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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Freguesias - «Novos nomes deveriam ser escolhidos respeitando a história e tradição»


Os especialistas João Marques, José Ramos Pires Manso e Saul António Gomes defendem que os nomes das novas freguesias, resultantes da fusão de várias antigas e do novo mapa de reorganização administrativa local, deveriam ser escolhidos de acordo com a opinião de representantes culturais e religiosos dos respectivos concelhos.
Para o historiador das paróquias João Marques, esta «adaptação, que é mais conforme a uma realidade demográfica e, ao mesmo tempo administrativa, e tem na base critérios de natureza político-partidária», cria «muitos problemas do ponto de vista cultural».
E questiona: «se os topónimos são estes, como é que agora se vai harmonizar um topónimo em que se não pega verdadeiramente naquilo que é característica de cada uma das freguesias do ponto de vista de uma tradição nominal, que é histórica?».
Na opinião deste especialista, «cada concelho deveria, em primeiro lugar, estudar o problema, deveriam ser ouvidas as forças do concelho mais representativas».
«Primeiro, aqueles que têm alguma experiência do que é a administração local, depois, aqueles que têm também uma sensibilidade cultural – que não pode deixar de ser considerada nestes casos – e, por último, ouvir também um sociólogo e um historiador», enumerou.
João Marques vai ainda mais longe: «diria que as autoridades religiosas deviam também ser ouvidas, porque a verdade é que existe uma tradição também de divisão religiosa que tem vindo a ser objecto, às vezes, de agrupamentos, e ver como é que esses problemas foram resolvidos pacificamente, que era o que importava aqui garantir».
«Uma decisão piramidal, do alto da pirâmide para baixo, não me parece que seja aquela que devesse ter predominância», comentou.
Por sua vez, o professor catedrático da Universidade da Beira Interior José Ramos Pires Manso, responsável do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da universidade, considera que a melhor solução é a adopção de nomes conjuntos que incluam os nomes de todas as anteriores freguesias.
«Dá-me a ideia que, até para não levantar tantos bairrismos – porque efectivamente há problemas de bairrismo entre as freguesias -, se calhar, a melhor forma era por agrupamento e depois indicar, por exemplo, duas freguesias ou três freguesias, o nome das freguesias, que era para nenhuma delas se sentir menosprezada em relação às outras», defendeu.
E adianta que se «corre o risco de ficar um nome muito grande, mas parece-me que é capaz de ser a forma que levanta menos questões», argumenta.
O especialista explicou que «muitas vezes, são freguesias muito próximas, em que há grande rivalidade, e, portanto, o facto de uma freguesia rival ficar dependente de outras – se omitem o nome dela, fica dependente de uma outra -, as pessoas sentem-se assim um bocado ofendidas e, portanto, eventualmente, era melhor se mantivessem os nomes das várias freguesias».
José Manso sublinha ainda que «o simples facto de se manter o nome de uma freguesia e se apagar o de outra é capaz de ferir susceptibilidades».
Já o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Saul António Gomes, especialista em História de Forais, considera que «devem ser as populações a ter a responsabilidade da escolha do nome das autarquias que, como cidadãos, passam a integrar».
«Haverá situações diferentes», afirma, lembrando que «numas pesarão razões históricas e culturais ou religiosas, noutras, opções de renovação e mudança», mas, insistiu, «em todas as situações, todavia, deverá respeitar-se em absoluto a decisão das populações».

Lusa

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