O povo compreende a decisão mas teme uma escalada de assaltos.“Podem vir a assaltar as casas” teme Maria Celeste Carteiro, de 70 anos, residente em Lagoaça. “Era melhor a luz estar acesa, pois faz falta às pessoas que andam a fazer as suas vidas até mais tarde” acrescenta.“Desligar a luz não é bom porque a aldeia já está idosa e faz falta por qualquer coisa que a gente precisa” considera Arminda Castro, de 69 anos, residente em Lagoaça. “Em qualquer coisa que haja não se pode sair à rua porque a gente tem medo pois pode haver violência ou roubos” salienta.
Já Amélia Veríssimo, de 62 anos, residente em Mazouco, refere que “pode haver um acidente ou um incêndio que também podem acontecer de noite. Há pessoas de idade que podem cair e aqui temos de nos valer uns aos outros e se houver luz sempre é mais visível”.O presidente da câmara municipal admite que a medida foi tomada para fazer face aos cortes de receitas por parte do Estado e do aumento do IVA na factura da electricidade.
No entanto garante que a população foi previamente consultada.“Aquilo que se fez foi visitar as freguesias convocando as populações. Foram apresentadas às pessoas as hipóteses de poupança e a decisão foi que era preferível desligar da uma até às cinco em meia da manhã do que desligar ponto sim ponto não” refere José Santos.
Não se optou por desligar apenas algumas luminárias porque essa hipótese traria alguns problemas.“As freguesias iriam ficar menos iluminadas no tempo em que precisam de mais luz que é a partir das seis da tarde até à uma da manhã” explica. Por outro lado, “traria também problemas sobre quais os pontos a desligar. Porque é que se desligava à porta do A e não se desligava à porta do B” salienta.
Havia ainda outra situação pois “para mandarmos desligar, não havia pagamento à EDP mas se depois quiséssemos voltar a ligar mais tarde teríamos de pagar uma taxa que significaria um ano de poupança”.
Segundo o autarca esta medida surgiu também com base numa tomada de posição da CIM Douro, à qual Freixo de Espada à Cinta pertence, onde foi decidido desligar alguma iluminação pública como forma de poupança.
Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt
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