agora, nesta altura”, acrescentou o presidente da Câmara Municipal de Bragança.
O projecto da ligação do IP 2 entre Bragança e Puebla de Sanabria, já tem mais de duas décadas e chegou a fazer parte do Plano Rodoviário Nacional, mas foi deixado devido aos alegados obstáculos ambientais. Estas são as propostas de alteração ao PNPOT, o documento orientador das estratégias de desenvolvimento territorial até 2030, elaborado pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
Trovoada intensa provoca inundações e deslizamento, em Torre de Moncorvo
Torre de Moncorvo sofreu ontem várias inundações provocadas pela forte trovoada que se fez sentir na vila transmontana, no início da noite de ontem, pelas 20h00.
A Avenida Luís de Camões, a Praça Francisco Meireles e a Rua Vasco da Gama foram os pontos mais complicados, estando alguns pontos da vila com acesso cortado. Para além de inundações em habitações, também foram registados danos em carros, com registo de enxurradas.
No total, foram registadas 11 ocorrências, entre elas inundações, quedas de árvores, movimentos de terras e limpeza de vias. Não houve registo de vítimas, apenas danos materiais em veículos, em garagens, lojas e em pavimentos.
O trânsito na Estrada Nacional 220 também esteve condicionado e foi necessário fazer a limpeza da via com recursos a máquinas, tal era o volume de terras soltas devido ao forte impacto da água e da trovoada.
O comandante do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS), João Noel Afonso contou que estiveram envolvidos 32 operacionais, apoiados por 17 veículos.
Escrito por Brigantia
Fotos: Luís Lopes e Tiago Cavalheiro
Jornalista: Maria João Canadas
A Avenida Luís de Camões, a Praça Francisco Meireles e a Rua Vasco da Gama foram os pontos mais complicados, estando alguns pontos da vila com acesso cortado. Para além de inundações em habitações, também foram registados danos em carros, com registo de enxurradas.
No total, foram registadas 11 ocorrências, entre elas inundações, quedas de árvores, movimentos de terras e limpeza de vias. Não houve registo de vítimas, apenas danos materiais em veículos, em garagens, lojas e em pavimentos.
O trânsito na Estrada Nacional 220 também esteve condicionado e foi necessário fazer a limpeza da via com recursos a máquinas, tal era o volume de terras soltas devido ao forte impacto da água e da trovoada.
O comandante do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS), João Noel Afonso contou que estiveram envolvidos 32 operacionais, apoiados por 17 veículos.
Escrito por Brigantia
Fotos: Luís Lopes e Tiago Cavalheiro
Jornalista: Maria João Canadas
Saberes Culinários - Enguias de Escabeche e Enguias Fritas
ENGUIAS DE ESCABECHE
Enguias; Azeite; Alho; Sal; Colorau; Vinagre. Amanham‑se as enguias, lavam‑se bem lavadas para lhes retirar a goma. Fritam‑se em azeite com uns grãos de sal. À parte, numa sertã faz‑se um molho de azeite, alho, colorau e vinagre que se lhes rega por cima.
Receita cedida pela Sr.ª Dona Julieta Barros
ENGUIAS FRITAS
Enguias; Alho; Azeite; Vinagre; Sal.
Amanham‑se as enguias, lavam‑se e põem‑se de molho em água e sal durante uma hora.
Escorrem‑se e temperam‑se com alho, sal e vinagre. Depois de tomarem gosto, fritam‑se em azeite. Antigamente nas tabernas comiam‑se frias com pão e vinho. As enguias apanhadas na foz do rio Sabor, chegavam de comboio e eram vendidas porta a porta, em Bragança, pelas peixeiras de Moncorvo.
Receita cedida pelo Sr. Luís Augusto da Silva
Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Publicação da Câmara Municipal de Bragança
Na Pousada de Bragança, o castelo está sempre na mira
A reabilitação do edifício dos anos 50 do século XX, símbolo da discreta arquitetura moderna, devolveu-lhe o encanto de outros tempos.
Na descrição da obra, o arquiteto José Carlos Loureiro falava da ligação da Pousada de Bragança, “nos seus espaços mais importantes, à esplendorosa paisagem do castelo e sua envolvente”. Aproveitando a implantação do edifício no alto do monte de São Bartolomeu, na margem oposta do rio Fervença, valorizou a relação com o casco histórico e conseguiu que, não só nas áreas comuns, nos jardins e na piscina exterior, mas também em todas as varandas dos 28 quartos, se tenha uma vista privilegiada do mesmo. Contrariando os estereótipos da encomenda feita pelo Antigo Regime, nos anos 50 do século XX, o mestre da arquitetura moderna optou por linhas singelas e elegantes, e privilegiou materiais locais como a pedra e a madeira.
A traça do edifício, ampliado por José Carlos Loureiro em 1996, foi respeitada nas reabilitações concluídas recentemente. “Os materiais primários da construção eram muito bons”, conta António Gonçalves, da família a quem o Grupo Pestana entregou a gestão desta Pousada de Portugal, há cinco anos. Curiosamente, o patriarca, Adérito Gonçalves, começou aqui a vida profissional e guarda boas memórias do passado, durante o qual serviu, inclusive, figuras de Estado como Marcelo Caetano e Américo Tomás. “Esta foi a minha escola, jamais imaginei que, após me ter estabelecido por conta própria, iria regressar”, diz o proprietário do restaurante O Geadas, um clássico brigantino, aberto há 33 anos.
O painel de azulejos de Júlio Resende e a lareira de granito tipicamente transmontana, ladeada de bancos, marcam a sala de estar, com mobiliário renovado. Tal como acontece nos quartos, com áreas desafogadas e camas decoradas com colchas de burel mirandês. Na discreta sala de jantar do Restaurante G, brilham as criações de Óscar Gonçalves, a enaltecer os produtos da região, desde o pregado com cuscos de Vinhais ao Ferrero Rocher de alheira, castanha e amêndoa. “Somos uma das portas do País, não faz sentido dar caviar aos turistas”, defende o chefe de cozinha. Porque é também pela gastronomia que querem afirmar o destino Bragança.
Joana Loureiro
Visão7
O painel de azulejos de Júlio Resende é uma das obras em destaque na pousada Lucília Monteiro |
Com a reabilitação do edifício, renovou-se também
o mobiliário, quer da sala de estar quer dos quartos, com áreas desafogadas e camas decoradas com colchas de burel mirandês Lucília Monteiro |
A traça do edifício, ampliado por José Carlos Loureiro em 1996, foi respeitada nas reabilitações concluídas recentemente. “Os materiais primários da construção eram muito bons”, conta António Gonçalves, da família a quem o Grupo Pestana entregou a gestão desta Pousada de Portugal, há cinco anos. Curiosamente, o patriarca, Adérito Gonçalves, começou aqui a vida profissional e guarda boas memórias do passado, durante o qual serviu, inclusive, figuras de Estado como Marcelo Caetano e Américo Tomás. “Esta foi a minha escola, jamais imaginei que, após me ter estabelecido por conta própria, iria regressar”, diz o proprietário do restaurante O Geadas, um clássico brigantino, aberto há 33 anos.
A vieira com azedo de Vinhais (uma espécie de alheira, de travo mais vincado) é um dos pratos servidos no restaurante G, a enaltecer os produtos locais Lucília Monteiro |
O painel de azulejos de Júlio Resende e a lareira de granito tipicamente transmontana, ladeada de bancos, marcam a sala de estar, com mobiliário renovado. Tal como acontece nos quartos, com áreas desafogadas e camas decoradas com colchas de burel mirandês. Na discreta sala de jantar do Restaurante G, brilham as criações de Óscar Gonçalves, a enaltecer os produtos da região, desde o pregado com cuscos de Vinhais ao Ferrero Rocher de alheira, castanha e amêndoa. “Somos uma das portas do País, não faz sentido dar caviar aos turistas”, defende o chefe de cozinha. Porque é também pela gastronomia que querem afirmar o destino Bragança.
Joana Loureiro
Visão7
Catálogo Museu da Memória Rural
A primeira edição do catálogo do Museu da Memória Rural, um Território Musealizado é uma publicação da autoria de Isabel Justo Lopes e Luis Pereira e com fotografias de Leonel de Castro.
Este novo catálogo expõe de forma particularmente visual aspetos relacionados com alguns ofícios tradicionais e variadas temáticas da cultura rural do concelho de Carrazeda de Ansiães que são objeto de um tratamento expositivo no Museu da Memória Rural.
O Museu da Memória Rural tem vindo a constituir-se como um projeto de musealização territorial inovador dentro da região transmontana. Organizado a partir de uma unidade sede, o projeto integra já quatro núcleos territoriais diferentes que abordam temáticas do património rural e da cultura imaterial do concelho de Carrazeda de Ansiães.
Neste momento o museu constitui-se pelo edifício central, situado em Vilarinho da Castanheira e pelos núcleos territoriais do Lagar de Azeite da Lavandeira, o Moinho de Vento de Carrazeda de Ansiães, os Moinhos de Rodízio da Ribeira do Couto e agora também o núcleo Museológico da Telha, na aldeia de Luzelos.
Titulo: Catálogo Museu da Mmória Rural
Autores: Leonel de Castro; Isabel Lopes; Luis Pereira
Edição: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães
Comprar AQUI.
Este novo catálogo expõe de forma particularmente visual aspetos relacionados com alguns ofícios tradicionais e variadas temáticas da cultura rural do concelho de Carrazeda de Ansiães que são objeto de um tratamento expositivo no Museu da Memória Rural.
O Museu da Memória Rural tem vindo a constituir-se como um projeto de musealização territorial inovador dentro da região transmontana. Organizado a partir de uma unidade sede, o projeto integra já quatro núcleos territoriais diferentes que abordam temáticas do património rural e da cultura imaterial do concelho de Carrazeda de Ansiães.
Neste momento o museu constitui-se pelo edifício central, situado em Vilarinho da Castanheira e pelos núcleos territoriais do Lagar de Azeite da Lavandeira, o Moinho de Vento de Carrazeda de Ansiães, os Moinhos de Rodízio da Ribeira do Couto e agora também o núcleo Museológico da Telha, na aldeia de Luzelos.
Titulo: Catálogo Museu da Mmória Rural
Autores: Leonel de Castro; Isabel Lopes; Luis Pereira
Edição: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães
Comprar AQUI.
DOR DE ALMA…
Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Doem-me os braços
Sempre que abraçam,´
Corpos e mentes vazias!
Doem-me os pés…
Nas pisadas incertas
nos duros paralelos,
nos buracos abertos,
das ruas e caminhos!
Dói-me o tempo que sobrou…
Do amor que não se fez…
Da cama que não se usou!
Doem-me as mãos amassadas,
de falsas caricias…
Farsas…
Histórias,
e… fáceis conquistas!
Ardem-me os olhos…
Choram-me incertezas no olhar
Pena…
Incerto e duvidoso caminhar!
A alma…
Errante e vadia…
Sem poiso nem moradia…
Sem guarida…
sem ter onde morar
Esvoaça no tempo…
Em jardins de máscaras,
Esbofeteadas pelo vento.
Semeadas ao luar
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UMA HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA
Trovoada e chuva provocam inundações e deslizamento de terras em Moncorvo
Uma chuva intensa, acompanhada de trovoada registou-se quinta-feira ao início da noite em Torre de Moncorvo, provocando inundações e deslizamento de terras, que mobilizam mais de duas dezenas de bombeiros apoiados por oito viaturas.
"Há registo de inundações em habitações, movimentos de terras, quedas de árvores, vias obstruídas que estão ser limpas. Não há registos de vítimas, apenas de danos materiais", disse à agência Lusa fonte Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS).
Os alertas chegaram as centrais de bombeiros de Torre de Moncorvo e Mogadouro, no distrito de Bragança, por volta das 20:00 horas.
Segundo o CDOS, também no concelho vizinho de Mogadouro, a estrada municipal que liga a aldeia de Viduedo a Sampaio, encontra-se condicionada ao trânsito devido aos movimentos de terra provocados pela "forte precipitação".
No local estavam de madrugada seis operacionais a fazer trabalho de limpeza, apoiados por três viaturas.
A GNR está no terreno a acompanhar as operações de limpeza e manutenção das vias rodoviárias.
Agência Lusa
"Há registo de inundações em habitações, movimentos de terras, quedas de árvores, vias obstruídas que estão ser limpas. Não há registos de vítimas, apenas de danos materiais", disse à agência Lusa fonte Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS).
Os alertas chegaram as centrais de bombeiros de Torre de Moncorvo e Mogadouro, no distrito de Bragança, por volta das 20:00 horas.
Segundo o CDOS, também no concelho vizinho de Mogadouro, a estrada municipal que liga a aldeia de Viduedo a Sampaio, encontra-se condicionada ao trânsito devido aos movimentos de terra provocados pela "forte precipitação".
No local estavam de madrugada seis operacionais a fazer trabalho de limpeza, apoiados por três viaturas.
A GNR está no terreno a acompanhar as operações de limpeza e manutenção das vias rodoviárias.
Agência Lusa
quinta-feira, 28 de junho de 2018
Sede da FATA assaltada em Macedo de Cavaleiros
A sede da FATA – Federação da Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Macedo de Cavaleiros, foi assaltada.
Os ladrões arrombaram a porta de outra casa que da ligação àquela por dentro, mas apenas levaram um cofre vazio.
Hugo Pereira, administrativo da FATA, diz que não tem a certeza de quando o assalto terá ocorrido:
“Vieram hoje avisar-me que dois funcionários do município viram a porta partida. Posto isto, participei à GNR.
Não me apercebi que tivessem levado alguma coisa pois não há lá nada de valor, apenas um cofre vazio.
Este assalto não deve ter ocorrido durante o dia. Mesmo que eu não tenha estado cá todos os dias, de certeza que este assalto aconteceu durante a noite.”
Mas esta não é a primeira vez que aquela federação é alvo deste tipo de ato criminoso em Macedo.
Há cerca de um ano, tentaram roubar uma viatura:
Vandalizaram um carro que temos na garagem mas que está inoperacional, não pega, e, como tal, não conseguiram fazer a ligação.
No entanto, a viatura ficou destruída.
No local esteve a GNR a tomar conta da ocorrência e, posteriormente, o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) estes que, ao que apuramos, não terão encontrado pistas suficientes para determinar quem são os culpados.
A sede da FATA está instalada há cinco anos em uma das casas dos Magistrados de Macedo de Cavaleiros.
Escrito por ONDA LIVRE
Os ladrões arrombaram a porta de outra casa que da ligação àquela por dentro, mas apenas levaram um cofre vazio.
Hugo Pereira, administrativo da FATA, diz que não tem a certeza de quando o assalto terá ocorrido:
“Vieram hoje avisar-me que dois funcionários do município viram a porta partida. Posto isto, participei à GNR.
Não me apercebi que tivessem levado alguma coisa pois não há lá nada de valor, apenas um cofre vazio.
Este assalto não deve ter ocorrido durante o dia. Mesmo que eu não tenha estado cá todos os dias, de certeza que este assalto aconteceu durante a noite.”
Mas esta não é a primeira vez que aquela federação é alvo deste tipo de ato criminoso em Macedo.
Há cerca de um ano, tentaram roubar uma viatura:
Vandalizaram um carro que temos na garagem mas que está inoperacional, não pega, e, como tal, não conseguiram fazer a ligação.
No entanto, a viatura ficou destruída.
No local esteve a GNR a tomar conta da ocorrência e, posteriormente, o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) estes que, ao que apuramos, não terão encontrado pistas suficientes para determinar quem são os culpados.
A sede da FATA está instalada há cinco anos em uma das casas dos Magistrados de Macedo de Cavaleiros.
Escrito por ONDA LIVRE
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