quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Autarcas contrariam INEM e asseguram que helicópteros do Interior são os que têm mais saídas

Os presidentes de Câmara do distrito de Bragança acusaram hoje o INEM de “estar a enganar a opinião pública” para desactivar os helicópteros de emergência médica no Interior do país durante a noite.
Segundo alegam, entre as cinco aeronaves do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a operar no país, são as do Interior as que apresentam o maior número de saídas.
“É completamente inaceitável” que o helicóptero de Macedo de Cavaleiros, que serve todo o Nordeste Transmontano, pare à noite, argumentaram hoje os autarcas, de forma conjunta, em conferência de imprensa.
A posição foi transmitida pela presidente de Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes, que garantiu não ser “verdade que os helicópteros do Interior tenham menos saídas, porque os números do INEM desmentem essa afirmação”.
Segundo disse, “no caso concreto de Macedo de Cavaleiros, a seguir a Santa Comba Dão, é o helicóptero que tem mais saídas”.
Das cinco aeronaves, a que menos saídas tem, ainda segundo a autarca, é a que tem base em Matosinhos.
O INEM dispõe ainda de outros dois helicópteros para emergência médica, em Loures, para a zona de Lisboa, e em Loulé, no Algarve.
“Passa na comunicação social esta mensagem, para preparar a desactivação de um meio que é fundamental em termos da emergência pré-hospitalar, [mas] não é correcta, não é séria, está até a enganar a opinião pública e as pessoas”, defendeu.
Os autarcas transmontanos prometem tomar “as acções que forem necessárias, desde a via judicial a trazer as populações para a rua” contra a paragem do helicóptero de Macedo de Cavaleiros à noite, por considerarem “isso completamente inaceitável”.
Os presidentes de Câmara lembram que aceitaram o encerramento do serviço de atendimento permanente, a partir das 22h00, em todos os centros de saúde, com contrapartidas, nomeadamente o meio aéreo.
O acordo foi firmado num contrato celebrado, em 2007, com o Ministério da Saúde, mas os autarcas dizem sentir-se “enganados” e que aquilo que lhes foi prometido “parece letra morta”.
Acentuam que “se as pessoas não são ouvidas, se os representantes das populações não são ouvidos, se ninguém [lhes] diz nada quando toma decisões desta natureza que põem em causa serviços de proximidade, [estão] muito mal”.
O presidente do INEM, Miguel Soares de Oliveira, disse, numa entrevista à Agência Lusa, em Dezembro, que três dos cinco helicópteros poderão deixar de trabalhar à noite, altura em que a sua produção se tem revelado muito reduzida.

in:publico.pt

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