segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Miranda do Douro - Apelo nas redes sociais para ajudar Centro de Música Tradicional a manter actividade

Por falta de apoios financeiros, o Centro de Música Tradicional Sons da Terra (CMTST) corre o risco de encerrar. Para evitar este cenário, um grupo de pessoas está a utilizar a rede social Facebook, para ajudar «a manter o centro de portas abertas». Quem aderir ao grupo compromete-se a comprar um disco lançado pelo centro. No total é preciso reunir cinco mil euros para o CMTST manter actividade.
O CMTST tem sede na vila de Sendim, no concelho transmontano de Miranda do Douro, e apresenta-se como uma instituição relevante no panorama cultural da região e frequentada por investigadores das tradições da Terra de Miranda que, geograficamente, se estende desde Outeiro (Bragança) até Lagoaça (Freixo de Espada à Cinta).

«O CMTST pode estar em risco de fechar devido à falta de apoios. Por esse motivo e dado o trabalho desenvolvido, é preciso combater a indiferença de algumas instituições perante o trabalho realizado», disse Amadeu Ferreira, o criador da página do Facebook e também investigador e escritor de língua mirandesa.
Amadeu Ferreira justifica a atitude com o facto de as redes sociais serem o ponto de encontro de muita gente e, nesse sentido, pensou em abrir uma página de um grupo de amigos do CMTST, de forma a divulgar o trabalho e colaborar na recolha do património imaterial da Terra de Miranda.
Agora, cada um dos aderentes à página do Facebook compromete-se ao longo do ano a adquirir um disco das cinco edições lançadas pelo centro de música tradicional, de forma angariar um valor de cerca de cinco mil euros, indispensável para a manutenção das actividades do espaço cultural.
A lista de subscritores da página ultrapassa, neste momento, os 500. «Temos de chamar as pessoas para o apoio e contribuição para fortificação das actividades culturais. Cada CD tem o preço de dez euros e o número de discos a adquirir são cinco», rematou Amadeu Ferreira.
Confrontado com a situação, o director do CMTST, Mário Correia, já disse que não estava à espera desta movimentação.
«A criação deste grupo veio revelar que há pessoas solidárias com os propósitos do centro, numa altura em que sofremos uma corte nos apoios que rondavam os cinco mil euros», acrescentou o responsável.
O centro de música tradicional é responsável por duas colecções discográficas «distintas», mas consideradas «fundamentais» para perpetuar o património imaterial da região nordestina, ao longo da última década, somando agora mais de uma centena de discos.
Para além destas colecções, o CMTST é igualmente um dos parceiros na organização do Festival Intercéltico de Sendim, iniciativa que há mais de 10 anos se realiza no planalto mirandês.
O CMTST é também «uma fonte de recursos» para estudiosos, quer agindo individualmente, quer integrados em organismos universitários e afins, com particular incidência/relevância para os estudantes de áreas do conhecimento associadas, directa ou indirectamente, à cultura tradicional.
in:cafeportugal.net

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