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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Bragança acolhe a Gala Final da Declaração Oficial das 7 Maravilhas da Cultura Popular!

 


𝗕𝗿𝗮𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮. 𝗡𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮𝗹𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲!

 


Britango o mais pequeno abutre português

 Silhueta comum nos céus de Trás-os-Montes, o mais pequeno abutre português é ainda mal conhecido.

Um projecto de conservação internacional pretende resolver esse problema.


Aproveitando uma corrente térmica, um Britango patrulha as arribas do Parque Natural do Douro Internacional em busca de alimento. A espécie está no centro de um ambicioso projecto de conservação.

Numa manhã do Verão de 2016, uma equipa de investigadores reúne-se nas encostas dos Parques Naturais do Douro Internacional e Arribes del Duero. 

Há uma certa aura de solenidade no ar.

A equipa, que em breve constituirá o Projecto LIFE Rupis, prepara-se para capturar e libertar o primeiro britango marcado com um emissor, um dos momentos fundamentais do projecto de conservação financiado pela União Europeia que pretende identificar as áreas vitais e os padrões de migração desta ave necrófaga, estabelecendo os alicerces de uma estratégia de conservação integrada.

É capturado um macho subadulto saudável, designado simbolicamente por Rupis. Trabalhando rapidamente para diminuir o stress do animal, são recolhidos dados biométricos e colocado um emissor PPT que permitirá o conhecimento da sua posição em tempo real. A libertação é rápida e Rupis rapidamente descola. Daí para a frente, passam a existir duas formas de o detectar – a clássica, procurando a sua silhueta, desenhada em tons brancos e pretos, pairando sobre as arribas do Douro e perscrutando quilómetros de território em busca de uma carcaça entre os milhares de cabeças de gado e animais selvagens que ali circulam. A outra forma de detecção é menos romântica, mas mais eficaz: Rupis emite sinais regulares para um satélite e, nas semanas seguintes, registará dezenas de pontos num mapa que o Projecto Rupis disponibilizou para toda a comunidade de seguidores e apaixonados pela vida selvagem.


Na era das redes sociais, Rupis torna-se uma pequena estrela e o seu avistamento, no PNDI, na Área Protegida Privada da Faia Brava e em vários locais de Espanha, é saudado como se de uma celebridade se tratasse. De alguma maneira, enquanto viola repetidamente a fronteira terrestre entre Portugal e Espanha, esta ave é emissária de uma novidade em projectos de conservação, abraçada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), coordenadora do projecto, e pela Associação Transumância e Natureza, a Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, a Vulture Conservation Foundation (VCF), o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a Guarda Nacional Republicana, a EDP Distribuição, a Junta de Castilla e León e a Fundação Património Natural: no século XXI, a conservação implica também o envolvimento da comunidade. Pequenas concessões à sociedade do espectáculo podem produzir extraordinária empatia.

No final de Setembro de 2016, Rupis despediu-se dos fãs ibéricos e iniciou a sua marcha para sul. Ignorou a polémica diplomática sobre a soberania de Gibraltar e poisou no rochedo, ganhando fôlego para a travessia do Mediterrâneo. No dia seguinte, foi reconhecido em território marroquino, perto de Khemisset. Incansavelmente, venceu diariamente maiores distâncias do que os participantes no velho rali Paris-Dakar. Um dia depois, superara a cordilheira do Atlas. Passou pela Argélia, ignorou sensatamente o Saara Ocidental, talvez ciente de que a soberania por ali é difusa. Sobrevoou um canto do Mali, entrou na Mauritânia e, de novo em território maliano, rumou à única mancha verde assinalada pelos mapas em centenas de quilómetros – o Parque Nacional Boucle du Baulé. É ali o seu refúgio, o ponto de fuga, o território ancestral de uma migração gravada no seu código genético.


O britango, o mais pequeno dos abutres que nidificam na Península Ibérica, escolhe estas paragens da África subsaariana para passar os meses do Inverno europeu enquanto aguarda que as temperaturas no continente onde nasceu comecem a subir para então empreender a viagem de regresso.

Os dados dos emissores dão conta de quase cinco mil quilómetros de voo e da travessia de desertos, montanhas e mares até Rupis nidificar no mesmo local dos seus antepassados. Inicia, normalmente, a viagem para o território português no final de Fevereiro, utilizando uma rota semelhante.

Apesar deste início promissor, há ainda lacunas no conhecimento da espécie. Pouco se sabe sobre a distribuição do britango em tempos mais recuados, como no princípio do século XX. Provavelmente, terá sido comum em todo o Portugal rural, dada a sua estratégia alimentar muito ligada à pastorícia. Na década de 1970, a espécie sofreu uma importante regressão, acompanhando as transformações do tecido agrícola. Hoje, está confinada às zonas da raia de Trás-os-Montes e Alto Douro e às zonas raianas da Beira Interior.

As causas para o seu declínio constituem uma repetição de tantos outros diagnósticos que afectaram as grandes aves no território europeu. Podem enumerar-se a destruição do habitat, os choques com linhas de alta tensão e o envenenamento, mas o principal factor estrutural foi o abandono de práticas agrícolas tradicionais e a diminuição da pastorícia extensiva, que contribuíram para a diminuição radical da disponibilidade de alimento. Não foram só as comunidades humanas que se adaptaram – também as aves tiveram de encontrar outros caminhos de sobrevivência.

Enquanto escrevo este texto, observo no computador o mapa com os movimentos dos cinco britangos marcados pelo projecto desde 2016 até ao Verão deste ano: Rupis,  Poiares, Douro, Faia e Bruçó. Reparo que o indivíduo marcado no passado mês de Julho no campo de alimentação de aves necrófagas de Bruçó, por uma equipa da VCF, Palombar e SPEA se encontra no coração do PNDI, onde, durante sete longos e extenuantes dias, a equipa de investigação acompanhou o seu progresso sob calor impiedoso.

Percorrendo as arribas através dos peculiares topónimos que me são familiares, como a Fraga Amarela, a Pena Ruiva, Castelares, o Poio dos Altares, Derruidas, Abitureira, Escalavrada, Revincadeira ou Picão do Diabo, encontro o britango, ou abutre-do-egipto, pela primeira vez neste emaranhado de trilhos escondidos que desembocam em paisagens de sonho, no coração do troço remoto do Douro classificado como PNDI (em Portugal) e PN Arribes del Duero (em Espanha).

Nos canhões fluviais, esta ave tem o seu principal santuário em Portugal, com mais de 130 casais divididos entre a vertente portuguesa e espanhola – é um núcleo superior à população estimada para Portugal, já que se calcula que apenas existam cem casais nidificantes no nosso território. É uma silhueta habitual nos territórios mais selvagens e é por isso mesmo o estandarte comum, o símbolo de cooperação transfronteiriça em matéria de ordenamento do território e conservação da avifauna desde 1995.

Em terras transmontanas, esta ave é conhecida pela população rural como almocreve-dos-cucos e a sua figura ilustra o logótipo das duas áreas protegidas. Os transmontanos sempre conviveram pacificamente com as aves necrófagas. Funcionando como uma espécie de brigada de limpeza, os abutres cumprem uma função de manutenção de ecossistemas saudáveis muito valorizada localmente.


Os britangos tornam-se adultos a partir dos 4 anos. Frequentemente, os juvenis podem passar os primeiros anos de vida na zona de invernada em África. Para construírem os seus ninhos, escolhem, quase sempre, locais isolados e inacessíveis em cavidades rochosas e escarpas sobranceiras ao rio Douro e aos seus principais afluentes.

Ao contrário do grifo, que é o abutre mais comum em Portugal e na Europa e uma espécie residente, o britango alimenta-se das partes mais moles das carcaças e sobretudo de pequenas aparas que sobejam dos festins dos grandes abutres debicando no chão as sobras. Aproveita também outras porções de biomassa putrefacta, nomeadamente cadáveres e seus restos nas estradas, excrementos e pode também caçar pequenos animais.

Ao abrigo do Projecto LIFE Rupis, a equipa de conservação procura melhorar a disponibilidade alimentar do britango, colocando cadáveres de animais domésticos provenientes de mortes naturais das explorações pecuárias extensivas ou subprodutos animais provenientes de unidades de transformação em alimentadores autorizados e licenciados pelo ICNF. A Palombar celebrou igualmente uma parceria com a Cooperativa Agropecuária Mirandesa, unidade de transformação de bovinos de raça mirandesa, para que as partes não aproveitadas das vacas possam ser utilizadas na alimentação dos abutres. É por essa razão que me encontro há seis horas num pequeno abrigo camuflado entre a vegetação densa.

Montei abrigo num local escarpado perto da barragem de Bemposta. Com campo de visão privilegiado sobre o vale do Douro, consigo observar com facilidade os voos de patrulha do pequeno abutre. Apesar de já estarmos em Abril, as manhãs ainda são particularmente frias e estas aves aguardam que o dia aqueça e que se formem correntes térmicas, de forma a voarem com menor dispêndio de energia. 


Num silêncio quase absoluto, ao qual só escapa o ruído dos agricultores cuidando de pequenos olivais e meia dúzia de pastores que acompanham as suas ovelhas e cabras, identifico apenas os sons de pequenos passeriformes.

Em estado de quase meditação, fruto destas esperas prolongadas, observo por fim, proveniente do meu lado esquerdo, primeiro uma sombra na encosta e depois a silhueta redonda e estilizada de um britango adulto, com a sua cauda em forma de mitra ou chapéu de bispo. O voo silencioso quase a rasar as vertentes escarpadas mostra uma ave de enorme beleza a percorrer uma paisagem pincelada de grandes blocos de rocha entrecortados pelas manchas de giesta, esteva, piorno e rosmaninho.

A observação de um bando de abutres em alimentação é um momento frenético, quase explosivo. Os grifos empurram-se e disputam a comida acintosamente, com movimentos bruscos e emitindo grasnidos. Arrancam os pedaços de carne que se soltam à força com recurso a garras e bicos poderosos que penetram nas carcaças do animal morto. É um espectáculo ruidoso. Dir-se-ia que uma ruidosa claque de futebol acaba de entrar numa área de serviço.

Os britangos e outras aves de menor porte, como os milhafres e os corvos, passeiam sorrateiramente no meio deste festim e procuram, atentos, os pequenos pedaços, as aparas de pele, músculo e ossos. Alertados pelo aglomerado de grifos, os britangos bicam os tecidos mais moles, como os globos oculares, apressando-se antes que os grifos devorem o cadáver. Na natureza, como nas ocasiões sociais, a discrição tem as suas vantagens.


Combinei uma sessão fotográfica no alimentador de abutres inserido na Área Protegida Privada da Faia Brava gerida pela Associação Transumância e Natureza, outra parceira do Projecto LIFE Rupis. O experiente naturalista e guia ecoturístico Fernando Romão prepara a deposição dos pedaços de carne no terreno de acordo com a especificidade da alimentação dos britangos para evitar que os grifos se antecipem. Colocada há algumas semanas no local, a carcaça de um burro de Miranda decompõe-se, deixando nas proximidades um odor a carne putrefacta. As aves, porém, tardam em identificar o petisco ou talvez estranhem a dádiva num local não referenciado.

Nesta região do Nordeste, existem nove campos de alimentação de aves necrófagas licenciados (seis no distrito de Bragança e três no da Guarda) que fazem parte de uma rede de alimentadores que visa dar resposta à estratégia nacional para a conservação das aves necrófagas.  No passado, os animais mortos eram deixados no campo e consumidos pelos necrófagos. Agora, porém, devido a imposições comunitárias em matéria de saúde pública e controlo dos efectivos das explorações, existe obrigatoriedade de recolha e deposição em locais autorizados.

Acompanhado pelo biólogo José Pereira, ensaio uma experiência fotográfica. Ao longo de vários dias, em jornadas de 12 horas, controlo a grande distância do alimentador uma câmara com controlo remoto, previamente colocada junto da carcaça de um burro. O sistema está funcional e, do ponto de vista técnico, não cometi qualquer erro. As aves necrófagas, porém, parecem fazer alarde de passar ao largo, ignorando a armadilha fotográfica. Quase que juro que algumas piam no céu como pirraça.

Como em tudo na vida, há momentos em que a sorte muda e, por fim, vejo abutres a aterrar no alimentador. Segue-se o comportamento que já me habituei a registar: a carcaça do burro é atacada desenfreadamente e devorada em poucos minutos. À distância, acciono o equipamento – desta vez, há testemunhos documentais.

De regresso ao ambiente de gabinete, troco impressões com o biólogo António Monteiro, técnico do ICNF, discutindo os cenários possíveis de evolução desta emblemática espécie, face a dinâmicas tão importantes como o declínio da pecuária tradicional, o aumento dos incêndios florestais ou as alterações climáticas e ecológicas no Norte de África.


A equipa do Projecto LIFE Rupis capturou e marcou cinco britangos e todos os dias aprende algo novo sobre os movimentos destas aves e os seus refúgios de invernada, locais de nidificação e áreas vitais. A participação comunitária foi intensificada com uma votação online para baptizar os últimos animais marcados.

Poiares, uma fêmea debilitada capturada no final da Primavera deste ano, foi tratada e libertada, tendo voado para Marrocos onde agora se encontra, tal como Bruçó e Douro. Mais afoitos, Rupis e Faia já vão na Argélia, previsivelmente em trânsito para o refúgio do Mali. São meros pontos num ecrã, mas simbolizam um avanço de carne e osso no conhecimento de uma das mais emblemáticas espécies da nossa fauna.

Com a segurança de quem sabe que a seguir às estações frias vem sempre o calor, também estes animais voltarão ao Douro, sobrevoando os penhascos rochosos e procurando, em quilómetros de terreno, a próxima refeição. 

Texto e fotografia: Hugo Marques

Encarregados de educação do distrito preocupados com o regresso dos filhos às aulas

 A falta de distanciamento social e o uso de transporte escolar são preocupações dos encarregados de educação para o novo ano lectivo. A pandemia veio alterar aquele que seria um regresso normal às aulas.
Em declarações à Rádio Brigantia, as associações de pais falaram do que mais os preocupa. Em Mogadouro, a representante diz que a falta de informação também está a deixar os pais com algum receio. Quanto ao transporte escolar esse é outro dos problemas, diz Conceição Meirinhos. “A partir do momento em que entram no autocarro quais são as medidas de prevenção que vão ser implementadas? Até agora, no transporte escolar que temos para as aldeias, não existe serviço de acompanhamento. Vai haver alguém que vai controlar o contacto entre as crianças? Vai continuar a receber adultos e outros cidadãos comuns que não fazem parte da escola?”.

Em Torre de Moncorvo, os pais estão preocupados se vai ser possível manter o distanciamento entre as crianças nos intervalos. Tânia Mota, presidente da associação de encarregados de educação, aponta ainda que o número reduzido de funcionários também é um problema. “Vão ser implementadas medidas às quais as crianças, sobretudo as mais novas, ainda não estão habituadas, como o distanciamento e a desinfecção das mãos. Falei com a direcção em relação a isso e vão tentar criar mecanismos desde o facto de ter horários de intervalo diferentes. Também temos o problema de ter poucos funcionários para poderem alertar para esse distanciamento”.

Apesar de todos os medos e receios, os pais anseiam o regresso à normalidade. O papel dos encarregados de educação na sensibilização para as medidas de higienização é agora essencial para esta nova realidade, segundo Miguel Lobão, presidente da associação de pais do agrupamento Miguel Torga, em Bragança. “O papel dos encarregados de educação é crucial. Temos que nos mentalizar que estamos num novo normal e assegurar que as crianças vão e cumpram as regras. Penso que, a maior parte deles, já estarão mentalizados porque já estamos há muito tempo a falar da Covid-19”.

Está previsto novo ano lectivo começar entre 14 e 17 de Setembro. Neste momento os agrupamentos de escolas já estão a implementar medidas para o regresso às aulas. Será obrigatório o uso de máscara, os horários dos intervalos serão alternados para não haver cruzamento entre crianças e as salas vão ser higienizadas com frequência.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Pandemia altera moldes da Nossa Srª da Serra e do Divino Srº da Agonia dos Chãos

 Setembro traz consigo as conhecidas festas, como a da Nossa Srª da Serra e a do Divino Srº da Agonia dos Chãos, ambas no concelho de Bragança. A pandemia veio alterar a essência destas romarias e o convívio não vai ser o mesmo.
A partir de 30 de Agosto já se veem os peregrinos a caminharem rumo à Nossa Srª da Serra, em Rebordãos. Nove dias dedicados à fé, mas também ao convívio. Todos os anos se juntam mais de 15 mil pessoas. No recinto há os chamados “quartéis” onde as pessoas permaneciam durante aqueles dias. Este ano, por motivos de saúde pública, não será assim, conta o presidente de junta de Rebordãos, Adriano Rodrigues. “O problema vai ser para os feirantes e mesmo os quartos, que não vão ser arrendados, é uma receita que não vai entrar. A confraria vai ter um ano mau”.

Ainda assim, o autarca acredita que os peregrinos não deixarão de fazer a sua promessa e tem algum receio dos aglomerados que possam surgir. “Estou com algum receio porque se não houver GNR as pessoas não vão cumprir as normas de segurança. Vai juntar-se muita gente e acho que só há lugar para 80 ou 90 pessoas. Vai ser feita também uma procissão muito reduzida e as pessoas vão aglomerar-se”.

No recinto havia sempre restaurantes, comerciantes e feirantes. Manuel Martins desde 1994 que tem um restaurante nesta festa. Este ano é com tristeza que vê que não vai poder participar na festa. “É uma tristeza porque se puderam abrir restaurantes também deviam poder abrir nas festas. Nem há onde beber um café ou uma água. Só tinham que nos dizer quantas pessoas podiam estar no espaço”.

De 5 a 14 de Setembro começa a festa do Divino Srº da Agonia dos Chãos, também com novenas e peregrinos. Este ano também só se realiza a parte religiosa e possivelmente nem haverá procissão. Lucinda Alves, presidente da Confraria que organiza a romaria, acredita que este ano muitas pessoas deixarão de ir com medo do vírus. “Muitas das pessoas que vão às novenas e à festa, este ano, devido à pandemia, penso que todas as pessoas cumpriram com medo de ser contagiadas. Este ano vamos ser muito afectados e o convívio não será a mesma coisa”.

Os jogos tradicionais são outra das atracções. Nuno Veiga já os organiza há 15 anos. Por vezes são mais as pessoas que estão assistir do que as que participam, mas salienta que o que importa é o convívio. “Normalmente são centenas de pessoas. Cerca de 90% é com o intuito de observar. As pessoas mais velhas recordam ali a sua juventude”.

A pandemia quis assim que só se realizasse a parte religiosa e que o convívio, que tanto caracteriza estas romarias, não fizesse parte da festa.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Apurados os 14 finalistas às Sete Maravilhas da Cultura Popular

 Os 14 finalistas às Sete Maravilhas da Cultura Popular estão apurados, depois de, este domingo, ter sido concluída a segunda meia-final do concurso, em Torres Novas, anunciou a organização.

A arte da seda de Freixo de Espada à Cinta (distrito de Bragança), a feira de S. Tiago, na Covilhã (Castelo Branco), os muros de Pedra Seca, de Porto de Mós (Leiria), e os santeiros de São Mamede do Coronado, da Trofa (Porto), qualificaram-se hoje para a final de 05 de setembro.

Os outros finalistas hoje apurados foram a festa da bênção do gado, em Riachos (Santarém), a romaria de S. Bartolomeu, de Ponte da Barca (Viana do Castelo) e as festas em honra da Nossa Senhora dos Remédios, de Lamego (Viseu).

A primeira meia-final já tinha apurado o bailinho da Madeira, a festa do colete encarnado, o criptojudaísmo de Belmonte, a festa da Espiga, a festa de São João de Braga, a romaria de São João d’Arga e as festas de Santo António de Lisboa.

A votação dos 14 patrimónios finalistas reinicia em 01 de setembro, da parte da manhã (será divulgado na RTP e nas redes sociais) e termina em 05 de setembro à indicação dos apresentadores da cerimónia da final, pelas 00:00 de 06 de setembro, referiu a organização, em comunicado.

domingo, 30 de agosto de 2020

As minas que fizeram do rio uma estrada de areia

 Arrastamento de inertes do extinto complexo de Montesinho, em Bragança, causou assoreamento do Pepim. População discorda da exploração próxima em Espanha
Numa década o Pepim 
deixou de ser um rio para se transformar numa estrada de areia. Um caminho que já tem 14 quilómetros e tendência para crescer, com zonas onde a profundidade da água é de um palmo. A culpa do assoreamento do rio, segundo o presidente da União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, Mário Gomes, é da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), que “nada fez” para resolver o arrastamento das escombreiras das antigas minas de estanho de Montesinho, na aldeia de Portelo, em Bragança, encerradas em 1993. É uma das consequências desta mina de Bragança numa altura em que se discute a exploração de um novo complexo mineiro ao lado, a meia dúzia de quilómetros, em Espanha.
Ano após ano as águas pluviais arrastaram toneladas de areia, mas a maior invasão ocorreu em 2010, quando as chuvas se transformaram num rio de inertes que se acumularam na ribeira do Portelo e no Pepim. “A extensão do areal é tão grande que já chega à aldeia de Baçal”, garante Mário Gomes. Tanta areia junta só tem trazido prejuízos, com cheias recorrentes nas casas ribeirinhas e nas propriedades agrícolas. “As represas estão completamente assoreadas e à cota do paredão, os canais de rega estão entupidos e o moinho este ano não funcionou porque há toneladas de areia no canal”, enumera o autarca ao JN.
A cada chuvada, o problema agrava-se. Mário lamenta que em 10 anos “pouco ou nada se tenha feito” para evitar os estragos dos despojos do complexo mineiro, encerrado em 1993. “As consequências ambientais estão à vista”, apontou. O Pepim foi bonito, ladeado de árvores, propício à fruição para lazer. “Era um rio de trutas, mas a população piscícola tem diminuído drasticamente”, acrescentou.

REABILITAÇÃO FICOU A MEIO

Em 2007, a EDM procedeu à reabilitação do espaço da mina. Uma obra de 1,7 milhões de euros. A primeira fase foi executada. Consistiu em trabalhos de segurança: proteção de poços, selagem de chaminés e de galerias. A segunda fase previa a reabilitação global da zona, incluindo a limpeza do rio.
Nunca avançou.
A Agência Portuguesa do Ambiente tem um projeto para desassoreamento e reabilitação das margens de uma “pequena parte” do Pepim. “Só vai minimizar o impacto visual no perímetro urbano da aldeia de Aveleda, mais nada”, sublinhou Mário. A intervenção não é suficiente para evitar as consequências na freguesia de Baçal, onde três juntas de agricultores viram aprovada uma candidatura a fundos comunitários de 320 mil euros para reabilitação do regadio.
“A montante da represa já há assoreamento e pode agravar-se. Haverá menos água por causa da areia, além da qualidade da água estar em causa, pois recebe sedimentos de metais pesados”, observou o presidente da junta de freguesia de Baçal, Luís Carvalho, que reclama a reabilitação do rio.
Face a estes problemas, os autarcas não poderiam ser favoráveis a uma exploração mineira a céu aberto, como a que está em estudo em Calabor, Espanha, a cinco quilómetros das minas do Montesinho. “A longo prazo quem sofre com a exploração mineira são as populações, que não podem fugir aos impactos negativos, que poriam em causa o turismo de natureza em franco desenvolvimento na zona”, avisa Mário Gomes.

Glória Lopes

Exploração de estanho e volfrâmio em Espanha contestada em Bragança

 Autarcas e associações locais estão preocupados com os impactos negativos da mina, sobretudo pela possível contaminação de dois rios que atravessam o Parque Natural de Montesinho.
A instalação de uma exploração de estanho e volfrâmio em Espanha, a seis quilómetros da fronteira com Bragança, está a ser contestada do lado português.
A futura exploração de estanho e volfrâmio a céu aberto está projetada para cerca de seis quilómetros da fronteira do Portelo, em Bragança.
Trata-se da reativação e ampliação das antigas minas de Calabor desativadas em 1970.
A consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental terminou na semana passada e o projeto está a ser contestado do lado português por várias associações e autarcas.
Entre outros impactos, receiam a contaminação de dois rios que atravessam aldeias do Parque Natural de Montesinho
Clica na imagem para aceder ao video

Bebé nasce no carro dos pais em Mirandela

 Menino, primeiro filho do casal, acabou por nascer no banco de trás do carro dos pais.
FOTO: Bombeiros Voluntários de Mirandela

Mais um caso de um bebé que não esperou até chegar ao hospital para nascer. Aconteceu desta vez no concelho de Mirandela, na freguesia de Aguieiras, na madrugada deste domingo, cerca das 2h55.

O menino, primeiro filho do casal, acabou por nascer no banco de trás do carro dos pais. Poucos minutos após o parto, já estavam no local bombeiros e a equipa ao serviço da ambulância de Suporte Imediato de Vida do INEM, que deram o apoio necessário:"O parto correu bem, não houve qualquer complicação. Depois, mãe e bebé foram transportados para o hospital de Bragança", contou esta manhã ao CM Luís Soares, comandante dos Bombeiros Voluntários de Mirandela. 

A mãe de primeira viagem, de 21 anos, estava grávida de 38 semanas. No local estavam também familiares, que a acompanharam no momento de dar à luz.

Tânia Rei

Melania falou

Era uma vez uma princesa. Quer dizer, não era uma princesa, pois seria rainha caso o regime fosse desses. Como no país de sua residência vigora desde o início o regime republicano, era uma vez uma Primeira-dama que parecia uma boneca de porcelana e tinha um ar quase real.

Quase não se mexia, ou se o fazia, era assim muito direita e muito senhora do seu porte, que não sendo altivo, era de meter respeito. Era bonita e sempre bem aperaltada. Mas diziam que era muito infeliz e quase não falava, não se sabe se por opção se por obrigação.

O marido tinha ido longe na carreira, depois de andar aos solavancos entre negócios e ócios, e perdia-se por um rabo saia, como se costuma dizer. Ela não era a sua primeira esposa e muito possivelmente não seria a última, a não ser que ele se finasse antes dela.

A senhora era oriunda de um daqueles países ditos de leste, e veio governar a vida na grande América à procura de um grande sonho. Não se sabe ainda se o concretizou, mas alcançou alto na escadaria social. Nunca perdeu foi um certo ar de costureirinha fina, que faz arranjinhos e fatos à medida, mas não sabe de computadores que é emprego com saída, como canta um certo trovador.

Quando o excelso esposo foi eleito para a governação e se mudou para o palácio noutra cidade, ela ficou no seu lar, suspirando e gemendo pelo seu amado, como é timbre de extremosa esposa. Não se lhe conheciam grandes saídas nem escapadelas, por lhe não serem de feição se calhar, e porque era vigiada por mil atentos olhos.

Ficou-se na redoma, rodeada de luxos a preceito. Era só querer uma coisa para comer ou vestir e ela aparecia. Mas tinha um olhar triste. Quase não falava. Quem não temesse ser injusto até diria que ela não tinha opinião a não ser acerca da temperatura ambiente do enorme apartamento situado uma alta e horripilante torre edificada e fortificada.

Mas um belo dia falou. Alinhou muito bem as frases e mesmo as ideias, durante pelo menos cinco minutos. Estava-se no princípio da campanha eleitoral, e ela apelou ao voto no seu marido como lhe pediram e lhe competia. Também aqui não se sabe se foi por amor, por convicção ou por obrigação, mas cumpriu.

Que ou era a continuação dele ao leme, disse, ou seria um descalabro, pois não vislumbrava ninguém com a pujança, a visão e o saber fazer bem do seu homem. Falou dele, como se ele fosse um santo e não usasse a mentira como arma e a intolerância como argumento. Fez dele um bezerro de ouro a ser adorado ali e em todo o lado.

No momento em que se faz este narrar, ainda se não sabe o resultado das eleições que sendo naquele país influenciam em todo o mundo. Mas há fortes possibilidades de a senhora dona Melania continuar a ser a primeira entre as últimas do seu Donald. Mereceu porque falou.

Se ele vai ou não continuar a saga das diabruras insanas, não se sabe, pois em democracia, mesmo que manipulada e adulterada, ninguém consegue adivinhar. Só calcular e deduzir.

Quanto a mim, parece-me cada vez mais que no dia quatro de novembro, ela vai saltar para o colo do seu mais que tudo. Salvo seja, pois ela fogosa, mas ele já não vai para novo. Poderá ser que a deixem falar mais um pouco outra vez.

Manuel Igreja

sábado, 29 de agosto de 2020

A Rua, a Praça, a Casa. O surgimento de novas perspectivas - BRAGANÇA

Preocupando-se em inutilizar definitivamente as obras defensivas, dinamitando panos das muralhas e abrindo os ângulos de alguns baluartes, os espanhóis foram capazes de alterar a substância da relação da cidade com as construções que até aí tinham sido olhadas como redutos capazes de oferecerem segurança máxima em momentos de crise aguda. Só que não demoraria muito tempo para o conceito se alterar tanto interna como externamente dado que tanto a voracidade dos acontecimentos como a inevitabilidade do seu eco evidenciava o cansaço de grande parte das soluções tradicionais e a imanência de uma outra Europa que se anunciava nas metamorfoses de um radicalismo que os teóricos da teoria do direito divino da autoridade nunca suspeitaram.
Se internamente tem significado o esmorecimento do poder do poderoso Pombal, no plano externo um fundo temor invadia a alma dos privilegiados do Antigo Regime à medida que se evidenciavam os frutos nascidos da sementeira do novo ideário. Por isso, o que se anunciava em cada Primavera da parte final da décima sétima centúria, ainda que as atmosferas regionais fossem diferenciadas, era o fim de uma época, aquela que os historiadores costumam designar como Época Moderna.
Inúteis para a guerra, que agora se processava noutros moldes, as linhas das muralhas e barreiras tendiam também a ser olhadas como sinais de um tempo de repetidas sujeições, muitas vezes cegas e absurdas, por derivarem da cepa da injustiça em que assentava a ordem social do Antigo Regime.
Em Bragança, na parte final do século XVIII a documentação conhecida deixa ver o surgimento de novos interesses acompanhados por autorizações para a apropriação dos solos até aí ocupados pelas barreiras. Com a particularidade desses chãos possibilitarem, especialmente na Rua do Tombeirinho, a edificação de novas casas.
A tendência para o casario se aproximar paulatinamente do antigo cordão defensivo, o preenchimento dos espaços vazios que continuavam a bordejar as ruas e as adaptações do tecido edificado, como o acrescentamento de mais um piso às casas dos principais eixos viários, davam resposta às necessidades demográficas de uma urbe que continuava a manter uma relação muito estreita com o mundo rural. No essencial, seria esta estrutura urbana que permaneceu quase intocável durante mais de um século, até à altura em que os agudos silvos da locomotiva - a primeira locomotiva chegou a Bragança em Outubro de 1906 - não só alvoroçou os espíritos pelas esperanças no proclamado progresso mas ainda inculcou em todos uma noção, a do tempo regular e preciso que passou a ser determinado, inexoravelmente, pelos ponteiros dos relógios.
A presença da banda de Infantaria 10 na estação ferroviária no dia da inauguração do caminho-de-ferro, mostra a importância que a tropa continuava a manter nesta cidade por razões de ordem económica e também pela continuada capacidade dos seus elementos exercitarem as suas ideias entre o espaço castrense e as poltronas da municipalidade. Uma presença na urbe quase permanente e com objectivos que obrigavam a maior atenção aos ritmos das conjunturas.
Por isso, ainda antes de ter sido assinado o diploma relativo à nacionalização das ordens religiosas, os militares cobiçavam as casas do convento de Santa Clara e das Oblatas do Menino Jesus, no Loreto. Os edifícios das duas instituições religiosas seriam a base de projectos para a edificação de um hospital militar que se desejava maior e com aptidões que escasseavam no existente, levantado no século XVII, no tempo de D. Pedro II.
Sob o ponto de vista urbano, o apaziguamento social e político de meados do século XIX traduzir-se-ia numa maior atenção sobre a rua e a praça pois há notícia da obra do calcetamento do Largo das Eiras e da Rua do Passo. Estes empreendimentos corriam em 1854 e eram acompanhados pela vontade de se iluminar a cidade com seis lampiões de azeite que seriam colocados nas Eiras de S. Bento, Rua da Amargura (junto a S. Vicente, depois Rua de S. João), proximidades das Portas da Vila, numa viela da Costa Grande, na Rua do Passo e ainda na Rua dos Ferradores. Preocupações que, alargando-se, analisavam as vantagens de «se evitarem obras desllocadas, e sem nexo, que muitas vezes tolhem, ou impecem que se fação de futuro, obras de grande utilidade». Na mesma sessão, datada de 26 de Junho de 1856, consideravam-se ainda outras medidas de gestão urbana que se projectavam nos termos de um hipotético plano urbanístico que devia consignar, a par com o alinhamento das ruas e das praças, a canalização das águas. Seria nesta linha de preocupações que, no Verão desse ano, quando se construía um novo acesso entre a Rua dos Oleiros e o Forte onde estava o quartel de Cavalaria nº 7, se manifestavam orientações urbanas efectivas, registando-se no livro das actas da Câmara como a Rua do Espírito Santo, «huma das melhores da cidade, se acha deformáda e deturpada, com a saliência da caza chamada do Corpo da Guarda velho e com o coberto» de outro edifício particular que além de «tolhe(r) a vista da mesma rua» possibilitava a acumulação de lixos.
Em 1861, alguns vereadores insistiam na urgência de algumas obras que enfatizavam ambições urbanas: definição e traçado dos arruamentos, abastecimento de água potável, edificação de um novo edifício para sede do município, levantamento de uma carta topográfica da cidade e acessibilidades para as povoações do concelho e dos concelhos limítrofes.
Mas era regra que as perspectivas dos programas municipais não fossem acompanhadas pelos recursos da tesouraria. Daí que o património da igreja que tinha sido nacionalizado fosse muito apetecido. Entretanto, na pacata cidade alguns manifestavam em voz alta as preocupações relacionadas com a higiene urbana, clamando pelas vantagens de desinfectar as ruas, largos e becos, numa altura em que a cólera e o tifo andavam à solta.
O eco de alguns temas nacionais levaram as autoridades locais a solenizarem, em 10 de Junho de 1880, a alteração do nome do largo contíguo à Praça da Sé, o Largo das Eiras do Colégio, para Praça Camões. Dois anos depois, comemorava-se o centenário do Marquês e, em Maio, a antiga Rua do Terreiro passava a ser designada pelo nome de Marquês de Pombal. A ambiciosa pugna – não de todos - pela linha férrea não distraía a Câmara de lançar mão da cerca e convento das freiras de Santa Clara, espaço para o qual a cidade projectou realizações tão diferentes como uma praça-mercado e uma nova catedral. Atractivo era também o património edificado do convento de freiras de S. Bento, onde o município tentou instalar a sua sede a par com a acomodação de outras repartições públicas e equipamentos como uma estação telegráfica. Em Maio de 1859 o claustro do convento de Santa Escolástica seria desmontado e as suas colunas desbaratadas em outras aplicações.
As várias ocorrências com importância nacional e internacional provocaram o fervilhar das ideologias e a agitação do ambiente político finissecular transitaria para o século XX. Mas localmente o tema do caminho-de-ferro continuava com grande actualidade. Nos primeiros dias do ano de 1905, o engenheiro construtor da linha, Costa Serrão, incentivava a continuação dos trabalhos, promovendo terraplanagens, que foram empreitadas por João Lopes da Cruz, no espaço que se designava Largo de Santo António e Toural. Então, um ermo onde seria edificada a Estação, cujo prospecto seria, como escrevia um plumitivo local, «d‘huma perfeita belleza architectonica». Em simultâneo, apontava-se a necessidade de se rasgar a Avenida, uma nova via capaz de dar «vasante ao movimento que se há de estabelecer entre a estação e Bragança e para que é evidentemente insufficiente a estreita Rua do Conde Ferreira». Embora localizada a escassas centenas de metros da principal praça da cidade, a Praça da Sé, a estação ferroviária era sentida como um corpo relativamente estranho, talvez porque o sítio da sua implantação estava «fora de portas». Parecendo notório o peso da antiga atmosfera urbana, a verdade é que a Avenida foi sendo ladeada, mais de um lado do que do outro, por casario que respondia a um novo surto urbano a que o Estado Novo acabaria por se associar com o programa de uma nova praça, a que não faltava a famosa calçada portuguesa e um decorativo fontenário, monumentalizada com edifícios de risco estudado que davam pública mostra de alguns dos valores assinalados pelo regime em vigor.

Luís Alexandre Rodrigues – BRAGANÇA NA ÉPOCA MODERNA. MILITARES E ECLESIÁSTICOS. A RUA, A PRAÇA, A CASA.
Actas do Seminário Centros Históricos: Passado e Presente, pp. 70 a 96

Alunos carenciados do concelho podem candidatar-se ao programa “Macedo Educar”

 O Município Macedense volta a ter disponível as bolsas de estudo para o Ensino Superior, inseridas no programa Macedo Educar.
O período de candidaturas deverá abrir no início do próximo ano civil e pretende ajudar aqueles que queiram prosseguir os estudos mas que tenham algumas carências económicas, como explica Elsa Escobar, vice-presidente da autarquia:

“É um apoio ao prosseguimento de estudos dos alunos e alunas com aproveitamento escolar e algumas carências económicas. O objetivo é colaborar na formação de quadros técnicos superiores no concelho e contribuir para um maior e mais equilibrado desenvolvimento ao nível social, económico e cultural.

O processo de candidatura abre, por norma, no início do ano civil e não no ano letivo, porque temos de dar tempo aos alunos de se inscreverem e pedirem as bolsas. Depois, têm de ter as condições referidas no edital que sai relativo ao procedimento.”

Quem se quiser candidatar deve ser residente no concelho há mais de 2 anos e ter frequentado o Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, fazer parte de um agregado familiar inserido num dos quatro escalões de rendimento de referência para atribuição de abono de família e ter tido aproveitamento escolar.

No ano letivo 2019/2020 esta verba teve o valor de 30 mil euros:

“O valor da verba é orçamentado a cada ano. Começou em 2016 com 10 mil euros e nos dois anos seguintes foi de 15 mil euros. Depois passou para 30 mil euros e, este ano, demos 31 mil euros para que a última aluna que ainda podia usufruir tivesse direito a esta ajuda.”  
Este ano houve 44 candidatos admitidos e 24 bolsas atribuídas.

Escrito por ONDA LIVRE 

Domingo contam-se histórias sobre Vale da Porca e Banreses

 “Vale da Porca & Banreses – Muito antes do Santo Ambrósio” é o nome de mais um livro de Rui Rendeiro Sousa.
Desta vez, o autor transmontano revela tudo o que descobriu sobre a aldeia de Vale da Porca e Banreses. Histórias que pode conhecer já no próxima domingo:

“O livro é sobre Vale da Porca, tentando também ressuscitar um pouco a célebre aldeia desaparecida de Banreses. O livro abordará a história das duas povoações, apesar de uma já ter desaparecido, tentando trazer um pouco dos segredos da efetiva existência da povoação. Também há surpresas sobre o nome da aldeia de Vale da Porca, a evolução do território, a importância que teve como abadia e as personagens importantes que saíram da freguesia.”
 
E fica o convite:
“Seria interessante, quer para os habitantes de Vale da Porca, quer para os descendentes e todas as pessoas que têm curiosidade. Faço o convite para que apareçam porque é uma forma de incrementarem esse orgulho de pertença que normalmente já têm.”  
 
A apresentação está marcada para as 18h00 na sede da Junta de Freguesia de Vale da Porca.
 
Escrito por ONDA LIVRE

Avenida Sá Carneiro em Bragança fechada ao trânsito hoje para requalificação da via

 A Avenida Sá Carneiro, em Bragança, está fechada ao trânsito durante o dia de hoje, para obras.

Segundo uma publicação na página oficial do município, o trânsito está cortado, excepto para moradores e comerciantes, para requalificação da via. Durante a manhã o trânsito estará cortado entre o café Viaduto e o cruzamento com a Rua D. Aleixo de Miranda e durante a tarde entre o mesmo cruzamento e o Teatro Municipal.

“Os trabalhos a executar dizem respeito às ligações das infraestruturas elétricas, de telecomunicações e de água (tanto ao nível do abastecimento, como das águas pluviais), além da posterior repavimentação nos troços intervencionados”, pode ler-se na publicação.

O município informou ainda que podem surgir eventuais constrangimentos no abastecimento de água.

Escrito por Brigantia

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

COMPENSA SER FORMIGUINHA?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Certa ocasião, Nicolau Tolentino de Almeida, escreveu carta, dirigida ao Oficial da Secretaria do Reino, Lourenço José da Mota Manso, dizendo: “ Se tu não sabes o que é não ter dinheiro, eu to explico: abaixo dos estupores, é o maior mal do mundo…”
Para evitarem o “mal”, é que muitos passam a vida amealhando tudo que aforram.
Uns, começa, de novos, a formar o pecúlio, receando chegarem à velhice, e não terem bastante para sobreviverem com dignidade.
Outros, desbaratam tudo, levando vida de cigarra, confiados na Providência divina e na providência do Estado.
Os que imitam a formiguinha, passam duros trabalhos e privações constantes. Os que imitam a cigarra levam vida folgada a cantar, a passear e a banquetear em bons e alegres repastos.
Vem depois a calamidade, as crises económicas, as cigarrinhas, ao verem as formiguinhas, com dispensa cheia, e boa casa, descem à rua indignadas e a brados reclamam: igualdade! …
- “Não é certo, nem justo, que uns tenham tudo, e outros nada ou quase-nada! …” – dizem, revoltados.
E invejosos de não possuírem pé-de-meia, buscam assaltar a dispensa da formiguinha…trabalhadora.
Afirmam, filosoficamente: “ Quando o Sol nasce, é para todos! …. Vamos distribuir o “ mealheiro”, para que todos possuam seu quinhão…”
Conheci pobre homem, empregado de armazém, que desde muito novo amealhou. Casou com caixeirinha de loja de miudezas, que ambicionava ser senhora.
Assentaram engordar o “porco”, para adquirirem casa. Animados pelo sonho de serem independentes, mal comiam. Diariamente a janta, era apenas sopa. Só ao domingo saboreavam carne ou peixe, com batatinhas ou arroz malandrinho.
Arrecadada a quantia desejada, compraram terreno e levantaram linda moradia.
Os companheiros de trabalho, nesse entanto: viajavam, comiam e bebiam à tripa forra. Refastelavam-se no Inverno, bem aquecidos; e no Verão, nas areias morenas do Algarve e Benidorm.
Vendo a moradia do colega forreta, rosnavam à socapa: - “ Onde foi o pascácio roubar esse dinheiro?! …”
Vou, agora contar dois casos verídicos, de famosos milionários, para “adivinharem” como se faz fortuna, honestamente. Porque há, também, quem chegue a remediado, roubando parentes (até irmãos!), trabalhadores e a sociedade, em geral; estou certo, se eles têm consciência, está repleta de tenebrosos remorsos…agora, e principalmente, na hora da morte. …
Citarei, o multimilionário Calouste Gulbenkian, que depois dos trabalhadores se ausentarem, ia sorrateiramente pelos escritórios, recolher pontas de lápis que lançavam ao lixo, para usa-los no seu gabinete, no aproveita-lápis…
E o dono do império IKEA, que ao fazer compras no supermercado, procurava produtos no fim e validade, com preços especiais, para economizar…
Quando surgem graves crises, que afectam, em regra, os pobres, aparecem, entre eles, numerosos, que usufruíam bons vencimentos, passavam férias em Saint-Tropez e vestiam-se com boa fazenda inglesa; mas nunca pensaram criar pé-de-meia….
Para quê? Perguntam. O Estado Providente, e as formiguinhas prudentes, arrecadam sempre o bastante para repartirem, por todos…; a bem ou a mal…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

O novo normal!

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Gabriela Gomes
Apesar dos avisos, mais ou menos alarmista de muitos especialistas, foi-se sedimentando a ideia, a esperança, a expectativa de que após o confinamento, passado que fosse um período, mais ou menos longo, mas razoável, de desconfinamento, controlado, tudo regressaria ao normal. As declarações otimistas de muitos, na sua maioria políticos, sempre ansiosos por anunciarem paraísos e, como habitualmente, pouco preocupados na consistência e exequibilidade das suas promessas, conjugadas com o que parecia ser um recuo consistente e sustentado da pandemia, fez-nos acreditar que o retorno ao modo de vida passado e recente, era possível e estava próximo.

Rapidamente se verificou que a diminuição de infeção não era segura nem permanente. Ao mesmo tempo que em vários locais se extinguiam cadeias de contaminação, noutros surgiam, inesperada e exasperantemente, novos focos de contágio. Os valores que um dia desciam, no seguinte subiam e, mesmo que assumindo uma tendência descendente, não atingiam os valores irrelevantes pretendidos. Ao mesmo tempo as condições de contenção não desapareciam e só muito ao de leve iam retrocedendo. A necessidade de retoma económica esbarrava sempre com o fantasma real do retrocesso no combate à pandemia como se viu em vários locais, cá e, sobretudo, lá fora, como aconteceu, recentemente, em Espanha e França.

O anúncio recorrente de estar iminente a descoberta de uma vacina, irritantemente, não se concretizava. A tão pretendida imunidade também marcava passo e os valores não descolavam situando-se em níveis demasiado afastados dos pretendidos e confortáveis 70%, necessários para o retorno à normalidade.
Gabriela Gomes, atualmente na Universidade de Strathclyde na Escócia e que passou pelo IGC tendo, nessa altura, ido a Vila-Flor explicar os mecanismos da gripe e promover o inovador programa gripenet, veio, esta semana, aumentar-nos a esperança numa normalização mais célere. A investigadora contesta os cálculos apresentados até agora e que apontam para a necessidade de existência de anti-corpos em pelo menos 70% da população porque, segundo ela, esse valor vai evoluindo (diminuindo) com a progressão da pandemia. Sem contestar os valores iniciais, chama a atenção para um facto que parece óbvio: nem todos os indivíduos têm a mesma suscetibilidade ou igual grau de exposição ao vírus. A própria história desta pandemia assim o demonstrou, na prática. Ora como são os mais suscetíveis quem, naturalmente, serão infetados, em primeiro lugar, são estes quem mais cedo ganham imunidade, deixando de ser suscetíveis fazendo baixar o nível médio de suscetibilidade. Este valor continuará a descer à medida que a doença se desenvolve e dispersa. Disto resultará o desaceleramento do crescimento de casos e com isso, o limiar da imunidade coletiva irá, dinamicamente, descendo.

Ao contrário de outros “arautos” de boas novas, Gabriela tem créditos na matéria pois foi, há alguns anos, galardoada com um dos prémios milionários da União Europeia para desenvolvimento dos seus estudos teóricos, depois de ter demonstrado que havia um erro (que ela corrigiu) no cálculo do limiar de re-infeção de algumas doenças e oferecendo uma solução lógica e científica para aparentes contradições entre as previsões teóricas, feitas até, então e a realidade observada.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

O Touro da Aldeia de Picote

 A surpresa não poderia ser maior para Carlos Meirinhos quando, no decurso de uma obra na sua casa na aldeia de Picote, no concelho de Miranda do Douro, foi colocada a descoberto uma escultura zoomórfica da Segunda Idade do Ferro ou já dos inícios da ocupação romana, representando um bovídeo.

As representações de touros, comuns no território espanhol, são bastante raras em Portugal. Do mesmo período e muito conhecidas no Nordeste Transmontano são as figuras de porcos apelidados de berrões: a mais famosa é naturalmente a porca de Murça, escultura envolta em mistério sobre a sua proveniência e propósito.

O arqueólogo Nelson Rebanda, do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, observou a peça e salienta a importância desta descoberta, integrada numa cadeia de achados arqueológicos da pré-história que tem sido produzida na região nos últimos anos. “Estas esculturas poderão estar associadas a cultos totémicos de características mágicas pelo simbolismo da figura do animal, que configura força e virilidade. A marcação de caminhos e rotas de transumância e a divisão de propriedades são outras possíveis explicações para estas sólidas peças de granito”, afirma. 

Sobranceiro ao Douro Internacional, Picote poderá ter sido um santuário de importância regional, cuja influência se prolongaria até à romanização.

Texto: Hugo Marques

Drones deslocalizados de Macedo de Cavaleiros para Mirandela

 Os dois drones da Força Aérea previsto para operar a partir de Macedo de Cavaleiros vão ser deslocalizados para Mirandela e vão começar a funcionar no próximo dia 31 de agosto.
A deslocalização foi confirmada pela Força Aérea que explicou que no âmbito da operação de UAS (Unmanned Aircraft System), a operação seria a partir de Macedo de Cavaleiros, para vigilância aérea a norte de Portugal, “foi planeada tendo por base o emprego de aeronaves com capacidade de descolagem e aterragem vertical, uma vez que estes voos seriam realizados a partir de um espaço de reduzidas dimensões” e que a Força Aérea “efetuou todas as ações de instalação da estação de controlo terrestre necessárias para iniciar as operações no heliporto em Macedo de Cavaleiros, no entanto, devido a constrangimentos de ordem técnica, aos quais a Força Aérea é alheia, não foi possível até ao momento efetuar a aceitação das aeronaves com as funcionalidades necessárias para garantir uma operação segura” a partir daquele heliporto.

O início da atividade aérea no aeródromo de Mirandela está previsto para o início da próxima semana, mas segundo a Força Aérea será "temporária".

Glória Lopes

Fase distrital de futebol de praia joga-se em Macedo de Cavaleiros

 Macedo de Cavaleiros recebe a fase distrital de futebol de praia da Associação de Futebol de Bragança.
A competição tem data marcada para os dias 12 e 13 de setembro e já há seis equipas inscritas: CA Macedo, Macedense, Cachão, Mãe d’Água, Vila Flor e Argozelo.

A praia da Fraga da Pegada, na Albufeira do Azibo, será palco da primeira competição depois de cinco meses de paragem obrigatória dos atletas.

Sílvio Carvalho, coordenador técnico distrital da AFB considera que os clubes viram com bons olhos esta iniciativa:

“Estamos a cumprir um repto que a Federação nos deixou de repetir a fase regional concentrada de futebol de praia que já tínhamos realizado em Vila Flor em 2015.

Não havia competição há cinco meses e os clubes viram com bons olhos esta iniciativaa e isso levou-nos a ir em frente. Aliamos o facto de ter um complexo de excelência para a prática de futebol de praia que está a ser concretizado pela autarquia local, em que já está o areal pronto e as bancadas, e numa fase posterior terá também uns balneários de apoio. Houve muita vontade por parte de toda a gente e esta competição será ótima para o distrito.”

E as medidas de contingência não ficam de fora durante a competição:

“Por muito que toda a gente queira que as competições se realizem, temos de ser conscientes do período que estamos a atravessar. Não haverá público nas bancadas e as entradas e saídas dos elementos que vão participar diretamente nos jogos serão devidamente acauteladas, tanto a nível da arbitragem como dos jogadores e das equipas.”

Rui Vilarinho, vereador do desporto do Município Macedense, congratula-se com a escolha da Albufeira do Azibo para a competição e espera que seja “a primeira de muitas”:

“Para nós é muito importante receber esta competição, que será a primeira a realizar-se naquele espaço. Queremos que seja a primeira de muitas, quer a nível regional, quer nacional. Temos a vantagem de estar numa zona central do Interior e poderemos conseguir ter as visitas das nossas seleções no próximo ano. 

Esperemos que tudo decorra com normalidade e vamos apoiar o desporto, que é isso que nos compete.”

As equipas serão divididas em dois grupos de três e o primeiro classificado de cada um será apurado para as meias-finais que se realizam no domingo de manhã. Durante a tarde, joga-se a final onde se decidem os dois finalistas que vão participar na fase nacional, que acontece de 18 a 20 de setembro, em local a definir.

A Associação de Futebol de Bragança é a que conta com mais praticantes da modalidade a nível nacional.

Foto: AFB 
Escrito por ONDA LIVRE