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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Freguesias - «Novos nomes deveriam ser escolhidos respeitando a história e tradição»
Os especialistas João Marques, José Ramos Pires Manso e Saul António Gomes defendem que os nomes das novas freguesias, resultantes da fusão de várias antigas e do novo mapa de reorganização administrativa local, deveriam ser escolhidos de acordo com a opinião de representantes culturais e religiosos dos respectivos concelhos.
Para o historiador das paróquias João Marques, esta «adaptação, que é mais conforme a uma realidade demográfica e, ao mesmo tempo administrativa, e tem na base critérios de natureza político-partidária», cria «muitos problemas do ponto de vista cultural».
E questiona: «se os topónimos são estes, como é que agora se vai harmonizar um topónimo em que se não pega verdadeiramente naquilo que é característica de cada uma das freguesias do ponto de vista de uma tradição nominal, que é histórica?».
Na opinião deste especialista, «cada concelho deveria, em primeiro lugar, estudar o problema, deveriam ser ouvidas as forças do concelho mais representativas».
«Primeiro, aqueles que têm alguma experiência do que é a administração local, depois, aqueles que têm também uma sensibilidade cultural – que não pode deixar de ser considerada nestes casos – e, por último, ouvir também um sociólogo e um historiador», enumerou.
João Marques vai ainda mais longe: «diria que as autoridades religiosas deviam também ser ouvidas, porque a verdade é que existe uma tradição também de divisão religiosa que tem vindo a ser objecto, às vezes, de agrupamentos, e ver como é que esses problemas foram resolvidos pacificamente, que era o que importava aqui garantir».
«Uma decisão piramidal, do alto da pirâmide para baixo, não me parece que seja aquela que devesse ter predominância», comentou.
Por sua vez, o professor catedrático da Universidade da Beira Interior José Ramos Pires Manso, responsável do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da universidade, considera que a melhor solução é a adopção de nomes conjuntos que incluam os nomes de todas as anteriores freguesias.
«Dá-me a ideia que, até para não levantar tantos bairrismos – porque efectivamente há problemas de bairrismo entre as freguesias -, se calhar, a melhor forma era por agrupamento e depois indicar, por exemplo, duas freguesias ou três freguesias, o nome das freguesias, que era para nenhuma delas se sentir menosprezada em relação às outras», defendeu.
E adianta que se «corre o risco de ficar um nome muito grande, mas parece-me que é capaz de ser a forma que levanta menos questões», argumenta.
O especialista explicou que «muitas vezes, são freguesias muito próximas, em que há grande rivalidade, e, portanto, o facto de uma freguesia rival ficar dependente de outras – se omitem o nome dela, fica dependente de uma outra -, as pessoas sentem-se assim um bocado ofendidas e, portanto, eventualmente, era melhor se mantivessem os nomes das várias freguesias».
José Manso sublinha ainda que «o simples facto de se manter o nome de uma freguesia e se apagar o de outra é capaz de ferir susceptibilidades».
Já o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Saul António Gomes, especialista em História de Forais, considera que «devem ser as populações a ter a responsabilidade da escolha do nome das autarquias que, como cidadãos, passam a integrar».
«Haverá situações diferentes», afirma, lembrando que «numas pesarão razões históricas e culturais ou religiosas, noutras, opções de renovação e mudança», mas, insistiu, «em todas as situações, todavia, deverá respeitar-se em absoluto a decisão das populações».
Lusa
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