Podem vir a encerrar as linhas de comboio de Trás-os-Montes. Segundo um estudo elaborado à revelia da Refer por uma equipa dos Ministério das Finanças e das Obras Públicas do Governo PS e dado a conhecer pelo jornal Público, deveriam encerrar cerca de 800 quilómetros de linhas em todo o país, quase 200 delas em Trás-os-Montes, nomeadamente a linha do Douro, entre a Régua e o Pocinho, e as linhas do Corgo, Tâmega e Tua.
Mas Daniel Conde, do Movimento Cívico pela Linha do Tua e pelo da Linha do Corgo diz que o país está a ficar excessivamente dependente do transporte rodoviário e cada vez mais sujeito a uma ‘bomba relógio’. Lembra a paralisação de camionistas em 2008 para ilustrar alguns dos efeitos do desinvestimento na via-férrea. “É um modelo ineficiente. Apenas três por cento das mercadorias são transportadas por via ferroviária. Em 20 anos, perdemos milhões de passageiros, enquanto em Espanha ganharam-se 150 por cento”.
O líder do Movimento Cívico acusa a CP de ser a empresa pública que mais prejuízos acumulou, “mesmo depois de encerrar serviços para poupar”.
Para além disso, “com uma boa gestão, bons acessos e horários”, o caminho de ferro “tem futuro. “Não podemos continuar a ter, por exemplo, na linha do Douro, ligações entre a Régua e o Porto que não dão seguimento para os rápidos que seguem para Lisboa por meros três minutos. É um modelo ineficiente, despesista, estúpido e mesquinho”, sublinha.
Por sua vez, José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela e da distrital de Bragança do PSD, sempre se bateu pelo caminho-de-ferro. Agora, com a mudança de Governo, promete continuar com a luta porque “a linha férrea é o futuro económico e turístico do país, sobretudo no Interior”, destaca. Estudos feitos pela autarquia apontam para um impacto positivo de um milhão de euros na economia da região.
in:jornalnordeste.com
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