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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

𝗥𝗘𝗦𝗨𝗟𝗧𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗗𝗔 𝗔𝗨𝗗𝗜𝗧𝗢𝗥𝗜𝗔 𝗙𝗜𝗡𝗔𝗡𝗖𝗘𝗜𝗥𝗔 - 𝗔𝗡𝗢𝗦 𝟮𝟬𝟭𝟵, 𝟮𝟬𝟮𝟬 𝗘 𝟮𝟬𝟮𝟭


- 𝗔𝗗𝗩𝗢𝗚𝗔𝗗𝗢𝗦:

Constatámos que foi celebrado um contrato em 26 de junho de 2019, no montante de 140.000,00€ + IVA, com o objeto de “Serviços de Consultoria para a Recuperação de Impostos”.

“Não conseguimos obter evidência da realização de trabalho com esse objeto, sendo a descrição das faturas imputadas a este contrato, a prestação de serviços de apoio jurídico.” “Nos eventos subsequentes analisados relativamente à execução dos contratos, existem cerca de 433.600€ de faturas sem qualquer contrato de suporte entre o Município de Freixo de Espada à Cinta e a respetiva sociedade.”

- 𝗔𝗗𝗜𝗡 (Á𝗴𝘂𝗮𝘀 𝗱𝗼 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗿𝗶𝗼𝗿 𝗡𝗼𝗿𝘁𝗲, 𝗘𝗜𝗠, 𝗦.𝗔.):

Os valores dos ativos fixos tangíveis entregues na constituição da ADIN, apesar de não terem sido identificados, não foram desconsiderados no registo contabilístico, e foram contabilizados como despesas ao longo do tempo.

Para integrar a ADIN, o Município de Freixo de Espada à Cinta tinha que entrar com ativos no valor de 1.162.511,00€, no entanto esse valor nunca foi registado contabilisticamente.

O valor dos Resíduos Sólidos que era cobrado pela ADIN e posteriormente devolvido ao Município, era canalizado para despesa corrente, em vez de se pagar o serviço à Associação de Municípios do Douro Superior. Note-se que o anterior executivo fez um empréstimo em 21/08/2019 no valor de 495.869,43€ para saldar parte da dívida à AMDS, no entanto até 13/10/2021 acumulou novamente dívida no montante de 463.161,99€, perfazendo um total de cerca de 1 milhão de euros.

Ainda em relação à cobrança da água, foram identificados mais de 300 mil euros de valores a que o Município teria direito, mas que por inércia e má gestão do anterior executivo (PSD), ficaram por cobrar e que por prescrição perderam o enquadramento legal para o Município os reaver.

- 𝗖𝗔𝗦𝗔𝗦 𝗗𝗢 𝗕𝗔𝗜𝗥𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗦𝗔𝗠𝗜𝗧𝗘𝗜𝗥𝗢:

Entre 2019 e 2021 foi feita a venda/alienação de 10 casas no Bairro do Samiteiro por um valor de mais de 300 mil euros, sem que esse valor tivesse sido reconhecido ao nível da contabilidade interna do município.

O mesmo aconteceu com uma casa vendida na Rua do Vale no valor de 50.000,00€.

- 𝗗𝗘𝗣Ó𝗦𝗜𝗧𝗢𝗦 𝗕𝗔𝗡𝗖Á𝗥𝗜𝗢𝗦:

O Município de Freixo de Espada à Cinta não tinha elaborada a reconciliação Bancária da conta da Caixa Geral de Depósitos. Isto significa que não houve a comparação dos registos bancários com os registos da contabilidade para verificar se estão corretos e em conformidade.

A reconciliação bancária é uma prática importante de controlo interno, pois permite identificar erros, fraudes ou desvios financeiros e corrigi-los.

- 𝗦𝗘𝗚𝗨𝗥𝗢𝗦:

Constatámos que a CMFEC não efetuou qualquer procedimento ao abrigo do Código dos Contratos Públicos (CCP), nos exercícios em análise, para contratação de seguros.

Não foi possível obter confirmação externa dos seguros em nome da CMFEC.

Constatámos que relativamente ao seguro de multiriscos (Escolas do Concelho e Congida), os valores seguros eram manifestamente insuficientes em caso de sinistro.

- 𝗚𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦:

Verificou-se a existência de registos de gastos sem que haja a respetiva cabimentação, ou seja, uma obrigação ou acordo formal para os realizar, o que pode indicar irregularidades ou má gestão financeira.

Não foram efetuadas contagens de caixa periódicas.

- 𝗣𝗥É - 𝗥𝗘𝗙𝗢𝗥𝗠𝗔𝗦:

Em 2021 eram 33 os ex-funcionários com acordos de pré-reforma. Não foi reconhecida a responsabilidade com gastos a incorrer no futuro com acordos de pré-reforma. Isto significa que não houve o registo contabilístico da responsabilidade financeira associada aos gastos que a autarquia deverá realizar no futuro em relação aos acordos de pré-reforma.

Estes acordos nunca foram discutidos em Reunião de Câmara e não se conhece qualquer regulamento para a celebração dos mesmos. Só para se ter uma ideia, estes acordos implicam um aumento do endividamento no valor de 2.574.031,09€.

- 𝗘𝗫𝗘𝗥𝗖Í𝗖𝗜𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗡𝗔𝗡𝗖𝗘𝗜𝗥𝗢𝗦:

Não houve uma correta separação das despesas e das receitas de acordo com o período de tempo em que foram realizadas. Uma situação destas pode levar a erros nas demonstrações financeiras apresentadas.

Foi detetada dívida de médio e longo prazo que deveria ter sido contabilizada como dívida de curto prazo.

𝗥𝗘𝗦𝗨𝗠𝗜𝗡𝗗𝗢:

Mesmo depois de já termos pago quase meio milhão de euros de dívida herdada e levado um corte nas transferências do Estado de mais de meio milhão de euros em 2022, ainda temos 256 credores a bater todos os dias à porta do município. Desses 256 credores, 53 são do concelho e 203 de fora do concelho. Dentro do concelho está contabilizada uma dívida de curto prazo de 1.408.900,77€ e fora do concelho de 4.249.636,77€.

Assim se demonstra que no dia em que este executivo tomou posse e iniciou o trabalho de apuramento financeiro do município, rapidamente percebemos que não estávamos a lidar com uma dívida efetiva de 11 milhões de euros como se apregoava pela anterior gestão autárquica PSD. Hoje sabemos que no mandato anterior os documentos contabilísticos apresentados não passavam de contas maquilhadas para dar uma ilusória ideia da realidade.

Por exemplo, à data da tomada de posse, a dívida de curto prazo contabilizada era de 𝟮.𝟮𝟯𝟱.𝟭𝟬𝟬,𝟯𝟮€. Após a auditoria financeira externa e contabilizando tudo o que foi descoberto até à data da sua apresentação, verificou-se que o total da dívida de curto prazo é de 𝟱.𝟲𝟱𝟴.𝟱𝟯𝟳,𝟱𝟰€.

Atualmente estamos a negociar o acesso a inevitáveis ferramentas financeiras para resolver este grave problema.

Na sequência da apresentação da auditoria financeira externa, a Assembleia Municipal de Freixo de Espada à Cinta propôs e aprovou na sessão ordinária de 23 de fevereiro de 2023, a realização de 3 medidas:

1.    A divulgação e difusão através de vários meios ao dispor do município, das conclusões do relatório de auditoria financeira externa, junto de toda a população do concelho que merece saber a verdade sobre o que se passou financeiramente nesta casa em 2019, 2020 e 2021.

2.    O envio deste relatório de auditoria financeira externa ao Ministério Público, à Autoridade de Auditoria da Inspeção Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas.

3.    A realização de uma auditoria administrativa externa aos mesmos anos para complementar a auditoria financeira e responsabilizar administrativamente os atos praticados e quem os praticou. 

📌 𝗧𝗢𝗠𝗔𝗗𝗔 𝗗𝗘 𝗣𝗢𝗦𝗜𝗖̧𝗔̃𝗢 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗧𝗜𝗩𝗔 𝗔̀ 𝗘𝗫𝗜𝗚𝗘̂𝗡𝗖𝗜𝗔 𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗦𝗦𝗔𝗚𝗘𝗠 𝗗𝗔 𝗔𝗟𝗧𝗔 𝗩𝗘𝗟𝗢𝗖𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘 𝗙𝗘𝗥𝗥𝗢𝗩𝗜𝗔́𝗥𝗜𝗔 𝗘𝗠 𝗧𝗥𝗔́𝗦-𝗢𝗦-𝗠𝗢𝗡𝗧𝗘𝗦

 Foi aprovada, a 27 de fevereiro, por unanimidade, em Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Bragança, uma tomada de posição relativa à exigência da passagem da Alta Velocidade Ferroviária em Trás-os-Montes

🔗 Pode ler o texto na íntegra AQUI.

Ação de sensibilização "AS MULHERES ENTRE A ESFERA PÚBLICA E A ESFERA PRIVADA"

A Obra Nasce - Na Madrugada dos Tempos – Parte 7

 Deus quer, o Homem sonha,
A obra nasce.
 
Fernando Pessoa
Escritor português
(1888-1935)

Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

O pequeno grupo de nómadas estabeleceu-se na aldeia e gradualmente, o clima de desconfiança da maioria dos vizinhos desvaneceu-se. Claro que havia exceções, sendo as mais conhecidas Fikri e Naci, a que se juntava Cemil, um dos irmãos de Erem, que continuavam a desprezar os recém-chegados. Acreditavam que eles eram deserdados da sorte, sem casa e atacados por todos, porque não tinham o favor dos deuses e estes não iriam gostar que os acolhessem.
Naci estava principalmente sensível devido ao estado de saúde da sua mulher Su, que nunca recuperara completamente desde o ataque aos homens-macaco. Nehir lograra fechar o ferimento, mas ocasionalmente atacavam-lhe “uns calores” muitos fortes e caía desacordada com o corpo todo a ferver. Nessas alturas, a curandeira passava o dia inteiro a tentar baixar-lhe a temperatura com folhas de videira molhadas na testa e fazendo-a engolir pastas de alho e mel para combater os maus espíritos do corpo, mas após cada uma dessas crises, ela estava mais fraca que antes.
Ignorando as vozes discordantes, vários aldeãos emprestaram peles e ajudaram os nómadas a erguer quatro tendas nos limites da povoação. Como agradecimento, a noite fria em volta da fogueira foi abrilhantada por Beki e os irmãos que fizeram um pequeno espetáculo de malabarismo e dança. O ritmo era mantido pelo bater sobre peles esticadas em vimes entrançados num círculo. Todos ficaram extasiados pelas cabriolas acrobáticas dos jovens, pela percussão e pelas cantigas das mulheres. Gritos de alegria e assombro ecoaram na noite sob o límpido teto de veludo ponteado a prata antes de todos irem descansar.
Nos dias seguintes, Erem avisou Alim que se esperava deles a participação em todas as atividades da comunidade e, entre elas, a construção do santuário. Todos os que tivessem força para levantar um pote de barro cheio de água teriam de ser recrutados para as tarefas. Foi uma forma de os integrar e dar mais confiança.
Após consultar os astros e conferenciar com as outras mulheres, Zia anunciou a chegada da Noite das Sombras, que marcava o início da estação fria[1]. Nesta noite, dizia-se, os espíritos dos que já se foram podiam vaguear entre mundo das sombras e o dos vivos. Havia até quem afirmasse que, nas noites de nevoeiro, podiam-se distinguir as fogueiras do lado das sombras. Era uma noite de apreensão, pois representava o fim do período de maior abundância de caça e frutas. Os cereais estavam já moídos em farinha que se esperava que aguentasse muitos meses e as cabras e ovelhas mais velhas abatidas e a sua carne seca para consumir durante o inverno. As peles e os ossos resultantes da matança armazenaram-se para utilização futura.
Zia preparava a cerimónia que daria as boas-vindas ao inverno; a época dos dias frios em que o sol dava mostras de morrer e no coração de todos ficava o medo de que não voltasse. Em volta dos ídolos de Swol e Mensis já se erguiam quatro imponentes megálitos, dos vinte e quatro previstos. As pedras eretas foram coroadas com ramos de oliveira e colocaram-se coroas e folhas nos locais onde se previam erigir as restantes.
Desde o início da construção existiu grande polémica acerca do número de pedras a erguer no santuário e se no início pensaram apenas em dezasseis, cedo começaram as discussões se não deveriam, isso, sim, representar toda a aldeia e erguer uma pedra por cada um. Nem assim chegavam a acordo, pois, se nascesse alguma criança, teriam de erguer rapidamente outra pedra, ou retirar se morresse alguém. As discussões em redor da fogueira por vezes eram apaixonadas e se uns achavam serem precisas muitas para honrar os deuses, outros havia que não queriam arrastar mais do que as estritamente necessárias… ou mesmo nenhumas. Por fim, foi Lemi quem deu a solução para resolver o dilema; cada homem tem dez dedos nas mãos e a mulher, porque um homem não deve viver sozinho, tem outros tantos dedos. Não teriam uma pedra para cada homem e cada mulher, mas apenas duas vezes dez pedras, isso simbolizava todo o clã, o número de dedos com que produzem tudo o que necessitam para sobreviver! Após uns segundos a “digerir” a ideia, ergueu-se um clamor de aprovação de toda a audiência. Zia acalmou-os erguendo as mãos e pedindo a palavra: “Concordo com as vinte pedras.” — Informou ela erguendo a voz acima do burburinho. — “Mas acrescento quatro! Quatro pedras que definirão esse círculo de dez mais dez e defini-lo-ão da mesma forma que é marcado e definido o círculo da nossa vida. Como nascemos, crescemos, amadurecemos e morremos, também Swol assim é. Renasce ao fim de muitos dias moribundo e começa a ganhar força, a erguer-se no céu e a trazer a luz por mais tempo, trazendo o cio nos dentes e despertando a caça. Depois reina sobre o céu, inchando os dias com luz e calor, dourando as espigas e chamando as grandes manadas de auroques e bisontes. Mais tarde começa a perder a força, no período das colheitas, enquanto se aproxima do fim da terra, até ficar moribundo. Fica depois quase morto com a chegada dos grandes frios, quando as sombras ameaçam a luz e trazem a incerteza do seu renascimento… quatro pedras do ciclo da vida de Swol.”
Zia era a autoridade incontestável na marcação dos dias e todos confiavam cegamente nas suas indicações de quando era a época para deitar as sementes à terra, quando haveria mais abundância de caça ou quando seria a altura de o rio transbordar. Com os muitos conhecimentos passados de pais para filhos, ela possuía uma pele onde estavam meticulosamente atados um conjunto de ossos e paus enfileirados que era um dos seus guias. Por ali conseguia seguir as fases da lua e complementava as suas medições com a observação do tamanho das sombras projetadas por um pau espetado no chão para distinguir os solstícios e os equinócios. A mulher, munida daquele compêndio dos saberes dos antigos, era um calendário vivo.
Dos quatro grandes monólitos que começavam a demarcar o círculo, o último, erguido apenas no dia anterior e era o que representaria o início da estação dos grandes frios, a morte de Swol[2]. Estava perfeitamente alinhado com o sol do meio-dia e a sua sombra alongada tocava o ídolo correspondente ao astro-rei no centro do complexo.
Zia fazia-se acompanhar de uma Su débil e insegura, que ninguém conseguira demover de colaborar na preparação das cerimónias. A sogra obrigava-a a que estivesse sentada a entrançar as plantas para as coroas, enquanto as restantes mulheres iam recolhê-las entre as árvores da floresta. Apesar do frio que já dominava, aquele dia mostrava-se com um sol invulgarmente quente que fazia transpirar os laboriosos celebrantes.
Su, tendo terminada uma pequena coroa verde que adornou com alguns fios dourados de feno, ergueu-se e caminhou até ao local onde haviam enterrado Ediz. A terra remexida, na sombra de um dos megálitos, ainda estava húmida pela geada noturna e a rapariga baixou-se para pousar a singela homenagem no lugar onde estaria a cabeça do guerreiro. Quando se ergueu, sentiu que todo o mundo começara a correr à sua volta e as enormes pedras rodopiavam e cabriolavam ameaçando cair sobre ela. A cabeça parecia explodir com uma dor insuportável e soltou um grito lancinante antes de cair desacordada.
Quando Naci chegou com os grupos que arrastavam os grandes toros de lenha para a fogueira no santuário, já a sua jovem esposa havia partido deste mundo. Ele soltou gritos furiosos, com os olhos injetados de sangue, empurrou quem o tentou acalmar e nem mesmo a mãe conseguiu que sossegasse. Entrou como um ciclone na sua casa, fazendo fugir as mulheres que velavam e ajoelhou-se banhado em lágrimas ao lado do corpo débil e sem vida da companheira. Saiu depois a correr cegamente na direção da floresta gritando imprecações contra os deuses.
 Ficava assombrada com tal perda a celebração do primeiro dia de inverno. Alguns diziam que uma morte no recinto do santuário não era um bom presságio, mas logo outros contrapunham que ela morrera na sua casa e não ali e, mesmo que assim não fosse, não era aquele também um monumento aos mortos? Embora com muito menos ânimo, resolveram continuar com os preparativos.
Erem, que começava a ficar preocupado com Naci, mandou dois homens procurá-lo, mas eles voltaram passado algum tempo sem o encontrarem. Acrescentaram que ele era um caçador experiente e conhecia bem as florestas e, se não quisesse ser encontrado não seria. Com a noite a cair, Zia estava preocupada porque o cadáver de Su não devia ficar insepulto depois do por-do-sol. Se isso acontecesse, ela não conseguiria encontrar o caminho para as grandes pastagens nos braços da Da Matter[3]e ficaria eternamente a vaguear sobre a terra como um Ansu[4] perdido.
A sacerdotisa tomou a iniciativa e mandou que fossem buscar a infeliz para o santuário; ficaria ali sepultada, no local onde tanto se esforçara para estar. Os filhos Zilo e Nali, o rapaz com quatro e a rapariga com dois anos, assistiram tristemente ao sepultamento abraçados pelas tias. A avó cantou as orações rituais presididas pelo olhar atento do avô, após o que todos caminharam sobre a sepultura acabada de tapar.
Os últimos laivos de luz desapareceram no horizonte e a noite aparecia fria, com um ar fino e gélido e a Lua Nova impercetível no céu. Um murmúrio de espanto e receio percorreu os aldeãos assim que se aperceberam de dois pequenos grupos com seis ou sete homens e mulheres cada, composto apenas por estrangeiros que se aproximaram timidamente do santuário. Lemi, encabeçando uma improvisada segurança com vários elementos do clã, questionou as intenções dos recém-chegados que exibiram algumas oferendas compostas por coroas de flores secas, peles e mesmo cabritos. Eram oriundos de duas aldeias próximas e pretendiam assistir à cerimónia, algo a que Erem assentiu com um gesto magnânimo.
A audiência amontoou-se vocalizando um som profundo e gutural, em volta do círculo definido pelas pedras já erguidas e os locais das próximas. Archotes compridos, feitos de vimes secos e gordura animal, crepitavam e pingavam no chão onde estavam espetados, deixando a audiência numa penumbra irreal. Iluminada pela luz bruxuleante da grande fogueira, Zia orou ao Sol para que voltasse e não abandonasse os seus filhos, enquanto a noite se enchia de pequenos pontos brilhantes e a Via-Láctea impressionava como um imenso rasgão no céu. A percussão nas peles esticadas sobre as coroas de vimes fazia tremer o peito e aumentava o temor e o sentimento de reverência pelos deuses.
Com maestria, a sacerdotisa espetou a faca de sílex no pescoço de uma pequena cabra e sangrou-a para um recipiente de barro. Em seguida aspergiu as chamas e a assistência com o sangue obtido gritando para os céus que aquela era uma oferta dos filhos de Sol que pediam para que regressasse rápido e trouxesse o ventre cheio de caça e espigas douradas. Dois dos rapazes mais jovens aproximaram-se dela sendo marcados em ambas as faces com três dedos ensanguentados, após o que voltaram o cadáver da cabrita de patas para cima expondo o ventre para Zia. A mulher do chefe fez um corte profundo expondo as entranhas do animal, sem as cortar. Extraiu os intestinos e todos os órgãos da carcaça, distribuindo-os cuidadosamente por vários recipientes, deitando especial atenção ao coração e ao fígado, que cortou em vários pedaços, chegando mesmo a comer alguns. Ergueu-se depois, com os braços abertos ao céu, as mãos escorrendo sangue e gritou: — Swol voltará! Vem aí muito frio, chuva e neve, onde Ele parecerá moribundo e ausente, mas não esquecerá os seus filhos e regressará para nós! Swol! — Gritou por três vezes, recebendo o eco de felicidade de toda a audiência.
Com o sangue recolhido, a sacerdotisa marcou cada um dos monólitos com uma mão carmim de dedos bem abertos.
Durante toda a cerimónia, o chefe do clã não tirava os olhos da orla da floresta, sempre esperando ver regressar Naci.
Quando todos se recolhiam, Zia queria organizar buscas pelo filho, mas foi Erem quem a desencorajou. Na busca por Naci, no meio da floresta e na escuridão, arriscavam-se a perder mais alguém.
— Por muito que me custe — o chefe sentenciou com as lágrimas nos olhos —, ele é um homem feito e um dos nossos melhores caçadores e pisteiros. Sabe para onde foi e saberá encontrar o caminho de volta… se quiser voltar.
A noite para ambos foi insone; de olhos abertos e em silêncio, sempre a esperar ouvir os cães a assinalar a chegada de alguém. Acabaram por adormecer completamente esgotados para serem chamados às primeiras horas do dia. Naci havia chegado e estava no santuário.
Correram para lá; o filho de ambos, com o rosto marcado por vários pequenos cortes e equimoses, estava embrulhado numa grossa pele de urso e sentado ao lado da sepultura da mulher. Na entrada do santuário, havia duas estacas exibindo as cabeças decepadas de dois homens-macaco.

[1] Refere-se ao solstício de inverno, 20/21 de dezembro
[2] Refere-se ao solstício de inverno, 20/21 de dezembro
[3] Deusa mãe
[4] Espírito

Manuel Amaro Mendonça
nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.

AUTARCA DE FREIXO DE ESPADA À CINTA QUER TRANSFORMAR CONCELHO EM ZONA FRANCA

 O município de Freixo de Espada à Cinta tem como desafio transformar o concelho em zona franca, como a ilha da Madeira. O assunto foi abordado durante a abertura da Feira da Amendoeira em Flor, no passado fim de semana, que contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.


O autarca, Nuno Ferreira, pretende a transformação do concelho em zona franca e justificou ambição aos jornalistas dizendo que “se a ilha da Madeira em 1980 teve a capacidade de colocar uma zona franca, e alterar esse decreto-lei em 1986, e hoje a ilha da Madeira beneficiou com isso (…) é a altura de nós fixarmos a população no nosso território e sobretudo aqui na zona transfronteiriça do concelho de Freixo de Espada à Cinta”.

O objetivo seria permitir que muitas empresas pudessem fixar-se no território. “Uma zona franca que traga benefícios fiscais, daquilo que é a educação e a saúde, é comum a ambos os países e está na altura de levar este projeto por diante. Iremos desafiar o mundo académico, como o Instituto Politécnico de Bragança e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para nos acompanhar nisto”, referiu.

Ana Abrunhosa sublinhou o pedido do presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta como “um pouco ambicioso”. Aos jornalistas apenas disse que as zonas francas “são regimes que existem no que toca a regiões transfronteiriças” e que é um trabalho que terá de ser feito com as autarquias.

A ministra da Coesão Territorial não descartou a hipótese, visto que são territórios que sofrem com a “perda populacional e de atividade económica”.

Jornalista: Rita Teixeira

MILHARES DE DIABOS ANDARAM À SOLTA EM VINHAIS

𝗙𝗶𝗺-𝗱𝗲-𝗦𝗲𝗺𝗮𝗻𝗮 𝗚𝗮𝘀𝘁𝗿𝗼𝗻𝗼́𝗺𝗶𝗰𝗼 𝗱𝗼 𝗕𝗼𝗿𝗿𝗲𝗴𝗼 𝗱𝗮 𝗖𝗵𝘂𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗧𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗤𝘂𝗲𝗻𝘁𝗲

 Nos dias 3, 4 e 5 de março decorre o fim-de-semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente, nos restaurantes aderentes, do concelho de Torre de Moncorvo.
O evento vai contar com a participação de 14 restaurantes do concelho nomeadamente, a Taberna do Carró, as Piscinas, o Lagar, o Frango, a Lareira, a Pizzaria Panorâmica, o Típico, o Artur, a Cozinha Regional Carviçais, o Botelho, o Cantinho Mineiro, o Cantinho da Terrincha, a Taberna do Zé Relhas e o restaurante Romanzeira.

Esta iguaria, o borrego da Churra da Terra Quente, será servido assado no forno ou na brasa, estufado, com grelos e batata assada ou a murro, em ensopado ou em caldeirada.

Este evento gastronómico é já um sucesso na divulgação dos pratos típicos do concelho, nomeadamente do borrego, pois os animais são criados à base de pastos e abatidos muito jovens, o que define e mantém o sabor caraterístico desta carne, normalmente de cor muito clara, tenra, sem gordura e extremamente saborosa.

Os Fins-de-Semana Gastronómicos do Borrego da Churra da Terra Quente são organizados pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo, com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Mais informação AQUI.

Falta de casas é um problema em Bragança e medidas do Governo podem ou não ser solução

 Bragança não foge ao cenário que se vive no resto do país no que toca à falta de casas


Arranjar uma habitação pode ser um processo penoso, principalmente para os jovens que vêm estudar para o politécnico. Mas isso não significa que não há casas livres, significa que não estão disponíveis. De acordo com o presidente da câmara, Hernâni Dias, há muitas casas que estão vazias e não estão a ser arrendadas.

“É sabido que em Bragança não abunda habitação, não há habitação disponível. Também sabemos que há muita habitação que está encerrada durante o ano inteiro, obviamente que terá que haver aqui aquilo que é a compatibilização dos interesses dos proprietários com o interesse maior do próprio país, no sentido de haver disponibilidade de habitação”, disse.

Recentemente o Governo apresentou um pacote de medidas à habitação, com o intuito aumentar a oferta de imóveis para arrendamento, combater a especulação imobiliária e ainda apoiar as famílias. Está agora em discussão pública e críticas não faltam. Hernâni Dias entende ainda ser cedo para ter uma opinião, mas considera que os autarcas deveriam ter sido consultados para poderem dar uma realidade das regiões.

“Eu acho que é sempre importante ouvir quem está no terreno. Provavelmente até numa fase prévia à discussão dever-se-ia ter tido o contacto de junto dos próprios municípios tentar obter dados concretos e objectivos para depois se poder criar uma solução que fosse consentânea com aquilo que são os interesses dos proprietários, mas também daqueles que precisam das habitações”, frisou.

Só no concelho de Bragança há centenas de casas devolutas, ou seja, que estão desocupadas há mais de um ano. Se ficarem disponíveis ficaria resolvido o problema de falta de habitação em Bragança? Isso o autarca já não sabe.

Este pacote de 16 medidas para habitação do Governo vai estar em consulta pública até 10 de Março e vai custar cerca de 900 milhões de euros.  

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Secretário de Estado das Infraestruturas quebrou expectativas dos transmontanos sobre regresso rápido do comboio

 O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, disse, ontem, em Bragança, que não se criem expectativas de que o comboio volta tão cedo, apesar de compreender o sentimento de quem aqui vive


“Não há ilusões de que isto vai acontecer já amanhã. Também é compreensível que as pessoas que foram abandonadas pelo caminho de ferro tenham alguma impaciência de vê-lo regressar tão depressa quanto possível. Quando digo que não há ilusões, não estou a dizer que não vai acontecer, estou a dizer que não vai acontecer tão cedo como as pessoas esperam, mas temos que trabalhar para que aconteça”, referiu.

O Plano Nacional Ferroviário prevê a ligação Porto-Bragança mas a associação Vale d’Ouro apresentou uma proposta que mostra que Bragança não deve ser o fim da linha e que devia existir ligação a Zamora. O plano diz que a ligação a Espanha deve ser feita entre Aveiro e Salamanca. O secretário de Estado não defende propriamente nenhuma da opções em detrimento de outra.

“Pelo menos do ponto de vista das mercadorias, essa alternativa não existe, porque se nós queremos levar a sério os objectivos da Comissão Europeia para a transferência modal e para o aumento do trafego dos comboios de mercadorias, com muita probabilidade vamos precisar de ambas. Os corredores internacionais de mercadorias que temos actualmente não vão ser suficientes”, acrescentou

Ontem, em Bragança, na iniciativa “Agendas para o Território”, sob o tema “que futuro para a ferrovia em Trás-os-Montes?”, dinamizada pelos dois deputados socialistas de Bragança, o secretário de Estado, questionado sobre a possibilidade de se começar a executar o plano por aqui, o governante não iludiu os transmontanos.

O deputado socialista Sobrinho Teixeira tem esperanças precisamente no contrário, que se comece por aqui.

“Eu acho que nós temos que ser disruptivos. Se fazemos tudo sempre da mesma maneira as coisas ficam sempre iguais e os primeiros ficam cada vez melhores e os últimos ficam cada vez piores. Portanto é essa luta que vamos tentar estabelecer, que de facto se faça essa disrupção para que os territórios comecem a ser mais iguais”, frisou.

Frederico Francisco falou ainda da alta velocidade. Disse que aquilo que está no plano não exclui que esta linha possa vir a ser de alta velocidade, mas, neste momento, não há elementos para dizer que ela tem que ser de alta velocidade e a diferença "não é assim tão grande”.

A consulta pública do Plano Nacional Ferroviário termina hoje.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Assembleia Municipal Jovem quer incentivar participação cívica de jovens macedenses

 São membros da AMJ os tutores dos jovens Membros da Assembleia Municipal (sem direito de voto), o Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Macedo e o Coordenador dos delegados de Turma da Escola de Macedo de Cavaleiros. A estes juntam-se ainda os membros da Mesa da Assembleia Municipal e o Executivo Municipal, constituído pelo seu Presidente e pelos Vereadores. E, claro, os jovens deputados.

Tomada de posse da Assembleia Municipal Jovem de Macedo de Cavaleiros

Incentivar a participação cívica dos jovens e a sua intervenção na vida política ativa são alguns dos objetivos do elenco que compõe a primeira Assembleia Municipal Jovem de Macedo de Cavaleiros e que hoje tomou posse. “Queremos que os jovens do nosso concelho se envolvam mais na vida e nas decisões de Macedo de Cavaleiros, participando com as suas ideias e a irreverência própria da juventude, sempre tão importante para dinamizar os territórios”, explica o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues.

A Assembleia Municipal Jovem (AMJ) surge com o objetivo de permitir à comunidade juvenil do concelho uma aproximação aos órgãos de poder político local, de forma organizada e participativa, incentivando-os a conhecer, a envolver e a participar no processo político. Os membros desta Assembleia são escolhidos através de eleição na escola para delegado e subdelegado de turma.

“Com esta iniciativa, que creio ser a primeira no distrito, queremos criar aqui um espaço de reflexão de temáticas com interesse para os mais jovens, permitindo-lhes também expor as suas ideias, partilhar problemas e encontrar soluções”, salienta o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros. Para Benjamim Rodrigues, “a Assembleia Municipal Jovem assume-se, por isso, como um reforço democrático e sustenta-se numa real implementação de políticas mais orientadas para as necessidades dos cidadãos mais jovens do nosso concelho”.

São membros da AMJ os tutores dos jovens Membros da Assembleia Municipal (sem direito de voto), o Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Macedo e o Coordenador dos delegados de Turma da Escola de Macedo de Cavaleiros. A estes juntam-se ainda os membros da Mesa da Assembleia Municipal e o Executivo Municipal, constituído pelo seu Presidente e pelos Vereadores. E, claro, os jovens deputados.

Benjamim Rodrigues acredita que este projeto terá um impacto muito positivo que irá permitir combater “o natural afastamento dos jovens que, muitas vezes, não se sentem ouvidos pelo Poder Político e que sentem que a sua opinião não é tida em conta nem as suas ideias e propostas valorizadas”.

“Temos massa crítica com qualidade para pôr em marcha projetos muito interessantes e que vão, de certeza, criar mais e melhores condições para que os jovens se fixem no nosso território”, acrescenta o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros.

A AMJ reúne em duas sessões ordinárias anuais que decorrem uma em abril e outra em novembro. Já o mandato dos deputados jovens começa no início do ano civil, sendo a sua duração de um ano. Cada aluno eleito tem o limite de dois mandatos consecutivos.

Mil diabos andaram à solta em Vinhais

 Os diabos de Vinhais voltaram a sair à rua, pintando de vermelho a vila, em procissão, até ao Largo do Arrabalde


Esta recriação é um prolongamento da quarta-feira de cinzas, em que se cumpre uma tradição secular.

Vários vinhaenses participam na iniciativa e há muitos jovens que fazem questão de estar presentes para que a tradição não morra nos próximos tempos.

“Desde que sou criança que participo neste evento. Temos a missa dos diabos e depois os diabos vão atrás das meninas que estão nas varandas e querem fugir ao diabo, mas não podem. No fim, julga-las a todas”, contou um dos diabos.

Os “Mil Diabos à Solta em Vinhais” têm atraído vários curiosos, tanto de outros concelhos do distrito, como de outros pontos do país e até de Espanha. Sérgio Lopes foi um dos visitantes e considera que estas tradições têm que se manter vivas.

“Eu sou de Barcelos e esta é a primeira vez. Estou adorar, gosto muito mesmo. Temo que se manter para sempre esta tradição”, frisou.

O presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, vê com agrado que várias pessoas rumem à vila, neste dia.

“É bom sinal quando vemos pessoas de outras zonas do país, mas também da vizinha Galiza. As pessoas cada vez gostam mais de vir, de estar e de ver estas tradições e isso é óptimo”, referiu.

Ainda no sábado, a câmara inaugurou o Centro Interpretativo do Diabo e da Morte, situado no centro histórico, em homenagem à tradição secular, que encerra as festas de Inverno.

Em Vinhais é tradição, neste dia, que várias pessoas vistam a pele do diabo. Depois de uma missa de imposição de cinzas, deu-se início à procissão que atravessa a vila, com momentos teatrais. O trajecto termina no Largo do Arrabalde, com a queima da Morte. Durante o percurso várias raparigas são capturadas para ser castigadas, perante a Morte.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

Médico de Bragança acusado de violar duas pacientes

 O médico radiologista Telmo Moreno, de Bragança, está acusado de dois crimes de violação

Duas mulheres dizem ter sido abusadas pelo médico e, segundo o juiz, há matéria suficiente para acusar o profissional de violação e, por isso, vai ser levado a julgamento.

Uma das situações remonta a 8 de Fevereiro de 2021 quando Ana Costa foi à clínica do médico para fazer vários exames, nomeadamente uma ecografia mamária. Conta que foram feitos comentários estranhos, mas depois Temo Moreno sugeriu que fosse feito um exame “hormonal medidor de intensidade” e foi aí que tudo terá acontecido.

“Durante esses exames houve algum tipo de comentários que não eram normais e um deles quando estava a fazer a ecografia mamária foi dizer ‘tem aqui umas tetas boas’. Depois começou a dizer que me ia fazer um exame hormonal medidor de intensidade, muitas vezes confundido com um acto sexual, mas que não era. Começou a fazer o exame e introduziu uma sonda, depois introduz os dedos várias vezes e durante esse tempo ele perguntou ‘está a sentir alguma coisa?’ e eu disse ‘estou, os seus dedos’ e ele disse ‘então esteja à vontade, pode libertar’. Quando ele diz isso eu mando parar o exame”, contou.

Naquele momento saiu a correr da clínica, mas percebeu que alguma coisa não estava bem. Falou com a sua médica de família que lhe terá dito que o exame não existe e o médico não está habilitado a fazer o chamado “toque”.

“Falei com a minha médica de família em que ela diz que fui literalmente violada, porque um médico radiologista não tem competências médicas para introduzir os dedos, para fazer um exame chamado de toque e senti-me usada, abusada, tudo. O exame hormonal medidor de intensidade não existe. Quando fui lá pedir os exames aí confirmei mesmo que algo estranho se passava, porque o relatório desse exame não me foi dado”, disse.

Ana Costa mandou ainda uma queixa para a Ordem dos Médicos. Tivemos acesso à resposta, que ressalva que Telmo Moreno praticou “um acto não preconizado” e que o seu comportamento constitui da violação do Código Deontológico da Ordem dos Médicos. No entanto, como não tem antecedentes disciplinares, foi aplicada a sanção mais leve, “pena disciplinar de censura”. Quer isto dizer que a situação em causa fica registada no currículo do médico e pode ter implicações, caso o médico volte a estar envolvido num processo disciplinar. Ana já só quer que seja feita justiça.

“É muito difícil, neste momento sinto-me impotente, porque já fiz tudo que estava ao meu alcance e agora só esperando que se faça justiça e que haja mais pessoas que com esta reportagem possam aparecer e ter coragem de dizer a mim também aconteceu”, referiu.

O outro caso de violação de que está acusado aconteceu a 10 de Novembro de 2020. Tentámos chegar à fala com o médico Telmo Moreno, através de um dos seus advogados, ao que responderam que Telmo Moreno e o seu mandatário não prestarão qualquer declaração sobre os factos, acrescentando que o médico na Audiência de Julgamento lutará pela “sua completa absolvição, estando absolutamente convicto que demonstrará a sua inocência e total ausência de qualquer culpabilidade relativamente a tais factos”.

Telmo Moreno tem actualmente 75 anos. Trabalhou no hospital de Bragança entre 1980 e 2009, estando já reformado. No entanto, continua a exercer na clínica privada que fundou, mas que recentemente foi adquirida pelo Hospital Privado de Bragança. Muitos exames complementares são realizados nesta clínica, encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde. Em Bragança, é o único local onde podem ser feitos.

Vai a julgamento depois do juiz considerar que há indícios de duas mulheres terem sido abusadas pelo médico.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Com mais desenvolvimento no Jornal Nordeste:

MÉDICO DE BRAGANÇA ACUSADO DE DOIS CRIMES DE VIOLAÇÃO
Ter, 28/02/2023 - 10:40

Telmo Moreno vai a julgamento depois de o juiz considerar que há indícios de duas mulheres terem sido abusadas pelo médico.
O médico radiologista Telmo Moreno, de Bragança, está acusado de dois crimes de violação. Duas mulheres dizem ter sido abusadas pelo médico e, segundo o procurador, há matéria suficiente para acusar o profissional de violação. O arguido pediu ainda a Fase de Instrução, para que fosse reavaliada a investigação feita pelo procurador, mas o juiz reforçou a acusação por considerar haver indícios da prática do crime. Significa que o processo vai agora avançar para julgamento.
Uma das situações remonta a 8 de Fevereiro de 2021 quando Ana Costa foi à clínica do médico para fazer vários exames, nomeadamente uma ecografia mamária. “Durante os exames houve algum tipo de comentários que não eram normais e um deles quando estava a fazer a ecografia mamária foi dizer ‘tem aqui umas tetas boas’”, contou. Ainda assim, o exame prosseguiu, até que o médico lhe sugeriu fazer um outro que nem sequer estava prescrito, um “exame hormonal medidor de intensidade, muitas vezes confundido com um acto sexual”. “Depois de introduzir a sonda, introduz os dedos várias vezes e durante esse tempo ele perguntou ‘está a sentir alguma coisa’ e eu disse ‘estou, os seus dedos’ e ele disse ‘então esteja à vontade, pode libertar’. Quando ele disse isso eu disse para parar o exame”, relembrou. Segundo se pode na acusação, o médico “não efectuou o relatório referente à introdução vaginal dos seus dedos na vagina da vítima”.
Ana Costa ainda voltou à clínica para o pedir, mas Telmo Moreno nunca lhe entregou qualquer relatório referente ao “exame hormonal medidor de intensidade”. “Falei com a minha médica de família e ela disse que fui literalmente violada, porque um médico radiologista não tem competências médicas para introduzir os dedos, para fazer um exame chamado de toque”, disse Ana Costa, salientando que “o exame não existe” e que se sentiu “usada” e “abusada”, até porque “se não vamos confiar no médico vamos confiar em quem?”. No dia em que tudo aconteceu ainda escreveu no livro de reclamações da clínica. Mais tarde mandou uma queixa para a Ordem dos Médicos. Tentámos contactar esta entidade para perceber as sanções que podem ser aplicadas, mas até ao fecho da edição deste jornal, não houve resposta ao e-mail enviado. Ainda assim, tivemos acesso à resposta que a Ordem deu a Ana Costa, depois da queixa apresentada. Ressalva que Telmo Moreno praticou “um acto não preconizado” e que o seu comportamento constitui da violação do Código Deontológico da Ordem dos Médicos, no Artigo 4º, Nº 1, “o médico deve exercer a sua profissão de acordo com as leges artis com o maior respeito pelo direito à saúde das pessoas e da comunidade”, e no Artigo 10º, Nº1, “o médico deve abster-se de praticar actos que não estejam de acordo com as leges artis”, ou seja, de acordo com as regras científicas, técnicas e princípios profissionais. Por isso, a Ordem dos Médicos considera que “o comportamento do arguido, ainda que a título de neglicência, é merecedor de um juízo de reprovação ética”. No entanto, como não tem antecedentes disciplinares, foi aplicada a sanção mais leve, “pena disciplinar de censura”. Quer isto dizer que a situação em causa fica registada no currículo do médico e pode ter implicações, caso o médico volte a estar envolvido num processo disciplinar. “É muito difícil, neste momento sinto-me impotente, porque já fiz tudo que estava ao meu alcance e agora só esperando que se faça justiça e que haja mais pessoas que com esta reportagem possam aparecer e tenham coragem de dizer que também lhes aconteceu”, frisou Ana Costa.
O outro caso de violação de que o médico está acusado aconteceu a 10 de Novembro de 2020. A vítima, tal como Ana Costa, foi à clínica Telmo Moreno para fazer vários exames, ecografia abdominal, ginecológica e mamária. No decorrer da consulta o arguido disse à mulher que iria fazer-lhe outro exame “para saber como estão as hormonas”. No despacho da acusação pode ler-se que o médico pediu à vítima que “baixasse as calças” e se deitasse na marquesa, depois “introduziu dois dedos na vagina”, dizendo, tal como a Ana, que “este exame é muitas vezes confundido com sexo” e “pode libertar-se”. “O arguido não efectuou relatório médico da introdução vaginal”, pode ainda ler-se na acusação, realçando que “a introdução vaginal de dois dedos” na vítima “não foi medicamente prescrita e não se justificava no contexto clínico descrito”.
O Jornal Nordeste tem conhecimento de mais pessoas que dizem ter passado pelo mesmo, mas que não fizeram queixa ou não estarão interessadas em falar sobre o assunto, com medo de represálias.
Tentámos chegar à fala com o médico Telmo Moreno, através de um dos seus advogados, ao que responderam que “o sr. Dr. Telmo Moreno e eu próprio, seu mandatário, não prestaremos qualquer declaração concreta sobre os factos”, acrescentando que o médico “pugnará no local próprio, seja, a Audiência de Julgamento, de forma intransigente e enérgica, pela sua completa absolvição, estando absolutamente convicto que demonstrará a sua inocência e total ausência de qualquer culpabilidade relativamente a tais factos”. Telmo Moreno tem actualmente 75 anos. Trabalhou no hospital de Bragança entre 1980 e 2009, estando já reformado. No entanto, continua a exercer na clínica privada que fundou, mas que recentemente foi adquirida pelo Hospital Privado de Bragança. Muitos exames complementares são realizados nesta clínica, encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde. Em Bragança, é o único local onde podem ser feitos. Não se sabe ainda quando começarão as sessões de julgamento.

Jornalista: Ângela Pais

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

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Norte é a região que mais contribuiu para produção de energia hídrica - APA

 O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou hoje que o Norte é a região do país mais contribuiu para produção hídrica do país, salientando o desempenho dos distritos de Bragança e Braga.


“A região Norte, é a região do país que mais contribui para a produção de energia renovável no país, com destaque em particular para a produção hídrica – é aqui que estão as grandes barragens”, indicou Pimenta Machado, durante a sua intervenção na Conferência Inaugural do “Ano OE 2023: Energia e Clima”, em Braga.

Segundo o responsável da APA, em 2022, a bacia hidrográfica do Rio Douro foi responsável por 50% da produção hídrica, seguindo-se depois o Cávado.

Já em 2021, acrescentou, os dados sobre a produção desta energia renovável colocavam o distrito de Bragança e Braga na liderança, seguidos de Vila Real.

Numa abordagem aos desafios da gestão da água em contexto de alterações climáticas, o responsável da APA revelou ainda que é no centro onde mais se produz energia eólica, e no Alentejo e Algarve a fotovoltaica.

“Do ponto de vista da gestão da água, em janeiro, início de fevereiro, temos albufeiras diria quase cheias. No resto do país, diria que há uma linha que percorre o rio Tejo com o Norte e o Centro com mais água e no Algarve menos água. Nesta altura, temos três barragens com níveis inferiores a 20% - Bravura, no barlavento algarvio, Monte da Rocha e Campilhas na Bacia do Sado e que levantam preocupações”, adiantou, em declarações à Lusa.

Ainda assim, o vice-presidente da APA considera que Portugal nunca esteve “tão bem preparado” do ponto de vista da gestão da água para lidar com as alterações climáticas.

“O ano passado foi um ano em que aprendemos muito. Foi o terceiro ano mais seco de sempre e, apesar de tudo, para o conjunto das utilizações, não faltou água”, indicou, salientando que foram tomadas medidas preventivas para que tal não sucedesse, e preparado um conjunto de ações para tornar as regiões mais resilientes às alterações climáticas, apontando como exemplo a primeira central de distribuição de energia no Algarve à escala industrial.

A dependência dos recursos hídricos provenientes de Espanha, foi apontado pelo responsável da APA como um dos desafios na gestão da água em contexto de alterações climáticas, que avançou que Portugal depende “mais de 50%” do país vizinho.

De acordo com Pimenta Machado, 60% dos recursos são provenientes de Espanha e 64% do território continental de Portugal está integrado nas bacias hidrográficas de rios internacionais.

O dirigente participou hoje na iniciativa do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Engenheiros que decretou o ano de 2023 como o "Ano OE Energia e Clima” e que pretende contribuir com propostas concretas aos desafios que se impõe, a apresentar em 25 de novembro, no Dia Nacional do Engenheiro.

VSYM//LIL
Lusa/Fim

Baixo Sabor e Vale da Vilariça acolhem festival de balonismo em abril

 A Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS) anunciou hoje a assinatura de um protocolo com o Turismo do Porto e Norte para a realização de um festival de balonismo neste território entre 27 e 30 de abril.


“Este festival esteve previsto para acontecer em 2022, mas por razões técnicas não foi possível realizar esta iniciativa. Vamos arrancar com o evento já nos dias 27 a 30 de abril, no Baixo Sabor e Vale da Vilariça. Este festival promete ser uma referência neste território do sul do distrito de Bragança”, disse à Lusa o presidente da AMBS, Eduardo Tavares.

O festival de balonismo vai abranger os concelhos de Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Vila Flor, no distrito de Bragança.

“Este festival está agora a ser preparado pelo Turismo do Porto e Norte em conjunto com AMBS, em parceria com os cinco municípios parceiros desta iniciativa, incluindo Vila Flor, que está muito presente nesta atividade turística e de lazer”, vincou o também presidente da Câmara de Alfândega da Fé.

De acordo com Eduardo Tavares, o objetivo deste festival de balonismo é “realizar uma atividade que atraia pessoas a este território dos Lagos do Sabor e do Vale da Vilariça, de forma promover a cultura, o turismo, as paisagens ou os produtos locais, de forma a reforçar a identidade Nordeste Transmontano”.

“Nós reunimos condições de excelência neste território para o fomento desta atividade [balonismo] que estará aberta à população local e aos turistas que pretendam fazer voos cativos de balão de ar quente que promete ser um fim de semana repleto de atividades em torno do balonismo”, indicou o responsável pela AMBS.

Segundo pilotos, contactados pela Lusa, num voo cativo o balão de ar quente, o mesmo, encontra-se amarrado por cabos e exerce o movimento de subida e descida, “e com esta técnica a aeronave pode subir até uma altura máxima de 30 metros”.

FYP//LIL
Lusa/fim 

Proprietários do Baixo Sabor criam associação

 Foram empossados ontem os órgãos sociais da Associação de Proprietários do Baixo e Lagos do Sabor para o próximo quadriénio.


Trata-se de uma nova organização que se propõe defender os interesses daquele território e que quer agregar os proprietários de terrenos de toda a zona do Baixo Sabor, bem como os operadores turísticos que ali trabalham, uma vez que se trata de vários concelhos, nomeadamente Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo. “Queremos defender os interesses específicos do Baixo Sabor e trabalhar com o poder local. Não queremos ser uma força de bloqueio. Até agora a voz dos proprietários não foi ouvida, mas queremos ter uma palavra a dizer, e queremos ajudar o poder político local e nacional na tomada de boas decisões porque os proprietários conhecem bem aquele território”, explicou Luís Guimarães, presidente da direção.

A associação vai elaborar um plano de ação e está a diligenciar a instalação da sede.

Órgãos Sociais

Mesa da Assembleia Geral

Presidente - Carlos Alberto Bento Seixas
Secretário - Tiago Miguel Ramos Rachado
Secretária - Ana Inês Teixeira Basto

Direção

Presidente - Luís António Vaz Fidalgo Guimarães
Vice-presidente - António Afonso Salgado Ruano
Secretário - João Filipe Correia Salgado
Tesoureiro - Rui Alberto Saldanha Pombo
Vogal - Luís Manuel Branco
Vogal - Rui Carlos Silvestre Barracho
Vogal - Bruno Miguel Pires Alves
Vogal - Luís Filipe Maçorano Bento
Vogal - José Augusto Ramos Rachado

Conselho Fiscal

Presidente - Luís Filipe Carrasqueira Rodrigues
Vogal - Carlos Manuel Lopes Morais Caldas
Vogal - Carlos Filipe Moreira Fernandes

Glória Lopes

SEDES exige que traçado ferroviário Porto-Zamora-Madrid seja considerado no PFN

 A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) exigiu hoje que o traçado ferroviário Porto–Zamora-Madrid “seja considerado formalmente, de forma inequívoca”, no Plano Ferroviário Nacional (PFN).


“Considerando que, na proposta apresentada no PFN, não há estudos detalhados que comparem com rigor os dois corredores Aveiro-Salamanca e Porto-Zamora, sem os quais é impossível fazer uma comparação devidamente fundamentada das opções", a associação defende que seja considerado no plano o traçado em alta velocidade Porto–Zamora–Madrid (Espanha), indicou hoje aquele organismo, em comunicado enviado à Lusa.

Para os membros representativos da SEDES, através da sua delegação em Trás-os-Montes, “decidir neste momento pelo corredor Aveiro-Salamanca, tendo como base uma apreciação feita há 20 anos nesse sentido, hoje potencialmente desatualizada, é decidir um investimento de quatro mil milhões de euros sem a devida racionalidade técnico-científica e económica”.

Este organismo cívico acrescentou que, “antes de uma decisão política definitiva, exige-se que seja realizado um estudo comparativo dos reais custos e benefícios destas duas soluções”.

“Face à dimensão dos méritos claramente explicitados no estudo sobre a Linha a Norte do rio Douro, Porto–Zamora-Madrid, e independentemente de méritos relativos com a opção a sul do rio Douro [Aveiro–Salamanca], exige-se que o traçado Porto–Zamora-Madrid seja considerado formalmente, de forma inequívoca, no PFN”, refere a mesma nota.

Para a associação, que decidiu participar na consulta pública do PFN tendo por “base as conclusões da muito relevante conferência ‘Linha de Alta Velocidade Porto – Zamora – Madrid’, realizada em Miranda do Douro”, no dia 11, a ligação a Espanha por Zamora, “via Trás-os-Montes, assegura uma maior rapidez que a solução alternativa”.

“Uma vez construída a linha Lisboa–Porto, a proposta Porto–Zamora–Madrid permite ligar diretamente ao TGV os dois maiores aeroportos do país e os seus maiores portos, o que representa um enorme avanço em termos de mobilidade de passageiros e de mercadorias”, argumenta a SEDES.

A associação entende também que “a proposta a Norte é aquela em que mais quilómetros são percorridos em território nacional e aquela que menos dependente está da construção de linhas novas em Espanha”.

A SEDES recorda que, em Trás-os-Montes, “em termos práticos”, não existe qualquer ferrovia e este percurso “desencravaria” a região “do isolamento e do despovoamento galopante a que tem vindo a ser condenada”.

“Com este novo eixo interurbano a Norte, o paradigma da mobilidade na região Norte mudaria profundamente, permitindo movimentos pendulares em ambos os sentidos, contribuindo para uma melhoria dos serviços públicos, na medida em que fica facilitada a deslocação de profissionais especialmente relevantes para o desenvolvimento da região, nomeadamente nas áreas da justiça, da medicina, da educação e da cultura, e igualmente contribuindo para a decisão de muitas pessoas fixarem residência ao longo deste eixo por vontade pessoal, ou como alternativa de residência aos grandes centros caracterizados por elevados custos sociais de aglomeração, mesmo trabalhando nesses centros”, argumenta ainda a SEDES.

Ainda que não estabeleça prazos, o PFN, que está em discussão pública até terça-feira, tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.

O PFN plano prevê uma nova linha de caminho de ferro entre o Porto, Vila Real e Bragança, este último o único distrito do país sem comboio e onde têm surgido tomadas de posição contra a proposta por não contemplar a alta velocidade em ligação a Espanha.

FYP // JAP
Lusa/Fim

Nota de Imprensa | MED ON TOUR – Rastreios e Palestras sobre Saúde em Alfândega da Fé

 No próximo fim de semana, dias 4 e 5 de Março, Alfândega da Fé vai receber médicos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, através da iniciativa Med on Tour, para realizar gratuitamente rastreios de obesidade, hipertensão arterial e diabetes a toda a população.


MED ON TOUR – Rastreios e Palestras sobre Saúde em Alfândega da Fé

No próximo fim de semana, dias 4 e 5 de Março, Alfândega da Fé vai receber médicos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, através da iniciativa Med on Tour, para realizar gratuitamente rastreios de obesidade, hipertensão arterial e diabetes a toda a população.
No programa da iniciativa Med On Tour estão incluídas também palestras sobre saúde mental e doenças cardiovasculares que terão lugar no Auditório Manuel Faria da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues.
Consulte aqui o Programa:
4 de março | sábado
10h00 – 12h00 | Palestra sobre Saúde Mental
Local: Auditório Manuel Faria (CCA)
14h00 – 16h00 | Palestra sobre Doenças Cardiovasculares
Local: Auditório Manuel Faria (CCA)
16h00 – 18h00 | Rastreio de Saúde
Local: Parque Verde (Unidade Móvel de Saúde)
5 de março | domingo
10h00 – 13h00 | Rastreio de Saúde
Local: Parque Verde (Unidade Móvel de Saúde)

Showcooking: "Cuscus com Butelo e Casulas"

Detido em Bragança com droga dentro do corpo

 Um homem, de 42 anos, foi detido, hoje, em flagrante delito, numa localidade próxima de Bragança, pelo crime de tráfico de droga

No âmbito de uma investigação em curso, os agentes da Investigação Criminal, do Comando Distrital da PSP de Bragança, interceptaram o homem, que tinha na droga em sua posse, suspeitando-se ainda que pudesse ocultar mais produto no interior do corpo, designadamente no reto.

O homem foi conduzido a unidade hospitalar, vindo a confirmar-se a presença de corpo estranho no seu intestino.

Após procedimento médico, o suspeito expeliu uma bola compacta, envolta num preservativo, que continha mais material suspeito de ser droga.

O homem tinha heroína suficiente para 92 doses individuais e cocaína suficiente para 117 doses. Foi-lhe ainda apreendido um carro e um telemóvel. 

O suspeito já tinha sido detido dia 7 deste mês pela prática do mesmo crime, sendo que não cumpriu as medidas de coação que lhe foram aplicadas e manteve-se na actividade criminosa.

“O detido será oportunamente presente a autoridade judiciária competente, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação”, referiu a PSP. 

Escrito por Brigantia 
Jornalista: Carina Alves

Concurso "O Melhor Pastel Brigantino"

Espetáculo "Cabral"

 O Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, irá receber no próximo dia 11 de março, às 21h30, o espetáculo "Cabral"- uma abordagem livre à vida e obra de três extraordinários poetas transmontanos.
Se falarmos em literatura transmontana, são vários os nomes que nos vêm imediatamente à cabeça - Miguel Torga, Guerra Junqueiro, Trindade Coelho... - Mas há um apelido que nos surge várias vezes - Cabral: António, A.M. Pires e Rui. Três poetas diferentes, de gerações diferentes mas com muito em comum, a começar na geografia. A Apuro propôs-se a investigar e criar uma dramaturgia cénica que atravessasse a vida e a obra destes três autores, processo do qual resultou um espetáculo intertextual, com poesia, vídeo e música original a partir de textos dos três poetas e que, em última análise, refletem a sua relação com a terra transmontana.

➡️ O bilhete tem um custo de 3€ e pode ser adquirido presencialmente no Centro Cultural ou através do telefone 278 428 100.

Horário da bilheteira:

🕒 Dia útil
10h00 - 12h30 | 13h30 - 17h00
🕒 Dia de espetáculo
16h00 - 18h00 | 20h30 - 21h30