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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 30 de junho de 2024

NAS ASAS DA NOITE

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

É nas asas da noite que procuro a quietude dos teus olhos para repousar e adormecer neles.
Depois de me ter despido de infinito, saboreio o bálsamo de umas  mãos imaginárias, que desçem no escuro, percorrem o meu corpo e acalmam o instinto doloroso dos meus dedos. 
As feridas estão ávidas de gestos. 
Numa fração de céu, o meu suspiro, rasga a noite.
Finalmente, descansam as mãos que carregam a dor e o peso de mil jornadas.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas coletâneas: Poema-me; Poetas de Hoje; Sons de Poetas; A Lagoa e a Poesia; A Lagoa o Mar e Eu; Palavras de Veludo; Apenas Saudade; Um Grito à Pobreza; Contas-me uma História; Retrato de Mim; Eclética I; Eclética II; 5 Sentidos.
Reunir Escritas é Possível: Projeto da Academia de Letras- Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina.
Livros Editados: O Roseiral dos Sentidos – Suspiros Lunares – Delírios de uma Paixão – Entre Céu e o Mar – Uma Eterna Margarida - Contornos Poéticos - Palavras Cruzadas.

Simplesmente Recolhido do Chão - Oficina: Cor No Douro de Leni Van Lopik

 Numa oficina de duas horas, os pais vão trabalhar com os seus filhos para criar uma coisa bonita com materiais naturais.
Leve consigo um saco com ramos, folhas de eucalipto, bugalhos, pedaços de cortiça, pequenas pedras, etc.

Vamos também passear juntos pela exposição para ver todos esses materiais e ficar inspirados.

III Encontro de Boas Práticas do CFAE - Tua Douro Superior

 FORMADOR: Marco Alexandre Carvalho Bento
DESTINATÁRIOS: Todos os grupos
RELEVA: Despacho n.º 5741/2015 - Enquadra-se na possibilidade de ser reconhecida e certificada como ação de formação de curta duração a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 22/2014. 

CERTIFICADO PELO: CCPFC - Conselho Científico Pedagógico de Formação Contínua
ENTIDADE FORMADORA/PARCERIA: CFAE do Tua e Douro Superior e Agrupamento de Escolas de Mirandela
Inscrição através: https://cfaetdsuperior.cfae.pt/formacao/
Inscrições abertas até 09-07-2024

Data: 10 de Julho
Horário: 09:00h

26ª Concentração Motard de Mirandela

 Local: Parque Dr. José Gama - Parque da Cocheira

'Ovídio - O Espantalho sem Cor' - Oficina

 "Ovídio, o Espantalho Sem Cor", é um conto que o autor, Acácio Pradinhos, irá contar para, de seguida, orientar uma oficina criativa de transformação de espantalhos.

História + Oficina de expressão plástica
Público-alvo: + de 4 anos
Máximo de participantes: 20
Inscrições para: servicoeducativo@cm-mirandela.pt

Incubadora do Tua - Conferência “Os novos indicadores para a competitividade do território”

 Conferência onde serão abordados temas como a ESG (Governança ambiental, social e corporativa), Linhas de Financiamento, Sustentabilidade Ambiental, entre outras.

Projeto DAQUI – Ação Cianótipia

 Na banca fazemos cianótipia, lavamos imagens com base nas fotografias da pesquisa DAQUI de Paula Preto e conversamos.

Destinatários: Público do mercado

Cuidar de Quem Cuida - Julho 2024

 "Cuidar de Quem Cuida" mantêm-se abertas as inscrições para o grupo Psicoeducativo "Cuidar de Quem Cuida" para Cuidadores Informais, uma vez por semana, durante sensivelmente dois meses, Cuidadores Informais tem a oportunidade de fazer parte de um grupo Psicoeducativo, onde uma equipa multidisciplinar dá "formação" e apoio a estes cuidadores, com o intuito de capacitá-los para as necessidades do seu dia a dia, bem como estratégias de comunicação, e auto cuidado.

Inscrições
Horário: Segunda a Sexta das 09:00 às 12:30 e 14:00 às 17:30

'Cor no Douro - Natura Artis Magistra', de Leni Van Lopik I Exposição Temporária

 A artista holandesa Leni Van Lopik encontra na natureza e no Douro a sua inspiração e matéria prima.
Formada em Artes Plásticas, a artista conheceu o Douro em passeio, em 1982, e instalou-se na região em 2000, onde montou um ateliê. As suas obras são uma homenagem à natureza e à região que a acolheu.

A artista expõe, na Ecoteca de Mirandela, desde o dia 07 de junho a 09 de setembro, 14 peças feitas a partir de materiais naturais, desde videiras a folhas de oliveira ou pedras, recolhidas no Douro.

A inauguração da mostra está marcada para dia 07 de junho, pelas 18:00h, na Ecoteca de Mirandela.

Festas da Cidade de Mirandela e de N. Sra. do Amparo 2024

 Mirandela prepara-se para as memoráveis Festas da Cidade de Mirandela e de N. Sra. do Amparo de 25 de julho a 4 de agosto de 2024!
A Câmara Municipal apresenta a programação a 6 de julho no Largo N. Sra. do Amparo.

Portugal tem 540 espécies ameaçadas na Lista Vermelha da UICN

 A nova Lista Vermelha da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN), referência mundial para as espécies ameaçadas de extinção, foi revelada a 27 de Junho. Portugal surge com 540 espécies classificadas como ameaçadas. No total, o planeta terá agora 163.040 espécies ameaçadas.

Foto: Pexels/Pixabay

A Lista Vermelha de 2024 avaliou um total de 163.040 espécies em todo o mundo: 63.470 vertebrados, 27.752 invertebrados, 71.006 plantas e 812 fungos e protistas. Este é o valor mais elevado de sempre.

Destas 163.040 espécies ameaçadas, 26.367 são plantas com flor, 3927 são peixes, 2873 são anfíbios, 2451 são moluscos, 2415 são insectos, 1844 são répteis, 1354 são aves e 1338 são mamíferos. Há ainda 181 espécies de musgos nesta Lista Vermelha e 272 espécies de aranhas.

São várias as alterações em relação à lista anterior. A começar por uma alteração que diz muito a Portugal, a passagem do lince-ibérico (Lynx pardinus) de Em Perigo para Vulnerável.

Olhando para as espécies em Portugal, esta nova lista vermelha da UICN revela que há um total de 540 espécies ameaçadas no nosso país, isto é, que se incluem numa de três categorias de conservação desfavorável: Criticamente Em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).

A lista vermelha portuguesa tem à frente os invertebrados (com 170 espécies ameaçadas), seguidos das plantas (141), dos peixes (89) e dos moluscos (86). Há também 17 espécies de aves, 15 de mamíferos, 14 de fungos, 4 de anfíbios e 4 de répteis.

Em relação às classificações de espécies de animais, temos em Portugal 6 espécies extintas, 17 possivelmente extintas, 115 Criticamente em Perigo, 118 Em Perigo e 152 Vulneráveis, num total de 385 espécies. Quanto a plantas, há 3 espécies extintas, 32 Criticamente Em Perigo, 56 Em Perigo e 53 Vulneráveis, num total de 141 espécies. E depois ainda temos 14 espécies de fungos ameaçadas: 3 Em Perigo e 11 Vulneráveis.

“A Lista Vermelha da UICN tem vindo a informar a acção para a conservação há 60 anos”, lembrou, em comunicado, Grethel Aguilar, directora-geral da UICN. “Como esta Lista nos mostra hoje, a biodiversidade enfrenta ameaças cada vez maiores, desde a caça ilegal às alterações climáticas, passando pelas espécies invasoras. Felizmente que a Lista Vermelha também aponta soluções. Com uma acção conservacionista sustentada, colaborativa e baseada na Ciência e a uma escala suficiente, podemos resgatar espécies do limiar da extinção”, acrescentou.

Entre as novidades desta Lista Vermelha está a avaliação do elefante asiático no Bornéu, feita pela primeira vez enquanto sub-espécie distinta. Estima-se que restem apenas mil destes elefantes na natureza. “A sua população diminuiu nos últimos 75 anos, inicialmente por causa da desflorestação que destruiu a maioria do habitat desta espécie”, segundo a UICN. “À medida que a população humana rapidamente se expande, os elefantes estão a entrar em paisagens dominadas pelo homem à procura de alimento, onde podem causar danos às culturas agrícolas e, como consequência, podem ser mortos.” Outras ameaças são as explorações mineiras, construção de auto-estradas, colisão com veículos e a caça furtiva pelo marfim.

A UICN destaca também a ameaça para os répteis da Grande Canária por causa de cobras de espécies invasoras, como a cobra-real-californiana (Lampropeltis californiae). O lagarto gigante da Grande Canária (Gallotia stehlini) passou de Pouco Preocupante a Criticamente Em Perigo, por exemplo.

Outro exemplo é o do comércio ilegal que ameaça várias espécies de cactos, em especial espécies endémicas do deserto de Atacama no Chile.

Em 2010 definiu-se como meta avaliar o estado de ameaça de 160.000 espécies. “Esta Lista Vermelha ultrapassou esse número. Mas enquanto que estamos a cumprir no que concerne a plantas e animais, ainda há trabalho a fazer quanto aos invertebrados e fungos”, lembrou Jon Paul Rodríguez, coordenador da Comissão para a Sobrevivência das Espécies na UICN.

Helena Geraldes

Feira de São Pedro é uma Oportunidade de Negócio" durante oito dias

Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas) 


Desde tenra idade,  sempre tive vontade em conhecer a terra de meus avós maternos; Portugal!
À época,  a região onde vivia era a maior produtora mundial de café   cuja cultura começou quase trezentos anos após o descobrimento por Pedro Álvares Cabral.
O vídeo, ora enviado,  mostra um sítio (ou quinta), numa cidade distante 60 quilômetros de São Paulo. A cidade chama-se São Roque  e sobrevive em parte,  até hoje, da produção e venda de vinhos e uvas de mesa, além de muitos restaurantes,  que servem comidas da cozinha nacional e internacional; das quais se destacam comidas da época colonial do Brasil, além de comidas típicas da Itália e Portugal, referências dos empreendedores, oriundos desses países. 
Um domingo de sol,  ou com frio suportável,  já  seriam motivos mais que suficientes para passar bons momentos, num local que lembra muito as paisagens (assim entendo), de Portugal.


Antônio Carlos Affonso dos Santos
– ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 9 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de cinco outros publicados em antologias junto a outros escritores.

Bragança Granfondo 2024

OFERTAS

 - Jersey oficial 
- Medalha de Finisher
- Chouriça de Bragança Bísaro

14 Julho 2024 | Bragança

Inscrições e mais informações AQUI.

Careto Air Show - Bragança 2024

sábado, 29 de junho de 2024

1 de JUNHO de 1971 - MDB

Operação Nortada, segunda campanha de dinamização cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA) 1975. Autor: Carlos Gil - Data: Janeiro de 1975

Lançamento do livro de poesia "AS DÚVIDAS DA EXISTÊNCIA - NA HETERONÍMIA DE NÓS"

 É com amizade e grande satisfação que deixamos o convite a todos os amigos, para nos acompanharem no lançamento do nosso livro de poesia "AS DÚVIDAS DA EXISTÊNCIA - NA HETERONÍMIA DE NÓS", da Farol Lusitano. Um livro pensado, construído e acarinhado a quatro mãos, para dar voz aos heterónimos dos dois autores: Lázaro Rios e Beau de Simoni.
No próximo dia 13 de julho, pelas 16h00, no Clube Fenianos Portuenses, contamos convosco para, juntos, partilharmos uma tarde poética, onde caberão ainda momentos musicais capazes de tornar a palavra uma verdadeira nota de melodia.


Pensava eu… que só acontecia aos outros

 
Se não for sempre assim, será parecido. Bem os ouço falar, mas exageram. Claro que exageram. Que percebem eles disto?
Daqui até lá… não me doa a mim a cabeça.
Pois é, apesar de nunca ter tido, felizmente, muitas dores de cabeça (na verdadeira aceção do termo), mas tive de dentes, o “daqui lá” chegou mais depressa do que era previsto por mim.
Afinal, “eles” tinham razão. É um “tirinho”.
Os que pensavam como eu e os mais antigos estarão a rir-se. Os mais novos estarão a pensar o que eu pensava…
Rapazes e Raparigas, não adianta. Acontece o mesmo a todos. Claro que a velocidades diferentes mas a meta é no mesmo sítio.
Mas nem tudo serve para desanimar. Hoje vi uma foto do Silvester Stalone e outra do Arnold Schwarzenegger com umas barrigonas de “alto luxo”. Também se tramaram e aposto que também pensavam que só acontecia aos outros.
Saúde, algum juízo e coza o pote.
São memórias... são saudades!!!

HM

sexta-feira, 28 de junho de 2024

As mãos que fazem valem mais que os lábios que rezam. (Madre Teresa de Calcutá)

1 de JUNHO de 1971 - MDB

Drag Racing - MOGADOURO

1862 – É concluído o pavimento Mac-Adam das ruas do Cabo, Fora de Portas e Loreto as primeiras ruas macadamizadas da Cidade

Bem-Vindo à Terra Fria

Minorias maioritárias

Por: Manuel Eduardo Pires
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Entre as centenas que chegavam e partiam apareceu uma garota brasileira, preta, numa turma de décimo ano. Para mim à partida era apenas mais um, tanto se me dava. E a ela pelos vistos também, pois exibia um ar de quem estava de férias ná európá (e de facto estava, como se veio a constatar), o que para um brasileiro parece ser o suprassumo. De forma que se limitava a curtir, a gozar o panorama, a tentar transformar aquilo tudo numa espécie de rave party. Não que isso a distinguisse muito da maioria dos autóctones, mas um dia, a páginas tantas, já depois de ter abundantemente esticado a corda, endereçou um daqueles comentários soezes a uma parceira das filas de trás e não tive outro remédio se não expulsá-la. Levantou-se a custo, a clamar injustiça e a trovejar abominações que ao sair descarregou na porta, não sem antes ter desferido uma farpa peçonhenta: êzti prôfêssô não góztá di pêssoáz difêrêntiz!
Descontando o lado burlesco, o incidente parece-me ilustrativo de algo que à falta de melhor eu classificaria como racismo-ao-contrário. Embora as atitudes que o caraterizam transcendam a questão da raça e se estendam a outras minorias, em traços gerais elas resumem-se a fazer render o rótulo de desfavorecidas que lhes é colado. De que modo? Agravando alguma discriminação que possa existir, e sempre existirá, gritando aqui d’el rei perante o que se suspeite serem ameaças, ainda que leves, ainda que imaginárias, reivindicando um estatuto à parte que as compensaria do suposto desfavorecimento, proclamando mesmo o direito a condutas infratoras, tais como apedrejar polícias e outras que tais. E era assim protegida, assim estribada nessa condição de membro de duas minorias exploradas, jogando a cartada da vitimização, que a brasuquinha pretendia reinar. É certo que para tanto contava com algum sentimento de culpa, e portanto de complacência, por parte de um elemento da maioria exploradora, o professor. Mas como este não estava pelos ajustes, logo “não gostava de pessoas diferentes”.
Quase nem valeria a pena falar da dificuldade em definir o conceito de desfavorecido, dado nunca ser evidente demarcar fronteiras nítidas entre aquilo que é e o que não é. Inserir alguém nessa categoria ou noutra qualquer é muitas vezes um ponto de vista que depende da época, do lugar e do observador que o faz. Além disso é sempre necessário contar com a relatividade das coisas. Uma minoria que se tenha por marginalizada aqui no espaço da união europeia, por exemplo, goza de apreciáveis garantias se comparada com imensas maiorias espalhadas por esse mundo de cristo. O que mostra também que é possível a uma pessoa pertencer ao mesmo tempo a uma minoria desfavorecida e a uma ou várias maiorias privilegiadas, considerando-se elemento da primeira e omitindo a(s) segunda(s) se em determinadas circunstâncias lhe der jeito.
Mais constrangedora é a noção de que não é por integrarem grupos de alguma forma considerados desfavorecidos que as pessoas deixam de ser pessoas. É perceber que os “diferentes” não são assim tão diferentes daqueles que acusam de segregação. Se não, vejamos. Há minorias que costumam ser marginalizadas, estigmatizadas? Pois há. Mas maiorias também. Tenhamos em conta que a história universal tem sido um longo percurso em que todo o tipo de minorias tem segregado, subjugado, explorado maiorias, independentemente de umas e outras serem constituídas por negros, imigrantes, ciganos, homossexuais, canalizadores, limpa-chaminés. Qualquer grupo minoritário que ganhe alguma ascendência e se guinde ao poder esquece rapidamente a antiga condição e passa a subjugar, discriminar, explorar os outros, isto é, as maiorias.
À parte todos os progressos, é assim que somos. Primeiro os meus interesses e os do meu grupo e muito lá para o fim (e se calhar), o bem comum, a solidariedade, a ética, os valores. Uma fatalidade. Daí a minha desconfiança de que, no caso de eventualmente o poder sorrir um dia às suas minorias ditas desfavorecidas, apanhadas à brida solta, não tardaria a que os homossexuais me declarassem degenerado, os ciganos colocassem sapos à entrada das lojas onde quisesse entrar, os negros instituíssem um apartheid que me isolaria deles e respetivos privilégios, os imigrantes me barrassem a entrada no “seu” novo país. Pessimismo? Não creio…

Nordeste - ago. 2019

Manuel Eduardo Pires
. Estes montes e esta cultura sempre foram o meu alimento espiritual, por onde quer que andasse. Os primeiros para já estão menos mal, enquanto a onda avassaladora do chamado progresso não decidir arrasá-los para construir sabe-se lá o quê, mas que nunca será tão bom. A cultura, essa está moribunda, e eu com ela. Daí talvez a nostalgia e o azedume naquilo que às vezes digo. De modo que peço paciência a quem tiver a paciência de me ir lendo.

OS FIDALGOS - BRAGANÇA - Família Castro Morais – Conde da Rosa(77)

 1º FRANCISCO ANTÓNIO DE CASTRO MORAIS CORREIA PIMENTEL, fidalgo da Casa Real, tenente de infantaria do regimento de Bragança, fez parte da guarnição da praça de Miranda em 1762, e, sendo tomada esta praça, foi feito prisioneiro e mandado para Pamplona, cidade do reino de Navarra, onde casou com a condessa da Rosa, D. Antónia de Lucano e Abarca, filha dos condes da Rosa. Descendência:
I. D. Francisco de Paula Castro e Abarca.
II. D. Martinho Correia e Abarca.
III. D. António de Castro e Abarca.
IV. D. Maria Josefa Abarca de Castro Morais.
Francisco António de Castro Morais Correia Pimentel era filho de Martinho Correia de Sá de Castro Morais, fidalgo da Casa Real, capitão de infantaria do regimento de Bragança, e de D. Sebastiana Guiomar Doutel de Almeida e Sousa.
Neto paterno de Francisco Xavier de Castro Morais, fidalgo da Casa Real, mestre de campo de infantaria, e de D. Guiomar Maria de Sá e Brito, natural do Rio de Janeiro, a quem adiante nos referimos sob o nº 2.
Segundo neto paterno de Gregório de Castro Morais, fidalgo da Casa Real, mestre de campo de infantaria, no Rio de Janeiro, onde faleceu no ano de 1710, durante a invasão dos franceses; filho segundo de D. Sebastiana Veloso de Morais, natural de Mirandela, sua prima, filha de Belchior Pinto Cardoso, terceiro senhor da casa e morgadio de Santiago de Mirandela e de sua segunda mulher e parente D. Joana Veloso de Morais, aos quais nos referiremos ao citar os Pintos Cardosos de Mirandela, senhores do morgadio de Santiago.
Terceiro neto paterno de Gregório de Castro Morais, fidalgo da Casa Real, comendador de S. Miguel de Bugalhal na Ordem de Cristo, sargento-mor de batalhas e governador das armas de Trás-os-Montes, na aclamação de el-rei D. João IV, e de D. Francisca da Rocha Pita, sua segunda mulher, filha de Francisco da Rocha Pita,primeiro instituidor do morgadio do Nome de Jesus, de Chaves, e de D. Catarina do Salvador, filha de José Francisco, instituidor do dito morgadio (?).
Quarto neto paterno de Gregório de Castro Morais, segundo padroeiro da igreja de Nossa Senhora do Pópulo e do morgadio de Santa Catarina, que foi instituído em 1262 [12] (filho de Jaime de Morais Pimentel, e de sua mulher D. Antónia de Castro) e de D. Catarina Veloso Teixeira, filha de Martim Teixeira Homem, comendador da Ordem de Cristo.
Neto materno de António Doutel de Almeida, cavaleiro da Ordem de Cristo, sargento-mor da comarca de Bragança, e de D. Maria da Fonseca Nogueira, a quem nos referimos sob o nº 3.
Segundo neto materno de António Doutel de Almeida, cavaleiro da Ordem de Cristo (cego de um olho), e de D. Isabel de Sá, filha de Francisco de Almeida e de D. Francisca de Sá; neta paterna de Teodósio da Fonseca, juiz de fora de Barcelos, e de D. Francisca de Almeida Sarmento de Figueiredo, filha de Jácome Luís de Figueiredo; neta materna de Miguel de Figueiredo e de D. Isabel de Sá, filha de António de Macedo Pimentel.
Terceiro neto materno de António Doutel de Almeida e de D. Catarina Sarmento, filha de Gaspar da Silva, natural de Vinhais, segundo marido de D. Isabel de Morais Sarmento, filha de Rodrigo de Morais, o Indiano, natural de Tuizelo.
Quarto neto materno de João de Almeida Doutel e de D. Cecília de Abreu.
2º D. GUIOMAR MARIA DE SÁ E BRITO,mulher de Francisco Xavier de Castro Morais, atrás citados, era filha de Martim Correia de Sá, mestre de campo de infantaria, no Rio de Janeiro, e de D. Guiomar de Brito Freire, natural de Lisboa.
Neta paterna de Manuel Correia Vasques (que passou a servir no Rio de Janeiro com seu irmão Salvador Correia de Sá, governador da capitania, filhos de Gonçalo Correia, que viveu na sua quinta de Peraboa, junto a Vila-Nova de Famalicão, e de sua segunda mulher D.Maria Rodrigues), e de D.Maria de Alvarenga, filha de Tomé de Alvarenga, e de D.Maria de Morais.
Neta materna de Luís de Brito Freire, natural de Lisboa (filho de Gaspar de Brito Freire, senhor do morgadio de Santo Estêvão de Lisboa e de Nossa Senhora de Jesus, e de D. Francisca da Silveira, filha de Álvaro da Silveira, comendador de Sortelha e alcaide-mor de Alenquer) e de D. Guiomar de Almeida.
3º D. MARIA DA FONSECA NOGUEIRA, mulher de António Doutel de Almeida, era filha de Teodósio da Fonseca Nogueira, tenente-general mestre de campo de Trás-os-Montes, cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Brites de Morais Borges.
Neta paterna de Teodósio da Fonseca Nogueira, juiz de fora de Barcelos, acima citado (filho de Rodrigo Nogueira da Fonseca, ouvidor de Bragança, e de D. Ana Soares, irmã de D. Frei João Soares, bispo de Coimbra), e de D. Francisca de Almeida de Figueiredo Sarmento, acima citada, filha de Jácome Luís de Figueiredo Sarmento e de D. Ana de Almeida, filha bastarda de Francisco de Almeida Doutel, arcediago da Sé de Goa, na Índia Oriental.
Neta materna de Belchior de Almeida e Seixas, natural de Vilarinho da Castanheira (filho de Baltazar de Seixas Pinto, filho de Pedro Esteves Pinto, fidalgo da Casa Real, e de D. Brites de Almeida, filha de Belchior de Almeida), e de D. Maria Pinto de Morais, filha de Gaspar Borges Pinto, natural da vila de Freixiel, e de D. Isabel Pinto de Morais, filha de Jorge Pinto(78).
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(77) Ver Bragança – Douteis.
(78) PINTO, Bento – Caderno de Árvores de Costado. No artigo «Mirandela» (Pintos Cardosos) vai a descrição deste códice.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

Alunos mostram trabalhos artísticos no Mercado Municipal de Macedo de Cavaleiros

 O Mercado Municipal de Macedo de Cavaleiros foi o palco escolhido para exibir os trabalhos artísticos, de pintura e performances plásticas dos cerca de 100 alunos, de cinco turmas que terminam agora o quatro ano de escolaridade. A mostra, destinada à comunidade escolar, à comunidade geral, aos pais e aos encarregados de educação, faz parte do Plano Nacional de Artes. A coordenadora deste plano, Inês Falcão, destacou que este é um exemplo claro de um projeto que passa para a prática e não fica no papel:


“No fundo eles adquiriram competências e capacidades para poder transmitir aquilo que eles acabaram por explicar. Esta integração com o Plano Nacional das Artes tem a ver com exatamente fazer uma articulação entre a escola e o próprio município: Atividades como estas devem acontecer, ao longo do ano, e não só às vezes no final do ano. Porque os alunos precisam desta convivência uns com os outros e os próprios pais façam parte dos ateliers e venham trabalhar com os seus filhos. É uma festa neste último dia, mas o objetivo fundamental é esse é que o plano Nacional das Artes, não é um apenas para um projeto para estar no papel, mas que é implementado no terreno, mas ao longo do ano.”

Presente nesta mostra esteve Benjamim Rodrigues, presidente da câmara de Macedo de Cavaleiros, que enalteceu a mostra que, de acordo com ele, vem dar cor ao espaço e demonstrar as capacidades artísticas de cada criança:

“Sim, são obras muito criativas que tornaram este espaço mais alegre e colorido. Dá gosto apreciar, e portanto estão todos de parabéns, os alunos, o agrupamento de escola, os professores e o Plano Nacional de Artes representado pela professora Inês. Esta autonomia curricular vem demonstrar que por vezes, nós conseguimos tirar partido das potencialidades dos nossos jovens e das nossas crianças e tornar este trabalho acessível aos pais que com orgulho apreciarão.”

Já os alunos contam o resultado dos seus trabalhos:

“Fizemos trabalhos com bolhas de sabão, com cores e metemos numa folha de papel e ainda pintamos pedras”, contou o Hugo.

“Foi uma experiência que nunca vou voltar a fazer e que gostei muito”, contou a Madalena.

Nós começamos por uma estratégia que foi pintar o papel de alumínio com um mercador, borrifar com água, meter no papel que dar uma arte”, destacou o Salvador.

Uma mostra que integra o projeto Aprender com Arte, onde forma exibidos trabalhos artísticos no âmbito de Autonomia curricular, Aprender com arte- Artes Visuais.

Escrito por ONDA LIVRE

Poeta macedense participa na revista galega “Nós, a Xente do Redor “

 Francisco Mendo Monteiro, escreve poemas que retratam o imaginário transmontano, com as suas gentes e a região. A apresentação vai decorrer já no próximo dia 4 de julho, em Ourense. Esta participação já acontece há vários anos.


Começou após a pandemia covid, altura que o autor começou a escrever.

À Onda Livre contou como é a sua poesia e onde vai buscar inspiração:

“A inspiração da minha escrita a nível poético está entre o realismo e o transcendente, que está sempre um pouco ligado ao lado espiritual das nossas gentes, das pessoas e um pouco da região também.

Eu tento colocar a transcendência na minha poesia e fazer dela algo simples.

Preocupo-me sempre em fazer uma poesia muito simples para que não sejam cansativas para as pessoas.

Algo que seja muito fácil de interiorizar pelo leitor. Essa é a base da poesia.”

Francisco Mendo Monteiro já editou mais de 70 poemas, mas foi por acaso que começou a escrever, como confidencia:

“No meu trajeto, como escritor, eu não sabia que tinha talento para a poesia. Mas, feliz e infelizmente, durante a pandemia comecei a ter mais tempo e a entreter-me com a poesia. 

Eu não sabia muito bem o que estava em causa e, através de uma amiga, um dia, em brincadeira, falei-lhe do que eu escrevia. Ela gostou e disse que me apresentaria a uma pessoa para mostrar o que faço. E assim foi. Falou com o diretor dessa revista, ele adorou e, a partir daí, quis sempre ter algo meu.”

Brevemente, o autor pretende apresentar a revisão espanhola na nossa região e o está agendado o seu primeiro livro em Macedo de Cavaleiros.

Foto: Município de Macedo de Cavaleiros
Escrito por ONDA LIVRE

Pediatria do hospital de Bragança vai ser requalificada

 Apesar da empreitada prevista, continua a não haver uma urgência pediátrica


A pediatria do hospital de Bragança vai ser requalificada. Foi publicado em Diário da República, esta segunda-feira, o concurso público. Estão em causa 80 mil euros sem IVA, para as obras. No entanto, continua a não haver uma urgência pediátrica. Os pais do distrito já assinaram uma petição, que foi levada à Assembleia da República, mas ainda sem sinais de concretização. A promotora Ana Soares realça que estas obras são importantes, mas não substituem uma urgência. “Não basta fazer remodelações. É preciso a criação efectiva da urgência pediátrica na unidade hospitalar de Bragança, ainda que felicitemos aquilo que se faz neste sentido, porque o caminho faz-se caminhando”.

A urgência pediátrica mais próxima é em Vila Real, a mais de uma hora de distância. Ana Soares considera que é uma situação “incompatível” para casos urgentes. “Uma necessidade urgente é algo que tem que ser de imediato tratado. Não é compatível. De Bragança a Vila Real é uma hora de distância mas há pontos do distrito que ainda estão mais longe. Não nos podemos esquecer que é nas crianças que está o nosso futuro”.

Os pais não vão desistir até que a urgência pediátrica seja construída no hospital de Bragança. Vão emitir um comunicado, que será enviado a todos os grupos parlamentares. Uma luta que dizem nada ter a ver com partidos políticos, mas com a salvaguarda de direitos. “Fala-se tanto da valorização dos nossos territórios mas se não tivermos serviços essenciais para que as pessoas que cá estão queiram continuar, ou que não estão vejam a qualidade de vida que aqui podem ter, não vamos conseguir fazê-lo. Já chega de palavras bacocas. Estamos no tempo de agir e agir é fazer com que Bragança tenha efectivamente os serviços necessários para termos a qualidade de vida que qualquer cidadão em 2024 tem direito”.

Para já, ainda há intenções de construir uma urgência pediátrica. Mas foi lançado um concurso para fazer obras na pediatria do hospital de Bragança. As empresas têm até dia 9 para apresentar as propostas. Depois de adjudicadas, as obras têm de estar prontas num prazo de 90 dias.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

IPB vê mais dois doutoramentos aprovados

 O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) viu serem aprovados mais dois doutoramentos que tinha submetido à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3Es), que devem abrir já no próximo ano letivo.


Segundo explicou o presidente do IPB ao Mensageiro, a A3Es aprovou os doutoramentos em Tecnologia de Biossistemas e em Tecnologia e Produtos de Base Natural, respetivamente.

Estes dois juntam-se a um em Engenharia de Sistemas Inteligentes, que já tinha sido anteriormente aprovado, em abril deste ano.

“Vamos agora ultimar o regulamento e os prazos de matrícula. Em setembro entrarão em funcionamento”, anunciou ao Mensageiro Orlando Rodrigues.

De acordo com o presidente do IPB, “são três doutoramentos que assentam muito na investigação aplicada, com uma forte componente de internacionalização, no âmbito dos centros de investigação que têm classificação de excelente (CEDRI e CIMO), potenciando toda esta capacidade de investigação que tem vindo a ser desenvolvida”, frisou.

António G. Rodrigues

festa em honra de São Judas Tadeu - bairro da Terronha, em Miranda do Douro

GNR dá início a operação “CHAVE DIRETA” e deixa conselhos à população

Concerto das Bandas

 No Dia do Município, 29 de junho, convidamos todos os macedenses a assistir ao concerto das Bandas Filarmónicas do Brinço e 25 de Março, que decorrerá às 16h00 no Jardim 1º de Maio.

Freixo de Espada à Cinta não será penalizado por falta de revisão do PDM

 O presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta afirmou hoje que o município não será penalizado quanto à revisão do Plano Diretor Municipal, porque nos últimos dois anos foi feito um trabalho exaustivo para tal acontecer.


“Freixo de Espada à Cinta não será penalizado em matéria de revisão do PDM, porque a revisão do documento está dentro da lei e dos prazos estabelecidos devido ao esforço da atual equipa técnica que conduz o processo, sendo um trabalho que já deveria ter sido executado há oito anos e agora feito em tempo recorde”, explicou à Lusa Nuno Ferreira.

O autarca socialista do distrito de Bragança acrescentou ainda que este documento estava incompleto, apontado o dedo ao anterior executivo, liderado pela social-democrata Maria do Céu Quintas, “que pouco ou nada fez em matéria de revisão do PDM”.

Nuno Ferreira indicou que está agendada uma primeira e única reunião para o dia 10 de julho, em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), para acertar pormenores para que o concelho de Freixo de Espada à Cinta não seja penalizado no que diz respeito a candidaturas a fundos europeus devido à falta de revisão do PDM.

O Ministério da Coesão, que é citado na edição de hoje do jornal Público, indica que há 17 municípios que “não realizaram, têm agendado a primeira reunião da comissão consultiva ou conferência procedimental para a revisão do PDM”.

Nesta lista consta, entre outros municípios, o de Freixo de Espada à Cinta, afirmado o autarca local que a inclusão do seu concelho nesta lista “não corresponde à realidade”.

Segundo o jornal Público, as câmaras em causa são: Almeida, Castro Daire, Fornos de Algodres, Idanha-a-Nova, Santa Comba Dão, Sertã, Vouzela, Albufeira, Aljezur, Castro Marim, Portimão, São Brás de Alportel, Freixo de Espada à Cinta, Régua, Moimenta da Beira, Tabuaço e Gavião.

Segundo o jornal, estas autarquias só perdem o acesso a candidatura a fundos se se comprovar que o processo não arrancou “por facto imputável ao município”, como estabelece o decreto que foi aprovado em Conselho de Ministros, ainda no governo PS, em 21 de dezembro de 2023.

FYP // JAP
Lusa/Fim

…no tempo das profecias

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)


As cidades são como as pessoas, entardecem e silenciam-se, quando o sol regressa do campo para sua casa amornecido pelo convívio íntimo com as searas que se deitam no colo do vento que passa só por passar…
E as cidades têm ruas e casas, avenidas, becos, gente anónima, gente feliz, gente que morre de tristeza, gente com pão e gente que conta os cêntimos na imensidão dos meses que não têm fim.
As cidades têm loucos que sorriem e bêbados que se embebedam para ao entardecer poderem dizer todas as verdades que nenhum santo disse e gritarem aos transeuntes que acordem e se convertam… o fim do mundo está perto… depois bebem mais e mais no conchego da taberna… que nostalgicamente resiste entre a sueca, o chincalhão e dois copos dos últimos clientes.
 As cidades têm gente muito séria que passa pela vida, sem pecado original… vão à missa das seis… ao mês de Maria… à reunião da comissão política do partido… e são gente de bem… e tão felizes... 
…depois morrem… e talvez sorriam… pela primeiríssima vez… talvez sorriam da pasmaceira da vida da gente séria…
As cidades a nordeste envelhecem… e Deus perpassa por entre o silêncio… e um dia as casas… as ruas… os becos… as avenidas serão somente ruas, casas e becos e avenidas… e não haverá nem gente feliz, nem gente triste, nem ricos, nem pobres, nem gente séria… somente a cidade e o silêncio. 
…as silvas e os cardos crescerão por entre as casas, as ruas, as avenidas e os becos… os lobos e as raposas descerão à cidade… e nesse tempo os Senhores, tão sérios, de Lisboa acordarão… assustados…com a evidência das ideias luminosas… é preciso salvar o interior… é preciso combater a desertificação… ´é preciso…
… nesse tempo… talvez o louco e o bêbado… na sua lucidez, ainda estejam por  cá para contar a história.

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

Inauguração da C- Pack Creative Packaging

 Foi inaugurada, hoje, a C- Pack Creative Packaging, uma fábrica de produção de embalagens de plástico para cosmética.


O processo de construção iniciou em abril do ano passado e está instalada na Zona Industrial de Bragança. Este empreendimento implicou um investimento de 20 milhões de euros e irá contar com mais de uma centena de postos de trabalho.

“Este investimento é estratégico para a região, traz mais riqueza mas também mais empregabilidade. A C-Pack é líder no mercado, está presente nas maiores marcas de cosmética do mundo, e essa liderança também recai na sustentabilidade e inovação e traz a Bragança um novo impulso.

Recorde-se que o Município de Bragança investiu cerca de 4,5 milhões de euros na ampliação da Zona Industrial, sendo que dos 46 lotes existentes, 30 foram vendidos, o que significa que estamos num bom caminho. Espera-se um investimento direto por parte das empresas de mais de 50 milhões de euros, com a criação de novos postos de trabalho e um nível de exportações a rondar os 120 milhões de euros” referiu Paulo Xavier, Presidente da Câmara Municipal de Bragança.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Miranda do Douro: Freguesia de Paradela propôs a Rota do Contrabando

 No dia 26 de junho, a cidade de Miranda do Douro foi o local de uma jornada de trabalho, entre várias instituições portuguesas e espanholas, com o objetivo de propor novas rotas turísticas no Parque Natural do Douro Internacional, tendo sido proposta a rota do Contrabando, em Paradela.


O encontro decorreu nas instalações do pavilhão multiusos, em Miranda do Douro e na sessão de acolhimento, a presidente de município, Helena Barril destacou o caráter transfronteiriço e colaborativo da iniciativa.

“Faço votos de que deste trabalho conjunto entre portugueses e espanhóis, nasçam propostas inovadoras que constituam uma mais valia para valorização de todo o território duriense”, expressou a autarca de Miranda do Douro.

Entre os participantes na jornada de trabalho marcou presença a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), representada pelo secretário, engenheiro Rui Caseiro, que salientou que as rotas podem contribuir para o desenvolvimento económico local.

“A promoção de uma rota implica uma estratégia de comunicação, que dê a conhecer alguns dos seus atrativos, como a degustação dos produtos locais ou experiências para os visitantes com atividades na agricultura, na pecuária, no artesanato, assim como a participação em feiras temáticas e a realização de passeios pedestres para conhecer a fauna e a flora do território.”, explicou.

Outro participante, o presidente da União de Freguesias de Ifanes e Paradela, Nélio Seixas, mostrou-se otimista quanto à consolidação da rota do Contrabando na área natural da freguesia, dado que já estão identificados vários locais e caminhos outrora percorridos pelos contrabandistas.

“Estamos a trabalhar na divulgação deste património histórico, natural e cultural que foi a atividade do contrabando na localidade de Paradela e na vizinha Espanha. Para tal, já realizámos duas edições do Trail do Contrabando do Café, que foram um verdadeiro sucesso pela grande participação de atletas e pelo entusiástico envolvimento da população local”, disse.

Segundo o jovem autarca, a promoção da Rota do Contrabando em Paradela, depende também da iniciativa privada local, sendo necessário oferecer aos visitantes e turistas, outras atrações como por exemplo, a estadia em alojamentos turísticos ou a venda de produtos locais.

É o que já acontece por exemplo, em Vila Chã da Braciosa, no empreendimento turístico “Casa da Augusta”, onde os visitantes e turistas podem, por exemplo, degustar a gastronomia local, aprender a cultivar a horta ou tratar dos animais da quinta como os burros, os patos e as galinhas.

Glória Fidalgo, a proprietária desta casa de Turismo Rural alertou, no entanto, que o potencial das rotas e percursos pedestres existentes no concelho de Miranda do Douro ainda está subaproveitado.

“Os circuitos dos percursos pedestres exigem uma constante limpeza e manutenção, para que as placas e a sinalética sejam facilmente visíveis. Para além disso, as rotas e os percursos homologados no concelho, ainda não têm informação física ou digital para transmitir aos turistas e visitantes”, criticou.

Na perspectiva desta empresária, os territórios de baixa densidade populacional mas com um valioso património natural e cultural, como é o concelho de Miranda do Douro, as rotas e os percursos pedestres podem ser “âncoras” para a atração de turistas, não só na primavera/verão, mas ao longo do ano.

“Os turistas que apreciam o planalto mirandês e o Parque Natural do Douro Internacional são aqueles que procuram o chamado “slow travel”, isto é, procuram aproveitar a tranquilidade do campo e querem conhecer a fundo este território durante vários dias”, disse.

Recorde-se que o concelho de Miranda do Douro integra a Grande Rota do Douro Internacional e do Douro Vinhateiro GR36, com uma extensão total de 176,40 quilómetros que atravessa os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.

Na jornada de trabalho transfronteiriça, em Miranda do Douro, participaram ainda representantes da associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), do Centro de Música Tradicional Sons da Terra, da empresa Douro Pula Canhada e da Estação Biológica Internacional do rio Douro.

Do lado espanhol, projeto participativo envolveu a Associação Ibérica dos Municípios Ribeirinhos do Douro, a Fundação Santa Maria la Real, o cluster Hábitat Eficiente AEICE, do vice-reitorado de investigação da Universidade de Salamanca e a Câmara Municipal de Zamora.

A iniciativa insere-se no programa europeu Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027.

HA